Olá camaradas,
venho fazer algumas reflexões sobre a questão tratada abaixo. Primeiramente, essa questão continua sendo tratada como questão de polícia através de um modelo proibicionionista-repressivo e de criminalização da pobreza. As drogas não estão sendo discutidas com bases científicas, como questão cultural, como pertencentes a sociedade, pois são criminalizadas ao tempo que se criminaliza a pobreza, pois é na favela que a polícia vai bater e não na corrupção do planalto central. Segundo, não sei mesmo o que tá sendo feito, aliás só estão criando espaços de disputa, sem fundamentação. Temos um Conselho Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas, em que a discussão de redução de danos passa longe, e será que envolve de fato a sociedade? Foi criado uma Câmara de Enfrentamento ao Crack, que mais parece um poder pararelo, onde o Sr. Governado decide sobre tudo e vem desenvolvendo uma campanha puramente midiatica (outdoor, camisetas, cartilhas) um kit completo de marginalização da pobreza e preconceito racial e cultural, uma vez que, aparece fotos de um morador de rua e o negro com tatuagem. Será uma coincidência ou eu estou ficando louca? Ah! Agora foi criado outro espaço de discussão e deliberação composta pelos senhor@s parlamentares. É a Frente Parlamentar de Políticas Públicas sobre Drogas. Dia 27 de maio aconteceu a primeira atividade do Fórum de Debates (Sistema Nacional e Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas) e o modelo proibicionista-repressivo persiste. A discussão realizada continua tirando a responsabilidade Estado e o possível, aliás pelo jeito que vão indo as coisas, quase certeza que aumentarão os recursos públicos para as Comunidades Terapêuticas, que até hoje não conheço suas bases científicas, da ciência, do conhecimento. Ah! Chamo atenção para alguns termos presente na Resolução nº 430, de 7 de abril de 2011, da frente Parlamentar referindo-se as pessoas que usam substâncias psicoativas como "VICIADOS" (Art. 4º, inciso VIII - acompanhar a política governamental, os projetos e programas direcionados ao combate ao uso do crack e à recuperação de viciados as ações de conscientização da sociedade e a política de prevenção) e "DROGADOS" (Art. 4º inciso XIV - Elaborar catálogo de casas de recuperação de drogados e com elas manter intercâmbio de informações, ideias e propostas). Associados a isso vem o "4º PODER"- A MÍDIA. Certo dia abri o Jornal Meio Norte e lá falava sobre a Caminha de Enfrentamento ao Crack e sua repercussão na sociedade, além de uma charge com alusões preconceituosas ao usuários de crack. Posso descrever, de uma lado aparecendo em uma TV a nossa querida "sociedade", aliás algumas pessoas mobilizadas para dizer "NÃO AO CRACK" com a uma faixa estendida e de outro lado tinham sabe o que? A REPRESENTAÇÃO SOCIAL E FIGURATIVA DE DEMÔNIOS SEGURANDO UM LATA COM O NOME ESCRITO CRACK. O que vc sobre isso???? Vou dizer o que eu penso. Isso é a falta das bases científicas, do conhecimento. Isso é a criminalização da pobreza. Isso é a exclusão social. isso é o cristianismo ditando a política pública. O QUE VAMOS FAZER??? PRA ONDE VAMOS? QUEM SOMOS?
COMAPANHEIR@S, venho acrescentar a questão CULTURAL ao debate, pois é nela que buscaremos uma sociedade livre dos preconceitos o respeito à diversidade. Ah! Assisti um documentário "Ao Sul da Fronteira" de Oliver Stone" E logo no início aparece a mídia Americana sorrindo e dizendo que Evo Morales (presidente da Bolívia) é um drogado pois gosta de mascar e que não sabem o que é se é gengibre e coisa e tal. Isso é preconceito com a cultura Latino-America. E a nossa cultura indígena??? Eu me pergunto. Ah! O nosso modelo de política pública é baseado no modelo americano - PROIBICIONISTA-REPRESSIVO.
Dia 13 de junho de 14 às 18h no Plenarinho da Assembléia acontecerá o segundo fórum de debate sobre "A prevenção às Drogas e o Plano Estadual sobre as Drogas" com representantes das secretarias/órgãos: SEDUC, SESPI, SASC, FUNDAC, FUNDESPI. Prof. Aci Marcus, Célio - Fazenda da Paz, Polícia Militar (PROERD). aH! Fiquei na dúvida se o Célio vai representando a Fazenda da Paz ou o Conselho Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas.
E aí sociedade, o que vamos fazer?
a) mesa de negociações
b) eu não vou, não faço parte dessa realidade. Vivo numa bolha!
c) outra nota de repúdio
d) levantar bandeiras e pedir inscrição de fala
e) luta concreta (movimento nas ruas e o poder popular)
Agradeço a atenção e aguardo a resposta,
Aparecida Milanez
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