Olhando a programação de evento realizado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Piaui, prestei atenção que a pauta do momento é HUMANIZAÇÃO em quase todas as suas mesas de debates. Fico me perguntando se alguem humaniza alguem? Será porque o profissional é o detentor do conhecimento tecnico-cientifico e "paciente" não conhece nada sobre sua patologia ou vivencias e no discurso da humanização retirar a cidadania das pessoas lhe tirando identidades, "mãezinha", "remedinho", tratando como coitados e como se estivesse fazendo um favor. Drauzio Varella quando escreveu o livro O Medico Doente, relatou o outro lado da historia, quando as figurinhas se invertem. "Fiquei com vergonha e medo dos companheiros de profissão", relata o escritor. Acredito sim num tratamento digno de direito e cidadania. Já que querem discutir "humanização", eu proponho que nos proximos eventos sejam discutidos CUIDADOS PALIATIVOS. Não acredito nessa discursão de humanização inviezada pelo discurso "do ser bom com o outro", e bla, bla, bla, cuidado galera para não estar resgatando as feridas da profissão, vocês sabem como surgiu a profissão, né? A historia deve ser sempre lembrada, debatida para nos encaminhar em novos horizontes. Quando dou cidadania ao outro através do meu exercício profissional eu também me torno cidadão e juntos nos humanizamos, numa relação horizontal entre profissionais e pacientes, clientes, usuários, etc - CIDADÃOS.
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