sábado, 2 de maio de 2009

RIO POTY E AS SUICIDAS

O rio Poty está tranbordando, já deixou pessoas ilhadas, resgatadas por bombeiros. Suas águas escuras e correntes atraiu a menos de três semanas uma moça que se atirou da ponte perto do Tancredo Neves, cedo da manhã. Transuentes a tiraram da água antes do corpo de bombeiros. Meio dia a notícia estava em telejornal popular. O apresentador esbaforido perguntava pela mulher, que seus repórteres não conseguiram nenhuma imagem. E as informações eram imprecisas, esta teria sido levada a um hospital.
Hoje dois jornais locais estamparam manchete sobre mulher encontrada viva após 10 horas de ter se jogado ponte abaixo, diante dos familiares. Um dos jornais, coloca acima da manchete: DEPRESSÃO e que depois de resgatada, a senhora identificada, com nome completo, estaria sido internada em hospital particular.
Faço a quem possa me responder as perguntas: que hospital público ou privado tem um serviço de atendimento para uma pessoa que acaba de tentar um suicídio? Hospital psiquiátrico? Só temos dois: Areolino de Abreu ou Meduna. Não há diferença de tratamento em nenhum caso. Tentar morrer e depois cair num manicômio. É passar pelo inferno em vida. Hospital Geral? Que serviço especializado as autoridades em saúde pública em Teresina pensam em executar? Onde estão os números de notificação de doenças não transmissíveis que se possa incluir o suícidio? Todo mês se registra casos de tentativas de suicídios na cidade? E os suicídios consumados? A que transtorno mental ele estaria mesmo associado na maioria dos casos?
As autoridades teresinenses esqueceram um pouco a dengue, porque se falava o tempo todo nacionalmente. Agora é a gripe A. Dizem que o Piauí está preparado.
Cá estamos perdidos numa "floresta de homens doidos" ou apenas observando e esperando a nossa vez de adentrar as casas verdes da cidade.
A FLORESTA DOS HOMENS DOIDOS, Ivan Jaf, ed. Scipione, 1993

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