sexta-feira, 3 de junho de 2011

E ASSIM BEATRIZ CAIU...

Beatriz foi nosso personagem real de algumas postagens ano passado. Em crise adoeceu muitos vizinhos, tirou alguns do sério e apanhou, foi contida SAMU a dentro escoltada pela policia. Antes em 2007 já tínhamos ajudado com que superasse uma crise. Depois zangou-se comigo, numa confusão na rua, sugeri que usasse medicação. Então voltamos a nos falar no HAA, nenhum outro vizinho ou familiar além da mãe foi visitá-la.
Praticamente a arranquei oito dias depois da internação, no plantão da assistente social Rosemary Machado nada simpática ao me ver sair dali com a "doentinha", como ela na sua gentileza de técnico "crônico" no seu dizer, fala. Bom, seria prender-me atrás daquelas grades do pavilhão Carlos Araújo, onde ficam as mulheres mais agitadas. Seu olhar esverdiado dizia. Olhei para outros funcionários e o olhar era o mesmo: ela volta! Sonhos de Edileuza... ventinho leve, areia que desmorona. Certos!
Após um ano de estabilidade, B. considera que a juventude precisa ser vivida na noite, sono, bebidas. Suspende a respiridona tão dificil de ser conquistada na farmácia dos excepcionais. E com muita tristeza, acompanhamos a agudição da crise, avisamos a mãe, que não consegue que ela volte ao uso da medicação. Muito ocupada com minha vida pessoal e manutenção da minha saúde, recusei-me a fazer como no ano passado que cheguei a um principio de crise e resolvi "desmamar" a familia e usuária. Dar autonomia, esperar que B. e a mãe tenham aprendido com o uso das práticas integrativas, manejo da medicação, procura do serviço. O CAPS na semana passada, chamado por mim e uma vizinha, foi prontamente atender, ela sozinha em casa não abriu a porta e agredia a todos verbalmente. E assim continuou até hoje de manhã, quando a mãe chamou SAMU e policia e a levou. Fiquei um tanto pertubada.
O hospital está na rede, uns oito dias de medicação intensiva, irá tirá-la da crise aguda, com quinze a vinte a crise está moderada, leve. Em casa, é carinho ( eis a dificuldade de alguns familias, amar esse ser diferente) e serviço aberto, CAPS, prática integrativa. Senão... estaremos registrando o inicio de um longo ciclo da cronificação que ainda escapa à clínica da reforma psiquiátrica.

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PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.