quinta-feira, 24 de março de 2011

ACESSIBILIDADE V

Márcia Raica, coordenadora de educação inclusiva da SEDUC

Amélia sua assessora, sem acreditar muito em mim. Que cara zangada!
Participei do processo seletivo simplicado para centros de Apoio Especializados, vagas de cadastro de reserva ( mas com vagas, desocupados nos centros, porque todo ano existe este processo seletivo), para psicólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacioal, fisioterapeuta, assistente social, fono, musicografista para braille e psicometricista para atuarem nos Centro de Apoio ao Surdo (CAS), Centro de Apoio ao Cego (CAP), CIES e Ana Cordeiro.
Segundo o edital 10% das vagas são destinadas a pessoas com deficiências. Peguei meu atestado CID F 30 alguma coisa, o psiquiatra informa que estou estável e poderia fazer assumir o cargo. Nossa, sem tempo fui no último dia de inscrição, como muita gente "normal" não levei os originais de tantos documentos exigidos. Usei do ganho secundário, fiz uma confusão, cansada e sem tempo, não teria como voltar em casa e pegar tais originais. Fiz o que se espera de uma pessoa que tem "doença mental". Ser desordenada. Passei para segunda etapa, entrevista. Não tive tempo de ler o site, tinha lá informação que precisava novamente levar a tal identificação de registro no conselho. Lá vou eu, de volta em casa. Burocracia da normalidade, louco tem dificuldade de entender, a vida pode sim, ser mais simples e boa, com menos regras ( desnecessárias ) a serem seguidas.
Insisti  na entrevista que me avaliassem levando em conta que era pessoa com necessidade especial, alguém não havia acreditado e nem marcado na inscrição que estavacom as entrevistadoras. Tenho pouca paciência com a impaciência de alguns normais. A entrevista foi chata e teve momentos que aquelas senhoras não sabiam do que eu estava falando. Gosto de defender idéias novas e ações. Burocratas são como tecnologias ultrapassadas, não processam. Nota 6, 6 que me levou para a posição 10ª entre as 11 classificadas para Serviço Social. Ontem fui lá cobrar, o direito da inclusão, levei o decreto 3.299 que dá as normas para integração da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, as cotas principalmente. Nos enquadramos com dificuldades "jurídicas" na deficiência mental, na questão cognitiva e das limitações associadas as áreas de habilidades sociais adaptativas, mas na minha leitura, dependendo da qualidade do tratamento médico, psicoterapêutico, terapeutico complementar ao medicamentoso se necessário, somos aptos ao trabalho.
Os profissionais da educação me trataram como um E.T., coisa estranha, pessoa querendo ser louca e querendo direitos. A surpresa é evidente. Mas foi uma boa conversa. Tenho vínculo efetivo com o Estado e não poderia assumir mesmo, segundo o edital. Mas valeu o laboratório! Outros que realmente precisem de trabalho tenham a coragem, ousadia e muito poder de convencimento, além do atestado médico, que alguns psiquiatras não sabem fazer. É preciso colocar o CID do transtorno em remissão, explicar para o perito ou médico do trabalho também entender e tenha uma cópia do decreto na mão. ´Pense na lucidez!

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