segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PAPAI, MAMÃE, TITIA, CACHORRO...: QUANDO A FAMILIA É UMA MERDA!!!

Não gostaria de falar assim da minha. Mas algumas coisas fedem no nosso reino formado por alguns heróis da classe trabalhadora ou nova classe média (classe C???) deslumbrada. A hostilidade ostensiva de alguns familiares ao fato da minha presença excêntrica em nossas confraternizaçôes nunca me incomodaram muito, acostumada a luta contra o preconceito e discriminação mais ferozes, sempre deixei passar. Mas um dos meus irmãos, alcolizado, no meio de uma discussão sobre dependência química e crimes (ele é militar), desacostumado com mulheres que tem opiniões, fala alto e as defende com tenacidade como eu. Chamou-me de desequilibrada, porque não bebo, não fumo e faço trabalho social. Pode? Pode... e somado a outras situações e comportamentos de outros parentes. Cunhadas não contam porque são moças do interior e não pensam de forma emancipada. Deixei de participar desses encontros, até mesmo porque nunca fui realmente convidada. Aparecia por achar que fazia parte da familia e discretamente sempre sai antes das festas acabarem. Uma familia em que alguns, principalmente os irmãos mais novos me devem alguns favores. Um dia na juventude já dei muito de mim, para a união e bem-estar dessa familia e consegui fazê-lo,  a saúde frágil de hoje, deve-se principalmente a isso. Devem-me respeito e consideração, esquecidos pelos bons tempos materiais.
Apesar de abalada com a constatação da discriminação explícita, busco resiliência, jamais usei o transtorno mental para ter pena de mim mesma. Não é que aquele grupo de pessoas normais, meus parentes, não me compreendam, eles apenas se comportam como a maioria da sociedade, dão vozes e ações ao preconceito a pessoa que vive com transtorno mental. Fazer? Superar a mágoa, que nos adoece. Construir novos laços sócioafetivos, uma nova familia escolhida pelo coração entre meus iguais, tarefa não muito dificil já que convivo diariamente com muitos que enfrentam situações semelhantes em casa, ou nem tem casa porque uma familia também já os abandonou.

Nenhum comentário:

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.