O paciente Faustino, de 35 anos, internado no Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, ateou fogo no colchão em que estava e teve 80% de seu corpo ferido com queimaduras de segundo e terceiro graus, morreu na manhã desta quarta-feira (13/07), às 8h20. Francisco ainda chegou a passar por cirurgia no HUT por conta das queimaduras de 2º e 3º grau.
Ele foi levado para internação para tratamento médico no HUT (Hospital de Urgência de Teresina) e depois transferido para a Unidade de Queimados do HGV (Hospital Getúlio Vargas).
Segundo o Hospital Areolino de Abreu, Faustino sofre de transtornos mentais com tendência de piromania, que manifesta o desejo de tocar fogo nas coisas e poderá ter os braços e pernas amputadas.
A diretora do Hospital Areolino de Abreu, Maria das Graças, informou que o paciente já tinha tentado atear fogo na enfermaria, mas enfermeiros e os médicos conseguiram controlar a situação.
Ele foi isolado dos outros pacientes em uma enfermaria do hospital, foi revistado tomou a medicação prescrita por seu médico.
Mas às 13h de terça-feira, Faustino, com um isqueiro, ateou fogo no colchão atingindo o próprio corpo.
As chamas se espalharam rápido dificultando o socorro. "Na última internação, o paciente tinha tentado colocar fogo na casa de sua família”, informou Maria das Graças, que anunciou a abertura de sindicância para apurar o caso.
Ter tendências piromaníacas não justifica o descuido dos funcionários do HAA, ao contrário, os cuidados deveriam ser redobrados, fuma-se muito dentro dos pavilhões, exatamente como é retratado no livro Canto dos Malditos do Carrano e filme O Bicho de Sete Cabeças. Faustino ( o homem sem sobrenome ) teria tentado o suicídio? Lembram daquela cena do filme, na qual Carrano (Rodrigo Santoro) escapa com vida dos tais quartinhos de reclusão para os mais agitados, depois de por fogo lá dentro, no HAA os pavilhões masculinos, não chamo enfermaria, o modelo é antigão mesmo, são enormes, tem as grades, o que paciente fizer a uma certa distância não há tempo de intervenção, e alguns funcionários são negligentes. Falei alguns, porque fui bolsista estagiária de Serviço Social uns três anos e sei como as coisas funcionam exatamente.
Gostaria que o movimento da luta antimanicomial fosse forte o suficiente para tomar as dores da família e lutar para que este caso não ficasse impune, que a familia seja esclarecida o suficiente para abrir procedimentos no Ministério Público, cobre idenizações do Estado.
Ficamos consternados, poderia ser eu ou quaisquer outra/outro amigo do Ninho.
Um comentário:
Realmente, Edileusa, uma perda irreparável. Sofro todos os dias naquele local onde presenciamos maiores e menores erros com relação a vida e ao conforto...dessas pessoas que tem o infortúnio de serem "internadas" e silenciadas.
Tratamento? Segurança? Saúde? Não vejo...mas ainda tenho esperança de ver.
Precisou de um martir...quem sabe haverá transformação a partir dessa desgraça.
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