sábado, 27 de outubro de 2012

NINHADAS

China adota nova lei de saúde mental, parece-me com todo aquele babá de proteção aos direitos, mas se "precisar", se o louco estiver demonstrando risco a si e aos outros, principalmente ao "empregador" desce direto para o hospital. Louco na China também trabalha? Ou enlouquece para dar conta da produção?


Da China para Teresina

Candidatos a prefeitura falam de melhorias em todas as áreas da saúde, são tantos serviços e hospitais a serem inaugurados se forem eleitos que imaginamos o paraiso no SUS na próxima prefeitura. Só não se fala de doença mental, milhares de pessoas tratadas nos ambulatórios (ruins) municipais e CAPS são totalmente ignoradas. Um deles promete uma rede de ambulatórios com várias especialidades, menos psiquiatria e num panfleto a última promessa na área da saúde, mal elaboradamente diz que implementará os CAPS, não diz como. Imagino que ele e assessores nem saibam do que falam. Até porque apesar da luta desde 2010 para implementação de uma gerência de saúde mental na FMS, decretada por um acordo com o MP em janeiro daquele ano, até hoje se aguarda segundo a promotoria de saúde, que seja votado na câmara de vereadores a mudança no organograma da fundação. Quem se interessa?


Caps sudeste continua sem psiquiatra pela manhã. Quem leu Psiquiatria sem Hospicio,  livro  que traz uma coletânia de textos que fazem parte de um ideário de Reforma Psiquiárica, elaborados na década de 90, nós que pesquisamos e escrevemos sobre os CAPS na década de 2000, precisamente em 2005 quando começavam a serem instalados no meio norte, dá um profundo sentimento de desilusão quando percebemos certa "burocratização" excessiva e as práticas manicomiais se repetindo em alguns serviços: ociosidade dos usuários, falta completa de iniciativas de inserção social pela geração de emprego e renda, luta por trabalho protegido para os reabilitados, por ambulatórios que os recebam com acolhimento  e segurança para não recaídas e etc e etc. Cadê a cara expressão: reinvenção de vidas?
Gosto de lembrar para alguns jovens concursados (que temos que engolir, com aquela panca de meritocratas) que o emprego deles, os serviços da reforma foram inventados, garantidos por um grupo de pessoas, técnicos, familiares e usuários que foram a luta nos finais da década de 70, denunciando, alguns até perderam seus empregos para garantir o direito de melhor tratamento para pessoas com transtornos mentais.


Visitando um paciente no hospital geral do Buenos Aires, percebi o quanto estes nosocômios ainda não estão preparados para receber PESSOAS com transtornos mentais. O rapaz com um problema clínico no reto, contido de forma crucificada, sem poder sequer mexer as nádegas. Medicação: Diazepan me informa a técnico de enfermagem, que este era calmo, apenas queria andar pelo hospital??? Se estava amarrado então, me interroguei se o preconceito e a discriminação não decretava a "intervenção clínica" da contenção, a fim de que não arrancasse os soros e curativos dos demais pacientes?


Fui proferir palestra beneficiente, numa faculdade de Serviço Social ( muitas alunas barulhentas, tive que dar aula mesmo, passei uns dois dias doente ), conseguimos um convênio com esta faculdade. Fiquei tão feliz, meu tempo é bastante reduzido para fazer, deixar e cobrar oficios nas instituições, pois ainda lutamos por uma sede, além do emprego, habitação, atendimento a crise. Apresentou-se uma moça promissora. Sumiu, depois de ver que o Ninho "subjetivamente" tem muito trabalho nese nível, que é o da articulação de redes intersetoriais em saúde mental, tema da palestra. Continuamos com vagas abertas.


Significativo número de suicidios nos últimos dois meses. Tragédias familiares dolorosas. Quando teremos um serviço de apoio aos sobreviventes de tentativas, aos familiares, a prevenção cientificamente orientada?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"DEPRESSÃO: UMA CRISE GLOBAL"

Washington – Ampliar o entendimento global sobre as doenças mentais é o objetivo do Dia Mundial da Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde em 10 de outubro e a Semana Nacional de Conscientização sobre a Saúde Mental, de 7 a 13 de outubro nos Estados Unidos.
O foco da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2012 é “Depressão: Uma Crise Global”, promovendo uma maior abertura para os temas de saúde mental e mais investimentos nos serviços de prevenção e tratamento.
O consórcio de organizações que estudam a saúde mental estima que cerca de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão, o que os especialistas dizem que é uma doença real do cérebro, não somente uma questão de mau humor ou de mau dia. Uma pesquisa internacional sobre a saúde mental no mundo, lançada em 2008, constatou que cerca de uma em cada 20 pessoas, de diversas nações, relatou um episódio de depressão no ano anterior à entrevista.
Perda de interesse ou prazer, diminuição de energia, sentimentos de culpa e baixa autoestima são todos sintomas de depressão e podem levar ao suicídio. A OMS informa que um milhão de pessoas tiram suas próprias vidas a cada ano – ou seja, cerca de 3 mil mortes por dia. Para cada suicídio bem sucedido, outras 20 pessoas podem tentá-lo.
A depressão é considerada uma das principais causas de incapacitação para a população em geral, mas ocorre a uma taxa 50% maior em mulheres do que em homens. Para as mulheres de países desenvolvidos e em desenvolvimento, a depressão é a única causa da maioria das deficiências, informa a OMS.
Tratamentos envolvendo medicamentos, psicoterapia e apoio psicossocial são eficazes para muitos pacientes, mas 50% das pessoas que precisam de tratamento não o obtêm, de acordo com a pesquisa. Em alguns países em desenvolvimento, o número é ainda menor, com apenas 10% recebendo ajuda e apoio para superar essa deficiência.
No mundo em desenvolvimento, o acesso ao cuidado apropriado é um obstáculo para o tratamento, porque há um quadro muito pequeno de profissionais de saúde mental em muitos países. Um informativo da OMS nota que alguns países podem ter apenas um único psiquiatra.
O estigma e o medo de ser marginalizado por causa de um transtorno mental também podem impedir um indivíduo de buscar assistência, mesmo em países desenvolvidos. O informativo da OMS relata pesquisas médicas que mostram que em um país europeu apenas 14% das pessoas buscam tratamento para a depressão no primeiro ano de um episódio.
Mas há progresso. A OMS relata que um esforço para oferecer psicoterapia de grupo na zona rural de Uganda ajudou substancialmente a reduzir os sintomas em mais de 340 homens e mulheres que participaram.
No Chile, cerca de 240 mulheres que sofrem de depressão grave participaram de um programa terapêutico no qual receberam assistência psicossocial com acompanhamento e tratamento de toxicodependência. O maior nível de assistência nesse grupo proporcionou uma melhoria de 70% em contraste com os progressos realizados por um grupo-controle que recebeu apenas a assistência padrão.
Nos Estados Unidos, a Aliança Nacional para a Doença Mental (Nami) observa uma semana de conscientização na primeira semana inteira de outubro por determinação de um ato do Congresso aprovado em 1990. A Nami relata que um em quatro adultos nos EUA experimenta um problema de saúde mental todos os anos. Um em 17 vive com uma enfermidade séria e crônica.
O Dia Nacional de Orações para a Recuperação e Entendimento de Enfermidades Mentais ocorrerá em 9 de outubro. O Dia Nacional de Diagnóstico de Depressão, durante o qual muitos profissionais da medicina nos Estados Unidos oferecem programas educacionais e de diagnóstico grátis, ocorrerá no dia 11 de outubro.
A Nami identifica-se como a maior organização de saúde mental dos EUA, trabalhando para construir uma vida melhor para os americanos afetados pela doença mental por meio da defesa de acesso a serviços, tratamento, apoio e pesquisa.

IIP DIGITAL

domingo, 14 de outubro de 2012

MARAVILHOSO MUNDO DE BOB

Hoje é comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental. O tema deste ano alerta para os males causados pela depressão. A doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta 350 milhões de pessoas de todas as idades. Para lembrar a importância da data, a Secretaria de Estado da Saúde vem realizando várias atividades durante toda a semana.
Desde o inicio do mês, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), através da Gerência de Saúde Mental, vem mobilizando os municípios do Estado que possuem Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) a desenvolverem ações.
Em Teresina, por exemplo, foi realizado nesta quarta-feira (09), o I Fórum sobre a Implantação da Rede Estadual de Atenção Psicossocial (Raps).  “As Residências Terapêuticas, associações e Caps de vários municípios participaram do evento trazendo suas experiências. Os serviços oferecidos têm surtido efeitos positivos, tanto no aspecto da melhora no acesso, como na recuperação parcial e total de dezenas de pacientes”, afirma Deusa Fernandes, Gerente de Saúde Mental da Sesapi.
A abertura do evento foi marcada por depoimentos emocionantes de profissionais e usuários. A paciente Lédia, de 45 anos, comoveu os participantes. Depois de viver 12 anos acorrentada pela família por conta de transtornos mentais, ela foi submetida a tratamento na ResidênciaTerapêutica do bairro Memorare obtendo resultados satisfatórios.
“Adoro meus amigos da residência, me tratam muito bem. Hoje estou feliz por está com vocês nesse evento”, afirmou. As Residências Terapêuticas são conveniadas pela Sesapi e, de acordo com o Ministério da Saúde, podem atender até oito pacientes.
“Estes pontos residências são apenas um das dezenas de serviços que estamos desenvolvendo em Teresina e no interior. Outras cidades se destacam com Floriano que já possui o CAPS-Ad-III, que funciona em regime de 24h. Queremos expandir através da implantação da Raps todos estes serviços.”, enfatiza Deusa Fernandes.
Segundo a apoiadora do Ministério da Saúde, Paula Guerra, a Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/01, busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. “O modelo brasileiro conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como, os CAPS - os Serviços Residenciais Terapêuticos, os Centros de Convivência, mas para isso é preciso o apoio condicional dos municípios, deixando de lado as questões partidárias e mostrando que o que vale é dar qualidade de vida a população”, destaca.
Pelo interior do Piauí merecem destaque os Caps de Água Branca, Floriano e São João do Piauí. A coordenadora do Caps de São João do Piaui, Livia Rocha mostrous experiências exitosas no fórum. “Um homem que foi excluído pelos pais, se entregou ao mundo das drogas e do álcool e de repente se descobre com um talento voltado para as artes plásticas, mostra que quando se tem estrutura e profissionais qualificados é possível recuperar essas pessoas”, disse a psicóloga que finalizou sua apresentação mostrando telas pintadas pelo paciente.
Várias atividades também foram desenvolvidas por associações com o apoio da Sesapi no I Ciclo de Palestras sobre Saúde Mental. O evento acontece até hoje no Cine Teatro da Assembléia Legislativa.
A décima edição do Saúde Mental em Dados, um levantamento do Ministério da Saúde sobre a Rede de Atenção Psicossocial no Brasil, mostra o Piauí como o sexto estado com melhor cobertura de CAPs. O estado saiu da média de 0,03 em 2002 para 0,91 em 2011. Apenas a Paraíba (1,27),
Sergipe (1,16), Rio Grande do Sul (1,07), Ceará (0,95) e Rio Grande do Norte (0,92) obtiveram desempenho superior.  A cobertura assistencial do país chegou a 0,72 CAPS por 100.000 habitantes.
10 de Outubro
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 450 milhões de pessoas são atualmente afetadas por desordens mentais e neurológicas, sendo que milhões nunca buscarão ou receberão tratamento. Transtornos mentais são reais, diagnosticáveis, comuns e universais. Se não tratados, podem produzir sofrimento e graves limitações nos indivíduos, além de perdas econômicas e sociais.

Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi)
Assessoria de Comunicação
www.saude.pi.gov.br
(86) 3216-3610 / 8802-9604 / 8851-2074

CONASS

MAIS MARAVILHAS...

A terça-feira (09) foi de futebol entre os pacientes do Hospital Areolino de Abreu. A unidade de saúde está realizando desde ontem, uma série de atividades alusivas ao Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado em 10 de outubro.

“É uma forma de mostrar que eles podem e devem se divertir e praticar esporte como qualquer pessoa”, diz Carlos Alberto, supervisor de Terapia Ocupacional do HAA, ressaltando ainda a exposição de telas e artesanatos produzidos pelos pacientes que também acontece no hospital.

Nesta quarta-feira, 10, Dia Mundial da Saúde Mental, o HAA promove a palestra “Cuidando do Cuidador” com o médico psiquiatra, Francisco de Assis Rocha.
“No encerramento teremos apresentação artística e premiação para equipe vencedora do torneio de futsal. Familiares, funcionários e colaboradores, toda a sociedade está convidada a participar”, convida a diretora do HAA, Maria das Graças.
Foto: Carlos Alberto/HAA

sábado, 13 de outubro de 2012

MÕNICA DAS RUAS



Essa moça aparenta uns vinte anos ou mais ou menos. Tem olhos verdes, parece que não fala, até hoje só consegui lhe tirar alguns sons guturais. Pesquisando entre os vizinhos das ruas por onde remexe o lixo, me disseram que se chama Mônica e deve morar num bairro vizinho ao meu. Tem fixação por livros, revistas velhas e cartelas do Piaui CAP vencidas.
Algumas pessoas a alimentam, quando contrariada "geme" alto e bate a cabeça em paredes ou muros. Como Deus não me poupa nesta questão da loucura: sempre vejo Mônica, quando saio de manhã, ou estou voltando do trabalho, de alguma intervenção, etc. Ela está na rua desde às sete da manhã. Acho que tem familia porque troca de roupa. Também cogito que tenha mais que transtorno mental, mas que tenha algum grau de retardo, pela expressão dos olhos e suas reações naturais quando a chamamos pelo nome,  não responde e sempre foge.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

NINHO DE CUCOS: DIA MUNDIAL DA LOUCURA!

Quinta-feira é minha folga no trabalho, justificada pela ida às terapias naturistas. Hoje especialmente levei comigo. Ambas "amolecemos", ela por três meses de medicação, três vezes ao dia, está usando agora o coquetel psi: respiridona, carbolitium e diazepan. Seus bracinhos rígidos denunciam rápido sua condição. A medicação a desligou, de logorrêica a monossilábica, de agitada a catatônica. A antes independente, eufórica jovenzinha que mexia com quem passasse, agora segura minha mão, com coordenação motora robotizada, parece não perceber os outros. Eu também não. Vamos as duas sentadas de mãos dadas no ônibus. Uso uma camiseta que Deusinha Alcântara da gerência de saúde mental do Estado me deu ontem. Não me importo com a marca repulsiva do governo gravada atrás, nem a frase do Dalai Lama,  abaixo da figura de um quebra-cabeças que forma um rosto humano. Uma arte bem colorida numa leve camiseta branca, talvez as cores e o carinho de Deusinha tenham feito usá-la de manhã e a tarde de hoje. Crítica, prefereria uma frase do Paulo Amarante, do Carrano, de um usuário anônimo sobre um evento sobre redes psicossociais. Mas amoleci, já não me importo se a gerente de saúde mental é uma sobrinha da afastada Leda Trindade, moça de 24 anos, somente com ensino médio, estudante de medicina, que me diz faltar ao trabalho por está de plantão na Evangelina Rosa ou que me digam que a FMS está promovendo um seminário, curso ou não sei bem o quê sobre suicídio: espero que saia a implantação de algum serviço efetivo de prevenção. Não me importo mais com o que nossos gestores façam, somos abandonados institucionalmente. Seguro firme a mão de até o espaço das práticas integrativas, finalmente aceitou pela primeira vez a acupuntura auricular. Pegamos mais um floral, pedimos para colocar na conta e vamos  ao centro espirita André Luiz, dormiu que roncou, uns quarenta minutos durante a transmissão de bionergia ( passe). Voltamos para casa. Esta noite foi dormir na casa da tia ( dormiu umas três noites na minha casa), tudo parece tranquilo. Toda rede que a embala, balança suavemente e o bichinho da maçã da loucura parece já querer adormecer dentro da pequena, ainda magra jovem de dezenove anos. Choveu hoje a noite, daqui a minutos será dia das crianças e de Nossa Senhora Aparecida. Vou à procissão, não resisto ao apelo da gente com velas acesas entoando cantos, só não  assisto a missa, ritual longo, não tenho paciência.
Releio Estranho no Ninho, justamente a parte que os pacientes conseguem chegar até o mar. Sinto-me um tanto McMurphy, o protagonista, confesso que sinto medo do amolecimento.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

VERBA PARA TOCAR UM PROJETO DE PREVENÇÃO: CADÊ?

Piauí receberá cerca de R$ 10 milhões para o combate ao crack
O governador Wilson Martins (PSB) e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinarão na tarde desta quinta-feira a adesão do Piauí ao Plano Crack, é Possível Vencer, do governo federal.
O Piauí deverá receber cerca de R$ 10 milhões para a execução do plano.
Com o pacto, começam e são fortalecidas ações para aumentar a oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários de drogas, para enfrentar o tráfico e as organizações criminosas e para ampliar atividades de prevenção. Serão investidos no Estado recursos do Ministério da Saúde, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Ministério da Justiça.
Lançado no dia 7 de dezembro de 2011 pela presidenta Dilma Rousseff e os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, o programa prevê um investimento de R$ 4 bilhões da União e articulação com estados, Distrito Federal e municípios, além da participação da sociedade civil.
Participam ainda da reunião representantes da Prefeitura de Teresina.
A reunião tem inicio às 8h30, ao final dos trabalhos deve acontecer a pactuação do plano “Crack, é possível vencer”, com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com o governador Wilson Martins e com o prefeito da capital, Elmano Férrer (PTB).
Estados como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espirito Santo e Acre já aderiram ao programa.
A diretora de Vigilância e Atenção à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Telma Evangelista, afirmou que alguns recursos serão discutidos com o governador Wilson Martins e o ministro Alexandre Padilha.
Ela afirmou que com a adesão, o Piauí poderá nos próximos dois anos ter 200 leitos para atendimento aos usuários de drogas, em especial o crack. As vagas serão possíveis por meio da abertura leitos em enfermarias especializadas; construção de três centros novos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS) 24 horas, sendo um em Teresina, um em Parnaíba e um em Floriano. e uma Unidade de Acolhimento Infanto Juvenil.
As Unidades de Acolhimento Infanto Juvenil só podem ser criadas em cidades com população a partir dos 100 mil habitantes e 2 mil crianças em vício. Telma Evangelista diz que as cidades que atendem esses critérios no Piauí são Teresina e Parnaíba.
Será criada um residência terapêutica na Colônia Agrícola Major César de Oliveira, em Altos (42 km de Teresina) porque lá estão detidos várias pessoas com transtornos mentai.
Telma Evangelista informou que será criado um Centro de Referência Feminino em Teresina, que não existe, para tratamento de mulheres dependentes químicas.
“É importante que a rede de Saúde acolha sem preconceito, acolha o dependente e seus familiares e ajude o dependente a reconstruir seu projeto de vida”, destacou Padilha.
A iniciativa tem o objetivo de aumentar a oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários drogas, enfrentar o tráfico e as organizações criminosas e ampliar atividades de prevenção.
Na área da saúde, o plano prevê a estruturação da rede de cuidados Conte Com a Gente, que auxiliará os usuários e seus familiares na construção de projetos terapêuticos, em parceria com a Rede SUAS – Sistema Único de Assistência Social, atuando na reinserção social dos usuários. A rede de cuidado é composta de equipamentos de saúde distintos, para atender os usuários em situações diferentes.
Uma das novidades do plano é a criação de enfermarias especializadas nos hospitais gerais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Serão criados consultórios na rua, que farão atendimento volante. Cada consultório terá equipes de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que atuarão de forma integrada com as equipes de Abordagem Social.
Já os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPSad) passarão a funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana. O atendimento será reforçado também pela criação de unidades de acolhimento, adulto e infanto-juvenil, que ofertarão cuidados para garantia da integralidade da atenção psicossocial.
O Crack, é possível vencer contempla também a ampliação dos repasses do Ministério para as instituições da sociedade civil que fazem atendimento aos usuários e seus familiares, desde que cumpram critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e assegurem um ambiente adequado, que respeite a integridade dos direitos humanos dos usuários e de seus familiares.
O senador Wellington Dias (PT) foi convidado a participar de uma reunião com a equipe do governo federal para tratar do Programa de
Políticas sobre Drogas. No encontro com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha,, em Brasília,
Wellington apresentou sugestões para reduzir a burocracia que está atrapalhando os objetivos da Política sobre Drogas.
“Boa parte das sugestões apresentadas pelo senador Wellington Dias foram incluídas na reformulação da Política sobre Drogas do governo
federal, como a criação de uma unidade tipicamente de saúde para internação prolongada do dependente químico”, explicou o ministro da
Saúde.
A unidade de saúde atenderá os dependentes, com áreas de acolhimento e tratamento do vício funcionando com o apoio de uma equipe integrada formada por vários profissionais de saúde, educação e assistência social com qualificação na área do dependente químico. Essas unidades funcionarão como uma parceria entre o setor público – o governo federal financiará 80% dos custos – sendo 20% por conta dos
municípios, Estados ou setor privado.
“O objetivo é a desintoxicação, o tratamento psiquiátrico, psicológico, além da parte física. Após isso, os pacientes devem ser
encaminhados para comunidades terapêuticas para a reinserção social”, falou Wellington Dias.


Relembrando desta notícia do mês de julho. Cadê o dinheiro? Cadê os serviços ads de qualidade? Com implantação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), os CAPS ads serão mais valoarizados que as CTs?

AVAPE: TRABALHO PARA PESSOAS COM TRANSTORNOS MENTAIS

A Ação Social Arquidiocesana (ASA), por meio da Associação para Valorização da Pessoa com Deficiência (AVAPE) está com vagas de emprego abertas nesta segunda-feira (17). As oportunidades são destinadas a pessoas com deficiência, para os cargos de Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Serviços de Gerais e Telemarketing. Para concorrer, os interessados devem comparecer a instituição, localizada no Centro Pastoral Paulo VI, Avenida Frei Serafim nº 3200 – centro. Mais informações no email avape.asa@hotmail.com ou telefone (86) 2106-1852.

Mais uma barreira para ser quebrada, já que as leis de incentivo ao emprego para pessoas com deficiência não consideram as pessoas com transtornos mentais e a AVAPE tem levado isto ao pé da letra. Posto aqui para que profissionais de CAPS que me procuram para entendimento sobre a inclusão de seus reabilitados no mercado de trabalho possam está encaminhando estes usuários e buscando sensibilizar a entidade sobre a funcionalidade da pessoa que vive com transtorno mental, que ela é capaz de executar quaisquer trabalho se não estiver em crise.

domingo, 7 de outubro de 2012

I SEMANA DE SOLIDARIEDADE EM SAÚDE MENTAL:08 A 13 DE OUTUBRO


Alimente um louco de rua, auxilie uma familia com pessoa com transtorno mental em casa, visite um CAPS, o Hospital Areolino de Abreu ( em ambos, procure o Serviço Social e informe-se), doe kits de higiene, roupas, material de construção, muitas familias precisam e especialmente dê uma oportunidade de emprego em sua empresa a uma destas pessoas reabilitadas psicossocialmente.

GRANDE EVENTO

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

LOUCO VOTA E A FAMILIA TAMBÉM!!!

Este ano acontece mais uma eleição para prefeito e vereadores. Mais de 500 candidatos às 29 vagas na câmara. Tenho mais de vinte amigos pessoais concorrendo a estas vagas, aqueles que tive oportunidade de conversar, nenhum tem nenhuma proposta para melhoria da qualidade dos serviços médicos psicossociais ofertados no municipio. Os que me procuraram (dois apenas) queriam sugestões,  nada entendiam ou sabiam das necessidades da comunidade que vive com trantorno mental na cidade.
Até domingo, investigue se seu candidato tem alguma proposta na área. Duvido.
Temos muitas necessidades imediatas, estive hoje no Ministério Público denunciando a falta de um psiquiatra pela manhã no CAPS sudeste (PA Nº 2012/49), fato que já ocorre há três meses.
Não temos ambulatórios municipais organizados de modo que se oferte mais que a consulta psiquiátrica de manutenção, falta o psicólogo para psicoterapia, falta a oferta da prática integrativa e complementar.
Não temos centro de convivência e cultura ou que eu saíba algum programa de geração de emprego e renda, propostos pelo movimento da Reforma Psiquiátrica, mas um panfleto mentiroso da Gerência de Ações Programáticas/ saúde mental álcool e outras drogas (FMS) enche nossos olhos de esperança numa tal de Rede de Atenção Psicossocial ( RAPS ).
Presidiários doentes mentais requerem atenção psicossocial, não há nenhum serviço pensado para atendê-los no municipio, tal o caso da prevenção ao suicídio.
Moradias insalubres, extrema pobreza provocam a exclusão e as recaídas de muitos pacientes. É necessário reformar, dar condiçôes melhores de habitação no território a estes usuários. 
E a mais dolorida das necessidades é de um CAPS, Centro de Apoio ou outro nome que se der a um espaço municpal de cuidados às crianças psicóticas, filhas de mães dependentes químicas ou com traumas psicossocias. Acho que se pensarmos juntos encontraremos mais e mais necessidades para este grupo tão excluído das políticas públicas, muito discurso e práticas poucas na área.

LÁ NO PARAÍSO?

Meu coração está apertado. O Ninho sempre foi como mulher parindo. Nós os parteiros, sem perder nenhum menino. Rapidez, habilidade, articulando a rede corretamente, nunca perdemos um psicótico, antes os temos Teresina afora, reabilitados, vivendo relativa saúde mental. , nessa foto com minha filha, amigas de banho de chuveirão. Desde inicio de agosto em crise aguda, sem dar respostas às medicações e as práticas integrativas complementares.
Eu e a tia adoecemos juntas nos desdobrando nos cuidados. Hoje foi muito dificil. Somente a rede e o respaldo do nosso trabalho para conseguirmos que ela fosse recebida no CAPS sudeste, embora não fosse paciente oficialmente, sem psiquiatra pela manhã, às sete eu já ligava para a companheira, não só colega de profissão Didata Guedes, a quem agradeço por ainda atender meus telefonemas e nos ajudar sempre. Do CAPS sudeste , bastante agitada, partiu  a tardinha para o CAPS III.
Parece tão frágil e mais menina em seu sofrimento psiquico. Torçamos para não perdê-la dentro de sua viagem "subjetiva radical". Volte Lá. O sol dos domingos continua lindo pela manhã, bom para tomar banho de chuveirão. Obrigada a toda equipe do CAPS sudeste.

TRABALHO PARA PESSOAS COM TRANSTORNOS MENTAIS

O Núcleo de Saúde Mental e Trabalho (NUSAMT), programa que comemora 11 anos e gerenciado pela Secretaria do Estado de Trabalho e Renda (SETRAB), participa nesta sexta-feira, fazendo uma grande participação no evento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), no Largo da Carioca. Na ocasião, o NUSAMT realizará rodas de conversas para tirar dúvidas da população, além de distribuir folders explicativos sobre as suas ações.
A coordenadora do NUSAMT, Vera Pazos, também ministrará palestra, na Tenda Principal do evento, sobre a “Inclusão no mercado formal de trabalho de pessoas com transtorno mental ou deficiência psicossocial”, através do PISTRAB (Projeto de Inclusão Social pelo Trabalho). Sendo que o público alvo deste projeto são os usuários do serviço de saúde mental do Estado do Rio de Janeiro.
- Dentre as atribuições do Núcleo, está à elaboração de projetos de pesquisa que subsidiam políticas públicas na área de Saúde Mental e Trabalho”, afirma a coordenadora Vera Pazos, ressaltando que as pessoas com transtorno mental estão agora incluídas nas cotas reservadas para emprego de pessoas com deficiência, de acordo com a Lei Federal 8.213/91 (Lei de Cotas).
O Núcleo de Saúde Mental e Trabalho é um programa coordenado pela Setrab, que foi integrado, em 2007, à Superintendência de Saúde, Segurança e Ambiente do Trabalho.
Iniciado em 2000, fundamenta-se na Lei Estadual n° 4323, de 12 de maio de 2004,  que dispõe sobre a Política Estadual para Integração, Reabilitação e Inserção no Mercado de Trabalho da Pessoa com Transtorno Mental e desenvolve-se em cooperação técnica com grupo multiprofissional e interdisciplinar, composto por Instituições Públicas e Privadas de Saúde Mental, Universidades e representantes de Associações de familiares e usuários dos serviços de saúde mental e seus amigos.
Este grupo se propõe a pensar, elaborar e a implementar Políticas Públicas de Geração de Trabalho e Renda, a partir de ações de qualificação profissional, ampliação da legislação vigente e de apoio aos projetos desenvolvidos nas Redes Municipal e Estadual para reinserção social e profissional das pessoas com transtorno mental, visando à inclusão, a melhoria da qualidade de vida e o exercício pleno da cidadania.


Deputada piauiense andou ensaiando um projeto de NUSAMT em 2007 ou 2008. Projeto engavetado, depois de passado interesses eleitorais, imagino. Nós do Ninho estamos na luta  para conseguirmos ajuda de custo, bolsa de trabalho, quaisquer tipo de remuneração para usuários estabilizados, com limitações impostas pelas patologias mentais, mas funcionais. Não tem sido fácil mover a rede de sensibilização para esta acessibilidade negada a pessoa que vive com transtorno mental.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.