domingo, 1 de maio de 2011

MATERNAR, MILITAR, REZAR E AMAR

Meus parabéns a organização do VIII Seminário Nacional de Religiões Afro Brasileiras e Saúde. O axé, a palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva (Wilkipédia), força espiritual e também é correspondente da palavra amém ( Candomblé: O mundo dos orixás, blog) estava contagiante que nem minhas euforias bipolares. Sou adepta da alegria e agitação.
O debate e construção coletiva de uma reflexão do terreiro enquanto espaço de produção de saúde comunitária também em saúde mental foi bastante produtivo. Na nossa roda hegemonicamente predominou os pais e as mães, e outros personagens importantes na hierarquia do terreiro. Homens e mulheres em suas roupas exuberantes, magos e magas, alguns pareciam aos olhos "delirantes" desta louca que vos escreve, deuses, os próprios orixás entre nós. Fiquei como tonta, anestesiada pela energia desses seres tão próximos de mim, ao alcance de um abraço, e como o surfista prateado, abracei muitos, sorvendo axé. Tive que refazer toda a fala programada, porque lá estava eu e a escudeira fiel da saúde mental no Piauí, professora doutora, no pós doutorado, Lúcia Rosa, ambas boquiabertas pela riqueza das falas, das lições e do aprendizado coletivo na tarde de ontem, sobre política de saúde mental e as relações com o terreiro. Um agradecimento muito carinhoso a Marco Antônio, psicanalista carioca, candomblecista, pela serenidade da condução do grupo. Um abraço a Lucimar Batista, esta é a segunda vez que nos encontramos na "cabeceira de mesa" discutindo saúde mental, seria a terceira se ela tivesse comparecido a mesa dos movimentos socias, no II Encontro da Luta Antimanicomial em 2008, Lucimar é familiar. O processo de "sedução" (aprendi essa palavra lá, substituindo sensibilização) a familiares e sociedade, está muito nesses espaços. Acho que contribuimos mais uma vez com os ganchos da rede de saúde mental.


Filhinha estudando a Mesopotâmia. Em casa, na casa da avó e comigo, junto com amiguinha. Cansaço. Namorado, um doce de compreensão. Mal amado, coitadinho... Eu vendendo livro do Edmar Oliveira, divulgando o consultório ampliado. Biatriz não está tendo forças para superar inicio de crise. Um ano de estabilidade. Pena.
Quem não é religioso e é feliz, ateu politicamento correto, ou seja, é tolerante com os crentes, admiro por esta grande capacidade humana. Sai hoje do seminário do mundo mágico, e encontrei no caminho de casa uma procissão, umas vinte mulheres, entre elas minha mãe, de 74 anos, levavam uma pequena canoa e nossa senhora aparecida dentro, no meio de umas rosas champagne. Sou que nem alguns cachorros de lugares pequenos, não resisto e acompanhei, segurei até o andor (pesado!) até a igreja do bairro vizinho. Era um encontro de várias comunidades, cada uma levava seu santo padroeiro, a celebração hoje foi em comemoração ao dia do trabalhador. Humberto Coelho, quase padre extasiava-se na oratória. Não esperei a missa, é um ritual longo para uma mente bipolar um tanto agitada por hoje, mas o terço e as canções são e foram potencializadoras também de extraordinárias energias boas. Axé... ou amém!!

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PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.