sábado, 14 de maio de 2011

LUTA ANTIMANICOMIAL COTIDIANA

14 de maio. Sucesso no primeiro encontro do consultório ampliado. Nosso muito obrigada a Dr. Edson Paz, primeiro pela sua disponibilidade às duas e meia de uma tarde de sábado até às cinco,  pelo seu diálogo tranquilo e consistente, nos seus trinta anos de clínica, como psiquiatra e psicoterapeuta. Fez uma longa incursão pelo tema da dependência química, falou de medicação, respondeu perguntas com paciência, diagnóstico "multifacetado", numerário que no fundo reparte o ser humano em algo além do biológico e  social. A qualidade de vida estaria em cinco metas: 1. interesses pelo mundo: artes, literatura, cinema, televisão, dança, aquilo que significa "está no mundo". 2. Práticas de atividades físicas, da caminhada ao Yoga.3. Capacidade de manutenção de uma boa rede social. 4. Atividades intelectuais permanentes, de uma simples leitura  de revistas semanais a livros ou escritas de textos, confecção de poesias. 5. Manutenção de uma vida familiar harmoniosa, afetiva, conjugal, sexual prazeirosa. A roda de conversa foi bastante proveitosa e esperançosa para pacientes, familiares, técnicos e para mim que espero que grupos de apoio possam finalmente sair destes encontros com resultados sastifatórios para todos.

LOUCO NÃO DESISTE...
Email para um grupo de professores das áreas de Psicologia, Serviço Social, Medicina. Até agora sem resposta.
"Olá amigas e amigos professores de graduação e demais cursos na área da saúde
Até agora não vi, recebi ou ouvi falar de quaisquer manifestação a respeito do 18 de maio, dia nacional da luta antimanicomial no Piaui, esse ano somado as comemorações de 10 anos da lei 10.216 e discussão da qualidade do SUS, então pensei em enviar-lhes uma proposta do Amigo no Ninho, que seria um ciclo de rodas de diálogos com alunos das áreas de saúde. Penso que podemos programá-las a partir de quarta-feira, 18, 19 e 20 sempre à tarde o que pode se estender para as primeiras aulas do horário noturno, que é meu tempo disponível (se a greve dos professores da SEMEC continuar). O tema será "Reforma psiquiátrica antimanicomial: Sucessos e fracassos de sua implantação em dez anos."
Contando com a amizade e interesse em ceder uma de vossas aulas para o tema tão importante na área da saúde.  Ainda convido companheiros que queiram dividir esta fala comigo. Aguardo emails respostas.Agradeço de já,
Att
Edileuza Lima
Assistente Social
 CRESS 1544/22ª Região


Se as rodas de diálogos com alunos de cursos de saúde não acontecerem, depende dos convites ou indicação dos professores. Estamos pensando no dia 18, quarta-feira, fazer uma  visita a familia Clemente, conhecida pela disfuncionalidade de vários membros da familia. Problema antigo que já foi do CAPS norte e agora está sob cuidados do CAPS Sul. Dia 19, quinta-feira, visita a dona Maria, cárcere privado ( 11 anos de quartinho com grades) perto da minha casa, atendida pelo CAPS sudeste. Dia 20, de manhã, ida ao Ministério Público para sabermos como vão os processos administrativos sobre a instalação da gerência de saúde mental no município e o acompanhamento de casos de cárcere privado e tentativa de impedir que novos casos se constituam através da parceria entre CAPS,  Atenção Básica e órgãos ligados a pessoas com deficiência, no caso de deficientes mentais, pela secretaria de saúde do Estado.


Email para professoras da UFPI simpáticas a causa da saúde mental. Acho que às vezes chego a cansar essa gente boa. Mas contamos com poucos militantes nestes espaços onde é necessário a luta pela acessibilidade da pessoa com necessidades especiais.

Amigas,
Repasso link de reportagem de O DIA, de 12 de maio sobre jubilamento e negociação de estudantes com a UFPI para que não percam seus cursos. Fiquei imaginando o número de alunos pacientes mentais que podem está incluidos nesta lista. Penso se não há uma forma de mandarmos ( o projeto Ninho) um memorando para a pro reitoria responsável pedindo que visse maneiras de acessibilidade para estes estudantes, ou que pelo menos os localizassem dando a eles mais uma chance, incluindo aquelas condições de inclusão que já consta na proposta do Ninho, tempo de disciplina mais flexiveis no caso de crise recorrente e a companhia de um monitor em períodos de recuperação destas crises, apoio a familia através da PRAEC, ou projeto Ninho. Acho que é uma excelente oportunidade para argumentarmos sobre ests questões. O número de alunos nesse universo pode até ser menor do que imaginamos, mas se for significativo, a omissão da academia  tem sido e será criminosa na assistência a este estudante.
http://www.portalodia.com/noticias/piaui/ufpi-cancela-matricula-de-883-alunos-por-abandono-do-curso-108930.html

Isto é luta por inclusão, isto é luta antimanicomial.
Grande abraço a todas.
Edileuza
 

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