Os pensamentos criadores da saúde e da depressão
Notícia
publicada na edição de 10/06/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6
do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado
diariamente após as 12h.
* Adriana Splendore
A Organização Mundial de Saúde, OMS, prevê que, em 2020, a depressão seja a doença mais comum da humanidade. Ela é um mal que pode atingir qualquer um, em qualquer idade.
Atualmente, a grande polêmica em torno da depressão é que o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH), principal órgão financiador de pesquisas na área do País, rejeitou oficialmente o DSM-V (o novo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), há duas semanas do seu lançamento. Um dos motivos é justamente sobre a classificação do que é tristeza, uma emoção necessária, e do que é depressão, uma patologia que precisa de tratamento.
Tristeza é uma emoção que traz significados importantes - ela é necessária, no caso do luto, por exemplo, precisamos elaborar a perda, revermos nossas atitudes. Antigamente no luto, as pessoas vestiam preto por dois anos em sinal de respeito a esse período de perda e dor.
No DSM-V eles propõe que esse período de luto dure apenas duas semanas e, depois disso, já seria considerado uma patologia, a depressão, e que precisaria de medicamentos para ser tratada. Mas, apenas os medicamentos não vão mudar nossa maneira de pensar, eles aliviam alguns sintomas, mas o que promoverá mudanças no indivíduo sempre será a psicoterapia.
A depressão é uma doença que vai se instalando aos poucos e dando sinais de que algo não está bem em nossa vida. Não se trata apenas de passar o dia triste, mas sim, não ter energia para levantar da cama. Ela indica uma desarmonia interna e um ou mais níveis do nosso ser, seja no físico, emocional ou energético.
Ela altera a maneira como a pessoa vê o mundo, como entende as coisas, manifesta emoções e o prazer com a vida. Ela afeta tudo, como as pessoas se alimentam, dormem, como se sentem em relação a si próprio e como pensam sobre as coisas. A depressão não é simplesmente estar com um "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço.
A falta de valores verdadeiros para dar sentido à vida, o vazio gerado pelo consumismo só de bens materiais e prazeres supérfluos, a ausência de princípios, a pouca ou nenhuma experiência espiritual, levam ao desenvolvimento da doença da alma, que desafia os conhecimentos atuais.
Quando a depressão se instala é porque a alma adoeceu. É a falta de alegria e ânimo. As queixas mais frequentes falam de um grande desânimo, um estado de espírito negativo, uma tristeza que invade a alma. São João da Cruz nos fala da "Noite escura da alma", onde perdemos a vontade de viver e nada mais tem graça.
A depressão pode estar ligada aos traumas, perda de um ente querido, separações, falta de perspectiva profissional, sentimento de culpa, desilusão amorosa, problemas financeiros, mágoas por traições ou injustiças, e muito mais.
Há problemas emocionais e psicológicos como, por exemplo, cobranças excessivas, preocupações exageradas, pensamentos obsessivos, medos, fobias que precisam de orientação, tudo isso pode ser somatizado no corpo de várias formas. As mensagens que o corpo traduz são muitas: insônia (onde os pensamentos repetitivos impedem o cérebro de reduzir sua frequência, e a pessoa não consegue desligar, exaurindo suas forças); dores de cabeça (pelo excesso de ruminação dos problemas); dores de estômago (os pensamentos não são digeridos e o órgão não consegue processar o que não existe e, assim, as ideias fixas prejudicam a digestão); intestino preguiçoso (onde os ressentimentos, os pensamentos que ficam voltando ao passado e a incapacidade de perdoar e, deste modo, os intestinos imitam esse comportamento).
A relação entre o cérebro e os intestinos, embora há muito conhecida pela medicina chinesa, vem sendo bastante estudada atualmente. O Dr Helion Póvoa mostra que as paredes dos intestinos, estimuladas pela fricção das fibras alimentares, secretam a serotonina. "A alegria e a inteligência emocional, de que tanto precisamos para viver bem, começam realmente a partir do intestino.", diz ele.
Vivemos a maior parte do tempo no piloto automático. Pierre Weiss nos fala da normose, estado inconsciente de pensamentos e atitudes automáticos, onde deixamos nossa mente solta sem controle. Desta maneira, devemos ser os construtores dos pensamentos e não escravos deles, a nossa saúde começa na mente. Pensamentos são como escadas que podem fazer você subir ou descer de nível de consciência.
Victor Frankl, um dos fundadores da psicologia transpessoal, nos fala da importância de buscarmos um sentido para a vida, uma busca pela transcendência do ser. Dificilmente você encontrará um depressivo que tenha essa busca por "algo a mais", e é a falta de objetivos transcendentes que leva ao descrédito de viver. Não ama, nem se sente amado, não alimenta seus sonhos, nada mais entusiasma. Normalmente vemos que a pessoa gastou energia demais, ou está apegado a uma energia que não é boa para ela.
Maslow narra, que precisamos ter consciência deste impulso à transcendência. Essa busca é inerente ao ser humano, o qual, quando reprimido, adoece. Sem o transcendente, ficamos doentes, violentos e niilistas, vazios de esperança e apáticos. Há doenças espirituais e que precisam ser reconhecidas e devidamente tratadas. A Dra. Caroline Myss, em seu livro Anatomia do Espírito discorre sobre que o campo energético reflete a energia de cada indivíduo. Ele nos cerca e leva conosco a energia emocional criada por nossas experiências internas e externas. Tanto as positivas quanto as negativas. Essa força emocional influencia o tecido físico dos nossos corpos e contribuem para a formação do nosso tecido celular. Experiências positivas e negativas são registradas como uma memória no tecido celular, assim como no campo energético.
Dra. Candance Pert provou no livro "A cura da mente", que os neuropeptídeos , substâncias químicas despertadas pelas emoções, são pensamentos convertidos em matéria. Ela afirma que a mente está em cada célula do seu corpo e a depressão é considerada uma desordem emocional e mental - em termos energéticos, a depressão é uma liberação de energia sem consciência. Se o dinheiro é como uma energia, a imagem da depressão é como você abrir sua carteira e anunciar que não se importa mais com quem pega seu dinheiro e com o modo como ele é gasto. Sem energia vital você não pode sustentar sua saúde.
Para criar as doenças, as emoções negativas precisam ser dominantes. E o que acelera o processo é saber que o pensamento negativo é tóxico, no entanto damos a ele a permissão para crescer em nossa consciência. Assim, somos responsáveis pela criação de nossa saúde e temos íntima responsabilidade também pela criação da doença.
* Adriana Splendore é terapeuta ortomolecular e psicoterapeuta transpessoal
http://www.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=478624
A Organização Mundial de Saúde, OMS, prevê que, em 2020, a depressão seja a doença mais comum da humanidade. Ela é um mal que pode atingir qualquer um, em qualquer idade.
Atualmente, a grande polêmica em torno da depressão é que o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH), principal órgão financiador de pesquisas na área do País, rejeitou oficialmente o DSM-V (o novo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), há duas semanas do seu lançamento. Um dos motivos é justamente sobre a classificação do que é tristeza, uma emoção necessária, e do que é depressão, uma patologia que precisa de tratamento.
Tristeza é uma emoção que traz significados importantes - ela é necessária, no caso do luto, por exemplo, precisamos elaborar a perda, revermos nossas atitudes. Antigamente no luto, as pessoas vestiam preto por dois anos em sinal de respeito a esse período de perda e dor.
No DSM-V eles propõe que esse período de luto dure apenas duas semanas e, depois disso, já seria considerado uma patologia, a depressão, e que precisaria de medicamentos para ser tratada. Mas, apenas os medicamentos não vão mudar nossa maneira de pensar, eles aliviam alguns sintomas, mas o que promoverá mudanças no indivíduo sempre será a psicoterapia.
A depressão é uma doença que vai se instalando aos poucos e dando sinais de que algo não está bem em nossa vida. Não se trata apenas de passar o dia triste, mas sim, não ter energia para levantar da cama. Ela indica uma desarmonia interna e um ou mais níveis do nosso ser, seja no físico, emocional ou energético.
Ela altera a maneira como a pessoa vê o mundo, como entende as coisas, manifesta emoções e o prazer com a vida. Ela afeta tudo, como as pessoas se alimentam, dormem, como se sentem em relação a si próprio e como pensam sobre as coisas. A depressão não é simplesmente estar com um "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço.
A falta de valores verdadeiros para dar sentido à vida, o vazio gerado pelo consumismo só de bens materiais e prazeres supérfluos, a ausência de princípios, a pouca ou nenhuma experiência espiritual, levam ao desenvolvimento da doença da alma, que desafia os conhecimentos atuais.
Quando a depressão se instala é porque a alma adoeceu. É a falta de alegria e ânimo. As queixas mais frequentes falam de um grande desânimo, um estado de espírito negativo, uma tristeza que invade a alma. São João da Cruz nos fala da "Noite escura da alma", onde perdemos a vontade de viver e nada mais tem graça.
A depressão pode estar ligada aos traumas, perda de um ente querido, separações, falta de perspectiva profissional, sentimento de culpa, desilusão amorosa, problemas financeiros, mágoas por traições ou injustiças, e muito mais.
Há problemas emocionais e psicológicos como, por exemplo, cobranças excessivas, preocupações exageradas, pensamentos obsessivos, medos, fobias que precisam de orientação, tudo isso pode ser somatizado no corpo de várias formas. As mensagens que o corpo traduz são muitas: insônia (onde os pensamentos repetitivos impedem o cérebro de reduzir sua frequência, e a pessoa não consegue desligar, exaurindo suas forças); dores de cabeça (pelo excesso de ruminação dos problemas); dores de estômago (os pensamentos não são digeridos e o órgão não consegue processar o que não existe e, assim, as ideias fixas prejudicam a digestão); intestino preguiçoso (onde os ressentimentos, os pensamentos que ficam voltando ao passado e a incapacidade de perdoar e, deste modo, os intestinos imitam esse comportamento).
A relação entre o cérebro e os intestinos, embora há muito conhecida pela medicina chinesa, vem sendo bastante estudada atualmente. O Dr Helion Póvoa mostra que as paredes dos intestinos, estimuladas pela fricção das fibras alimentares, secretam a serotonina. "A alegria e a inteligência emocional, de que tanto precisamos para viver bem, começam realmente a partir do intestino.", diz ele.
Vivemos a maior parte do tempo no piloto automático. Pierre Weiss nos fala da normose, estado inconsciente de pensamentos e atitudes automáticos, onde deixamos nossa mente solta sem controle. Desta maneira, devemos ser os construtores dos pensamentos e não escravos deles, a nossa saúde começa na mente. Pensamentos são como escadas que podem fazer você subir ou descer de nível de consciência.
Victor Frankl, um dos fundadores da psicologia transpessoal, nos fala da importância de buscarmos um sentido para a vida, uma busca pela transcendência do ser. Dificilmente você encontrará um depressivo que tenha essa busca por "algo a mais", e é a falta de objetivos transcendentes que leva ao descrédito de viver. Não ama, nem se sente amado, não alimenta seus sonhos, nada mais entusiasma. Normalmente vemos que a pessoa gastou energia demais, ou está apegado a uma energia que não é boa para ela.
Maslow narra, que precisamos ter consciência deste impulso à transcendência. Essa busca é inerente ao ser humano, o qual, quando reprimido, adoece. Sem o transcendente, ficamos doentes, violentos e niilistas, vazios de esperança e apáticos. Há doenças espirituais e que precisam ser reconhecidas e devidamente tratadas. A Dra. Caroline Myss, em seu livro Anatomia do Espírito discorre sobre que o campo energético reflete a energia de cada indivíduo. Ele nos cerca e leva conosco a energia emocional criada por nossas experiências internas e externas. Tanto as positivas quanto as negativas. Essa força emocional influencia o tecido físico dos nossos corpos e contribuem para a formação do nosso tecido celular. Experiências positivas e negativas são registradas como uma memória no tecido celular, assim como no campo energético.
Dra. Candance Pert provou no livro "A cura da mente", que os neuropeptídeos , substâncias químicas despertadas pelas emoções, são pensamentos convertidos em matéria. Ela afirma que a mente está em cada célula do seu corpo e a depressão é considerada uma desordem emocional e mental - em termos energéticos, a depressão é uma liberação de energia sem consciência. Se o dinheiro é como uma energia, a imagem da depressão é como você abrir sua carteira e anunciar que não se importa mais com quem pega seu dinheiro e com o modo como ele é gasto. Sem energia vital você não pode sustentar sua saúde.
Para criar as doenças, as emoções negativas precisam ser dominantes. E o que acelera o processo é saber que o pensamento negativo é tóxico, no entanto damos a ele a permissão para crescer em nossa consciência. Assim, somos responsáveis pela criação de nossa saúde e temos íntima responsabilidade também pela criação da doença.
* Adriana Splendore é terapeuta ortomolecular e psicoterapeuta transpessoal
http://www.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=478624
Um comentário:
"...temos íntima responsabilidade também pela criação da doença." / Quanta bobagem a moça disse... Colocar a "culpa" no sujeito que tem qualquer doença que for, porque ele não "entrou" num estado de consciência y, z, w... É no minimo arriscado e atitude preconceituosa. Quer dizer que quem não afasta as doenças "através" da mente, é um sujeito responsável por tê-las? Pasmem! Um blog como o ninho tão sério, dar espaço para "balelas". Experimente transar com todo mundo sem camisinha, e pense positivamente... Oras, o que precisamos e compreender melhor as doenças, dar créditos a milhares de cientistas que - por conta deles - oferecem descobertas significativas para o controle das mais diferentes doenças... O que foge a isso, é simplesmente a tentativa - milenar - do ser humano encontrar sentido para dura realidade da vida: ela não é fácil mesmo, chegarão a conclusão. É bastante claro que estar bem, pensar em coisas boas é o ideal, entretanto, não podemos negar a "dura realidade", ou melhor, "fugir" dela. Devemos crescer por um processo natural. Saber lidar com o bom e com o duro da vida. Sem tentar enganar o cérebro... Oras, se somos responsáveis pela saúde e pela doença, então no minimo somos "deuses", certo? É como digo: desde que mundo é mundo, o ser humano tem a "fantasiosa" ideia de que pode controlar tudo... Talvez, um dia através da ciência possamos chegar neste estágio. A sra. que escreveu o artigo deveria ler mais sobre o projeto genoma e deixar de lado o "fanatismo" pelo oculto. Estou certo que iria contribuir muito mais junto a sociedade, e quem sabe, sair de um mundo milenar dos "mitos". Fico ressentido, pelos milhares de pacientes doentes mentais e seus familiares, que sabem, absolutamente sabem: que o buraco é bem mais embaixo! Deixo claro que meditar, respirar bem, se alimentar saudável, é bom! Mas, atribuir uma sequência de "ritos" e/ou técnicas mentais com o objetivo de não ter mais um doença, só me deixa entristecido... Pensei que o amigo no ninho, fosse mais sério no combate ao preconceito e valorização de assuntos realmente sérios e científicos. No mais, depressão "infelizmente" não tem cura. E se houver - é claro que é meu desejo e de muitos -, será através da medicina que entraremos o caminho. (enfim, acho que nem vai ser publicado meu comentário, mas mesmo assim o deixo).
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