No ano que este governo assumiu o mandato, 2011 tivemos uma caminhada no centro da cidade. Uma caminhada contra s drogas que não se repetiu nos anos seguintes. Desvinculada da Gerência de Atenção a Saúde Mental, a temática da drogadição ganhou uma coordenadoria que promove ou promoveu alguns cursos, seminários, fóruns, Piauí a dentro para trabalhadores em saúde mental.
Com a mudança de secretário, houve um breve interesse novamente sobre a temática, mais cursos de formação para o interior do Estado.
Mas as cracolândias do centro às da periferias continuam sem um trabalho in loco, desconheço alguma intervenção do Consultório de Rua instalado pela prefeitura, seu endereço ou número de contato ou outra intervenção governamental. Gostaria de está completamente errada.
Nas periferias existe a possibilidade da prevenção primária feita pela escola, o PROERD programa da Polícia Militar promove este trabalho em algumas escolas municipais, ações como da maçonaria e Tribunal de Justiça também já acompanhamos, nesta perspectiva, o próprio Amigo no Ninho já promoveu na UFPI oficinas sobre prevenção às drogas. Nosso grande nó a desatar é a assistência e reabilitação com inserção social para os sujeitos com saúde e vida social já comprometidas.
Muito tocada pela fala de um vizinho, pedreiro, desempregado, daqueles práticos que entende de tudo um pouco, quebrava o galho da comunidade da luz cortada, subindo no poste e religando. Antes um jovem robusto, um homem enorme, agora, magro, os olhos parecem doentes, cinza na íris, me diz: " Professora, quando se está na Cracolândia todo mundo quer te tirar de lá. Depois ninguém te dar a mão aqui fora." Ia passando um caminhão de frete e o motorista o cumprimenta, então ele, exultante me conta que aquele seu companheiro, havia perdido família, emprego, tudo e conseguiu deixar o crack, recomeçando a vida do zero. "Olha o caminhão dele, ele conseguiu." Acompanhando com seu olhar , como se uma pele amarela a qualquer hora chegasse a íris cinzenta.
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