sexta-feira, 1 de abril de 2011

90 DIAS SEM NOMEAÇÃO DE UM (A) GERENTE DE SAÚDE MENTAL

Jornal Diário do Povo, hoje, primeiro de abril, traz como capa a indignação e denúncias de entidades como o Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos e a Associação Piauiense de Medicina, na página 5, coluna Geral, matéria intitulada: Abandonados. Trata-se de hospitais regionais Piauí a dentro, voltando a velha ambulancioterapia, a peregrinação sofrida de usuários da saúde pública para a capital, segundo a publicação. Estas instituições nem tocaram na questão saúde mental. Acabei de ver um Globo Reporter sobre a saúde pública no Brasil, as imagens falam por si. Muito abandono do usuário do SUS, fraude no cadastro nacional de profissionais de saúde e outros absurdos. É um momento crítico,  estas situações não chegaram a esta gravidade  em noventa dias dos novos governos, federal e estadual. Será?
Ficamos esperando a reação da sociedade civil, de técnicos comprometidos com a saúde, com a manutenção e qualidade do SUS, na saúde mental do Piauí, o Ninho já havia pensado numa mobilização dos Conselho Regional de Psicologia, de Serviço Social, Enfermagem e Associação Piauiense de Psiquiatria para compor uma comissão e bancar um manifesto em favor de nossa  saúde mental. Enquanto usuários não temos nada a ver, só sofremos com uma guerra fria entre reformistas e não reformistas regionalmente, neste momento precisamos de quem nos socorra. Técnicos reformistas que só vão para a briga quando estão no poder não nos servem, tivemos duas gestões da gerência de saúde mental de conquistas e consolidação dos serviços substitutivos. Onde estão os profissionais do campo psi, que estiveram envolvidas neste processo nesse momento? Talvez nem assinem o manifesto. Tivemos até um grupo, uma comissão de técnicos piauienses que junto a assessores do ministério da saúde ajudaram a desmontar de vez a estrutura manicomial e de abandono do Meduna. Onde estão enquanto indivíduos sensibilizados por uma causa humanista: a da reforma psiquiátrica, movimento da luta antimanicomial que surgiu em 1978 da indignação de profissionais, junto a usuários e familiares, luta que resultou numa política pública de repensar a própria psiquiatria. Cadê os trabalhadores "psiquiátricos de um novo tipo" citado por Luiz Cerqueira (Perspectivas da Psiquiatria pós-asilar no Brasil/ Pedro Gabriel Delgado), voltaremos a comercialização da doença mental e nós, movimento de usuários, técnicos, familiares, enfim, movimentos de defesa de pessoas que vivem com transtornos mentais novamente não nos organizaremos contra a (de) ordem das coisas?
Passei hoje no conselho estadual de saúde na tentativa de sensibilizá-los a provocar esta mobilização das instituições representativas que podem estarem ligadas a saúde mental. O Ninho continua com a estratégia da sensibilização, da provocação positiva para a questões dificies da saúde mental, agora dentro deste contexto péssimo para a saúde em geral. Lutemos! Até o último ansiólitico...

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PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.