domingo, 30 de maio de 2010

O ESPIRITO DA LEI: artigo de Paulo Delgado

Hoje, 18 de maio é o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data que comemora em todo o país, o trabalho de todos aqueles que querem uma sociedade sem exclusão, interdição, preconceito e desrespeito às pessoas que padecem de sofrimento mental. Foram eles que impulsionaram o debate dessa questão que culminou em 6 de abril de 2001 com a aprovação da Lei 10.216 de minha autoria que “Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental”.

Cuidado: substantivo, adjetivo ou interjeição é zelo dos preocupados, dedicação,proteção. Atenção, tomar conta, acolher. Cuidado é o princípio que norteia essa lei. Evoluir a clínica, fazer do intratável o tratável. É essencial o apoio social e familiar que influencie comportamentos, mude hábitos, confronte preconceitos. Dedicada a cidadãos enfermos vistos como sem vontade, não é a doença mental que a lei questiona, mas a maneira de tratá-la.

A sociedade faz-se progressista na área de saúde por atitudes, mais do que por atos e quando aceita inscrever o doente mental na história da saúde pública. A doença mental não é contagiosa, dispensa isolamento. É o avanço da medicina que permite a reinserção social, restitui o indivíduo, sua alma e desejos, ao mundo dos vivos livrando-o do ambiente carceral.

Acolhimento,tratamento precoce melhoram o acompanhamento da doença. Agir antes do surto para não ferir. Sintomas físicos, queixas, mal-estar, sempre foram indícios de várias enfermidades. Estar atento à escuta geral dos sintomas – embrulho dos orgãos, ruídos da adolescência, álcool, droga, conflito de gerações, esquisitices, vazio existencial, impaciência com o diferente. A doença não é um fracasso nem produz estatuto de exilado. A internação é uma parte do tratamento, mas não seu sinônimo e o conceito de leito, nesse caso, não se harmoniza com a terapia adequada. A internação como privação da liberdade, monoterapia, só prevalece em serviços despreparados.

Enfim, todos os doentes são beneficiários do ambiente jurídico oriundo da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão.

“Se eu soubesse de alguma coisa útil à minha nação que fosse danosa a uma outra, eu não a proporia, porque sou homem antes de ser nacional ou ainda porque sou necessariamente homem, não sendo nacional senão por acaso. Se soubesse de alguma coisa que me fosse útil e prejudicial à minha família, meu espírito a rejeitaria. Se soubesse que alguma coisa que fosse útil à minha família e que não o fosse à minha pátria, buscaria esquecê-la. Se soubesse de alguma coisa que fosse útil à minha pátria e que fosse prejudicial ao meu continente ou que fosse útil ao meu continente e prejudicial ao gênero humano, eu a veria como um crime”. É de Montesquieu o espírito da lei.

Paulo Delgado é Deputado Federal pelo PT-MG desde a Constituinte

Postado em BLOG DO NOBLAT (O GLOBO/1805/2010)

sábado, 29 de maio de 2010

APACOJUM - Associação de Parentes e Amigos dp Complexo Juliano Moreira

Na década de 80, um grupo de dez (10) familiares dos núcleos da Colônia Juliano Moreira, que na época eram sete, se reuniram para discutir a Reforma Psiquiátrica Brasileira e os direitos dos pacientes internados, juntamente com o Movimento de Trabalhadores de Saúde Mental (1978). Logo após foi formada uma pré-associação de Usuários e Familiares da Colônia.

Em 1987 foi criado o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial.

Na década de 90 (30/05/92) foi fundada a Associação de Parentes e Amigos dos

Pacientes do Complexo Juliano Moreira – APACOJUM - com o objetivo de contribuir para o processo de construção de uma nova cultura que assegure o direito de cada usuário a ser e existir a seu modo sem ser excluído da sociedade.

A APACOJUM luta pela Reforma Psiquiátrica em nosso país e aponta eticamente para uma sociedade mais justa e tolerante, construindo o direito à Cidadania e a Ressocialização das pessoas com transtorno mentais.

Cultura da diversidade e da singularidade, onde as diferenças podem ser admitidas e respeitadas.

TODOS NUMA ÚNICA LUTA PELA REFORMA PSIQUIÁTRICA E COOPERATIVA SOCIAL

18 anos da APACOJUM – 30 05 2010

Abraços de IRACEMA VIEIRA POLIDORO, presidente desta instituição.

www.apacojum.com.br

Email de professora Lúcia Rosa

quinta-feira, 27 de maio de 2010

APRENDENDO COM BEATRIZ 2

Aventuras com Beatriz/Nós de carona numa viatura da Polícia Militar
Lá está ela, alegre, se acha... mas é mesmo bonita nos seus vinte e quatro anos. Tem uma ingenuidade para certos assuntos que me faz sorrir. Dr. Alcir Marcos através da coordenadoria de Direitos Humanos e Juventude vem acompanhando com muito empenho através de sua assessora Graça Silva o caso de Bia na justiça.
Ela está processando, elaborando sua condição de louca, seus direitos e semi-inimputabilidade, que não pode fazer o que quiser sem punição. É inteligente e rápida.
A família tem aprendido a cuidar, aos poucos vai criando autonomia, criando seu próprio manejo .Bia finalmente resiste menos a adesão ao tratamento, ao uso da medicação. Está indo ao CAPS, reclama que é longe e nem sempre tem dinheiro para o ônibus. Finalmente tem um diagnóstico definitivo, esquizofrenia. Tenta consegui rBPC. Está na primeira consulta de manutenção. A psiquiatra receita a mesma medicação sabendo que não há a disposição no CAPS. Não há respiridona na rede? Mas há como conseguir como medicação excepcional. A médica não explica e nem receita outro antipsicótico existente. E as duas assistentes sociais existentes no CAPS? Que não orientam, que não se envolvem com o "sujeito". Destroem nosso trabalho de apoio. A mãe aprendeu muito. Descobriu que o sobrinho que mora em Altos usa a mesma medicação. Os comprimidos laranjas e junto a irmã consegue alguns.
Bia não se preocupa, como a maioria dos usuários de inicio de crises, acha que logo deixará a medicação. Está se sentido saudável.
Não ao CAPSCÔMIO!!
!

"Tem horas que uma vida equilibrada pede um chocolate"

O capitalismo é uma fábrica de loucos. Tou dentro. Preciso de umas barrinhas dessas!!!!
Estou meio assim... ou toda desmontada. Ônirica.

domingo, 23 de maio de 2010

23 DE MAIO: FECHAMENTO DO MEDUNA

Será mesmo dessa vez? Está escrito no termo de ajuste e conduta (TAC) de 15 de janeiro de 2010, junto ao Ministério Público que em 23 de maio, data imposta por senhor Raimundo, um dos donos do Sanatório, que encerrariam suas atividades. Desde o TAC de outubro de 2009 que a SESAPI e FMS mantêm as necessidades básicas dos pacientes naquele nosocômio: gêneros alimentícios, materiais médico hospitalar de consumo e material de limpeza.
Quem acompanha o blog sabe que essa história de falência e fechamento do Meduna se arrasta desde abril de 2008, postamos notícias de jornais desde então. As pessoas ainda me perguntam porque o Meduna vai fechar, e sinto o tom acentuado que elas acham que a luta antimanicomial e o movimento da Reforma são responsáveis diretos por isso, embora muitas não saíbam o que são estes movimentos. Só sabem que eu defendo o fechamento do modelo asilar. Respondo e já postei por aqui: o Meduna fecha porque é uma empresa particular e faliu. Por que felizmente com as medidas de ajustamento, exigências do Ministério da Saúde com a progressiva redução de leitos integrais e consequentemente abertura de leitos abertos, semi abertos nos serviços na comunidade (CAPS), leitos psiquiátricos em hospitais gerais, serviços de residências terapêuticas, os empresários da loucura não podem mais ganhar tanto dinheiro com as prisões perpétuas, sob formas de internações intermináveis, com fins "terapêuticos" baseados na exclusão.
As pessoas leigas e outras nem tanto em saúde mental que defendem sua manutenção são aquelas que "naturalizam" a condição de sub humanidade daqueles que ali vivem (embora se afirme não haver moradores), se revezam entre Meduna e suas casas em períodos mínimos que o SUS permita nova internação. Informações que tenho, conversando ontem com funcionário de lá, é que havia ainda 16 pacientes, 6 do SUS e o restante dos convênios. Desde outubro de 2009 toda uma rede foi organizada para enfrentar esta situação. Dois CAPS II foram abertos, um CAPS III que ainda não acolhe à noite, mas está funcionando como CAPS II. O hospital dia do HAA, o ambulatório, os leitos nos hospitais do Satélite, Primavera e Mocambinho.
Infelizmente saúde mental é notícia fria, a grande imprensa ignora completamente, será preciso informar corretamente a população sobre os serviços substitutivos ao Meduna. E se tívessemos um movimento de usuários contundente poderíamos organizar a luta pela melhoria dos mesmos, que todos abertos sob batalhas judiciais encampadas pelo Ministério Público despois de abertos são abandonados a falta de quase tudo. Minha preocupação é com o senso comum, para louco e pobre mesmo, não precisa tanto, cochonete azul de napa para relaxar (dormir no chão), comida de remédio, o resto seja o for se chama de psicoterapia. E pronto.

sábado, 22 de maio de 2010

I SEMINÁRIO ESTADUAL DE SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL e
II SEMINÁRIO UERJ DE SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL.
DIA 02 DE JUNHO DE 2010 - UERJ- RIO DE JANEIRO - RJ
Esse evento é uma expressão coletiva, organizado pelo NEPS - FASSO - UERJ em conjunto com os grupos de ensino, pesquisa e extensão do campo da saúde mental em instituições de ensino públicas de Serviço Social no estado do Rio de Janeiro, UERJ, UFRJ e UFF, com o apoio do CRESS-7ª Região.
Com o temário SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: TRABALHO & FORMAÇÃO PARA UM NOVO MODELO DE CUIDADO EM SAÚDE MENTAL as mesas foram organizadas no sentido de darmos conta dessas questões contemporâneas do campo da saúde mental e atenção psicossocial para o serviço social brasileiro, com destaque para os mini-grupos por eixos.
Nosso objetivo é agenciar os profissionais, estudantes, professores e pesquisadores de serviço social no estado do Rio de Janeiro que estão inseridos nesse campo e que juntos possamos trocar nossas experiências e publicizar nossas questões teórico-metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas para fortalecimento da área de serviço social e saúde mental.
Segue em anexo o folder contendo toda a programação.
Saudações Anti-manicomiais,
-
Prof. Marco José Duarte.
Coordenador do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Saúde Mental e Atenção Psicossocial - NEPS
Supervisor do Centro de Atenção Psicossocial - CAPS da UERJ
Diretor da Faculdade de Serviço Social - FASSO
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Tels e FAX - 0055-21-2334.0291ou
0055-21-2334.0299 Ramais: 206 e 226
Rua São Francisco Xavier, 524, 8º andar, Sala 8020, Bloco D. CEP: 20550-013 Maracanã - Rio de Janeiro (RJ) - Brasil
E-mail: psicossocial.uerj@gmail.com
Blog: saudementalnauerj.blogspot.com
Site: www.fss.uerj.br

Email de Lúcia Rosa e edição extra do INFOATIVO.DEFNET, nº 4414

sexta-feira, 21 de maio de 2010

PROGRAMA PARA MANHÃ DE SÁBADO

WORKSHOP TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE

PROGRAMAÇÃO

9h – Dinâmica de apresentação

9h15min – Política de Práticas Integrativas e Complementares – Prof. Narcizo Chagas/Leidimar Alencar

9h 30min – Saúde Integral - Frei Klaus

10h:15min – Yogaterapia – Larissa Vasques

11h – Biodança – Profa. Ismênia

11h45min – Amigos no Ninho (saúde mental) – Edileuza Lima

12h25min – Encaminhamentos

13h – Dinâmica de encerramento

terça-feira, 18 de maio de 2010

18 DE MAIO: LUTA ANTIMANICOMIAL E CAMILLE CLAUDEL

Manejando os sintomas de uma crise recente, não tive propriamente insônia, mas dificuldades para conciliar o sono. Ouvi música, tirei várias coisas do quarto, troquei lençóis. Realmente algumas coisas poderiam está tirando meu conforto, ou apenas estava ali uma manifestação da mania. Antes, por conta da demora do sono, revi partes de Camille Claudel, que já havia iniciado.Filme francês da década de 80 com Isabelle Adjani e Gérard Depardieu, os atores são soberbos em suas interpretações, a reconstituição de época, figurinos, todos esses detalhes que fazem um bom filme. Vi-o antes do grande surto em 1991, a loucura para mim antes das internações integrais no Meduna e HAA (não me orgulho delas e nem me envergonho, apenas são lembranças dolorosas), era apenas uma "doença" chocante, e aqueles que a tinham me causavam piedade e certo cuidado, poderiam ser perigosos ou incapazes. Senso comum. Revendo o filme vinte anos depois, militante das causas da saúde mental e profissional da área. Penso dolorosamente naquele talento todo e numa prisão perpétua de trinta anos num manicômio.
Penso em mim, como Camille sou fóbica, impressionável, paranóica. Sinto medos, acho que me perseguem, que tem inveja e que querem tirar coisas de mim. Parte realidade, parte manifestação da doença mental, a medicação, a psicoterapia, as terapias complementares, o autoconhecimento dado hoje pela infinidades de informações sobre as doenças mentais, a liberdade de assumir publicamente, não como um condenado caminhando para a forca, mas como alguém que deseja um espaço em meio ao discurso de tolerância forjado pelos movimentos ligados ao gênero e a sexualidade, da diversidade humana. A loucura enquanto condição de exitência, outra forma de viver a sujetividade humana.
Sete da manhã, de atestado médico mais uma vez, a cabeça parece "choca", purgada, o cérebro vai acordando devagar, embora há mais de uma hora esteja fora da cama. Intestino e estômago me incomodam, efeitos colaterais da medicação. Tenho hora marcada para acupuntura, que auxilia muito na redução dos efeitos colaterais. Penso em mim que decidi não me tornar refém dos sintomas, só me incomoda a sensação de invalidez para algumas situações, sala de aula, que gostava muito. Camille se negava a esculpir no hospital. Eu e tantos outros estamos fora dele por conta da luta manicomial, do movimento da reforma psiquiátrica. Sinto-me agente histórico, faço parte dessa luta. Novos loucos protagonistas de uma história que pode dar qualidade de vida, de menor sofrimento a tantos outros recentemente diagnosticados. Manicômios nunca mais! Até aqueles sem muros destruiremos!

sábado, 15 de maio de 2010

II CONFERÊNCIA ESTADUAL DE SAÚDE MENTAL /INTERSETORIAL




Meus sinceros agradecimentos a todos os amigos que manifestaram sua solidariedade a minha ausência. Sintomática há alguns dias, numa mudança de medicação que não deu certo. Entrei num pico de crise. Por recomendação médica precisei me ausentar do front. Agradeço especialmente a Marta Evelin que na sua sensibilidade expôs o trabalho do Ninho de maneira que conquistou simpatias e muitas moedas para nossas latas cofrinhos. Obrigada a todos que colaboraram na aquisição de 195, 3o que pagarão telefonemas e terapias complementares para pessoas cuidadas pelo Ninho. Ao jovem Ailton, estudante de Serviço Social leitor de Lúcia Rosa e Eduardo Mourão Vasconcelos, por sua coragem de superar os depoimentos-sofrimentos e já entender da elaboração de políticas que nos beneficie e defendê-las com bravura. Constrói seu caminho. Parabéns a Isabel de Paula, por segurar cansada, mas com firmeza o "pau da barca" da coordenação geral do evento, que enfrentou tantos tumultos no percuso de sua organização. Que nos sirva de exemplo para que não aconteça mais numa próxima edição. E todos os trabalhadores da última hora, como Rose e outros servidores da SESAPI.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA:Local: Auditório de Enfermagem – UFPI Data: 21 de maio de 2010

Abordagem Sistêmica da Família

PROGRAMAÇÃO

Manhã

8:00 - 8:30h - ABERTURA

Credenciamento

Confecção do Painel sobre Familia

8:30 – 09:30h: Conferência

Conferência: As várias concepções sobre Família-

Alci Marcus Ribeiro Jorge

Coordenadoria Geral de Direitos Humanos e da Juventude

09:30 - 10:00h : Debate

10:00 – 10:15: Intervalo - Coffee Break

10:15 - 11:30h: Conferencia

Priorização da família na política de saúde: A construção da ESF – Ayla Maria Calixto de Carvalho

Supervisora de Atenção básica da FMS

11:30 - 12:00h: Debate

Tarde

14:00 - 14:20h : Acolhimento

14:20 – 15:00h: Conferência

A Abordagem sistêmica da família

Lúcia Cristina dos Santos Rosa – Professora da Universidade Federal do Piauí

15:00 – 15:15 – Debate

15:15 – 15:20 – Intervalo

15:20 – 16:40 Mesa redonda

Instrumentos para abordar a família na ESF (visita domiciliar, genograma, ecomapa)

Margarida

Elaine Monteiro- Enfermeira residente da RMSF/UESPI

Relatos de experiências: a importância da família no cuidado

Ozias e Socorro - Agentes Comunitários de Saúde

16:40 – 17:00 (ou 17:30) Debate e Encerramento com PAINEL (Música “Família” dos Titãs)

Failitadora: Rose Batista – Psicóloga residente da RMSF/UESPI




Email de professora Lúcia Rosa

Interessante evento que nós que trabalhamos com saúde mental deveremos está interessados, debates que nesse momento pós manicomial. Onde fecha-se um hospital psiquiátrico, algumas famílias não são suficientemente estruturadas para dar suporte a um usuário que viva com uma patologia mental severa e persistente. Tenho acompanhado alguns casos de abandono, maus tratos e ameaçado a família de Ministério Público. Mas me fica a dúvida: que penalidades pode passar essa familia que resulte no bem-estar desse usuário?












terça-feira, 11 de maio de 2010

CONQUISTAS

Acabo de receber o relatório final da conferência municipal, ocorrida em 7 e 8 de abril de 2010 em bem acabado impresso livro. Nós da rede de apoio e suporte em saúde mental, Amigo no Ninho, consideramos termos conquistado, apesar da dificuldade iniciais de participação, por não termos ainda um CNPJ (não somos reconhecidos oficialmente) algum espaço. Conseguimos eleger dois delegados, Ailton e Antônia Amorim, usuários do CAPS leste e amiga do Ninho, principalmente termos chamado a atenção de técnicos da FMS para as práticas integrativas e complementares, que sonhamos um dia estarem implantadas na rede, voltadas para saúde mental. Todas nossas propostas foram aprovadas, cito algumas:
  • Garantia que o CAPS saiam de seus muros e passem a exercer atividades na comunidade, incluindo universidades, centros de convivência, associação de moradores, dentre outras instituições.
  • Certificar que, ao liberarem estágios de estudantes de Instituições de ensino nos CAPS, estes cumpram um protocolo pré-estabelecido pela gestão, para estágios que respeitem a singularidade dos serviços;
  • Assegurar que as instituições conveniadas com a gestão do SUS, possam oferecer vagas gratuítas nos cursos de graduação e pós-graduação, para profissionais e usuários dos CAPS;
  • Implantar consultório de ruas para atender moradores de rua, com transtornos mentais e dependentes químicos de álcool e outras drogas;
  • Instalar um CAPS - Mulher para acompanhar com dependência química (álcool e outras drogas) e ideação suicida;
  • Implantar um centro de convivência e cultura infantil, em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação, Casa Zabelê, Fundação Wall Ferraz e Fundação Monsenhor Chaves, para completar a reabilitação psicossocial precoce, para crianças atendidas no CAPS - i;
  • Capacitar permanentemente as equipes dos CAPS e da ESF, incluindo ACS, para prevenção e assistência às pessoas com ideação suicida;
  • Garantir suporte operacional (transporte de usuário) em crise, que a equipe seja treinada para condução de usuários para o hospital geral e CAPS III;
  • Implantar 0800 para facilitar a comunicação entre usuário/familiares e os serviços da rede e direitos humanos;
  • Incentivar os conselhos locais de saúde a criar comissões de saúde mental.

FICHA LIMPA: ÚLTIMOS OBSTÁCULOS

Caros amigos,

Estamos chegando nos momentos finais da Ficha Limpa - a votação é hoje à noite. A boa notícia é que políticos corruptos agora sabem que eles não podem vencer, a Ficha Limpa vai passar! Porém alguns estão investindo em uma última tentativa desesperada de enfraquecer o projeto de lei, introduzindo 9 emendas de última hora.

A pior delas retira crimes ambientais do projeto de lei, permitindo que políticos envolvidos na violação do direito ambiental possam permanecer no poder. Nessas últimas horas até a votação, vamos deixar claro que a população brasileira quer que a Ficha Limpa seja aprovada sem alterações e não iremos aceitar que meses e anos de esforço sejam esquecidos de última hora. Clique para enviar uma mensagem:

http://www.avaaz.org/po/obstaculo_final/?vl

A nossa campanha já é a maior e mais eficiente mobilização online do Brasil. Mas ainda não ganhamos. Alguns deputados estão contando com estes atrasos na votação para ganhar apoio para as emendas. Vamos mostrar que eles estão errados:

http://www.avaaz.org/po/obstaculo_final/?vl

Com esperança,

Graziela, Ricken, Alice, Luis, Pascal, Paul, Iain e toda a equipe Avaaz
Realização

Local: Restaurante Casa de Barro (Pires de Castro, 2184 - Primavera)
Dia 16/05, a partir das 12h
Com Jô Ribeiro e Tio Samba

Workshop Terapias Integrativas e Complementares em Saúde

A Organização Mundial de Saúde - OMS conceitua saúde como o completo bem estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença e enfermidade. Este conceito remete a idéia da saúde como direito humano fundamental.

No Brasil, a VII Conferência Nacional de Saúde ampliou o conceito de saúde agregando aspectos relacionados e resultantes das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, acesso e posse de terra, e acesso a serviços de saúde.

No campo da Promoção da saúde, a Carta de OTAWA (1ª Conferência Internacional de Promoção de Saúde), realizada em 1986 no Canadá, reitera a nova concepção de saúde e acrescenta ainda como condição outros elementos como a paz, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e eqüidade.

Observa-se que o conceito de saúde vem ampliando-se e incorporando diversas dimensões da vida humana. Focar a questão da saúde requer dos profissionais, portanto, a compreensão das percepções e vivências do processo saúde/adoecimento em cada pessoa, em cada contexto, em cada sociedade, o que inclui respostas que transcendem o manejo de práticas essencialmente técnicas e/ou científicas. Tal perspectiva exige a ampliação do foco para dimensões que lidam com mitos e ritos presentes no imaginário coletivo. Tratar o intocável, lidar com elementos que envolvem outras práticas e sensibilidades aponta caminhos aparentemente novos, mas velhos por terem sido experimentados ao longo da história, por ser a saúde uma ocupação vital da existência humana. Neste contexto a OMS preconiza o desenvolvimento de abordagens terapêuticas integrativas e complementares nos processos de promoção, prevenção, tratamento e cura.

No Brasil, o Ministério da Saúde, através das Portarias Nº 971, de 03 de Maio de 2006, e Nº 1.600, de 17 de julho do mesmo ano, estabelece a PNPIC – Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, reconhecendo e fortalecendo as práticas terapêuticas complementares.

OBJETIVOS

· Apresentar as diversas visões sobre o processo saúde/adoecimento e seu enfrentamento ao longo da história nas diferentes culturas;

· Proporcionar aos participantes a oportunidade de conhecer a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares preconizada pelo Ministério da Saúde;

· Divulgar experiências exitosas na operacionalização da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no âmbito Estadual e Municipal;

· Fornecer subsídios ao Poder Público municipal e estadual no Ceará para estruturar e ou aprofundar uma política voltada para as Terapias Integrativas e Complementares em Saúde;

· Proporcionar a troca de experiências e a formação de uma rede de interlocutores para fortalecimento da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares;

TE

TEMÁRIO:

Política de Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

Experiências Êxitosas no âmbito estadual, municipal e privado


Troca de experiências e formação da rede de interlocutores

PÚBLICO

Profissionais de saúde e de demais áreas afins interessados no tema.

DATA

22 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

FORMAÇÃO EM PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Em 2005 fiz formação em Terapia Comunitária, beneficiada por excelente projeto da Dialogus, financiado por recursos do programa de DST/AIDS do ministério da saúde na época. Várias entidades foram beneficiadas, representava a Ãncora. Uma turma de 80 pessoas iniciais, uma diversidade humana fantástica, do grupo Matizes a comunidades terapêuticas evangélicas. Talvez deste grupo umas 60 pessoas tenham terminado sua formação. E estão por aqui, fazendo ou não Terapia Comunitária.
Na nossa experiência no grupo de apoio em saúde mental, o terapeuta comunitário precisa de outras complementares para socorrer na roda aquela pessoa mais fragilizada, mesmo fisicamente. Com esse intuíto estamos divulgando cursos de curta duração, mais a efeito de iniciação, ofertados pela Casa São Domingos Espaço Alternativo. Oferece serviços a preços módicos a comunidade.

Massagem Do in (05 e 12/2010) 25,00
Florais de Bach (03/07/2010) 25,00
Massagem Shiatsu (14 e 21/2010) 30,00
Reflexologia (13 e 20/11/2010) 25,00

O espaço São Domingos fica no Dirceu, Rua Desembargador Berilo Mota,3384
Telefone: 3236-8158

terça-feira, 4 de maio de 2010

ABRAÇANDO O CAPS III




Hoje,( 04 ) aconteceu pela manhã no auditório da FMS reunião de trabalhadores dos quatro CAPS II que temos e a coordenadora Cleonice do CAPS III, que está funcionando ainda como CAPS II sem acolhimento noturno por conta da mudança de gestor e ajustes que ainda passam todos esses novos serviços récem abertos. A coordenadora explanava como será a articulação entre CAPS III e os demais CAPS. Que o acolhimento noturno tem previsto inicialmente apenas seis leitos e que este usuário durante o dia volta ao seu CAPS de origem. Problema é o carro. Até agora a FMS só dispôs de um único veículo que serve a visitas domiciliares e busca ativa a todos os CAPS. Ideal é que cada CAPS tenha seu transporte próprio, sem sirenes ou adesivos que indiquem serviço de saúde psiquiátrico, assim os usuários presentes no conferência municipal se manifestavam. Acham que uma ambulância os expõe e constrangem. Que "ouçam vozes" dos usuários!
Todas presentes foram unânimes quanto a preocupação de abraçar o confecção do CAPS III - centralmente localizado, na avenida Higino Cunha entre a maternidade Dona Evangelina Rosa e Casa Mater Aliança, local arborizado, com uma enorme cajazeira do vizinho com galhas à sua porta e uma alameda de flores até a recepção e um quintalzinho simpático - que este seja mais um espaço de tratamento substitutivo sem vícios manicomiais.
A enfermeira Edileuza Moura, que acompanha a enfermaria de crise instalada no HAA expôs sobre as dificuldades que as equipes récem montadas nos CAPS ainda encontram de entender a dinãmica da desinstitucionalização. Se o usuário chega ao HAA e pertence a um CAPS, este é avisado e espera-se que seu técnico de referência, ou aquele trabalhador que criou vínculos vá visitá-lo, dizer que o espera para o tratamento no CAPS com ele incluído em sua comunidade.
Minha presença na reunião a convite da psicóloga Cleonice, deveu-se a minha insistência com a implementação de um projeto em práticas integrativas e complementares para o usuário que não tem perfil de CAPS, é considerado portador de patologias mentais leves ou tem sintomas estabilizados. Este usuário está no limbo, os ambulatórios não tem nenhuma prática psicossocial, a consulta é apenas medicamentosa e tem vários ambulatórios da rede, que só tem psicólogo. Não sei como são os serviços nesta área.
A reunião foi bastante produtiva, resultando numa agenda mensal de encontros temáticos e um encontro comemorativo do dia 18, da luta antimanicomial, acontecer numa mostra de práticas integrativas no espaço do CAPS III. Torçamos!


sábado, 1 de maio de 2010

A LÓGICA ASILAR ACABOU?

Desde a década de 80, pelo menos o corte de tempo que comecei a acompanhar as produções científicas em saúde mental, o departamento de Ciências Sociais da UFPE, tem vasta produção na área da saúde mental, bem diferente do nosso departamento por aqui, a loucura nunca foi um objeto de pesquisa atrativo para os cientistas sociais piauienses. A maioria, senão as mais relevantes têm ficado a cargo do departamento de Serviço Social, tanto em nível de graduação como pós.
Somente para assinalar interessante material "pescado" na rede, sob responsabilidade de importante nome que usamos por aqui em referências bibliográficas, Artur Perrusi. Bom conferir artigo citado no título deste post em: http://quecazzo.blogspot.com

SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR

Transtorno afetivo Bipolar interfere na produtividade do trabalhador

Estudos mostram que 1% da população tem Transtorno Afetivo Bipolar. Quando se considera como espectro bipolar, ou seja, a possibilidade do diagnóstico, os valores podem subir para 5% a 8%.

De acordo com o psiquiatra Fauze Sadalah Fakhouri, o transtorno afetivo bipolar (TAB) atinge igualmente homens e mulheres, sendo mais frequente entre solteiros ou separados. “Indivíduos acometidos têm maiores taxas de desemprego e estão mais sujeitos a utilizar serviços médicos e ser hospitalizados. A maior taxa de uso de serviços de saúde mental encontrada no grupo de transtornos afetivos foi entre os bipolares, dos quais 60,9% receberam algum tipo de serviço e benefícios previdenciários”, destaca.
Pesquisa feita da Federação Mundial para Saúde Mental avaliou 377 adultos diagnosticados com depressão e 756 médicos, clínicos gerais e psiquiatras do Brasil, Canadá, México, Alemanha e França. E revelou que 64% dos deprimidos relatam ausência no trabalho, uma média de 19 dias perdidos por ano, e 80% têm a produtividade reduzida em torno de 26%.
“A depressão é o problema que causa a maior parte da procura por um psiquiatra, seguida da insônia e do transtorno de ansiedade”, destaca. Por isso, a importância de se buscar ajuda médica e seguir corretamente o tratamento indicado pelo médico especialista.

Veja a notícia completa em Jornal da Manhã de 25/04/2010
http://www;jmonline.com.br/

Acredito que se formos atrás de dados no Brasil possamos encontrar equivalência ou um número até superior, incluindo a síndrome de Bournout, que não é devidamente tratada, principalmente na educação, superlotando os consultórios psiquiátricos de professores e as perícias médicas, deixando salas de aula vazias e sem nenhuma atenção específica tem sido da a questão até agora.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.