terça-feira, 28 de janeiro de 2014

COMO INSERIR NO MERCADO DE TRABALHO O USUÁRIO DE SAÚDE MENTAL

Os CAPS ( Centro de Atenção Psicossocial) do município de Teresina, até onde eu saiba não desenvolve projetos de inserção, reinserção ao trabalho pra usuários. A visão biomédica da não funcionalidade para o trabalho formal  permanece. E ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) quer criminalizar uma tal de psicofobia. Deus. Não desisti, mas não insisto mais com algumas coisas e pessoas e tentaiva de mudar algumas mentalidades. Minha amiga A.S. Denise Carvalho solícita como sempre com a temática me passa e repasso para o pessoal dos CAPS, técnicos, do HAA, CTs,  e outros pontos da rede.

"Estou passando para informar que o IEMP (Instituto de Estudos Empresariais), uma escola conceituadíssina na área empresarial, estará ministrando uma palestra gratuitamente sobre Como se inserir no Mercado de Trabalho. Os participantes receberão certificados de 4h. Se você conhecer alguém que tenha interesse em participar, deverá preencher os seguintes dados e enviar para o meu e-mail (deniseccarvalho@yahoo.com.br), para pré-inscrição, até quinta-feira (30-01-2014): Nome: Telefone: E-mail: Os interessados também podem realizar sua pré-inscrição pessoalmente na Av. Homero Castelo Branco, 2223, Horto Florestal, próximo ao IBAMA. A palestra acontecerá no sábado (01-02-14), às 8:30h, no IEMP. Serão 45 pessoas que serão beneficiadas com esta palestra! Vamos aproveitar a oportunidade para encaminhar nossos usuários!"

 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

CRACOLÂNDIA DE TERESINA

No ano que este governo assumiu o mandato, 2011 tivemos uma caminhada no centro da cidade. Uma caminhada contra s drogas que não se repetiu nos anos seguintes. Desvinculada da Gerência de Atenção a Saúde Mental, a temática da drogadição ganhou uma coordenadoria que promove ou promoveu alguns cursos, seminários, fóruns,  Piauí a dentro para trabalhadores em saúde mental.
Com a mudança de secretário, houve um breve interesse novamente sobre a temática, mais cursos de formação para o interior do Estado.
Mas as cracolândias do centro às da periferias continuam sem um trabalho in loco, desconheço alguma intervenção do Consultório de Rua instalado pela prefeitura, seu endereço ou número de contato ou outra intervenção governamental. Gostaria de está completamente errada.
Nas periferias existe a possibilidade da prevenção primária feita pela escola, o PROERD programa da Polícia Militar promove este trabalho em algumas escolas municipais, ações como da maçonaria e Tribunal de Justiça também já acompanhamos, nesta perspectiva, o próprio Amigo no Ninho já promoveu na UFPI  oficinas sobre prevenção às drogas. Nosso grande nó a desatar é a assistência e reabilitação com inserção social para os sujeitos com saúde e vida social já comprometidas.
Muito tocada pela fala de um vizinho, pedreiro, desempregado, daqueles práticos que entende de tudo um pouco, quebrava o galho da comunidade da luz cortada, subindo no poste e religando. Antes um jovem robusto, um homem enorme, agora, magro, os olhos parecem doentes, cinza na íris, me diz: " Professora, quando se está na Cracolândia todo mundo quer te tirar de lá. Depois ninguém te dar a mão aqui fora." Ia passando um caminhão de frete e o motorista o cumprimenta, então ele, exultante me conta que aquele seu companheiro, havia perdido família, emprego, tudo e conseguiu deixar o crack, recomeçando a vida do zero. "Olha o caminhão dele, ele conseguiu." Acompanhando com seu olhar , como se uma pele amarela a qualquer hora chegasse a íris cinzenta.

CRACOLÃNDIA: A EXPERIÊNCIA DE SÃO PAULO II

ANTONIO LANCETTI
16 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 19:41
CADA TÁUBA QUE CAÍA NÃO DOÍA NO CORAÇÃO

Na intervenção da Prefeitura de São Paulo na cracolândia não doeram porque foi a mais paulistana das lições de cidadania
Durante o cadastramento das pessoas que estavam morando na favelinha das Ruas Dino Bueno e Helvetia, um senhor disse: eu montei o barraco e eu quero desmontá-lo.

E foi assim que essas pessoas foram aceitando a ocupação desse território conhecido como cracolândia pelo poder local. A via pública foi liberada sem violência, sem expulsão: com diálogo e inclusão.

"Cada táuba que caía, disse Adoniran Barbosa, "doía no coração" e continua doendo a cada desocupação autoritária, expulsiva, a cada incêndio de favela.

Mas na intervenção da Prefeitura de São Paulo na cracolândia não doeram porque foi a mais paulistana das lições de cidadania.
Estão ainda na triste memória da cidade as intervenções policiais, com prisões, internações falsamente voluntárias (ou se interna ou vai preso por tráfico, dado que nossa lei não especifica a quantidade necessária para ser considerado traficante) e o retorno à zona de uso da maioria dos internados, cada vez mais arredios.

Estão ainda na memória da cidade o desfile de pessoas maltrapilhas sendo tocados como gado sem rumo para provocar a "crueldade e sofrimento" que iria provocar a vontade de tratamento, e os trabalhadores de saúde tendo que desfilar para mostrar serviço.

Essas ações truculentas, além de ser violadoras de direitos humanos, atrapalharam o trabalho das equipes de saúde e de assistência, além de provocar desânimos quando pela tradicional prática do "rapa" retiravam dessas pessoas seus pertences, incluindo documento, remédios e às vezes a única foto de um ser querido.

Quanto custa para que uma pessoa com tuberculose, por exemplo, e sem moradia, adira a um tratamento!

A intervenção do dia 14 de janeiro marca um ponto de inflexão no modo como são enfrentados problemas desse tamanho: passamos de operações urbanas e concepções simplificadas para resolução de problemas complexos a ações ousadas e complexas para o enfrentamento de problemas complexos.

Em primeiro lugar porque a intervenção foi amplamente discutida com os mais diversos fóruns. Vários secretários e até o prefeito, sem escolta, foi escutar as pessoas que ali moram ou transitam.

Em segundo porque a ação está intensificando os vínculos dessas pessoas com os médicos, psicólogos, agentes sociais e agentes comunitários dos consultórios de rua que operam na região.

O mutirão do dia 14 de janeiro deflagrou um processo de integração de trabalhadores da assistência social, com os da saúde, com os guarda civis metropolitanos, com os artistas, com os trabalhadores de ONGs etc.

Em terceiro lugar porque irá intensificar o processo de construção da Rede Atenção Psicossocial paulistana, que a prefeitura achou incompleta (apesar da pressão do poder Judiciário para sua construção) e desintegrada.

A secretaria de saúde está intensificando a construção de uma rede que conta com Centros de Atenção Psicossociais - CAPS, recentemente transformaram cinco - em serviços de 24 horas, já criaram 16 unidades de Acolhimento que são casas onde as pessoas com projeto terapêutico em curso podem morar por aproximadamente 6 meses para reorganizar suas vidas.

A pesquisa sobre crack recentemente concluída pela FIOCRUZ, recentemente publicada, mostrou que 80% dos usuários pesquisados nas zonas de uso são negros ou pardos, que 80% não chegaram ao ensino médio, que 50% estiveram presos e que em média usam há mais de oito anos.

O crack não mata imediatamente, como querem fazer crer. É um produto inerte que não se propaga por si mesmo como uma peste epidêmica, mas um organizador de vidas violentadas, não preparadas para viver em sociedade e que são alcançadas pelo mercado (negro) que organiza suas vidas.

A operação não tem nada de ingênua, como alguns acreditam, pois não será dando o que eles não têm – o que é impossível – que as coisas mudarão. As pessoas que conduzem o processo sabem que não será obrigando nem dando sermão que gerarão nesses usuários uma vontade de mudança. Daí a baixa exigência do serviço.

O programa "Braços Abertos" que está na rua Helvétia é um espaço paradoxal, um pouco serviço público, um pouco rua que ampliou e intensificou o vínculo com os usuários, ali foram criados grupos musicais e outras iniciativas culturais, fora os cuidados com a saúde.

Ou seja, a menor exigência maior complexidade.

As pessoas que operam na região esperarão conflitos, recaídas, novas demandas e irão se surpreender com a potencialidade de muitos deles.

O mutirão tem apoio do Ministério da Saúde, de vários organismos de direitos humanos, de voluntários e recebe o apoio crítico dos movimentos da população em situação de rua.

No dia 15 de passagem pelos Braços Abertos, encontrei o secretário de Segurança Urbana, Roberto Porto, a coordenadora de Saúde Mental, Myres Cavalcanti, e outros dirigentes municipais. Paulo Puccini, secretário adjunto de Saúde, estava com um sorriso a flor de lábios. Ele disse: você já viu eles saírem do hotel de banho tomado e roupas trocadas?

Autoridade, destemor e ousadia do prefeito e sua equipe. Eles estão propiciando um belo presente para o próximo 25 de janeiro: encontrar um modo, baseado em experiências eficazes do mundo contemporâneo, mas autenticamente paulistano de enfrentar um dos sérios problemas da cidade.

CRACOLÂNDIA: A EXPERIÊNCIA DE SÃO PAULO II

A cidade de São Paulo começou, nesta terça-feira (14), mais uma tentativa de combater o consumo de crack. Dependentes químicos vão ganhar hospedagem, alimentação e emprego.
Os barracos de madeira e lona na região da Cracolândia começaram a ser desmontados durante a tarde. Uma nova tentativa de acabar com a Cracolândia, que concentra dependentes de crack no centro da cidade. A partir de agora, 300 vão receber ajuda desse novo programa.
“Foi absolutamente voluntário. Quem quer participar, quem não quer participar. É um grande desafio, mas é um caminho que estamos buscando”, comenta Luciana Temer, sec. mun. de Assistência Social-SP.
Os dependentes vão ter que trabalhar na limpeza da cidade e recolhimento de materiais recicláveis. Serão quatro horas por dia de trabalho e duas horas em programas de requalificação profissional.
Em troca, a prefeitura oferece três refeições diárias e R$ 15 por dia trabalhado, com pagamento semanal. Além da hospedagem em um dos cinco hotéis cadastrados.
Os hotéis foram todos reformados há pouco tempo. Tem até uma sala de convivência com sofás para os novos hóspede. Uma das suítes com banheiro pequeno, mas com chuveiro elétrico. No quarto, armário e camas com espaço no máximo três pessoas.
Outro ponto do programa é mais polêmico. Os dependentes não serão obrigados a fazer tratamento médico. Mas os que quiserem, vão ser encaminhados.
“O tratamento é pra que essa pessoa reconstrua sua vida. Reconstrua a vida dela e possa ver que ela pode ser feliz. Que possa buscar no trabalho, no emprego, a reestruturação dos amigos, da família, e a saúde. Acho que é um passo importante pra isso, buscar o seu bem-estar integral”, diz José de Filippi Junior, sec. municipal de Saúde-SP.
A médica psiquiátrica condena a falta de tratamento. “Eu acho que é uma medida ingênua, bem intencionada, mas infelizmente boas intenções não funcionam numa situação tão grave como essa. Eu não vejo muita coerência em você promover a reinserção antes de fazer o tratamento”, avalia Ana Cecília Marques, psiquiatra.
Uma dependente, que aderiu ao programa, aprova a ideia e já planeja o recomeço. “Arrumar um trabalho, pegar meu filho e ter minha casa. E ser feliz. Com certeza, se Deus quiser”, afirma.
A prefeitura de São Paulo afirmou que o programa mostrado na reportagem tem como objetivo a reinserção social. E voltou a dizer que o tratamento da dependência não é obrigatório para os participantes do programa, mas que será oferecido para os que pedirem.
Extraído de:

sábado, 11 de janeiro de 2014

AMIGO NO NINHO EM 2014: APOIO E SUPORTE.

Recebi um telefonema de Água Branca de um homem chamado Salvador, dizia que a irmã, paciente do CAPS deste município se encontrava em crise aguda, queria ajuda do Amigo no Ninho: orientei que procurasse hoje (sábado, CAPS fechado), se não houvesse medicação em casa, fosse até a casa da coordenação, da enfermeira (o), de um técnico que pudesse ver a medicação prescrita sempre no prontuário e medica-la até segunda-feira, senão trazê-la para consulta de urgência no HAA. O irmão achava que o hospital estava desativado. Talvez confundiu com o Meduna.Se não foi um trote. Estou fazendo minha parte divulgando na minha página onde há um número significativos de técnicos que podem de alguma maneira saber como está a situação de atendimento do CAPS de Água Branca: cadê a busca ativa ou informada? não sabem da recaída desta usuária? E este familiar realmente é o cuidador desta paciente? O nosso é um trabalho profissional, mas voluntário, não há nenhuma estrutura para que possamos acompanhar uma usuário de um serviço que fica em outro município. Alguém sabe quem é o coordenador(a) de lá neste momento? Liguei de volta, para saber o nome da usuária, mas ninguém atendeu. Postado em 10 de janeiro de 2014às 13:00 h



Há dias uma senhora dona de uma frutaria pede para que eu faça uma visita a uma senhora do bairro que teria "perdido a memória" de uma depressão. Não cozinha mais e ao sair para casa de parentes para alimenta-se não consegue voltar para casa e os filhos trabalham,  não havendo quem cuide dela. Há dias penso como fazer esta intervenção: esperar os filhos a noite e perguntar se aceitam a visita do CAPS? Saber se ela já tem diagnóstico neurológico de alguma demência? Procurar a ajuda da agente comunitária de saúde da área? Faço alguma coisa hoje a tarde, sábado.


Alguém envia mensagem no celular gentilmente me informando sobre uma reportagem numa revista chamada História, (???) será que é da Biblioteca Nacional? A reportagem refere-se a um grande hospício de Minas que matou muita gente, " um verdadeiro holocausto". Barbacena? Não reconheci o número e o (a) gentil informante não se identificou.


E assim vamos nós para 2014. As estagiárias de Serviço Social novamente desistiram. Mas eu juro que quando tivermos uma sede confortável, uma equipe bem estruturada, multi e interdisciplinar não aceitaremos acadêmicas de Serviço Social, com estas últimas, já somam onze moças que desistem do estágio em saúde mental na Rede de Apoio e Suporte, e é porque estas aprendizes no nosso plano de estágio, nem sequer terão contato direto com usuários em crise.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

BIPOLARIDADE É DOENÇA E NÃO É ROMÂNTICA E NEM ENGRAÇADA

Esse meme circula nas páginas do Facebook de técnicos, usuários, pessoas comuns. "Odeio Câncer, é muito bom " ou Odeio HIV/AIDS, é muito bom... ou diabetes, hipertensão e outras patologias cronicas, alguém brinca com estas doenças que trazem eminência de morte com mais previsibilidade?. O transtorno afetivo bipolar (TAB), afetivo, de humor ou ânimo, antes chamava-se Psicose Maníaca Depressiva (PMD), mudou-se o nome, classificou-se em quatro tipos e nos últimos anos vem acontecendo uma glamorização da doença, como algo positivo, elegante, cult ser bipolar. Não o é, o sofrimento psíquico causado pela doença numa crise aguda é responsável por um número significativos de suicídios e tentativas, disfuncionalidade para o mercado de trabalho e grande exposição ao estigma e preconceito, causadores de mais sofrimento. É  errôneo e falso essa mentalidade do senso comum. Existe uma tendência simplista de definir uma pessoa que vive com uma patologia mental crônica chamada Transtorno Afetivo Bipolar, não uma pessoa bipolar, como se este (a) bipolar estivesse sempre em crise de mudanças de ânimo, depressivo ou eufórico, "uma gangorra de emoções". Não, pessoas que vivem com TAB, se devidamente em tratamento médico, psicoterapêutico e ou auxiliado por práticas integrativas e complementares  estabilizam a verdadeira síndrome de sintomas que vão além da tradicional mudanças de humor, a doença pode manifesta-se em diferentes indivíduos associada (comorbidades) a outros sintomas como ansiedade, pânico, paranoia e sintomas psicossomáticos, acontecendo dores físicas, insônias e outros, tendo uma vida funcional, regular dentro das limitações da doença crônica onde os sintomas podem aflorar diante de fatores estressores externos ( problemas pessoais, econômicos, amorosos) e internos (doenças físicas prolongadas, cirurgias, interação medicamentosa com a medicação de uso contínuo). Superado o luto do diagnóstico, a vida continua. Se pode haver uma condição subjetiva bipolar? Nada tenho contra, mas que a construção desta "identidade" não escamoteie a gravidade da doença, vista como como engraçada ou romântica.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.