sexta-feira, 14 de junho de 2013

LOUCO TAMBÉM VOTA!!! VOTO TÃO INÚTIL QUANTO OS DOS NORMAIS.

Comissão de parlamentares viriam ao Piauì gostariam de saber a quantas anda os serviços de saúde mental no Estado. Avisaram-me que falariam com usuários. Feito o Cacique Juruna, a quem muito admiro, resolvi registrar pedidos e denúncias. Elaborei o singelo documento abaixo, para entregar em mãos depois de todos aqueles argumentos que alguns mal formados psicólogos adoram chamar de ganho secundário.
Pois é, mas, a tal comissão vi na televisão esteve aqui por conta da violência contra mulher e se outros da saúde mental entraram em contato, pedi e peço que vos entregue nossa missiva e se houver maior interesse, nos deixm endereço para entregar anexos: fotos do nosso trabalho, dos cárceres privados, do CAPS i numa reforma de 60 dias intermináveis.
Fica o registro:

O Amigo no Ninho – Rede de Apoio e Suporte em Saúde Mental do Piauí vem através deste documento com anexos inclusos, informar e denunciar algumas precariedades pelas quais passam alguns usuários de saúde mental na rede SUS do Piauí ao mesmo tempo que pedimos a intervenção de vossas senhorias através de elaboração de projetos nacionais que virão nos auxiliar a todos que vivemos e convivemos com transtornos mentais.
1.     Procedimento Administrativo 160/2011 (MPE/CAODS), cumprimento de cláusula do TAC nº 347/2009: transferência do CAPS i para fora dos limites do HAA, até agora não aconteceu e fizeram um arremedo no MP, impuseram uma oferta, que tivemos que aceitar pensando na necessidade extrema da população psicótica escolar infantil. Construíram um muro separando o prédio do CAPS i, do restante do complexo hospitalar e até a hoje a reforma se arrasta com as crianças e adolescentes sendo atendidas na Terapia Ocupacional dos adultos, que segundo próprios técnicos que ali trabalham às vezes se misturam ao pacientes internados integralmente. A reforma duraria 60 dias, tem mais de ano.
Nossa luta é para que o Município de Teresina abra seu próprio serviço, CAPS i ou outro nome deste centro de atendimento a crianças TGDs ( Transtornos Globais do Desenvolvimento) mais parecidos com escolas que hospitais, numa intersetorialidade e integração comunitária reais, poderia até ser um Núcleo de Apoio a Educação (NAE), proposta garantida na IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial em 2011, composto por psicopedagogos, assistentes sociais e psicólogos para garantir o acesso e permanência da pessoa em sofrimento psíquico na rede regular de ensino.

2.     Procedimento Administrativo: 91/2011 (MPE/CAODS) :  Existência de cárceres privados de pacientes psiquiátricos em vários municípios piauienses. Temos registros fotográficos, visão in loco de alguns casos, mas muitas são as denúncias que não temos condições estruturais para acompanhar ou onde denunciar com certeza que estes casos não ficarão sem a devida atenção pela saúde mental e básica dos municípios, tentamos fazer rede com o Conselho Estadual de Saúde junto às companheiras da Associação Piauiense de Prostitutas, conselheiras que são mais sensíveis a causa.
Gostaríamos de oficializar através deste um pedido de lançamento de uma campanha nacional contra o cárcere privado de pacientes com transtornos mentais  no Brasil, prevendo punição socioeducativa para família e ajuda do Estado para o cuidado deste paciente pela atenção básica ou contratação de técnicos de enfermagem, de referência, para casos de idosos presos e seus cuidadores também idosos, bastante comum nos casos encontrados no Piauí.
3.     Outro grave problema é o desvinculamento do paciente dos CAPS II, segundo a portaria nº 336/GM de 2002, que institui os CAPS, estes dispositivos estão destinados ao perfil de pacientes  com transtornos considerados severos e persistentes, saindo da crise aguda, muitos estabilizam os sintomas o suficiente para a integração total na comunidade, contudo precisam de tratamento contínuo ambulatorial, no município de Teresina os ambulatórios de bairros da periferia, território destes usuários tem carência de médicos psiquiatras e psicólogo. Gostaríamos que a comissão considerasse nossa sugestão de que na falta destes especialistas, o médico da atenção básica recebesse treinamento e na falta do psicólogo, as práticas integrativas e complementares já instituídas como politica de saúde pelo MS, fossem incorporadas na rede municipal. Práticas com que o Amigo do Ninho já trabalha com excelentes resultados com as usuárias atendidas: as terapias naturistas, práticas da medicina chinesa como a acupuntura e as grupais como Terapia Comunitária e Biodança. Além da flexibilidade de horário de marcação de consulta, já que usamos medicações que provocam sono intenso e desequilíbrios durante o dia se não dormirmos o suficiente. Paciente psiquiátrico necessita de consultas de manutenção sempre, mesmo que mensalmente, bimestralmente mas a dificuldade de obter o retorno deveria não deveria existir. Propomos um cartão especial que nos identifique no sistema.
4.     Outro ponto fundamental é quanto a inserção da pessoa com transtorno mental  no mercado de trabalho via concurso público. Cada vez mais crianças, adolescentes e jovens bem acompanhados medicamente chegam a universidade e concluem, mesmo enfrentando limitações suas graduações, novamente, pedimos vossa sensibilidade  máxima para este tema, queremos que o decreto nº 3.298 de dezembro de 1999 que regulamenta a lei nº 7.853/1989 que dispõe sobre a politica de integração da pessoa portadora de deficiência, consolida normas de proteção possa ser novamente ser alterado e o Transtorno Mental nas suas diversas patologias possam constar como deficiência permanente, insurgindo-se como a V classificação de deficiências para que possamos concorrer as cotas para deficientes em concurso público, com a ressalva que ainda precisamos de ambiente de trabalho protegido de assédio  moral laboral no período probatório, por conta da dificuldade de adaptações a novas rotinas que algumas patologias apresentam a seus portadores, com consequências de aparecimento de sintomas, tenhamos direito a atestado médico em número suficiente nesta fase.
Esperamos que vossas senhorias e assessorias possam dar forma a projetos na câmara a partir de nossas sugestões. Não esquecendo de lembrar que todos nós, usuários gozando de saúde mental, fora dos hospitais psiquiátricos votamos como quaisquer cidadão e seremos agradecidos.

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