sábado, 1 de outubro de 2011

FELICIDADE: É PRECISO TER SEMPRE UM PLANO B

Psicóticos depressivos precisam sempre de motivos para resignificar a vida. Precisa de rotinas, depois de quebrá-las e iniciar outras. Assim subo a rua, nessa calorenta noite de primeiro de outubro numa capital nordestina. Troquei calças compridas por um short e camiseta. Os vizinhos vão me cumprimentando. Vida boa é viver a comunidade. Uma senhora saia do terço do vizinho que morreu na quarta-feira. E de longe me pergunta se consegui localizar o motivo da falta de amitril e clonazepan nas farmácia dos postos de saúde. Ela já está terminando a receita que mandou manipular e perdeu o vencimento de outra. Estava mais preocupada que na quarta. Respondo que a técnica da FMS Amparo Oliveira disse-me que aconteceu alguma coisa com as empresas que ganharam a licitação que não entregaram no prazo, mas que a fundação estaria cobrando, até já na justiça. Algo assim, mas simpliquei o que pude e prometi rever novamente esta semana com a Amparo.
Um pouco a frente um casal quer mais do que informações, mas que eu consiga um terapeuta qualquer, que eles não sabem que especialidade para o filhinho de 5 anos, que não para (realmente!!!), e eles já diagnosticaram: é hiperativo. Não têm plano de saúde. Penso, recomendo a terapeuta naturista. Receio de mandar para o CAPS i, para quê? O aparelho de encefalograma estará funcionando? Medicação para um bebê? Que farão lá  com um inquieto menino de cinco anos? Mas penso que a mãe e o tio precisam ser orientados clinicamente, então prometo os vales transportes e que ela vá ao CAPS i. Já orientei em outros casos para a mãe levar ao neuropediatra, no Lineu ou Satélite, mas descobri que estas crianças eram encaminhadas para o CAPS i. Fazer o quê? Felicidade plano B: pensar nestas tantas pessoas que precisam de ajuda, que tenho uma familia maravilhosa, amigos lindos, que me mandaram talvez uma dúzia de emails de apoio, de cuidado. Não desistamos, então. Afinal, as ONGs existem para cerzir o tecido que o Estado descostura, dependendo das gestões politicas que vivemos.

O restante da vida é tentar acompanhar a vida social intensa de Camille, filhinha surda de 11 anos. Sou mãe de miss.

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PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.