Fui conferir o que a nota do jornal reproduzida no post abaixo tinha de real. Falei com o próprio Dr. Edwyrton de Freitas, atual diretor clínico (sem portaria) e presidente da Associação Piauiense de Psiquiatria. Como já falei, se passares alguns anos, dez ou mais, voltando ao HAA parece que as cenas são as mesmas, as pessoas estão para sempre fazendo as mesmas ações. Pacientes em crise aguda chegando na admissão. Mães ou irmãs com carinhas de sofridas, não mais que a dor do desatino, do desespero mental de quem grita com uma dor invisível. Imagino, arrepiada: aquele coquetel de medicações convencionais, as impregnações, o processo é de amputação de identidade.
O diretor clínico me mostra números de internações menores de mulheres e mais homens. A enfermaria de crise não acabou e entro com minha amiga assistente social Francisca Soares para ver. Nossa, a maioria dos usuários são pacientes de municípios que tem CAPS ou próximos. A ETAC tem uma nova estrutura, dois psiquiatras, Drs. Edwirton e Darcy e uma assistente social Maria José Girão, coordenadora do CAPS norte, ela fica somente a tarde e ao lado, no mesmo espaço temos a enfermaria clínica. Ainda fui informada que o hospital dia sofre uma revitalização, com a internação aberta de pacientes de longas internações integrais. Encontrei usuários de CAPS de Teresina tentando uma vaga. Os técnicos não são nem informados da acentuação de uma crise. A prática antimanicomial precisa entrar na cultura do cuidador, da familia, do técnico. Dependemos disso. Não culpo as equipes dos municípios diretamente: estão sem comando, sem orientação, sem capacitações continuadas, no caso dos cárceres privados e dependência química. Dr. Edwirton disse que a APP pretende, organizar cursos sobre atenção psicossocial nos municípios pela necessidade dos profissionais desqualificados. Particulamente, fui conversar com ele enquanto APP porque é um profissional jovem, é familiar, espero que tenha sensibilidade de está patrocinando também capacitação continuada para nossos psiquiatras da respeitada e velha guarda. Todos saimos ganhando, nesse momento que técnicos e usuários estão por sua própria conta e ética.
Um comentário:
Bom dia!
Agradeço pelos esclarecimentos de que nunca houve desativação da ETAC - pelo contrário, esta encontra-se mais dinâmica e resolutiva.
Também não estamos sofrendo de superlotação, como faz entender a nota divulgada no jornal. Com incremento do trabalho do serviço social do hospital, abreviação do tempo de internação com uso de medicações mais modernas e integração de práticas não-medicamentosas, temos conseguido administrar a demanda que recorre a este serviço.
A revitalização do Hospital-Dia demonstra nossa preocupação em oferecer um tratamento mais próximo da família, da sociedade e com manutenção da independência do paciente.
Sei que caminhamos juntos nesse sentido.
Um abraço, Ediwyrton Freitas
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