Ontem, primeiro domingo de setembro, em nossa reflexões e vibração de saúde, lemos uma mensagem sobre fé, esperança e caridade, sem adentrar detalhes mais evangélicos, a mensagem veio a calhar para meu estado de espirito em relação a nossa saúde mental do dia-a-dia do usuário, não dos técnicos, que fazem seu bom ou ruim trabalho, cumprem sua jornada com todo direito como qualquer trabalhador: ao descanso, benefícios previdenciários, de saúde, etc e status numa sociedade que valoriza o emprego e vende a necessidade dos consumos de produtos e serviços, os mais variados.
Quem trabalho nos serviços substitutivos e muitas vezes simultaneamente no Hospital Areolino de Abreu, estuda, se recicla, pesquisa, publica, leciona, com um curriculo e prática na área, fica natural ser lembrado, recomendado para palestras, ser facilitadores remunerados em cursos de curta duração na área de saúde mental. Se esta ou estas pessoas tem transtorno mental, assumem publicamente, militam nas frentes antimanicomiais. No máximo são convidadas por movimentos sociais para uma palestra em algum evento do público especifico: negro, mulheres, LGBTs, etc. Até aqui estou falando de mim, perceberam?
Tenho experiência no plantão do HAA, na gerência de saúde mental/SESAPI, ex-conselheira da ABRASME, biênio 2009/2010, a mais bem votada no I Congresso Brasileiro de Saúde Mental, em Florianópolis. Mesmo de atestado médico e em repouso mesmo em casa, não deixei a causa, por emails, telefones e até presente em reuniões no CAPS sudeste, tendo que subir escadas. E... por que e de que estou me queixando? Explicando: sou pessoa que vive com transtorno mental, falo com o médico no consultório, sou funcionária pública tenho IAPEP/IPMT, ganho como professora especialista. É pouco, quero como todos os outros profissionais, se possível provimentos que acresçam meus rendimentos. Quero fazer "bicos". Militância é voluntária, quero que a Fernanda e o Domingos, profissionais da Educação Física, organizadores do Curso de Atualização em Saúde Mental que começa dia 10 próximo, analisem meu curriculo e me deêm uma disciplina para que eu ministre. Desde julho que peço. Não lembraram de mim, não estou falando da militante eterna, que eles conhecem, estou falando da profissional Socióloga, Assistente Social, Terapeuta Comunitária (praticante), qualificada em saúde mental, com trabalhos científicos e literários sobre o tema publicados, várias palestras para os movimentos sociais diversos, na perspectiva da sensibilização nas diversas temáticas da área. Quero ganhar dinheiro com meu conhecimento de saúde mental como o farão os outros facilitadores. Deixei o currículo com quase quarenta páginas só em saúde mental. Fernanda gentilmente me informa que das três disciplinas que considerei de maior dominio para mim. Uma é da enfermeira Edileuza Moura, outra da assistente social Ester e a outra da terapeuta ocupacional e militante antimanicomial assumida e doida também Marta Evelin e como a Marta ainda não respondeu, ela falará com o Domingos e se ele aceitar a disciplina é minha. O que não se faz por 200,00. Espero que a Marta esteja menos precisada.
Desabafei pesado: não alego meu trabalho voluntário, mas reconhecimento é bom. Não imagino quem fez as indicações de nomes para o casal, mas não deve "simpatisar" muito comigo. Pode ser racista, ter preconceito social, esses sentimentos e ações feias que algumas pessoas normais tem. Fazer? Os normais nos tutelam sempre, tomam nossas oportunidades, vão lá para conferências e votam nas propostas de empoderamento da pessoa com transtorno mental, na inserção na comunidade, no trabalho e blablabla e agem assim. Quero o cumprimento destas propostas da quarta conferência de saúde mental intersetorial, começando por mim. Não sou apenas militante sem conhecimentos teóricos. Quero dar aulas neste curso. Estou aguardando a resposta.
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