terça-feira, 30 de novembro de 2010

AÇÃO DO DIA 01 DE DEZEMBRO / DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS


AÇÃO NA PRAÇA DA BANDEIRA
DE 08:00 ÀS 16:30 HORAS

CANDELAIDS - CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA PEDRO II
DE 17:00 horas; Concentração na Praça Pedro II, com caminhada até o Adro da Igreja São Benedito.
Aos participantes: levar uma vela de n.08 e uma peça de roupa usada;

Venham participar com a gente;
RNP+ / MNCP / FORUM ONG/AIDS
Diretoria colegiada

 

domingo, 28 de novembro de 2010

COISAS DE LOUCA

Em meio a bagunça da reforma da casa ... perdi minha medicação há três dias. Preocupação.

Muitas pessoas ligando ou vindo a minha casa, em crise mental ou com parente, vizinho ou amigo em crise Tenho ligado ou enviado email para os CAPS ou pedido ajuda no HAA. Sinto-me cansada. O grupo que se envolveu na ajuda mútua é pequeno e composto de pessoas um tanto fragilizadas pelos próprios sintomas, pessoas religiosas e sensíveis, mas não são profissionais. Torço bastante para o sucesso do trabalho do CAPS Sudeste que cobre a área que moro. Agradeço a coordenadora Vanusa que me responde email prometendo fazer as visitas domiciliares de severos e persistentes e resistentes a idéia de dirigir-se a um serviço de saúde mental.

Terça-feira, 30 de novembro, na obra Kolping no Dirceu I, fomos convidada para falar sobre saúde mental da população negra e controle social. Será às 10:00 horas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

PROJETO NINHO: PAPAI, MAMÃE, TITIA, CACHORRO...: QUANDO A FAMILIA VAI A LOUCURA!

O Projeto Ninho: Cuidados em Saúde Mental Juvenil- UFPI, coordenado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Criança, adolescentes e Jovens - NUPEC, na pessoa de professora Lila Xavier,  realiza atividade mensal com a temática família, a facilitadora será Magali Sampaio, assistente social, mestranda de Politicas Públicas, contará com a presença de familiares. Espero que não apareçam só as mães, porque  por mais sozinhas que sejam sempre conseguem mobilizar uma rede de apoio mínima, vizinhos, um irmão ou irmã, enteado, sobrinho até o cachorro. É um tema caro para nós: familia pode ser cuidadora ou nosso estressor externo.
Data: 25/11/2010
Local: Sala 558 do anexo - CCHL/UFPI
Horário: 15:00

I Seminário Nacional sobre Aspectos Médicos e Sociais Relacionados ao Uso do Crack

 
I Seminário Nacional sobre Aspectos Médicos e Sociais Relacionados ao Uso do Crack
Dia 25 de novembro (quinta-feira)
A partir das 8h30
Local: Sede do CFM: SGAS 915 lote 72. Brasília – DF
Site oficial: www.enfrenteocrack.org.br
MSN: contato@enfrenteocrack.org.brTwitter: http://twitter.com/enfrenteocrack
 
PROGRAMAÇÃO

MANHÃ

9h Abertura

Roberto Luiz d’Avila – Conselho Federal de Medicina
José Luiz Gomes do Amaral – Associação Médica Brasileira
Cid Célio Jayme Carvalhaes – Federação Nacional dos Médicos
Pedro Gabriel Godinho Delgado – Ministério da Saúde
Alexandre Padilha – Ministério das Relações Institucionais

9h40  Mesa Redonda: Aspectos Técnicos e Éticos
Presidente: Roberto d’Avila
Moderador: Antônio Geraldo da Silva
1. Modelos de Tratamento ao usuário de Crack
   Ronaldo Laranjeira – Instituto Nacional de Políticas sobre
   álcool e drogas – Inpad/CNPQ
2. Abordagens Epidemiológicas
    Ana Cecília Marques – Unifesp
3. Dilemas Éticos e Clínicos na Assistência
    Emmanuel Cavalcanti – Conselho Federal de Medicina
4. Acolhimento, Medicina e Interdisciplinaridade
    Pedro Gabriel Godinho Delgado
    Coordenação Nacional de Saúde Mental - MS

11h20 Debates
TARDE

12h às 14h Intervalo

14h Mesa Redonda: Aspectos Institucionais e Sociais
Presidente: Carlos Vital Tavares Corrêa Lima
Moderador: Márcio Costa Bichara
1. Aspectos Jurídicos
    Dr. José Theodoro Corrêa de Carvalho – 7ª Promotoria de
    Justiça de Entorpecentes/MPDFT
2. Papel Institucional do Estado
    Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte – Secretaria Nacional
    de Políticas sobre Drogas da Presidência da República
   
3. Proposta do MEC para combate ao crack no sistema
    educacional
    Marta Klumb Rabelo – Programa Saúde nas Escolas/MEC 
   
4. Crack – visão da Sociedade
    Rossana Rameh – Secretaria de Saúde do Recife

15h20 Debates

16h Plenária final

18h Encerramento

Fonte: Nathália Siqueira / CFM

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

  • Ato Médico: alerta e mobilização pela não aprovação do projeto
Em reunião com o presidente do Senado, José Sarney, representantes dos médicos pediram nesta quarta-feira, 10 de novembro, que o Projeto de Lei nº 7.703/2006 (PLS 268/2002) conhecido como Ato Médico, passe a tramitar em caráter de urgência, seguindo direto para votação em Plenário. Sarney afirmou que, caso haja consenso entre as lideranças, se esforçará para que o projeto seja votado logo (informações da Agência Senado).
O PL, nos moldes como tramita no Congresso Nacional, fere os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e constitui-se em um retrocesso ao modelo de saúde multiprofissional.

Envie Manifesto pela não aprovação do PL do Ato Médico

23 DE NOVEMBRO: AULA ABERTA DE BIODANÇA

Alô, amig@
Gostaria muito de contar com sua participação na aula aberta (gratuita) de Biodança amanhã (23/11) na Adufpi, das 19:00 às 21:00 horas.
Caso aceite, é importante que me avise  por e-mail sua participação, para que eu possa me programar.
Aproveito e envio esse link de um vídeo formatado por mim.
Desejo a você uma semana de harmonia e alegria
http://www.youtube.com/watch?v=_BWnVJ82Ljo

Com meu abraço

--
 
"As fontes de alegria se encontram no mundo de dentro." (Rubem Alves)
 
Ismênia Reis
Facilitadora e aprendiz de Biodança

sábado, 20 de novembro de 2010

CONSCIÊNCIA DE NEGRITUDE:"Tá doido ou tá massa?"

Nesse 20 de Novembro, aqui no Ninho Palmares uma homenagem singela a Zumbi e a James Brito, músico piauiense, aniversariando hoje. Na foto em show encerrando a quermesse da igreja Nossa Senhora  Aparecida. Ele lá... "Tá doido ou tá massa?". Povo educado, admirando  o talento do artista e olhando de soslaio, afinal, duas doidas de verdade acompanhavam a banda, eu e Beatriz.
James é Amigo Cuidador, já deu uma canja na terapia comunitária, como animador popular. Quando o Ninho tiver dinheiro será o primeiro artista contratado.

NOTA: Há umas três semanas tento sensibilizar repesentantes do movimento negro para inclusão do tema saúde mental da pessoa negra e práticas integrativas e complementares no terreiro nesta semana da consciência negra. Sem resposta. No terreiro como espaço de produção de saúde comunitária, não se discute doença mental e se exclui a pessoa em sofrimento psiquico.

NEWS LOUCA PELA VIDA


Blog de cara nova. Quero deixá-lo mais leve. Mais acolhedor. Política sim, mas sem "perder a ternura". Na primeira foto vemos uma amiga surda internada no HAA. Terapêutica técnica comum no hospital psiquiátrico para louco inquieto, uma solitária. Saiu dia 18 de novembro, alta pedida pela responsável, a coordenadora da Residência Terapêutica de União. Pena, estavámos em plena luta na mobilização da comunidade surda teresinense para que alguém podesse auxiliar os profissionais do HAA e a própria usuária a usar a Língua de Sinais Brasileiras (LIBRAS) e eu mesma estava montando sessões do Método Silvestre de Oralização de Pessoas Surdas, vendo as possibilidades da rede de clínicas otorrinas local tratamentos em exames (audiometria, etc) e possibilidades de uso de aparelho auditivo. A assistente social que estava acompanhando-a já no hospital-dia me falava de sua conhecida presteza, colhendo mangas e deixando para as colegas presas nos pavilhôes. Continuaremos a acompanhar esse processo de reabilitação psicossocial.

Poupando-me o máximo de situações de estresse excessivo e  desnecessários, sai hoje para fazer orçamento de material de construção. Agradeço a Dona Maria e suas filhas, do Depósito de Construções Bonfim, já minhas "cuidadoras" nestas empreitadas. Caminhei, relaxei, escolhi prioridades e delimitei gastos. Feliz!

REDUÇÃO DE LEITOS PSQUIÁTRICOS REALMENTE CAUSAM DESASSISTÊNCIA? INTERNAÇÃO É A SOLUÇÃO?

A pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS) 2009, divulgada nesta sexta-feira (19), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em parceria com o Ministério da Saúde, apontou que o Brasil perdeu mais de 11 mil leitos para internação nos últimos quatro anos. O índice do país ficou em 1,6 leitos por 1.000 habitantes, o que não atinge o recomendado pelo Ministério da Saúde.
Essa realidade não é novidade para a saúde mental. Nos últimos anos ocorreu uma redução drástica no número de leitos para internação psiquiátrica, principalmente por conta da chamada “reforma psiquiátrica” patrocinada pelo Governo. “No caso da saúde mental temos uma característica peculiar. O fechamento de leitos ocorre por motivação ideológica. Sem critérios técnicos decidiram banir a internação do tratamento psiquiátrico. Por isso observamos esse quadro atual de desassistência”, explica Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Em um levantamento de 2007, foi verificado que existiam no Brasil 0,23 leitos psiquiátricos por mil habitantes quando o próprio Ministério da Saúde preconizava 0,45. Para efeito de comparação, na Argentina existiam 0,68. “E a situação continua a piorar, pois o Governo insiste na política de substituir leitos para internação por vagas nos CAPS. Acontece que eles não conseguem construir, e fazer funcionar, pois a maioria não funciona como deveria, essas unidades no mesmo ritmo que fecham os leitos e os CAPS, por sua natureza, não são capazes de atender grande parte dos casos que necessitariam de internação”, analisa o presidente da ABP.
Entre 2001 e 2008 foram fechados 17 mil leitos em hospitais especializados e o processo continua ao ritmo de 2 mil por ano.
Antonio Geraldo cita uma situação bem conhecida para ilustrar o problema. “A incapacidade do Estado em tratar os dependentes em crack, por exemplo, está diretamente relacionada a essa postura ideológica. Como vamos criar vagas se patrocinamos o fechamento de leitos?”, pergunta.
O presidente da ABP, no entanto, admite que existam dificuldades estruturais e de recursos, “como em qualquer área da saúde”, mas ressalta que, em saúde mental, a solução do problema deve obrigatoriamente passar por uma mudança de filosofia. “É fundamental que o Ministério da Saúde se afaste da ideologia e do corporativismo e volte a trabalhar com base em critérios técnicos”, finaliza.

http://www.blogdopaulonunes.com/v3/2010/11/19/falta-de-leitos-para-internacao-e-mais-alarmante-na-saude-mental/
Dificuldades estruturais e de recursos existem sim, em todas as áreas da saúde pública e na saúde mental a solução não é ” os critérios técnicos” mencionados pelo atual presidente da ABP que são a volta dos mega hospícios, com ECT, contenções físicas e químicas pelas medicações, pessoas amontoadas atrás de grades de pavilhões,muita gente pobre (que “critério técnico” a ABP tem para resolver as questões sociais que promovem fatores estressores de manutenção persistente dos sintomas, falando tecnicamente)e ricas que infelismente mesmo pagando, esses critérios técnicos da psiquiatria biológica não resolvem, não curam e não erradicam a loucura.
São duzentos anos de ciência psiquiatrica do modelo defendido pela ABP contra 30 de reforma psiquiátrica, muita gente está fora do hospital vivendo com limitações, mas com autonomia. A dependência química (nova doença psiquiátrica) não se resolverá novamente “numa grande internação”, mas com politicas de saúde em conjunto com politicas sociais, de assistência e acessibilidades a direitos sociais, essa proposta de intersetorialidade das políticas , envolvimento da sociedade civil nos seus mais diversificados segmentos, educação, direitos humanos, movimentos sociais, academia, tidos como atores sociais impulsionadores da criação de um novo lugar social para o louco defendida pela Reforma Psiquiátrica Brasileira é a ideologia combatida pela ABP. Paulo Nunes, tente escrever também sobre aqueles que fazem a atenção psicossocial, nova abordagem do tratamento em saúde mental no Brasil.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A CIÊNCIA DE SIMÃO BACAMARTE: O ALIENISTA

Novo presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) é eleito afirmando que vai defender os psiquiatras e, por consequência, os pacientes da atual política de saúde mental do Ministério da Saúde. “É preciso abolir a ideologia e voltar a planejar a saúde com base na ciência”, diz



O psiquiatra Antonio Geraldo da Silva passou os últimos meses em campanha para se tornar o novo presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Seu principal argumento para conquistar o cargo era que, uma vez eleito, promoveria uma “defesa intransigente da psiquiatria, dos psiquiatras e dos pacientes”. No último dia 26 ganhou as eleições com 2/3 dos votos.


A receptividade a esse discurso se explica pela conclusão dos psiquiatras de que o Ministério da Saúde patrocina uma política de saúde mental contrária aos médicos psiquiatras, à medicina e, por consequência, aos pacientes. “Os responsáveis pela área estão orientados por interesses ideológicos e corporativistas. Para atingir seus objetivos, precisam afastar os critérios técnicos e científicos das decisões, ou seja, se livrar dos médicos”, esclarece o presidente da ABP.


Segundo Antonio Geraldo, com a justificativa de “humanizar o tratamento”, grupos militantes na saúde mental com forte influência no Governo pretendem reclassificar a doença mental como um problema social. “Assim, a condução das políticas de saúde deixa de ser atribuição dos médicos e passa ao controle dos ‘movimentos sociais’. Este é o verdadeiro objetivo”, diz.


Nos últimos anos, de acordo com o presidente da ABP, a coordenação de Saúde mental do Ministério da Saúde vem, por meio de portarias, tentando subtrair da assistência os princípios da Lei 10.216/01, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.


“Esta lei garante, expressamente, ao paciente o direito a ‘ter acesso ao melhor tratamento, consentâneo às suas necessidades’. O melhor tratamento apenas o médico é capaz de indicar e ele pode ser, dependendo do caso, tanto um acompanhamento extra-hospitalar até a internação em um hospital geral com unidade de psiquiatria ou hospital especializado, alguns casos não responsivos a terapia pode ter a necessidade de eletroconvulsoterapia. É o diagnóstico médico que define a intervenção e não ideologias pré-históricas ou a necessidade de alimentar mercados de trabalho. Infelizmente, o conceito de ‘melhor tratamento’ se opõe aos atuais interesses da coordenação de saúde mental do Ministério da Saúde e por isso foi substituído por tratamento ‘humanitário’, como se o tratamento médico não fosse humanizado”, esclarece Antonio Geraldo.


Para promover essa mudança de orientação na assistência, o Ministério da Saúde vem implantando o que denomina “reforma psiquiátrica”, que basicamente prega a extinção dos hospitais especializados e a concentração dos atendimentos nos CAPS. Estratégia que se opõe à Lei 10.216, “É um erro, promovido por má fé e ignorância. Os CAPS são bons instrumentos, mas incapazes de atender a demanda dos pacientes e a complexidade de determinados transtornos. Essas unidades devem estar inseridas dentro de uma rede, que se sucede com promoção de saúde, prevenção de doença, atendimento primário, secundário e terciário. Obviamente que não concordamos (e sempre lutamos contra) com os serviços de má qualidade. Mas, nesses casos, as ferramentas devem receber investimento para melhorar o atendimento e não serem simplesmente fechada sem análise técnica, visando apenas a redução de custos e a condenação de determinados diagnósticos psiquiátricos”, diz Antonio Geraldo.


A postura antimedicina da dita “reforma” pode ser observada nas normas que regulamentam os CAPS, símbolo do movimento. Segundo as regras, essas unidades só poderão funcionar em área física específica e independente que qualquer estrutura hospitalar. “Por que essa determinação? A proximidade com um hospital pode trazer diversos benefícios. Não existe qualquer indicação técnica que sustente o contrário. É um raciocínio dogmático a serviço de interesses estranhos à saúde”, afirma o presidente da ABP.


Entre as funções do CAPS está a oferta de “acolhimento noturno”. “Essa expressão é um eufemismo para internação. Ao dizer que ‘acolhem’, não se obrigam a ter um médico para diagnosticar a necessidade de internação”, explica. "Quem ficaria tranquilo em deixar um filho, durante um surto psicótico, em um serviço sem médicos?", pergunta.


A prioridade para esse tema foi fundamental para Antonio Geraldo se tornar o novo presidente da ABP, e ele não pretende decepcionar os psiquiatras. “Vamos lutar para abolir a ideologia e o corporativismo das políticas públicas e exigir que a saúde volte a ser planejada com base na ciência, conduzida por médicos comprometidos com os conhecimentos técnicos e que tenha como finalidade atender as necessidades do paciente, o que hoje não é o caso. Aqueles que necessitam do serviço público para tratamento próprio ou de familiares sabem muito bem do que estou falando”, finaliza.
Não sei o que é pior, lutar contra os sintomas ou imaginar que existe essa gente. Lutar por nossos direitos sociais, acessibilidade, contra o estigma ou esperar os alienistas com seus atestados de insanidades para todos nós. Esse povo ainda vai reabrir as casas verdes. Politicas públicas de saúde mental são contra médicos ( SEGS Portal Nacional)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

SOCIEDADES SECRETAS, ONGS, ROBINS HOODS, ZORRO E OUTROS HERÓIS

AUTONOMIA

 Acabei hoje da pagar a sexta e última prestação das passagens aéreas para o Rio. Participei do 2º Congresso Brasileiro de Saúde Mental em junho, um evento grandioso e econômico como são algumas coisas promovidas no sul/sudeste do país. Do enfeite das mesas, auditórios, as bolsinhas feias de algodão e nem pense nos buffês servidos por aqui. Fico besta! Fazer? É cultural.
A única ajuda que tive foi de 50.00 reais que meu psiquiatra (não pedi) deu-me para pagar a inscrição. Gastei,  mas foi bom para minha estima e saúde abaladas na confusão da organização da conferência estadual de saúde mental. O congresso precedeu em alguns dias a conferência nacional conquistada (eu assinei abaixo assinado), pelos usuários na marcha à Brasília em 2009. Lutei muito para que as coisas mudassem e os loucos genuinos tivessem chance de participar em Brasília, não deu. Tantos outros normais, nem tão parceiros da luta, foram com passagens e diárias pagas. Fazer? De repente vários dinossauros dos conselhos eram parentes, ex pacientes ou trabalhadores da "colônia".

TAC
Em janeiro de 2010 foi assinado um Termo de Ajuste de Conduta que em sua última cláusula para a prefeitura ,delibera que passe a constar no organograma desta, dentro do prazo de um ano, uma Gerência de Sáude Mental, multiprofissional e comprometida com a atenção psicossocial de qualidade na capital, esperamos nós usuários.
Passamos hoje no Ministério Público para cobrar o que achamos de direito, já que fomos nós que apontamos as dificuldades que a rede tem de  articulação, daí a necessidade de um grupo de técnicos criativos e dinâmicos, otimistas e capazes de sensibilizar gestores que só se desbruçam sobre a questão da dengue e agora a emergência do HUT. Não morremos sangrando, não somos terminais, mas ficamos incapacitados e se não formos cuidados adequadamente, nos tornamos "zumbis" sociais. DESAFIO: Quem me dá um presente que eu serei a assistente social desta gerência? Claro, alguns técnicos não concordarão poque  tem discurso antimanicomial, mas  rejeitam a primeira prática, a da convivência com um colega "diferente", de identidade híbrida. Tenho vínculo, perfil e quero "EMPODERAMENTO" com respeito às minhas limitações impostas pelo transtorno, trabalho protegido mesmo com horário flexível e livre de ambiente de competitividade excessiva. Paraíso! Vou ficar normal, meu povo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

SOPA RÚSTICA, LUTA E ALEGRIA!!!

Ingredientes


Sobras de feijão vermelho cozido
cenoura, beterraba e batata inglesa cozidas e picadas
frango de caldo
macarrão instântaneo
Coentro
Cebola branca

Modo de Preparo

Passe o feijão no liquidificador. Cozinhe o macarrão, escorra e lave com água fria. Separe o  frango do caldo e use pedaços fatiados a mão. Em uma panela aqueça um pouco de margarina e queime raspas de cebola branca, acrecente o feijão, a cenoura, a beterraba e a batata. O caldo do frango, os pedaços fatiados e o macarrão. Como todos os ingredientes já estão cozidos. Deixe ferver por uns cinco minutos, acrescente o coentro e sirva.

A minha sopa deu 2 porções. Mirra comeu com pão. Eu não. Ela disse que estava bom. Que eu soube "fazeu"!!!

Cozinhando para relaxar. Dia de militância intensa. Amanhã tem mais!
O ocaso atrás de uma carnaúba. Tirei essa foto dentro de um carro em movimento. Voltando de Cocal. Bonito. Mas ela lembra-me que gosto de ser louca e livre. Sem preocupações com tantas normas e regras, padrões de comportamento. Só me fantasio de normal para  manter minha sobrevivência laboral. Lembro de uma usuária, presa num quartinho com grades ,com janelas sem forras, não fecha e nem abre, um buraco por onde entra claridade, vento, frio ou chuva ,se auto mutilando e a mãe octogenária sem saber mais a prescriçao do haloperidol, amitril e não lembro mais a medicação antiga. Tentamos com nossa dupla identidade de profissional e usuária militante sensibilizar a equipe do CAPS, com sérios problemas estruturais de âmbito da gestão municipal, a fazer o melhor caminho "clínico" para reabilitação psicossocial daquela moça.

ALEGRIAS DE HOJE
Obrigada a Mônica, assistente social do CAPS norte empenhada na abordagem a Caroline Cruz, com todas as dificuldades que o caso apresenta. A cuidadora Tãnia, informa que ela está menos delirante, se estabilizando a cada dia. Falamos com  o médico que  nos prometeu refazer a medicação. Parece que tem dado certo. A família nunca a procurou, ou qualquer amigo desta, apesar de todos nossos esforços, telefonemas, emails, brigas mesmos com alguns, "nossa equipe invisível"  tem feito a parte dela. Caroline faz sua rede social na vizinhança, que aprende a cuidar dela. Torçamos mais ainda. O Ninho é mulher parindo ou parteira que nunca perdeu um menino. Nunca perdemos um louco. Apenas demora o parto para estabilidade.

domingo, 14 de novembro de 2010

FALANDO EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA...

Email fresquinho da companheira Cláudia Santos de Brasilia.  Gostei foi da bronca dessa pessoa!!!

Que coisa...
O quanto ainda estamos atrasados no assuntos que tange as drogas...
Como pode um congresso  com esse chamado o Crack e outras drogas...
Até quando vamos entoar o coro do CRACK MATA.  Realmente é o crack que mata? É a uso da droga  que mata? Ou sua relação com o usuario? Não sei como podemos avançar nesse assunto se um congresso que, por assim dizer é feito por pessoas que estudam e entende o assunto, faz essa separação, discriminação, e sei mas lá o que. Isso hj em dia já está de tal forma, que os CAPS agora vão ser, CAPS de álcool e outras drogas, e outro CAPS crack. Não estou falando aqui, da questão química da droga, mais na questão social... Vamos esperar esse congresso acabar e ver se na Moção de repúdio ao nome do congresso e a forma como vem trabalhando esse tema. 
Carlos Nobre

DEPENDÊNCIA QUÍMICA FEMININA



Não mato cobra, porque sou ecológica, mas mostro o pau. Nós novamente no Aerolas, como diz Dr. Ralph. As sempre abertas e abençoadas portas na hora da agonia. Amiga do Ninho em crise mental, de uma outra zona da cidade me liga desesperada. Quer a todo custo uma internação no HAA, vou para lá, encontrá-la, perceber o momento da crise, tentar fazer-la mudar de idéia se fosse o caso. E foi. Alcólica e bipolar, havia ingerido um número grande de comprimidos ansiolíticos. Antes tento fazer alguma rede, ligo para a coordenadora do CAPS III, mesmo sabendo do impecilho para internação por conta da usuária não ser referenciada por um CAPS II. Minha amiga faz consultório. 
Mas uma vez me deparo com a complexa intervenção ad. Díficil e dolorosa, minha amiga tem idéia fixa de internação, os plantonistas foram de uma responsabilidade exemplar, não havia vagas em apartamento e nem indicações clínicas para uma internação naquele espaço, preferível que ela fizesse uma desintoxicação nos leitos em hospitais gerais (Hospital da Primavera, Mocambinho, Satélite, Promorar) e seguisse em tratamento aberto, o ideal seria CAPS ad. Eis o problema, a maioria das mulheres com dependência química não frequentam estes serviços especificos para não se denunciarem na comunidade.
Na conferência municipal de saúde, o Ninho, em resposta a Associação das Prostitutas do Piaui (APROSPI), que informa  o crescimento alarmante do uso de álcool e outras drogas entre estas profissionais, elaborou proposta que foi aprovada da instalação de um CAPS - Mulher para companhar dependentes químicas e ideação suicida, outra grande ocorrência entre mulheres na capital. Pena, é que a FMS nas pessoas de seus técnicos em saúde mental não tomem nem conhecimentos das necessidades reais dos usuários. Executam  mal e na marra os pacotes do Ministério da Saúde. No caso da dependência química feminina, Teresina está sem nenhuma cobertura. Bati a rede, não há comunidades terapêuticas voltadas para elas, não vão ao CAPS, não há clínicas particulares de reabilitação nessa área.
Depois de mais de quatro horas para a amiga aceitar voltar para casa. Olha-me grogue ainda. Sentadinha na admissão e pede-me cinco reais para comprar uma cerveja. Eu quase ficava normal! Consegui com o Serviço Social uma ambulância e fui deixá-la em casa, depois do Buenos Aíres.



sábado, 13 de novembro de 2010

ÂNCORA CONVIDA

Convite
 
A Ancora dia 20/11 as 8:30 na sua sede ( Av. João Isidoro França 6786, CSU Poty Velho) fará uma roda de conversa para discutir sobre " O papel da Associação de usuários na rede de assistência a saude mental de Teresina". Convidamos os profissionais dos CAPS de Teresina, usuários e familiares.
 
Sua participação é muito importante para essa discussão.
Email de Marta Evelyn

JURUNA: O ESPIRITO DA FLORESTA

Blog do Zé Carlos - PV

Algumas pessoas do nosso grupo, como eu, Ailton, Biatriz, Socorrinha e outros, uns menos outros mais vamos em conjunto descobrindo os caminhos da automonitoração dos sintomas, ou de convivência possível com eles, sem perder muito da funcionalidade cotidiana. Assim que "mordida" hoje, muito zangada, louco é que nem criança ou bicho que estranha, não quis conversa com muita gente. Coitados dos pedreiros!!! Faço uma pequena reforma em casa.
Resolvi ir sozinha à mostra de cinema e Direitos Humanos na sessão de uma e meia da tarde. Coragem! Muito calor. Vi o filme sobre a luta do cacique Mário Juruna e me emocionei às lágrimas.  Lutava contra a tutela do povo indígena pelo branco, contra o genocídio, pela liberdade, pela divisão justa da terra entre  índios, posseiros e fazendeiros. Também tinha dele apenas a imagem folclorizada do índio com o gravador na mão, como  muita gente ,único índio a chegar ao congresso nacional, eleito deputado federal pelo PDT de Leonel Brizola.Vendo o filme, excelente trabalho de pesquisa  isso mudou.É fantástica a persistência, a coragem e determinação deste homem.
É importante desenvolver o prazer pelo cinema, diverte, acalma, emociona ( na sessão das cinco e meia Ailton,  não conseguiu ver todo o filme, muita emoção, saiu da sala para não psicotisar, segundo ele), outra colega esperava o namorado. Bacana, vários usuários aceitaram o convite do cinema.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ENTROU ÁGUA, AREIA, ETC...

Parte de programação do Festluso 2010 deverá ser cancelada, Governo do Estado Piauí não tem condições de apoiar o evento e sugere que concele todo o evento...
há 23 horas · 

FERIADÃO SEM SINTOMAS, SÓ CULTURA!!!

Bom seria se todos os usuáriosde CAPS ou ambulatório tivessem acesso a transporte gratuíto ou a meia passagem, meia entrada em eventos culturais como os estudantes. Um passe da cor unificada dos ônibus de Teresina, um passe verde. Financiado pelas sobras de campanhas milionárias de candidatos (delírio, sonhar que algum fizesse qualquer tipo de doação deste tipo), empresas que recebessem incentivos fiscais por isso ou o próprio governo, através de projeto de lei de algum parlamentar que um dia se sensibilize com nossas causas. Flora se foi.
Bem, enquanto o passe não vem, vamos assim mesmo. Teresina está cheia de atividades culturais, acadêmicas, shows de regue, semana da consciência negra, movimento gay abalando com vários eventos e especialmente neste feriadão tem A mostra de cinema e direitos humanos e o teatro lusófono. Roupas leves por causa do calor, um visual descolado, seu, único e vamos à diversão. Deixa a loucura sozinha em casa, vendo televisão.

3º FestLuso - Nova Programação - 15 a 21 de Novembro‏

Para saber mais acesse: FESTLUSO

1.   ESPAÇO CULTURAL OSÓRIO JUNIOR
15.novembro – 19h - segunda-feira
SOLENIDADE DE ABERTURA OFICIAL DO FESTIVAL DE TEATRO LUSÓFONO – FESTLUSO - 2010 e ABERTURA DO II ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE POLÍTICAS DE INTERCÂMBIOS NA CPLP.

                     
2.   THEATRO 4 DE SETEMBRO
15.novembro – 20h30 - segunda-feira
RAIMUNDA PINTO, SIM SENHOR- Grupo Harém de Teatro – Teresina-Piauí

16.novembro – 20h30 - terça-feira
A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS – Julio Adrião e Allesandra Vannucci – Rio de Janeiro – Brasil

17.novembro – 20h30 - quarta-feira
O FALAR NON TEN CANCELAS - Cándido Pazó – Galicia – Espanha

18.novembro – 20h30 - quinta-feira
A CAVAQUEIRA DO POSTE – Grupo de Teatro Mutxeco – Maputo – Moçambique

19.novembro – sexta-feira
10h O TAMANHO DA MINHA ALTURA - Cia. Gato Que Ladra – Lisboa – Portugal.
20h30 – NEGRO DE ESTIMAÇÃO – Kleber Lourenço – Recife – Pernambuco – Brasil

20.novembro – sábado
20h30 - HOTEL KOMARCA – Grupo Teatral HenriqueArtes – Luanda – Angola

21.novembro – domingo
20h30 - QUANDO AS MÁQUINAS PARAM – Grupo Harém de Teatro – Teresina – PI – Brasil / Teatro Extremo – Almada – Portugal

3. MUSEU DO PIAUÍ
16.novembro - terça-feira
II Encontro Internacional Sobre Políticas de Intercâmbios na CPLP
10H às 12h30 - Mesa-redonda
I.Formação cruzada: enriquecer com a diversidade.
14:30h às 17h30 - Mesa-redonda
II. Co-produções: juntar forças e diferenças.
17.novembro  - quarta-feira
II Encontro Internacional Sobre Políticas de Intercâmbios na CPLP
10  às 12h30 - Mesa-redonda
III. Festivais de Teatro e Circulação de espetáculos: O encontro como base para o conhecimento
14h30 às  17h30 - Debate
IV Comunidade Artística e Poder Político: fórmulas para o diálogo

20.novembro – 10h – sábado
Encontro de Diretores Lusófonos(Sala Torquato Neto)

3.   TEATRO MUNICIPAL JOÃO II – Dirceu Arcoverde
16.novembro – 18h30 - terça-feira
A BIRRA DO MORTO – Projeto Teatral Odisséia - Luanda – Angola
17.novembro – 18h30 - quarta-feira
SOL SANGUÍNEO –  Grupo Indigente de Teatro– Timon – MA – Brasil
18.novembro – 18h30 - quinta-feira
O FALAR NON TEM CANCELAS - Abrapalabra Creacións Escénicas – Galicia – Espanha
19.novembro – 18h30 - sexta-feira
QUANDO AS MÁQUINAS PARAM – Grupo Harém de Teatro – Teresina – PI – Brasil / Teatro Extremo – Almada – Portugal
20.novembro – 18h30 – sábado
A CAVAQUEIRA DO POSTE - Grupo de Teatro Mutxeco - MaputoMoçambique

4.   TEATRO ESTAÇÃO
15.novembro – 23h - segunda-feira
ÂNGELA – Oficina de Teatro Procópio Ferreira – Teresina – PI - Brasil

16.novembro – 23 h - terça-feira
OS AMANTES – Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo – IC - Ilha de São Vicente – Cabo Verde

17.novembro – 23h - quarta-feira
OS AMANTES – Grupo de Teatro do Centro Cultural Português no Mindêlo - Ilha de São Vicente – Cabo Verde

18.novembro – 23h - quinta-feira
A CASA DE BERNARDA ALBA – Grupo Harém de Teatro – Teresina – Piauí – Brasil

19.novembro – 23h - sexta-feira
A CASA DE BERNARDA ALBA – Grupo Harém de Teatro – Teresina – Piauí – Brasil

20.novembro – 23h – sábado
A CASA DE BERNARDA ALBA – Grupo Harém de Teatro – Teresina – Piauí – Brasil

6. ESPAÇO CULTURAL TRILHOS
·        16.novembro – 00h - terça-feira
Apresentação de publicação Revista  Setepalcos nº 9: O Teatro em Cabo Verde
Shows Musicais  Zaqueu Jonas e Projeto Estação 86
·        20.novembro – 00h – sábado
FESTA DA LUSOFONIA
Show Musical com Validuaté e Jorge Mautner

7.    OFICINAS
16.novembro – terça-feira
09h às 13h - Direção de Atores
Minitrante: Maria João Miguel
Local: Palácio da Música

17.novembro –quarta-feira
09 às 13h - Direção de Atores
Minitrante: Maria João Miguel
Local: Palácio da Música

18.novembro –  quinta-feira
09h às 13h - Direção de Atores
Minitrante: Maria João Miguel
Local: Palácio da Música

14h às 17h - Teatro de Rua
Ministrante: Alexandre Santini
Local: Escola de Teatro Gomes Campos

14h às 17h - Ateliê de Interpretação
Ministrante: Antonio  Barros
Local: Palácio da Música

19.novembro – sexta-feira
14h às 17h - Teatro de Rua
Ministrante: Alexandre Santini
Local: Escola de Teatro Gomes Campos

14h às 17h - Ateliê de Interpretação
Ministrante: Antonio  Barros
Local: Palácio da Música


20.novembro –sábado
09h às 12h – Teatro de Rua
Ministrante: Alexandre Santini
Local: Escola Técnica de Teatro Gomes Campos

14h às 17h - Ateliê de Interpretação
Ministrante: Antonio  Barros
Local: Palácio da Música

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Uma exclusão gritante

A Prefeitura Municipal de Teresina resolveu padronizar as cores do ônibus coletivos de teresina, ficando assim todos verdes. Só que a Prefeitura esqueceu que algumas pessoas tinham como referência tais cores, principalmente os analfabetos, mas não somente só. O motivo para a padronização diz um Secretario Municipal que é para se igualar as grandes metropoles, mas no Rio, São Paulo e outras capitais não é assim e Teresina não é Metropole. Um tapa na cara do cidadão teresinense.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

DIFERENÇA ENTRE O HAA E OS CAPS NO PIAUÍ




Diferença entre HAA e os CAPS no Piaui: O HAA não fecha nunca! É necessário reconhecer o papel do hospital psiquiátrico na rede de saúde mental. Infelizmente, os serviços substitutivos estão sendo abertos, recebem o incentivo, são habilitados, tem boa ou má estrutura física, mas a essência, a atenção psicossocial: clínica ampliada, multiprofissional e seus elementos da reabilitação psicossocial: projetos terapêuticos singularizados e técnico de referência, inserção na comunidade, autonomia, recontratos sociais para os institucionalizados, respeito a subjetividade diferente são constructos teóricos que a maioria dos trabalhadores destes serviços não dominam. Está ficando parecido com o sofrimento do trabalhador em educação, muita gente apenas prestando serviço, por salários pauperizados, se recebe capacitação, depois não fica no serviço. Não há concursos em alguns municípios, e nem regras claras para a função de coordenador. Minha sugestão, é que depois de dois anos do serviço instalado, houvesse como nas escolas do municipio de Teresina, eleição direta, pela comunidade formada de usuários, trabalhadores e familiares, por dois anos apenas, com possibilidade de reeleição. Se fecha em alguns dias, por algum motivo como as escolas, que então copiem mais algumas coisas delas.

NAS FOTOS: CAPS SUDESTE, HOJE A TARDE E CAPS DE COCAL, MEIO DIA DO MÊS DE JUNHO. FECHADOS!!
SE ALGUÉM DESEJAR ME PROCESSAR, PROCESSE! MAS TAMBÉM POSSO PROCESSAR O MUNICÍPIO POR ESTÁ FAZENDO O TRABALHO DE BUSCA ATIVA DE ALGUÉM? ALGUÉM PAGA POR MEU ROSTO ARDER NESSE SOL DE NOVEMBRO A TARDE?




COISA BOA!!!!

CHEGOU A RESPIRIDONA 2 mg


Edileuza
Bom dia!
Tenho o prazer de informar-lhe a chegada da medicação Risperidona 2mg.
e ainda pedir o telefone do CAPS II - SERRA DA CAPIVARA.
Estamos com um processo de um paciente de lá pendente e precisando entrar em contato.
 09.11.10
Atenciosamante
Julia Menezes


Esse email é de Júlia, da Farmárcia dos Excepcionais, uma funcionária pública empenhada em suas funções de servidora e cidadã. Obrigada a ela, Wanieire, Diorgi  Mesquita e todos aqueles que direta e indiretamente ajudaram a resolver a falta desta medicação há quase dois meses.
O Ninho já havia combinado com alguns usuários amanhã, quarta, fazermos uma denúncia no MP sobre a questão. Não foi necessário, nossa cobrança, pressão branda e negociação foram o suficiente porque houve boa vontade e sensibilidade da outra parte.

sábado, 6 de novembro de 2010

HAVIA UM AMBULATÓRIO NO MEIO DO CAMINHO

Texto postado no blog Paciente Psiquiátrico, onde Ezequiel A. C., usuário ,relata o cotidiano de dificuldades enfrentados pelos usuários de CAPS no município do Rio de Janeiro. Terceirização que atrasa salários, falta de alimentos. Aqui em Teresina, não tem usuário que tenha coragem de dizer, denunciar. Não sou paciente de CAPS, não tenho perfil. Soube que no CAPS leste faltou alimentação. Será verdade? E nos outros? O município de Teresina também tem uma dívida social grande em relação a saúde mental. Todos os CAPS com excessão do CAPS ad e CAPS i ( meu desgosto absoluto!) foram abertos sob judicialização. Apesar de reconhecido esforço de alguns técnicos, os gestores estão sempre voltados para as endemias agudas. Volta e meia falam de álcool e drogas, mas com visão de mandar para internação em hospital ou comunidade terapêutica. Há muito a fazer!


SOBREVIVENTES E AUTONÔMOS!!!

Sobreviventes é o que somos,  nós ex pacientes do manicômio e usuários da atenção psicossocial. Respeito a nossa diferença, a diversidade, a uma outra forma de viver a subjetividade humana. São questões que algumas equipes de CAPS ainda não aprenderam. Se no hospital éramos somente loucos, sem fala, sem razão, assexuados ou vistos como pessoas de sexualidade sempre exarcebada, ninguéns, não pessoas humanas, mas no caos havia e há uma certa ordem, sabíamos sempre o que poderia nos acontecer.
Animais de zoológico bem ou mal tratados, mas o centro das atenções. Acredito que no hospital em crise aguda o pessoal tira a roupa mais porque no fundo sabe que naquele espaço, a regra é a do louco. Não é preciso respeitar as regras sociais. Eu tirava muito a roupa e tomava muito banho, dançava sem música ou cantava com outras mulheres, girando, girando, não sei porquê. Depois os coqueteis psi começam a fazer efeito e o corpo não responde mais sua vontade. Você só chora e tenta fugir sem parar e começa a ver as coisas pela metade. Agora estamos estabilizados. O cuidado é para a autonomia. Estranhamos, ao sair da crise aguda, perdemos o perfil de usuário de CAPS e somos "desovados" na rede, um ambulatório, com um outro médico, outra médica, pessoas estranhas, que repetem a medicação e aceitam nosso diagnóstico sem questionar. Tem sido um problema, essa obrigatoriedade do usuário deixar o serviço para dar vaga aos constantes casos "severos e persistentes". Essa autonomia é sem independência  porque não é voluntária e autoconstruída. E os tais dos vínculos tão pregados nos cursos de formação sobre clínica ampliada. Só não é paradoxal, porque essa rede deveria ser mais estreita entre si, saúde básica (ESF) e saúde mental mais juntas. É apenas mais um erro a ser corrigido, o novo e criativo a ser inventado de fato. Achei interessante um CAPS de Teresina, (CAPS sul) chamar de "desmame" o desligamento de um grupo de usuários, eles estavam organizando um encontro entre estes usuários e o pessoal do posto de saúde, incluindo o psiquiatra, antes de deixarem o serviço.
Se a fuga no hospital era (é)  a forma maior de expressão de subjetividade rebelde, no CAPS queremos nos expressar através da arte, do acesso a informática, não queremos sermos mais loucos babão, queremos medicação atípica que não impregna, não queremos sermos louquinhos inteligentes e do "sistema", desafiamos os técnicos hoje e não vamos mais para a contenção. Com todas as mazelas infelizmente já instaladas em alguns  serviços, mas essas liberdades que nos foram dadas fazem de nós pessoas com subjetividades novas e sem saber ainda como lidar. Pássaro que tem que reaprender a comer sozinho na natureza, fora da gaiola. Do outro lado o técnico também tem uma subjetividade em transição, o de não saber lidar com esse novo "paciente", que o seu espaço de trabalho de saúde, não tem mais como no hopital a obrigatoriedade das normas e rotinas, podem se desfazer do jaleco. O CAPS precisa parecer mais com uma escola motivadora, "espaços de invenção de subjetividades" no dizer de Paulo Amarante. Espaço de psicoeducação, de sócioeducação coletivamente, na aliança terapêutica dos vínculos, construídas. Autonomia com uma doce independência de podermos voltar e tomar um cafezinho, participar de umas oficinas terpêuticas, para "despistar" chegada de crise.
Trabalhador e usuário conscientizado politicamente continuarão a manter embates, são relações de exercicio dos micro poderes. Não há ilusões, os usuários precisam está do mesmo lado, da defesa intransigente dos direitos a nós negados de exercer nossas subjetividades. Movimento social este que precisa ter uma proposta de convivência humana mais solidária. Nós loucos podemos fazer uma sociedade melhor. Mandei?





PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.