quinta-feira, 29 de abril de 2010

MEU NINHO

De repente este espaço ficou público demais, politizado demais. Não poderia ser diferente já que ele foi se construindo, além de mim, pelas necessidades do meu povo, que são tantas e não são atendidas, socorridas. Estava uma vez tentando sensibilizar a equipe de famoso centro espirita de Teresina, que eles eram um recurso de saúde na comunidade e que poderiam desenvolver um apoio para saúde mental, já que contavam com uma psiquiatra voluntária, uma moça bastante intelectualizada me respondeu que sempre colocava nas intenções de preces "aquele povo do Areolino", a expressão era de uma piedade por coisas ou pessoas irrecuperáveis... naquele momento "aquele povo" passou a ser meu povo.
A luta diária com a própria doença, domá-la, viver bem meus "restos de saúde", expressão da comunidade surda, restos auditivos. Tarefa árdua quando temos que bater de frente constantemente com esta piedade do "mal" de alguns. Com a discriminação no trabalho, sem lei s que nos protejam. Sem Direitos Humanos, sem políticas de escola inclusiva que ajudem futuros adultos psicóticos viverem com mais qualidade de vida, sem passar pelas infernais internações integrais nos hospitais psiquiátricos, que infelizmente, parecem que sobreviverão concomitante com os serviços abertos ainda por longos anos.
Medicações com fortes e desagradáveis efeitos colaterais: obesidade, dificuldade de raciocínio, hepatites, memória afetada, visão turva, tontura, sonolência e tantos outros. O quase que total desconhecimentos das práticas integrativas e complementares para saúde mental. Desconheço pesquisas nesta área, biológicas ou psicossociais. Aceito recomendações.
Usuários cada vez mais me ligam, um novo tipo que venho assinalando por aqui há algum tempo. Um usuário que não faz uso dos serviços tradicionais nem novos da reforma. Ele está num limbo, vai ao consultório mensalmente, não sabe o diagnóstico. Usa medicação, estuda, trabalha, casa, tem filhos e muitas crises, sem nenhuma psicoterapia. Definitivamente não é mais o louco daquela idéia da incapacidade total. Não corre na rua como o louco clássico, não tira a roupa ou rasga dinheiro. Só gasta muito na mania, como afirmam os psiquiatras.
Voltando a meu ninho, nas primeiras postagens era um só um bloguinho para eu chorar minhas crises, exercício de acreditar em mim mesma. Hoje ressoa em meu ouvido a voz de Auristela. Ontem na porta da escola: "Os vizinhos vão me matar com faca e a senhora não aparece." Cansada, humor oscilante, não pude investigar a história ainda. Também dos meus olhos não esqueço o belo rosto angustiado de uma psicóloga bipolar, me dizendo que não dar mais para trabalhar. A filha de familia importante, ex paciente do Meduna e sua vida solitária sem rede social. Meu povo pertence a todas as classes e idades. Nosso grupo de apoio tem meia dúzia de pessoas fragilizadas. Precisamos de dinheiro para as terapias complementares e dar telefonemas de socorro, de apoio, de escuta. Sede não temos, mas não tem problema, Ninho se faz em qualquer galho em qualquer árvore.
Sete e quarenta da noite, tenho muito sono, fobia e falta de ar. Amanhã é outro dia.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

SANCHO PANÇA II

APRENDENDO COM BEATRIZ


O cuidado de alguém em crise aguda cansa. Extenua. Desde a saída do HAA, sete dias de convivência, cuidados, passeios, fomos a conferência regional de saúde mental,a gravação de um programa de tv sobre saúde mental, no estúdio da tv Antares, audiência em distrito policial, volta ao hospital para pegar atestado, terapia complementar, marcar consulta no CAPS. Ás vezes mais serena, logorréica, parece um radinho ligado. Momentos de lucidez, lágrimas, momentos de confiança. Impávida, que nem Dom Quixote, de espadas para os dragões-moinhos de vento. Eu e a mãe cansamos. Com quatro dias em certo momento, descompensei no Ministério Público. O Ninho é "mulher parindo" uma crise mental precisa de certa rapidez na intervenção. A maioria das pessoas não entendem. Localizado os "extressores externos" que acentuam a crise. É necessário fazer com que cessem. A vizinha agressora registrou queixa um dia depois que Bia chegou do hospital. Tentávamos junto a órgão de direitos humanos e cidadania que ela fosse poupada até melhorar da apresentação em delegacias ou fóruns.
Deixamos aqui nosso muito obrigada a minha linda família "buscapé", tias, minha mãe, sobrinhos, irmãos, irmãs, primas e cunhadas que "embarcam" em minhas "loucuras" e me dão força para continuar. A Dr. Rômulo do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, Ministério Público, ao Serviço Social do HAA na pessoa de Dra. Laina Marreiros, Graça Silva e professora Dulce da Coordenadoria de Direitos Humanos e da Juventude, ao defensor Igor Sampaio e seus famosos torpedos, às senhoras católicas que começaram a tirar o terço (continuem), a Antônia Amorim que levará Bia ao CAPS na quarta e a todos os amigos que se preocuparam com minha saúde, especialmente ao carinho de Nilo Neto, meu afeto precioso.
Bia foi a escola hoje a noite. Faz supletivo, quinta e sexta série juntas. Quer um emprego na assembléia legislativa ou nas indústrias Claudino. Tem idéia fixa.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

UM DIA DE SANCHO PANÇA




Estive hoje na Residência Terapêutica Sul, para dar um abraço, uma lembrancinha e os parabéns pelo aniversário da Eliete. Acompanhada por filha, cunhado de motorista e Beatriz. Depois fomos a uma feijoada com galinha caipira (mistura deliciosa), aniversário da matriarca Dona Inês do seu Feliciano, antigos moradores do Bairro São Pedro. Meu avô e minha tia madrinha. Linda Inês.
Seu segundo dia fora do HAA, Bia esteve fragilizada sim, mas pelo uso da medicação e ainda assustada com a experiência manicomial. Foi acolhida pela familia, temos muitas histórias e nossos normais só não são diagnosticados. Parecia querer pertencer aquele mundo harmônico. Talvez tenha começado a perceber que o mundo seja maior que a quadra que mora e seus vizinhos. Que uma harmonia interior possa protegê-la de futuras crises e atritos com os outros. Esperemos.

terça-feira, 20 de abril de 2010

LIBERDADE

Acabei de chegar do HAA. Eu e a mãe pedimos alta de Beatriz. Alta sob responsabilidade nossa. Depois de muitos acordos que esperamos que não seja quebrados por ela. Não passou no primeiro teste em liberdade. Quando viu a vizinha agressora. Já começou a xingar. Depois pediu mil desculpas. Bola fora. Muitos vizinhos viram. Fica difícil angariar simpatia e aceitação por parte de alguns. Medicamos e foi dormir. Reclama que não dormia no pavilhão por conta do barulho das outras pacientes agudas.
O hospício ficou lá com suas garras escancaradas e seu estômago esfomeado e seu desgosto estampado na cara dos funcionários que perdia mais uma "doente" para o tratamento na comunidade. Alguns com muita certeza esperam que ela volte na próxima crise aguda. Sinto medo da intolerância dos vizinhos normais. Clonazepan e Respiridona e a vida que pulsa. Espero postar sucessos desta história.

sábado, 17 de abril de 2010

PAVILHÃO MADRE MARIA DE JESUS: GAIOLA LITERALMENTE DAS LOUCAS

Ontem a tarde fui visitar Beatriz no HAA. Como digo, se passares cem anos sem andar naquele hospital, quando voltares terá a impressão que o tempo não passou. Não há tempo no manicômio, todas as pessoas, pacientes e os cuidadores estarão na mesma atitude, como estátuas que se movem. Embora sem o tempo passar, tudo parece irremediavelmente velho, sem conserto e desconcertante. E agora tem uma plaquinhas coladas na mangueira onde fica o pátio para visitas. Tirando um sarro da cara dos visitantes. "Hospital Areolino de Abreu: quem conhece, ama." Gente, não entendo a racionalidade dos normais que têm tão "brilhantes" idéias. No pátio o de sempre: os aprendizes de enfermagem tocando o forró mais desarmonioso para as emoções possível. Pacientes sem visitas pedindo o lanche dos outros e brigando pelas velhas baganas de cigarro. Ontem tinha um regue, depois vi uma paciente guardando o cd que era dela.
Quase agravo minha "crise recorrente". Vou ao pavilhão, levo guaraná e salgadinhos comprados numa panificadora próxima. Eu e Bia choramos. Ela com saudades do filho. Magoada, humilhada, impotente, assustada. Muitas mulheres, de todas as cores e idade. Bia não teve sorte, a enfermaria de crise não havia vagas, chegando contida, desceu direto para o pavilhão Madre Maria de Jesus. Termina o horário de visita, todas são trancafiadas no pavilhão. Sempre me assusto com aquelas grades, um dia eu estive do lado de lá. Amanhã irei novamente, comprei esmaltes, batom, e sombra. Espelho, tesoura e lápis de olho, acho que não entra. Recomendei que ela ajudasse as agudas e fizesse amizade com as crônicas. Se esforçasse para não chorar, perder noção de tempo (lembro que o médico sempre me perguntava que dia da semana era, se o paciente não sabe é considerado "desorientado", não apto para alta), e fosse simpática com os cuidadores. Importantes leis de sobrevivência naquele "cemitério de vivos."

quinta-feira, 15 de abril de 2010

INTERSETORIALIDADE: POR POLITICAS DE DIREITOS HUMANOS PARA PESSOAS COM TRANSTORNO MENTAL


Companheiros do Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos (professora Lourdinha Nunes), Coordenadoria de Direitos Humanos e Juventude (professora Dulce, Cris Castro, Graça Silva e demais amigas), Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde do Ministério Público e Coordenação de Direitos Humanos da Defensoria Pública, demais instituições e pessoas que se IMPORTAM com saúde mental.

Beatriz Batista de Oliveira, mulher, mãe,residente na quadra 12,casa 08 do Renascença I pessoa que vive com transtorno mental, havendo na família outros familiares diagnosticados e ex pacientes do HAA e Meduna.Infelizmente como muitos não admite a doença, recusando-se a usar medicação. Entrando geralmente em crise aguda, logorreica briga com vizinhos, os provoca (acha que todos a desprezam ou a perseguem), xinga, joga pedras. A familia, apenas a mãe, senhora de menos de cinquenta anos, não tem informações sobre transtorno mental e colabora com os desmandos da filha em crise, quando não a leva ao serviço médico. E também nega a existência da doença . Alguns vizinhos, duas senhoras jovens já a espancaram. Ontem (14), numa briga com uma destas vizinhas, a policia e o SAMU foram chamados e contida (amarrada), consciente avisava os vizinhos que voltaria. Essa foi sua primeira internação integral. Está no pavilhão Madre Maria de Jesus no HAA.
Queremos ajuda em lei para protegê-la dos vizinhos normais. Que não a espanquem ou mesmo a matem.Pois a maioria dos vizinhos considera correta as surras. Que a familia seja notificada e junto com os vizinhos assinem um termo de responsabilidade para nas crises de Bia, em vez de surrarem ou a internarem no HAA como punição chamem o CAPS mais próximo (sudeste) e que este serviço a acompanhe a partir da saida do HAA.
Aguardamos manifestação de colaboração. Uma idéia de como fazer.Repassem a seus contatos sensíveis a causa.
Email repassado por Louca pela Vida/Rede de Apoio e Suporte em Saúde Mental no Piauí para várias instituições e pessoas. Sejamos todos Sancho Pança. Repassem o link do blog para amigos das defensorias públicas, direitos humanos, pequenas causas de Teresina. Não tenha pena, tenha atitude.

terça-feira, 13 de abril de 2010

SAÚDE MENTAL E SUICÍDIO

Primeiro Anúncio como prevenção do Suicídio na TV (Escocesa).

Suicide advert to be aired in TV first

(tradução livre Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade- DefNet)

" A maioria das pessoas que estão pensando sobre suicídio não querem morrer, elas querem é acabar com a dor que estão sofrendo" Shona Robison (Ministro da Saúde Pública da Escócia)

O primeiro anúncio na TV para resolver a questão do suicídio é para ser exibido durante os intervalos comerciais na Escócia.

Cerca de duas pessoas por dia, na Escócia, tiram suas próprias vidas, e isso continua a ser a principal causa de morte entre os jovens, principal alvo da campanha, disse. O público-alvo do anúncio é apoiada pelo governo dos homens com idade entre 18 e 44. O Ministro de Saúde Pública Shona Robison disse que ajudando as pessoas a quebrar o silêncio que envolve o suicídio foi "vital".

Ela disse que a campanha teve como objetivo incentivar as pessoas a falar sobre a maneira como eles estão se sentindo e procurar a ajuda de que necessitavam.

O anúncio apresenta um jovem em sua vida cotidiana. Um amigo o procura e diz que ele anda um pouco encimesmado, fechado em si mesmo, e pergunta se ele está OK.

O jovem começa a engasgar, ficando sufocado, e seu amigo realiza uma compressão abdominal, ou manobra de Heimlich, sobre ele. Da sua boca vem, então, a palavra "suicídio".

Os dois homens, em seguida, iniciam uma conversa, enquanto o número de telefone para o espaço de ajuda por telefone (help line) para pedir ajuda aparece na tela.

Ele será mostrado pela primeira vez durante Coronation Street, que é um dos mais caros espaços publicitários da TV . Os telespectadores serão informados de que não estamos sozinhos e há apoio disponível. A campanha faz parte de uma estratégia do governo de 10 anos, na Escócia, que visa reduzir os níveis de suicídio.

"Realmente eficaz"

Ms Robison disse: "Ajudar as pessoas a quebrar o silêncio que envolve o suicídio é vital - e não apenas para aqueles de nós que vivem com esse tipo de dor, mas de todos nós.

"A maioria das pessoas contemplando o suicídio não querem morrer, eles querem acabar com a dor que eles estão sofrendo.

"Em muitos casos, o suicídio pode ser evitado se as pessoas se direito a ajuda e apoio para ver uma saída para sua situação. Esta campanha visa incentivar as pessoas a falar sobre a maneira como eles estão se sentindo e procurar a ajuda vital que eles precisam."

O anúncio é parte de uma campanha denominada Choose Life (ESCOLHA A VIDA), é uma estratégia nacional da Escócia e do seu plano de ação para prevenir o suicídio.

Caroline Morrison, de Dundee, cujo filho adolescente se suicidou em 2006, disse: "O anúncio de TV é realmente eficaz de mostrar como alguém pode tomar a iniciativa de falar com alguém sobre o suicídio".

"Eu acho que o anúncio destaca como um pouquinho de apoio, tais como pedir a um amigo sobre a possibilidade de vir ao bar (e oferecer sua escuta e apoio), em seguida, perguntando se eles (os nossos amigos e amigas) estão bem, poderia ajudar a salvar sua vida."

http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/scotland/edinburgh_and_east/8602551.stm (HÁ UM VIDEO EM INGLÊS SOBRE ESTA MATÉRIA NESSE LINK, ONDE MOTORISTAS DE TÁXI E ATÉ CABELEREIROS SÃO TREINADOS PARA DAR AJUDA E SUPORTE PARA AS PESSOAS QUE POSSAM ESTAR PENSANDO SERIAMENTE EM SUICÍDIO, COMO PARTE DA INOVAÇÃO EM PUBLICIDADE COM UM ANÚNCIO DA ESCÓCIA)

INFOATIVO.DEFNET Nº 4389- ano 14 - 09/04/2010

http://infoativodefnet.blogspot.com

www.defnet.org.br



segunda-feira, 12 de abril de 2010

4ª SEMANA CHICO XAVIER EM TERESINA: SUICIDIO NA VISÃO ESPIRITA KARDECISTA

Apenas vou divulgar os últimos eventos da semana, já que a programação já aconteceu quase que na íntegra. Ontem estive com amados amigos espiritas, alguns não desistem de mim. Obrigada. Tenho algumas broncas de alguns grupos espiritas daqui de Teresina. Hoje as casas espiritas, às que eu conheço, dão muita importância ao discurso médico em detrimento a explicações de outras ciências tais como a Antropologia, a Sociologia, a Tanatologia. Se Allan Kardec à sua época , século dezenove condensou um conhecimento com bases no modelo da ciência positivista. Observação, mensuração, experimentação do fenômeno. "Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas às épocas da Humanidade."
Hoje na questão do suicídio, problema de saúde pública, onde alguns não concordam totalmente com a "psiquiatrização" do assunto, mas há estatísticas que apontam que pessoas com transtornos mentais lideram os casos efetivos e as tentativas. Hoje conheci uma senhora que me informou que tentou uma vez, a tia três vezes e um sobrinho conseguiu em dezembro passado. Todos pacientes psiquiátricos. Os espiritas tem a mesma concepção das outras religiões, a culpabilização do suicida, são apontadas suas fraquezas e o que virá no pós morte. Nada agradável. Principalmente para a familia estigmatizada na comunidade, que vai em busca de acolhimento, continuar a se preocupar com o destino de sofrimento do seu ente querido no além.
A peça MEMÓRIAS DE UM SUICIDA, adaptada de livro homônimo, imagino. Não é de psicografia de Chico Xavier, sim da médium Ivone A. Pereira, pelo espirito do escritor português Camilo Castelo Branco. Acontece dia 17 de abril, sábado, no teatro da assembléia legislativa do Piauí, às 19:00h. Bom conferir.

TERAPIA COMUNITÁRIA

ENCONTRO TERAPIA COMUNITÁRIA SISTÊMICA INTEGRATIVA

o QUE É Terapia Comunitária Sistêmica Integrativa?

Sistema para prevenção e tratamento de sofrimentos e crises, antes que levem ao adoecimento psíquico ou físico, desenvolvido pelo Prof. Dr. Adalberto Barreto, médico psiquiatra, professor de UFC (CE).

Data: 17 de abril de 2010.

horário: 9h ás 12h

Local: EADCON

Av. Frei Serafim, 3302 - Ilhotas - Teresina -PI

Investimento: R$ 20,00

Aberta ao público

informações: (86) 9444.0896


Terapeuta Comunitário: Narcizo Chagas

(responsável pelo pólo formador do Piauí)

Conheça mais,

(Associação Brasileira de Terapia Comunitária)

TERAPIA COMUNITÁRIA...

(Re)unir pessoas. Trocar experiências. Participar de vivências. Expandir conhecimentos e pontos de vista sobre emoções que todos nós sentimos, através de ações de inclusão social e diversidade cultural. Esses são alguns dos objetivos da Terapia Comunitária realizada pelo Instituto SER.

A Terapia Comunitária é caracterizada por um espaço de convivência social. Representa uma oportunidade das pessoas buscarem – e encontrarem – uma rede social de apoio. Isto, independente de idade, classe social e nível de instrução.

Trata-se de encontrar um grupo social de acolhimento. As vivências terapêuticas são baseadas em partilhar emoções que fazem parte da vida de todo ser humano. Muitas vezes, uma pessoa pode apoiar outra por ter vivenciado e encontrado solução para os mesmos problemas e pode também ser ajudado simultaneamente, uma vez que o problema do outro pode ser semelhante ao seu.

O resultado terapêutico é atingido de forma individual, mesmo diante de histórias e narrativas compartilhadas, pois todo participante sente e percebe de acordo com suas vivências pessoais. A presença e participação do outro é importante e é o referencial de apoio e das diferenças culturais. A cada encontro, é possível também observar o resultado coletivo, através das construções e produções do grupo, durante o processo de terapia.

Fonte: Instituto Ser

Enviado por Narciso Chagas

A DANÇA DE SER FELIZ!!!!!!!!!!!!!!!


http://pt.wikipedia.org/wiki/Heinrich_Heine
"A verdadeira loucura talvez não seja mais do que a própria sabedoria que, cansada de descobrir as vergonhas do mundo, tomou a inteligente resolução de enlouquecer." Heinrich Heine

Muito interessante a biografia do autor, poeta alemão do século dezenove.
Enviado por Cristina Isabel, assistente social em Recife









sábado, 10 de abril de 2010

JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL

Interessante reportagem expondo mais um contraponto da Saúde no Brasil, uma vez que apesar da CF/88 dizer explicitamente que "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação." - o Estado não pode arcar com a demanda, que recorre ao Judiciário, em acessos cada vez mais constantes, o que tem gerado a discussão acerca da judicialização da saúde no Brasil...Além do inevitável questionamento sobre a efetividade dos direitos fundamentais do indíviduo num sistema de saúde que realmente preserve sua dignidade.

Reportagem:
http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=96562

Email de Marcília Santana, estudante de Direito, familiar de pessoa com transtorno mental, importante colaboradora do Ninho.

No Piauí, especificamente na área da saúde mental, em Teresina todos os CAPS, exceto o CAPS -i, que já existia enquanto pavilhão infanto juvenil do HAA, todos os outros foram criados sob assinatura de termo de compromisso de ajustamento de conduta (TAC) junto ao Ministério Público. Recentemente no TAC assinado em janeiro a Fundação Municipal de Saúde ficou comprometida em conjunto com a SESAPI continuar mantendo ajuda de manutenção para o Meduna até seu fechamento em maio, implantação de um projeto piloto de leitos em hospital geral, já cumpriu, Hospital da Primavera, Promorar e Satélite, infelizmente sempre juntam a zona leste com sudeste, usuários do Grande Dirceu com seus inúmeros bairros, tem como referência o hospital do Dirceu II, não o satélite. Não nos socorre. Dois CAPS II e um CAPS III foram abertos oriundos do TAC assinado em outubro de 2009. A Comissão Municipal de Saúde Mental prevista desde 2001, em lei assinada por então prefeito Firmino Filho e no momento do TAC de janeiro, secretário municipal de saúde ficou aprazada para quinze dias, fomos (Ninho) excluídos de participar no segmento movimento de usuários/sociedade civil por não termos um CNPJ, ficando como representante dos usuários a Associação de usuários Ãncora, devidamente registrada e atuante, seus membros demonstram sintomas estabilizados e aparência saudável em todos os sentidos. Grandes empreendedores culturais. Mas no mesmo TAC o Ninho conseguiu que fosse aprovado a implantação da uma gerência de saúde mental no organograma da FMS, multi profissional, para que sirva como centro de referência para articulação da rede que se diversifica em Teresina, isto para dezembro de 2010.
Dois acordos muito importantes, uma já está em execução foi a implantação de uma enfermaria de crise no HAA, regulando a porta de entrada para internações integrais. O usuário chegando lá em crise é avaliado por uma equipe intra e extra hospitalar (profissionais que compõe um grupo de trabalho, orientados por dois assessores do ministério da saúde, Dr. Marcelo Kimati e Dr. Edmar Oliveira, que fizeram um relatório diagnóstico geral dos dois grandes hospitais psiquiátricos piauienses, Sanatório Meduna e Hospital Areolino de Abreu), se necessário este usuário fica nessa enfermaria de crise em observação durante 72 horas, dependendo da avaliação seu destino em vez dos pavilhões será o atendimento na rede de saúde mental que se constrói na cidade, os CAPS ou os ambulatórios dos hospitais gerais mais próximo de sua residência ou mesmo do HAA ou seu hospital dia. Se ele já era atendido em CAPS, os profissionais deste CAPS serão informados sobre a situação do "seu" usuário, para que seja resgatado. O outro acordo que espero ansiosamente é a saída do CAPS - i do ambiente hospitalar do HAA para uma casa, com aparência mais "escolar" que de hospital.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

DOIDA.JPG

Foto enviada pelo jornalista Raimundo Lima, amigo de época de DCE na UFPI. Na mesa, Dr. Edmar Oliveira e enfermeira Amparo Oliveira, técnica responsável pela saúde mental no município, pela primeira vez elogiada por aqui, manteve a condução tranquila e produtiva em seu grupo de trabalho, no qual fiz parte e o mais dos momentos produtivos da conferência. Parabéns.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

MORRO E NÃO VEJO TUDO!!!

Dr. Alexandre Nogueira, o de crachá, ex coordenador de saúde mental do municipio e estado, ex diretor do HAA, ex presidente da Associação Piauiense de Psiquiatria, idealizador na década de 80 da Associação de Psiquiatria Comunitária e perdi a conta dos cargos agora. Assistiu toda a conferência municipal, sem grandes intervenções, há não ser em um momento durante a palestra de Dr. Edmar Oliveira, piauiense radicado no Rio de Janeiro, inspirador de Stênio Garcia como Dr. Castanho, na novela Caminho das Indias, todos os psiquiatras que foram professores dele por aqui fazem questão de lembrar isso, ontem até o atual secretário de saúde do municipio, Dr. Pedro Leopodino. Fica uma queda de braço de macho psiquiatra. Imaginem!
Fiquei pasma, eu mortissima de cansada da jornada do dia inteiro e Dr. Alexandre, alguns anos a mais do que eu, lá, até a eleição dos delegados. Saiu delegado para a estadual pelo segmento entidades parceiras, representando o CRM. Pois é saudoso Donizete Adalto, você não viu isso!

terça-feira, 6 de abril de 2010

I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE MENTAL INTERSETORIAL


Dia 07 e 08 de abril acontece a I CMSM - I de Teresina. No Atlantic City, a partir das 7:00, primeira palestra imperdível, às 9:30 do nosso querido Sancho Panço e matador de dragões Edmar Oliveira."Saúde mental, direito e compromisso de todos - Consolidar avanços e enfrentar desafios"
Só não vi na programação, pode ser surpresa, atividades culturais. Louco gosta de festa, de cantar, girar em uma roda de mão dadas, de preferência todos sem roupa. Louco gosta de abraçar muito. Louco quer o poder, mas o poder num confronto de alegria. Que as brigas, a política, o racionalismo weberiano burocrático fique mesmo nos birôs e exercícios de micros poderes que alguns normais fazem tanto questão de exercer. Mas que os bons loucos não fujam a luta e cantem nas mesas de negociações para relaxar e tomem sem repreendas seus tarjas pretas para aguentar. E vamos às conferências!

Frente de Apoio à Luta Antimanicomial dá voz a pacientes e recebe adesão de 23 deputados.

Mais do que ouvir especialistas da saúde mental, o lançamento da Frente Parlamentar de Apoio à Luta Antimanicomial, quinta-feira, dia 18, na Assembléia Legislativa de São Paulo, deu voz a pacientes e familiares exporem, em depoimentos emocionados, as dificuldades vividas pelos portadores de transtornos mentais e os grandes desafios a serem superados.

Criada por projeto de resolução do deputado estadual Fausto Figueira (PT), a Frente nasce com a adesão de 23 parlamentares de diferentes partidos, com o intuito de propor medidas que contribuam para fortalecer e ampliar o serviço de atendimento da saúde mental, buscando ao mesmo tempo alternativas de tratamento e integração do paciente à sociedade e à família. Na coordenação, além de Fausto Figueira, estão os deputados Ana do Carmo, Simão Pedro, Vanderlei Siraque e José Cândido.


O lançamento reuniu parlamentares, profissionais de saúde, pacientes de núcleos de assistência psicosocial e familiares. Abrindo o evento, um desfile performático da grife DASDOIDA, criada pela Escola Experimental da Moda do Projeto de Saúde Mental do CAPS Itapeva.
Do debate sobre a “Reforma Psiquiátrica e as novas Tecnologias Psicosociais” participaram o coordenador nacional da Saúde Mental, Pedro Gabriel; a coordenadora estadual de saúde mental, Regina Bichaff; a coordenadora de saúde mental da cidade de São Paulo, Rosângela Lira; Rogério Gianini, do Sindicato dos Psicólogos e Maria Salum de Morais, do Conselho Regional de Psicologia. Como mediadora, a psiquiatra Júlia Catunda, coordenadora da DASDOIDA.
Avanços e desafios - Fausto lembrou que apesar da vigência da lei 10.216/01, que estabeleceu a reforma psiquiátrica, os desafios permanecem enormes. “É um desafio coletivo, o sucesso da luta virá à medida que formos capazes de responder aquilo que preconiza a reforma psiquiátrica”.

A lei 10.216 busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Isto é, que garanta a livre circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços, comunidade e cidade, e ofereça cuidados com base nos recursos que a comunidade dispõe. Este modelo conta com uma rede de serviços e equipamentos variados.
O parlamentar alertou que a opção pela internação deve ser uma absoluta exceção, não regra, e foi aplaudido quando citou a pessoa do ex-prefeito de Santos, David Capistrano Filho. “Tive o privilégio de ter convivido com um pregador da saúde, que foi David Capistrano, que fechou a masmorra que era o Hospital Anchieta, enfrentando toda uma discussão na sociedade. Na falta de atendimento ambulatorial satisfatório, muitas vezes se vê a internação como solução”, disse, reconhecendo que o problema afeta muito a família envolvida.
IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Pedro Gabriel citou a oportunidade da Frente Parlamentar ser criada no ano em que acontece a IV Conferência Nacional de Saúde Mental Inter-Setorial, de 27 e 30 de junho, em Brasília. A última conferência foi realizada em 2001, mesmo ano em que foi aprovada a Lei 10.216.

Um dos eixos do evento, segundo Pedro Gabriel, será a definição do que é preciso ser feito para criar uma rede de assistência forte, o que também passa pela destinação de maiores recursos. “Hoje, há um desequilíbrio entre os recursos existentes e a capacidade do Estado prover esta rede. Destina-se pouco mais de 2% dos recursos do SUS para a saúde mental e, em contrapartida,de 13 a 14% da população procura pelo menos uma vez no ano pelo serviço”. Para Pedro Gabriel, houve de fato mudanças significativas no cenário da assistência, mas o processo está em andamento.
Prisioneiros sem crime - Regina Bichaff elogiou o apoio da Assembléia Legislativa à luta antimanicomial. “Criamos assim formas mais contundentes de avançar, de consolidar as políticas públicas. O grande desafio é a transformação social, trabalhar para produzir formas de relação dos diferentes. Se não criarmos espaços a reforma está em questionamento”.

Segundo ela, o Estado de São Paulo tem 229 centros psicossociais cadastrados no Ministério da Saúde, o que cobre apenas 50% da demanda pelo serviço. Além disso, a distribuição dos núcleos pelos municípios paulistas é desigual. Pesquisa efetuada pela Secretaria de Estado da Saúde em 2008 revelou que existiam 6.349 pacientes internados há mais de 1 ano, o mais antigo deles vivendo em hospital psiquiátrico há 67 anos.

O dado foi comparado pelo representante do Sindicato dos Psicológicos Rogério Gianini com a pena máxima que o Código Penal prevê no Brasil: 30 anos de reclusão. “Um paciente mental é mantido aprisionado há 67 anos, sem ter cometido delito algum. Interna-se para tirar da frente, o que não resolve, apenas exclui”.

Rogério cumprimentou os parlamentares pela iniciativa, lembrando que esse é um debate que precisa ser levado para fora do universo dos especialistas, usuários e familiares. “A legislação é o grande divisor de águas para que se passe a enxergar os direitos dos pacientes e trabalhar nesta perspectiva. Mas, apesar dos avanços, o mal estar persiste devido ao desconhecimento que leva ao preconceito”.

Maria Salum, do Conselho Regional de Psicologia, propôs a inclusão dos usuários de drogas nessa luta e apontou a necessidade de qualificação profissional. “Muitos profissionais da saúde não estão capacitados a lidar com essa situação. É preciso ter maior atenção nas unidades básicas para que não seja necessário chegar ao Caps”.
Frente Parlamentar – Também integram a Frente Parlamentar os deputados estaduais Adriano Diogo, Ana Perugini, Beth Sayão, Carlinhos Almeida, Célia Leão, Donisete Braga, Ed Thomas, Geraldo Vinholi, José Bittencourt, José Cândido, Marcos Martins, Maria Lúcia Prandi, Pedro Tobias, Raul Marcelo, Roberto Felício, Rui Falcão, Hamilton Pereira e Edson Ferrarini.


sexta-feira, 2 de abril de 2010

TERRA QUE POLÍTICO USA MEIAS, MULHERES LOUCAS NÃO USAM CALCINHAS!!!

Campanha das Calcinhas:

2º semestre de 2009:

Foram arrecadados: 836 reais e 27 centavos;

500 calcinhas foram compradas com esse dinheiro;

As calcinhas foram muito comemoradas pelas pacientes do hospital! Muito Obrigada!!!

Estamos trabalhando para as próximas 500 calcinhas, pois para conseguir as calcinhas a 1 real, acordamos um valor mínimo de 500 calcinhas por pedido, junto ao fabricante.

Continuamos a arrecadar para a permanência da campanha, que tem como objetivo a compra de 2000 calcinhas semestral, para atender as 60 mulheres, em média, que passam pelo hospital, todos os dias.

1ª Caminhada 2010 pela: Saúde mental no D.F. campanhadascalcinhas@hotmail.com, acontecerá no Parque da Cidade, dia 28 de Março de 2010 as 10h00 da manhã, saindo do Quiosque do Atleta. Compre sua camiseta e junte-se a nós, que continuamos o trabalho por mais um semestre “com calcinhas”!

As camisetas serão vendidas a 15 reais, a partir do dia 10 de março. Divulguem entre os amigos e venham todos!

Contato para doações e ou maiores informações:

Email: campanhadascalcinhas@hotmail.com

Telefone: 8421 7095 (Carolina)

QUAL O NOME DESTE HOSPITAL? CADÊ O MINISTÉRIO PÚBLICO? DIREITOS HUMANOS? MNLA?

"Desta vez, estamos organizando uma caminhada no parque, no dia 28 de março, às 10h (saída do Quiosque do Atleta). Estamos vendendo as camisetas a 15 reais. Todo o dinheiro arrecadado (as camisetas foram doadas por patrocinadores!) será revertido para a compra de calcinhas descartáveis para a ala feminina do setor de internação de um grande hospital psiquiátrico do DF. O objetivo é que estas mulheres possam menstruar, com absorvente e CALCINHA. Muitas menstruam ou com absorvente colado com esparadrapo ou simplesmente sem nada. Isto é, além do sofrimento psíquico grave, muita vezes marcado por uma severa desorientação, são submetidas a condições que não oferecem o mínimo de dignidade!
Brasília continua entre as piores cidades no que diz respeito às condições oferecidas ao tratamento de transtornos mentais.
Vamos entrar e participar desta luta! Na caminhada, além do recurso levantado, vamos tornar visível as péssimas condições do cuidado com saúde mental no DF!

Segue o folder e também o contato da Carolina (8421 7095 / campanhadascalcinhas@hotmail.com), as camisetas estão com ela!

No dia da caminhada também estaremos recolhendo a doação de prestobarba, chinelos (muitos pacientes ficam descalços porque não têm chinelos, nem uma família que lhes dê), cremes hidratantes (muitos pacientes têm a pele dos pés tão seca que chega a rachar!), revistas usadas (Isto é, Veja, Caras, Contigo, gibis...), maquiagem e bijuterias (para serem usadas nas oficinas de auto-estima na ala feminina), bolas (para serem utilizadas em brincadeiras com os pacientes- a maioria fica ociosa o tempo todo).



No dia da caminhada, teremos caixas para recolher doações que serão levadas para o Hospital."

Email repassado por Cláudia Ferreira, residente em Brasília.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.