sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

BIPOLARIDADE É DOENÇA E NÃO É ROMÂNTICA E NEM ENGRAÇADA

Esse meme circula nas páginas do Facebook de técnicos, usuários, pessoas comuns. "Odeio Câncer, é muito bom " ou Odeio HIV/AIDS, é muito bom... ou diabetes, hipertensão e outras patologias cronicas, alguém brinca com estas doenças que trazem eminência de morte com mais previsibilidade?. O transtorno afetivo bipolar (TAB), afetivo, de humor ou ânimo, antes chamava-se Psicose Maníaca Depressiva (PMD), mudou-se o nome, classificou-se em quatro tipos e nos últimos anos vem acontecendo uma glamorização da doença, como algo positivo, elegante, cult ser bipolar. Não o é, o sofrimento psíquico causado pela doença numa crise aguda é responsável por um número significativos de suicídios e tentativas, disfuncionalidade para o mercado de trabalho e grande exposição ao estigma e preconceito, causadores de mais sofrimento. É  errôneo e falso essa mentalidade do senso comum. Existe uma tendência simplista de definir uma pessoa que vive com uma patologia mental crônica chamada Transtorno Afetivo Bipolar, não uma pessoa bipolar, como se este (a) bipolar estivesse sempre em crise de mudanças de ânimo, depressivo ou eufórico, "uma gangorra de emoções". Não, pessoas que vivem com TAB, se devidamente em tratamento médico, psicoterapêutico e ou auxiliado por práticas integrativas e complementares  estabilizam a verdadeira síndrome de sintomas que vão além da tradicional mudanças de humor, a doença pode manifesta-se em diferentes indivíduos associada (comorbidades) a outros sintomas como ansiedade, pânico, paranoia e sintomas psicossomáticos, acontecendo dores físicas, insônias e outros, tendo uma vida funcional, regular dentro das limitações da doença crônica onde os sintomas podem aflorar diante de fatores estressores externos ( problemas pessoais, econômicos, amorosos) e internos (doenças físicas prolongadas, cirurgias, interação medicamentosa com a medicação de uso contínuo). Superado o luto do diagnóstico, a vida continua. Se pode haver uma condição subjetiva bipolar? Nada tenho contra, mas que a construção desta "identidade" não escamoteie a gravidade da doença, vista como como engraçada ou romântica.

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