sábado, 28 de julho de 2012

ABERTURA DE SERVIÇOS AD II

O Ministério da Saúde fixou a quantia de R$ 4 mil, por leito, como incentivo financeiro para a implantação do Sistema Hospitalar de Referência para Atenção a Pessoas com Sofrimento ou Transtorno Mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas.
O dinheiro será investido na aquisição e nas instalações de equipamentos para a adequação de espaço, capacitação e atualização das equipes em temas relativos aos cuidados dos dependentes químicos, além da implantação de um ponto de telessaúde - programa que tem por objetivo integrar as equipes de saúde da família com os centros universitários de referência, para melhorar a qualidade dos serviços prestados em atenção primária.
O número de leitos de atenção aos dependentes não deverá exceder 15% do número total de leitos do hospital geral. Para receber o incentivo, é necessário que cada estabelecimento de saúde tenha um mínimo de quatro leitos e máximo de 25.
O Ministério da Saúde só vai liberar o incentivo após aprovar os projetos encaminhados pelas secretarias Estaduais e Municipais de Saúde à área técnica de saúde mental, álcool e outras drogas. Depois da aprovação dos projetos, o incentivo financeiro será repassado em parcela única aos fundos de saúde e serão distribuídos aos estabelecimentos de saúde, que terão o prazo de 180 dias para implantação dos programas.



Mais oportunidades de abertura de serviços para transtornos mentais e dependentes químicos, os tão sonhados leitos em pequenos hospitais gerais, tão rejeitados por seus trabalhadores. Mas uma vez a necessidade de sensibilização e competência de uma equipe técnica para estimular, orientar a confecção de projetos interior a dentro no Piauí e capital também, já que os leitos do Firmino ( TAC/2010 ) implantados nos hospitais do Promorar, Satélite não funcionam e os da Primavera precisam de aprimoramento. Falta leitos para uma demanda enorme no hospital do Dirceu e Alto da Ressurreição.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS ADs

A Comissão Intergestora Bipartite (CIB) aprovou, nesta sexta-feira (13), a implantação de 158 novos leitos em unidades de saúde gerais para atendimento a pessoas com sofrimento ou transtorno mental e usuários de álcool, crack e outras drogas em todo Piauí.
Os leitos devem funcionar até o próximo ano, já que o cronograma envolve todo um trabalho em habilitar os projetos técnicos junto ao Ministério da Saúde.
Vinte e cinco cidades serão beneficiadas no Piauí. Dentre elas estão Água Branca (06 leitos), Amarante (06 leitos), Batalha (04 leitos), Floriano (10 leitos), Teresina (21 leitos) e, ainda, o Hospital Getúlio Vargas, com 20 leitos.
“Agradeço o empenho dos nossos membros e da secretaria Lilian Martins em agilizar o funcionamento desses serviços em praticamente todo o Estado, já que iremos habilitar esses atendimentos em todas as regiões do Piauí, contemplando as cidades pólos”, disse a gerente de Saúde Mental da Sesapi, Leda Trindade.
Rede de Urgência e Emergência
Ainda na reunião da CIB desta sexta-feira foi aprovado o Plano de Ação Regional da Rede de Atenção às Urgência do Território Entre Rios. Água Branca, Teresina, Altos, União, Altos e Monsenhor Gil serão as cidades pólos da Rede.
O gerente de urgência e emergência da Sesapi, Telmo Mesquita, garantiu que este Plano pretende, a partir do próximo ano, reduzir o número de pacientes enviados aos hospitais de Teresina.
“Serão recursos do Ministério da Saúde que garantirão a reforma e a criação de Unidades de Pronto Atendimento nas principais cidades deste território, com isso, num primeiro momento, a parceria entre as esferas Federal, Estadual e Municipal garantirá funcionários, ambulâncias e estrutura hospitalar de qualidade para mais de um milhão de piauienses”, explicou.
Para a secretária de Estado da Saúde, Lilian Martins, as reuniões têm mostrado eficiência em levar e aprovar ações essências para a melhoria da saúde piauiense. “Fico feliz em saber que nossas metas estão sendo atingidas, os encontros do Conselho servem para monitoramos os projetos e as ações que o Ministério da Saúde e os municípios devem implementar para levar serviços de qualidade a nossa população”, frisou.
A Comissão Intergestora Bipartite da Sesapi é formada por 16 membros, sendo oito dos municípios e o restante de técnicos da Secretaria de Saúde. A capital também participa.

Noticia antiga de abril/012. Confirma a discussão abaixo sobre habilitação de projetos na área ad. Mas burocracia é para ser vencida a favor da vida. Droga mata civilmente. Há pressa.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O DINHEIRO DO CRACK CHEGA AGORA NO PIAUI?

Piauí receberá cerca de R$ 10 milhões para o combate ao crack
O governador Wilson Martins (PSB) e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinarão na tarde desta quinta-feira a adesão do Piauí ao Plano Crack, é Possível Vencer, do governo federal.
O Piauí deverá receber cerca de R$ 10 milhões para a execução do plano.
Com o pacto, começam e são fortalecidas ações para aumentar a oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários de drogas, para enfrentar o tráfico e as organizações criminosas e para ampliar atividades de prevenção. Serão investidos no Estado recursos do Ministério da Saúde, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Ministério da Justiça.
Lançado no dia 7 de dezembro de 2011 pela presidenta Dilma Rousseff e os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, o programa prevê um investimento de R$ 4 bilhões da União e articulação com estados, Distrito Federal e municípios, além da participação da sociedade civil.
Participam ainda da reunião representantes da Prefeitura de Teresina.
A reunião tem inicio às 8h30, ao final dos trabalhos deve acontecer a pactuação do plano “Crack, é possível vencer”, com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com o governador Wilson Martins e com o prefeito da capital, Elmano Férrer (PTB).
Estados como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espirito Santo e Acre já aderiram ao programa.
A diretora de Vigilância e Atenção à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Telma Evangelista, afirmou que alguns recursos serão discutidos com o governador Wilson Martins e o ministro Alexandre Padilha.
Ela afirmou que com a adesão, o Piauí poderá nos próximos dois anos ter 200 leitos para atendimento aos usuários de drogas, em especial o crack. As vagas serão possíveis por meio da abertura leitos em enfermarias especializadas; construção de três centros novos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS) 24 horas, sendo um em Teresina, um em Parnaíba e um em Floriano. e uma Unidade de Acolhimento Infanto Juvenil.
As Unidades de Acolhimento Infanto Juvenil só podem ser criadas em cidades com população a partir dos 100 mil habitantes e 2 mil crianças em vício. Telma Evangelista diz que as cidades que atendem esses critérios no Piauí são Teresina e Parnaíba.
Será criada um residência terapêutica na Colônia Agrícola Major César de Oliveira, em Altos (42 km de Teresina) porque lá estão detidos várias pessoas com transtornos mentai.
Telma Evangelista informou que será criado um Centro de Referência Feminino em Teresina, que não existe, para tratamento de mulheres dependentes químicas.
“É importante que a rede de Saúde acolha sem preconceito, acolha o dependente e seus familiares e ajude o dependente a reconstruir seu projeto de vida”, destacou Padilha.
A iniciativa tem o objetivo de aumentar a oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários drogas, enfrentar o tráfico e as organizações criminosas e ampliar atividades de prevenção.
Na área da saúde, o plano prevê a estruturação da rede de cuidados Conte Com a Gente, que auxiliará os usuários e seus familiares na construção de projetos terapêuticos, em parceria com a Rede SUAS – Sistema Único de Assistência Social, atuando na reinserção social dos usuários. A rede de cuidado é composta de equipamentos de saúde distintos, para atender os usuários em situações diferentes.
Uma das novidades do plano é a criação de enfermarias especializadas nos hospitais gerais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Serão criados consultórios na rua, que farão atendimento volante. Cada consultório terá equipes de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que atuarão de forma integrada com as equipes de Abordagem Social.
Já os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPSad) passarão a funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana. O atendimento será reforçado também pela criação de unidades de acolhimento, adulto e infanto-juvenil, que ofertarão cuidados para garantia da integralidade da atenção psicossocial.
O Crack, é possível vencer contempla também a ampliação dos repasses do Ministério para as instituições da sociedade civil que fazem atendimento aos usuários e seus familiares, desde que cumpram critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e assegurem um ambiente adequado, que respeite a integridade dos direitos humanos dos usuários e de seus familiares.
O senador Wellington Dias (PT) foi convidado a participar de uma reunião com a equipe do governo federal para tratar do Programa de
Políticas sobre Drogas. No encontro com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha,, em Brasília,
Wellington apresentou sugestões para reduzir a burocracia que está atrapalhando os objetivos da Política sobre Drogas.
“Boa parte das sugestões apresentadas pelo senador Wellington Dias foram incluídas na reformulação da Política sobre Drogas do governo
federal, como a criação de uma unidade tipicamente de saúde para internação prolongada do dependente químico”, explicou o ministro da
Saúde.
A unidade de saúde atenderá os dependentes, com áreas de acolhimento e tratamento do vício funcionando com o apoio de uma equipe integrada formada por vários profissionais de saúde, educação e assistência social com qualificação na área do dependente químico. Essas unidades funcionarão como uma parceria entre o setor público – o governo federal financiará 80% dos custos – sendo 20% por conta dos
municípios, Estados ou setor privado.
“O objetivo é a desintoxicação, o tratamento psiquiátrico, psicológico, além da parte física. Após isso, os pacientes devem ser
encaminhados para comunidades terapêuticas para a reinserção social”, falou Wellington Dias.


Há meses acompanha a arenga sobre o Piauí não receber recursos federais para fazer suas ações de saúde ( repressão é outra área), na questão do uso do crack e outras drogas. Ora, sempre houve recursos disponíveis no MS para instalação de novos serviços que correspondem a política da Reforma Psiquiátrica, precisando apenas que os gestores municipais, principalmente, já que a politica de saúde é municipalizada, elaborassem seus projetos de CAPS ad (álcool e outras drogas), com qualidade e a gestão estadual, Gerência de Saúde Mental os enviassem ao MS. Tudo correto, o serviço poderia ser instalado e a partir de um certo tempo, receber mensalmente os valores estipulados a cada tipo de CAPS.
No dia que saiu o edital sobre o consultório de rua no site do MS/saúde mental enviei a companheiras da FMS que fizeram o projeto e o serviço está funcionando. Com que resolutividade não sei. O fato do Estado  nesse momento não ofertar um número maior de serviços, formando uma rede de saúde mental realmente resolutiva não é a falta de recursos, mas de má gestão, de não técnicos da área comandando o que não conhecem, exemplo claro, é Wellington Dias insistir na volta dos grandes "PAs" (Pavilhão dos Alcólicos, desativado em 2005 no HAA), onde se internava todo tipo de dependência química, com registros de mortes inexplicáveis.
No final de 2010, depois de uma luta politica, saúde mental tem muita luta politica, não é diabetes, hipertensão ou saúde bucal, conseguiu-se passando por audiência pública na Cãmara de Vereadores, bipartite e tudo que um CAPS III ad funcionaria nas dependências sub utilizadas do Hospital Dia do complexo do HAA. Assumindo o novo governo e a louca da enfermeira Lílian, que ficou peidando sem entender de nada, esse CAPS não foi construído. Esse centro de tratamento para mulheres com esforço de quem realmente tivesse compromisso já teria saido. Esperemos. O dinheiro chegou!!!

POR UMA LIGA INTERNACIONAL ANTIMANICOMIAL

Na China há pelo menos 173 milhões de pessoas que sofrem de algum transtorno mental. Mas, apenas uma pequena parte recebe tratamento, seja por falta de auto estima, de profissionais e de dinheiro. Os dados são de uma pesquisa do British Medical Journal, divulgadas no site do canal Al Jazeera.

Apenas um em cada 12 chineses que necessitam de cuidados psiquiátricos consulta um profissional regularmente. Isso porque na China poucas são as seguradoras de saúde que fazem cobertura de assistência psiquiátrica. E na zona rural, a assistência a esses pacientes é muito reduzida, já que faltam leitos em hospitais e iniciativas do governo.

E há ainda um agravante: há um número muito reduzido de psiquiatras no país – um para cada 8.000 pessoas, e até psiquiatras sem diploma universitário.

O governo chinês já se comprometeu a investir mais em saúde mental, investindo bilhões de dólares em novos e renovados hospitais psiquiátricos, muitos dos quais são antigos e propositalmente localizado longe das cidades.

Enquanto isso, os transtornos mentais disparam na sociedade chinesa graças as rápidas mudanças de padrão que dificultam a adaptação de algumas pessoas.


Imaginem os "chiqueiros" como dizia Carrano, sobre as condições subhumanas e de engorda de loucos dentro destes hospitais numa sociedade que domina o mundo com seus produtos industrializados baratos. Trabalhadores que não dão conta desta produção ( Basaglia) devem pagar o custo disto enlouquecendo. Li outro dia uma manchete sobre um protesto na China numa empresa ou fábrica, onde 300 trabalhadores cometeriam suicídio se suas reinvindicações não fossem atendidas. Não acompanhei o desfecho.




quarta-feira, 25 de julho de 2012

MENOS QUE NADA: A LOUCURA VAI AO CINEMA

Desde criança vivo cercada pela senhora "ruim" do juizo, a loucura. Conheci louca famosa como a Nicinha ou seu Zé Abóbora e sua mulher Maria Cacete, apelido que odiava e corria esbravejando atrás das crianças nas rua da minha infância. Conheço vários loucos de rua, seus pontos, algumas histórias de suas vidas. Não há em mim um sentimento de piedade apenas por um homem ou uma mulher sem razão, penso que se estão em situação de rua é porque uma familia desistiu deles ou eles fugiram de uma por razões lúcidas ou não e o poder público só tem a oferecer para eles os pavilhões do HAA, com grades e medicações que sozinhas não os integram a vida produtiva. Então aceito a loucura de alguns  como outras formas de "viver a subjetividade humana" (Tykanori ).
Conheci outro louco famoso, Carrano, o Bicho de Sete Cabeças e tantos outros me cercam hoje, aqui fora do manicômio. É possível. Nesse mês de julho (12) fez um ano de morte de Faustino, queimado, preso a um colchão. Que aconteceu? A familia busca justiça? Idenização do Estado? Alguém foi responsabilizado? Condenado?
Fiz uma viagem este mês, sem medicação e tempo de ir ao meu psiquiatra fui a urgência do HAA, o plantonita que já levei em 2009 ao MP por me sonegar receita numa situação parecida e mais grave, prontamente me atendeu desta vez. Houve mudanças físicas significativas na recepção, chama atenção a troca de um velho portão jamais fechado (responsável por muitas fugas de agudos), e me informaram que enfermaria clínica e geriátrica ganharam climatização. Espero que tirem as grades, deixando mais parecido com hospital geral.

Não vi o filme ainda. Mas a tendência dos atores é interpretarem muito bem somente a manifestação do sintoma, do surto. Dá sempre aquela sensação que o louco está psicótico 24 horas. Ainda bem que loucura não é dor de dente. Espero que este me surpreenda.

Filme sobre esquizofrenia

segunda-feira, 9 de julho de 2012

CAMPANHA NACIONAL PARA MUDAR A LEI DE DROGAS NO BRASIL

A atriz Regina Sampaio estrela campanha pela mudança da Lei de Drogas no Brasil
A Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia (CBDD) e o Viva Rio lançam, na segunda-feira (9), uma campanha nacional para mudar a Lei de Drogas no Brasil. A campanha “Lei de Drogas: é preciso mudar” vai recolher um milhão de assinaturas para apoiar o projeto de lei que será apresentado ao Congresso Nacional com o objetivo de tornar a legislação sobre drogas no país mais justa e eficaz. A cerimônia de lançamento será no auditório da Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), às 14h.
A Lei 11.343/2006, que normatiza a política de drogas no Brasil, não faz distinção clara entre usuário e traficante. Desde que entrou em vigor, o número de presos por porte de drogas no país dobrou. Essa falta de clareza está levando à prisão milhares de pessoas que não são traficantes, mas sim usuárias. A maioria desses presos nunca cometeu outros delitos, não tem relação com o crime organizado e portava pequenas quantidades da droga no ato da detenção.
Algumas propostas que serão apresentadas no novo Projeto de Lei: deslocar a questão das drogas da área da segurança pública para a saúde e a assistência social; descriminalizar o consumo de drogas; estabelecer diferenças claras entre usuário e traficante; e garantir tratamento de qualidade para dependentes químicos, envolvendo as redes de apoio e as famílias para oferecer a eles uma atenção integral.
O novo projeto de lei foi elaborado pelos juristas Pedro Abramovay, professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenador do Banco de Injustiças; Cristiano Maronna, membro da diretoria do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM); Luciana Boiteux Rodrigues, professora de Direito Penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Daniel Nicory, defensor público do Estado da Bahia e professor da Faculdade Baiana de Direito; e Luiz Guilherme Mendes de Paiva, ex-assessor da presidência do Supremo Tribunal Federal e mestre em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP).
A campanha é assinada pela Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia (CBDD), tem o apoio do Viva Rio e parceria da Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Secretaria Estadual de Saúde, Comissão Global sobre Políticas de Drogas e AVAAZ – O mundo em ação.
Clique para baixar o novo Projeto de Lei
 
Email de Ricardo Cruz

sexta-feira, 6 de julho de 2012

SESSÃO CRACK NO NINHO III

No Brasil e mais especificamente no Rio de Janeiro, a guerra às drogas chancelada pela ONU é traduzida, nas palavras de Nilo Batista, em uma política criminal com derramamento de sangue. Uma tragédia social que atinge a todos: dependentes, usuários, pequenos traficantes e a população em geral, todos sofremos com o modelo bélico adotado há anos. Leia o artigo dos defensores públicos do Rio de Janeiro, Ricardo André Souza e Rodrigo Baptista Pacheco.

A atual política de drogas, chancelada pelas Organizações das Nações Unidas, sustenta que é possível um mundo livre de drogas. Com este propósito, recursos são gastos no financiamento de um modelo reconhecidamente bélico – o que se constata pelo slogan adotado: war on drugs. Como se fosse possível haver guerra contra as drogas; como se essa guerra não se desse entre pessoas.
No Brasil e mais especificamente no Rio de Janeiro, tal modelo é traduzido, nas palavras de Nilo Batista, em uma política criminal com derramamento de sangue. Uma tragédia social que atinge a todos: dependentes, usuários, pequenos traficantes e a população em geral, todos sofremos com o modelo bélico adotado há anos.
A Lei nº 11343, recebida negativamente ao implementar uma suposta política de afrouxamento da repressão ao tráfico de drogas, proporcionou, na realidade, um aumento significativo da população carcerária e, em especial, do número de pessoas presas por tráfico de drogas.
Na prática, muitos usuários foram promovidos a traficantes pelos órgãos de repressão, enquanto o pequeno traficante, aquele que inicia a atividade ilícita desarmado para sustentar o seu vício ou para ganhar algum dinheiro, e que constitui a grande maioria dos casos, como revelado pela pesquisa de Luciana Boiteux, foi alçado à condição de inimigo da sociedade.
Constata-se que a avançada proposta de permitir ao pequeno traficante, se preso e condenado, a prestação de serviço à comunidade em substituição a um período curto no cárcere, encontra inúmeros obstáculos para sua efetiva aplicação na Justiça criminal.
Este quadro de extrema desigualdade agrava-se com o fato de 42% das comarcas do Brasil não contarem com a Defensoria Pública instalada, deixando o jovem, em sua maioria negro e pobre, desprovido do direito à defesa adequada e eficiente. Significa que este jovem, já discriminado inicialmente pelas agências criminais ao ser considerado traficante, dificilmente conseguirá reverter tal situação, na medida em que estará desassistido juridicamente.
Reconhecendo o fracasso da atual política de drogas, a ANADEP – Associação Nacional de Defensores Públicos, em parceria com a CBDD – Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia, com o apoio do Viva Rio, criaram o Banco de Injustiças (www.bancodeinjusticas.org.br). A ideia é dar rosto e vida às injustiças cometidas na aplicação da lei de drogas, oferecendo espaço para que sejam apresentados os casos em que usuários ou dependentes são tratados como traficantes.
A “guerra às drogas” já está perdida e os resultados sociais negativos são de fácil percepção. A quem interessa a manutenção da política repressora que resultou na escalada da violência e que, ao longo de quarenta anos de vigência, não foi sequer capaz de reduzir o consumo de drogas no mundo? Urge lançar mão de uma política alternativa ao modelo bélico, afeto à saúde pública e desvinculado do estigmatizante aparato repressivo-criminal.
Passa da hora de levarmos a sério e sem preconceitos caminhos jamais testados no Brasil, que envolvem a descriminalização, a regulamentação responsável e, quiçá, a legalização de algumas drogas tornadas ilícitas. Entre o fracasso da criminalização e a “liberação” irresponsável há matizes adotados com sucesso por outros países, como a experiência de Portugal que, ao implementar a descriminalização há mais de 10 anos, conseguiu reduzir o consumo de drogas entre os mais jovens.
Continuaremos a responder à complexidade do problema das drogas com a simplicidade de slogans como “não estamos preparados” ou “o consumo aumentará”. A bem sucedida experiência de Portugal desautoriza essa paralisia. É preciso tentar. Por que não?
Ricardo André Souza e Rodrigo Baptista Pacheco são defensores público do Estado do Rio de Janeiro

http://cbdd.org.br/pt/2012/07/02/o-fracasso-da-politica-de-drogas-e-sua-tragedia-social/

SESSÃO CRACK NO NINHO II

05/06/2012 20:40

Comissão especial vai monitorar programa de combate ao crack

Em audiência pública realizada nesta terça-feira (5) pela Comissão Especial sobre o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas, a deputada Rosane Ferreira (PV-PR) ressaltou que o grupo vai monitorar o programa “Crack, é possível vencer”.
A ideia é realizar audiência pública a cada quatro meses para acompanhar a execução do programa. O objetivo, segunda a deputada, é evitar o que ocorreu durante o Governo Lula, que anunciou a liberação de R$ 400 milhões para o combate às drogas e, até hoje, foram empenhados apenas R$ 11 milhões e gastos efetivamente R$ 5 milhões. “Nós não podemos deixar que isso se repita”, alertou a deputada, que solicitou a realização da audiência.
Na opinião de Rosane Ferreira, o Brasil tem pressa, pois jovens estão morrendo em diversas cidades do País por envolvimento com as drogas.
O coordenador da área técnica de Saúde Mental, Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori, observou que o programa “Crack, é possível vencer” tem uma grande complexidade por ter uma atuação interministerial. Estão envolvidos no programa os ministérios da Justiça, do Desenvolvimento Social, da Saúde e a Secretaria de Direitos Humanos. “Isso não é fácil, não é simples, demora bastante”, afirmou.
Tykanori explicou a pequena execução financeira no primeiro quadrimestre de 2012. Nesse período, disse ele, foram investidos R$ 9 milhões em nove cidades. Entre as cidades beneficiadas estão São Paulo, que recebeu R$ 2,10 milhões, e Recife, que recebeu R$ 1,9 milhão.
O programa “Crack, é possível vencer” foi lançado em dezembro do ano passado. Na ocasião a presidente Dilma Roussseff anunciou investimento de R$ 4 bilhões no programa de combate às drogas.
Capacitação de profissionais
Durante a reunião, a diretora de Articulação e Coordenação de Políticas sobre Drogas do Ministério da Saúde, Carla Dalbosco, falou das ações do Ministério da Justiça na prevenção às drogas. Ela disse que foram implementados 49 centros regionais para capacitação de diversos profissionais, em 19 estados. Em um ano, acrescentou, foram capacitados quase 15 mil profissionais, como agentes dos sistemas judiciário e policial e do Ministério Público.
Carla disse ainda que está prevista para o segundo semestre a capacitação de 10 mil lideranças religiosas. “É importante dizer que esse curso não entra na questão dogmática de nenhuma religião. A ideia do curso é levar informação técnica para essas lideranças que às vezes atuam de uma forma mais intuitiva, mas que carecem de um conhecimento mais técnico na área”, disse.
Reportagem - Oscar Telles
Edição – Regina Céli Assumpção

SOBRA DINHEIRO, MAS FALTA PROJETOS NA ÁREA DA DEPENDENCIA QUÍMICA

Autoridades que participaram do Seminário de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, realizado ontem em Rio Preto, revelaram que sobra dinheiro, mas faltam projetos adequados para implantação de ações de combate ao tráfico e tratamento de dependentes.
Os governos federal e estadual  disponibilizam até 2015, R$ 750 milhões para prevenção e tratamento de dependentes químicos do  estado de São Paulo.  “Em 2010, o governo federal colocou R$ 120 milhões à disposição, mas só R$ 15 milhões foram liberados por falta de projetos adequados de combate ao crack”, disse o deputado estadual, Orlando Bolçone, integrante da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas.
Andréa Gallassi, coordenadora nacional da Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, orientou os participantes sobre as políticas que devem ser adotadas para a liberação do dinheiro.
O ponto alto das discussões foi que a prevenção, combate e tratamento dependem de ações conjuntas entre os setores da saúde, educação, social, justiça e segurança.Para se obter resultados positivos também é consenso que só por meio de união dos municípios, estado e governo federal. “O problema das drogas é tão complexo e desafiante que só com o envolvimento de toda a sociedade é que poderemos ter um futuro melhor”, diz Bolçone.
Fórum /No final do seminário foi criado um fórum que vai manter os debates e orientações de políticas públicas de enfrentamento ao crack e outras drogas.
Pesquisa /Dos 645 municípios do estado, 315 participaram de uma pesquisa feita pela Frente Parlamentar e, para 58% dessas cidades, o alcoolismo é o vício que mais demanda recursos do sistema público de saúde para tratamentos. Em seguida vem o crack, com 28%. A cocaína representa 8% e a maconha, 6%.
Interior não tem leitos para dependentes
Dos 315 municípios que participaram da pesquisa, só 6% têm leitos destinados para o tratamento de dependentes químicos, sendo que Rio Preto é uma das cidades que oferece leitos para internação.
76% dos usuários de drogas têm entre 16 e 35 anos. A faixa etária mais atingida é a dos 16 aos 20 anos, com 25% das citações.
Retorno às drogas é superior a 50%
Das cidades participantes, 39% afirmam que a reincidência nos tratamentos a usuários é superior a 50%. Já, para outros 26% dos municípios pesquisados, a recaída às drogas chega a 91% dos usuários que se submeteram a tratamento.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

MOVIMENTAÇÃO ANTIMANICOMIAL NO SUDESTE

Pessoal, 

Não conseguimos apoio para almoço nessa reunião, portanto venham com dinheiro. Há um restaurante por quilo ali perto.

Bj

Bete/Felipe




--- Em qua, 13/6/12, Elizabete Henna  escreveu:

Data: Quarta-feira, 13 de Junho de 2012, 19:33
Segue a pauta sugerida (no congresso da abrasme):

  • ECO na ABRASME;
  • Encaminhamento para CISM;
  • Posição do MNLA da Politica de Drogas da Frente Popular de São Paulo;
  • Funcionamento da SENC.

Até Santo André,

Abraços,

Bete.

--- Em qua, 13/6/12, Elizabete Henna  escreveu:De: Elizabete Henna Assunto: Reunião da SENC - Dia 30 de junho - 09 às 16 horas - Santo André - SP
Para: mnla@grupos.com.br, senc@grupos.com.br
Data: Quarta-feira, 13 de Junho de 2012, 8:30
REUNIÃO DA SENC - Secretaria Nacional Colegiada do MNLA - Movimento Nacional de Luta Antimanicomial, com os representantes da CISM - Comissão Intersetorial de Saúde Mental.

DIA 30 de Junho de 2012
Das 9 às 16 horas
Local: Rua Ribeiro Guimarães, 43 - Vila Pires - Santo André - SP (atrás do SENAI)

Indicações de como chegar:
*Da Rodoviária de Santo André - tomar o ônibus 194 (empresa São José - Intermunicipal).
**Da Estação de Trem de Santo André - tomar o mesmo ônibus, ou outros que vão para a Av. Perimetral, perto do SENAI (pedir para o motorista para descer no SENAI)
***De carro: da prefeitura de Santo André seguir pela Av. Perimetral até o SENAI e virar à direita (a rua Ribeiro Guimarães fica perpendicular e atrás)

Iracema, por favor nos envie a pauta que foi sugerida no Congresso de Fortaleza.

Edvaldo, por favor repasse esse e-mail ao pessoal do RJ, pois eu não tenho o e-mail de tds.

Pessoal, se tiver mais alguém que precise participar dessa reunião e eu não coloquei o e-mail por favor repassar.

Abraços,

Bete Henna
Conheci Bete no Rio, ABRASME 2010. Ela e Dulce Cordeiro e outras/os militantes históricos do MNLA. Imagina no Rio, no sul não se consegue nem o almoço, aqui ruim ou bom ainda sai aquele bufezinho do Água Limpa ou aquela comida empobrecida que serviram na conferência estadual da pessoa com deficiência neste governo socialista econômico.


terça-feira, 3 de julho de 2012

SAÚDE MENTAL INFANTIL E ESCOLA INCLUSIVA

Estive recentemente participando da Conferência  Estadual da Pessoa com Deficiência, e como sempre acontece fico babando de inveja branca das conquistas por mínimas, mas visíveis que os determinados grupos organizados por deficiência já conquistaram. Os surdos com direito a interpretes de LIBRAS, alguns cegos empoderados, presidentes de conselhos, nacional e estaduais. Alguns cadeirantes motorizados, com seus carros adaptados e com financiamento facilitado. A mesa da manhã do dia 29 era composta hegemonicamente de pessoas com deficiência e familiares. Exemplo de protagonismo dos sujeitos que discutem, opinam e tem voz e voto sobre suas possibilidades de viver melhor.
Os delegados eleitos para a conferência nacional na sua maioria foram pessoas com deficiência, bem diferente da conferência  estadual de saúde mental intersetorial de 2010, onde "os normais" fizeram tanta confusão e não levaram nem um louco genuino, apenas um ad. Longa luta ainda é necessário ser travada para que aconteça a acessibilidade em saúde mental, empoderamento então, será um momento muito mais amadurecido da batalha.
Uma representante do MEC ( deficiente física) expôs sobre a política de Educação inclusiva, a formação continuada para professores em bilinguismo, sobre o número de salas de AEE ( Atendimento especializado) para crianças com deficiências. Expressão já conhecida crianças TGDs ( Transtornos Globais do Desenvolvimento), mas somente as diversas manifestações do autismo são reconhecidas e a síndrome de Doaw, as psicoses infantis e os trantornos invasivos da infãncia sem outras especificações, estes últimos incluo uma nova geração de crianças que chegam às escolas, que são os filhos de mulheres dependentes químicas, crianças com algum comprometimento psíquico observado pelo comportamento bizarro, agressivo, retraído, com dificuldades cognitvas, de atenção, etc. Estas são invísíveis nos documentos do MEC. O movimento antimanicomial precisa urgente encampar campanhas a favor das crianças loucas, porque criança também tem crise mental, por mais que a ideologia da antimedicação da vida negue, estas crianças necessitam de um diagnóstico e reabilitação precoce, acesso a educação especial para que tenhamos adultos psicóticos ( se não houver cura da loucura nos próximos 18 ou 20 anos ), estes terão viverão com mais qualidade de vida e acessibilidade, quem sabe até empoderados. Não mais naquelas mesas dos encontros de saúde mental liderados por normais, que são sempre as últimas: "fala louco, que ninguém mais te escuta."

SAÚDE MENTAL INFANTIL

O Programa Nacional para a Saúde Mental (PNSM) alerta para o «escasso número» de psiquiatras da infância e da adolescência e considera «prioritária» a abertura anual de um mínimo de 13 a 15 vagas nos próximos seis anos.
A Direcção-geral da Saúde (DGS) colocou em consulta pública (contributos.programas@dgs.pt), até 9 de Julho, o PNSM 2007/2016, um documento estratégico que define as metas e os objectivos a atingir nesta área.
Dados da Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente referem que uma em cada cinco crianças apresenta evidência de problemas mentais, proporção que tende a aumentar, registando-se que entre as referenciadas apenas um quinto recebe tratamento adequado.
Estimativas da Rede de Referenciação Hospitalar de Psiquiatria da Infância e da Adolescência referem que há um «escasso número» destes especialistas, uma situação que irá agravar-se com «o elevado número de saídas previsíveis por motivos de reforma».
O PNSM considera também «prioritário» rever o actual modelo contratual dos novos hospitais em regime de parcerias público-privadas (PPP), a nível de prestação de cuidados de psiquiatria e saúde mental, centrado exclusivamente em actividade intra-hospitalar (episódio de internamento, consulta externa, sessão de hospital de dia).
Este modelo «não permite configurar uma resposta assente no desenvolvimento de cuidados de proximidade, em contexto comunitário», refere o documento.
Dados preliminares do primeiro estudo epidemiológico nacional sobre prevalência de perturbações psiquiátricas apontam para 22,9% de prevalência anual, registando-se 6,3% de situações graves.
«Em Portugal existe uma das mais elevadas prevalências de doenças mentais da Europa e uma percentagem importante das pessoas com doenças mentais graves permanece sem acesso a cuidados de saúde mental», alerta o documento.
Uma das metas traçadas no programa é reduzir, até 2016, o impacto da doença mental, traduzido no crescimento máximo até 5% do número de episódios de urgência.
Outra das metas é reduzir o número de doentes institucionalizados em hospitais públicos em, pelo menos, 80%.
A crise financeira também é abordada no documento, frisando que «é plausível a ocorrência de um aumento da prevalência de algumas doenças mentais» e uma subida da taxa de suicídio em alguns sectores da população.
«Se o investimento no desenvolvimento dos serviços comunitários para doentes mentais graves já era uma prioridade antes da crise, é-o ainda mais agora», alerta.
Apesar de todas as dificuldades decorrentes da situação de crise, o plano afirma que já conseguiu «progressos significativos»: «o número de doentes institucionalizados em hospitais psiquiátricos diminuiu 40%» e «encerrou-se com sucesso o mais antigo hospital psiquiátrico do país [Miguel Bombarda]».
Para os autores do programa, os constrangimentos económicos actuais constituem também «uma oportunidade para se proceder a reformas importantes, até agora de difícil implementação, tais como a adopção de guidelines para a prescrição racional de psicofármacos e o envolvimento de profissionais não-médicos em programas terapêuticos.


CAPS i ( 2 ) CAPS i na Reforma: Centro de Referência em autismo


Abaixo-assinado pela aprovação projeto dos cinco Centros de Referência em Autismo em São Paulo -
 
Nós, abaixo-assinados, solicitamos que seja aprovado o projeto de construção de cinco Centros de Referência em Autismo em São Paulo. O autismo é das mais graves questões da psiquiatria. Estima-se que existam 100 mil autistas na cidade de São Paulo. A maioria encontra-se, hoje, sem diagnóstico e sem tratamento. O autista que recebe diagnóstico precoce tem muitas possibilidades em sua vida. Aos que não são atendidos adequadamente, o futuro reserva a internação psiquiátrica como única medida de tratamento. Isso onera o Estado sem necessidade e, principalmente, exclui o autista de toda possibilidade de cidadania. Queremos que o autista seja tratado adequadamentee e assim, tenha dignidade em sua vida! E mais, queremos que os recursos públicos sejam geridos de forma responsável!
 
está circulando  na rede o abaixo- assinado  acima...


Comunicação no grupo yahoo capsinareforma.

CAPS i (1 )

I CONGRESSO BRASILEIRO DE CAPSi
 
 
proposto para o MÊS DE ABRIL DE 2013 no RIO DE JANEIRO.
 
 
Tivemos, no Brasil, um grande CONGRESSO DE CAPS, em 2004, em São Paulo, mas nunca realizamos nenhum CONGRESSO BRASILEIRO DE CAPSi, e achamos que o momento é extremamente oportuno para esta realização, por diversas razões, que vamos apresentando ao longo de nosso debate que se abre neste momento por esta rede.
 
Propomos que os próprios CAPSis brasileiros sejam os CONVOCANTES do CONGRESSO, e por isso formulamos a expressão CAPSi CONVOCANTE para desginar aqueles que aceitarem esta condição. Os diferentes níveis da gestão pública de saúde mental – FEDERAL, como Coordenação Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde/Área de Saúde Mental Infanto-juvenil, Coordenaçõss Estaduais e Municipais e suas respectivas áreas de saúde mental infanto-juvenil são absolutamente indispensáveis na CO-CONVOCAÇÃO do CONGRESSO.
 
Fazemos este primeiro anúncio, geral e amplo, e seguiremos construindo este congresso COLETIVAMENTE.
 
 
 
Os CAPSis convocantes são, até o momento:
 
CAPSi Pequeno Hans (RJ)
CAPSi Elisa Santa-Roza (RJ)
CAPSi Maria Clara Machado (RJ)
CARIM/UFRJ
CERSAMI de Betim
 
 
Proponentes (pequena comissão inicial)
Luciano Elia (Rio)
Maria Cristina Ventura Couto (Rio)
Rodrigo Chaves Nogueira (Belo Horizonte, Betim, Brumadinho/MG)
 
 

domingo, 1 de julho de 2012

PSICOFÁRMACOS: MAL NECESSÁRIO OU AUTOGESTÃO DA MEDICAÇÃO?

"Pacientes com transtornos mentais tomam remédios em excesso", este título me chamou a atenção na sequência de várias discussões, conversas com vários usuários, familiares com diversas opiniões sobre a adesão a medicação ou não. A negação da doença mental por parte da familia e do usuário (a), as consequências da disfuncionalidade destas pessoas e ou a convivência com os efeitos colaterais muitas vezes insuportáveis de alguns psicotrópicos. Não estamos falando aqui da crítica sociólogica referente ao comportamento ocidental de medicalização da vida. Nos referimos a patologias com sintomas visíveis e sofrimento humano que podem sim, medicados corretamente serem aliviados ou cessarem por tempo razoável ou serem constantemente controlados oferecendo qualidade de vida para muita gente que vive com transtornos mentais graves ou leves, todos são sofrimentos.

Abaixo uma sequência de textos com a intenção da discussão e reflexão para nós usuários e técnicos defensores da prática para uma saúde mental de qualidade.

MEDICAÇÃO 4

Querida Madileuza,

Acredito que existam pessoas que precisam de alguns destes medicamentos. O problema é o diagnostico errado e o tipo de tratamento dado pela maioria dos médicos do SUS e outros convênios NESTA UNIDADES. 
 Minha tia sofreu uma fratura na bacia, por ter escorregado em um tapete.  Levada par o hospital foi internada. Depois de cerca de cinco dias voltou pra casa e começou a tirar a roupa, trocar de calcinha na frente de qualquer pessoa, até que resolveram levá-la à outro médico  que viu que a medicação estava totalmente  errada.
Trocou a medicação e ela voltou a ser a pessoa  que sempre foi. Nunca teve problemas que indicasse transtorno mental.  O médico que havia lhe indicado tais medicamentos estava de plantão e é psiquiátra.  Ela  estava enlouquecendo! Ela não faz muitas coisas como antes, por causa da sequela que ficou e pela idade.
 O médico que cuidava dela é que me ligou e me pediu para denunciar ao MP.
Agora eles se defendem com mentiras. O negócio deles é o paciente não dar trabalho. Não ficar pedindo pra ir embora. É segurar o paciente, pelo menos, por 30 a 45 dias. Por que será....Só agora entendo!!!
 Pena que você não conheceu minha filha. Ela nem foi examinda antes de tomar a medicação na clínica.  Você tem a história onde conto como foi tudo  que aconteceu?  Ela nunca feriu ninguém, nunca ficou nua na frente dos outros.  Não tinha problemas cognitvos.  era nervosa e estava sofrendo com o bulliyng por estar acima do peso e não esva mais aguentndo tanta cobraça por parte da minha familia. Quando viajávamos,  e ficávamos alguns dias fora, era um atranquilidade, mas eu trabalhava direto e não podia estar sempre saindo. Você leu uma reportagem que coloquei na luta antmanimial capixaba. feita por Davd Rosenhan?

Por isto sou contra a medicalização, nestas clínicas? nem pensar!
Eu tomo Diazepam, às vezes rivotril.

Muita saúde pra você e muita paz

Beijos
 
http://nercindaheiderich.blogspot.com

O PROBLEMA MAIOR É A OVERDOSE MEDICAMENTOSA,  MUITAS VEZES SEM NECESSIDADE E EM OUTRAS, ALERGIAS AO MEDICAMENTO
.

MEDICAÇÃO 3

Querida Nercinda,

Uso medicação desde os nove anos. Vão lá uns trinta e tanto. Deixei-as por algum tempo por variadas temporadas da minha vida. Mas desde 2007  ciclei muito. Sou ex paciente de manicômio mesmo. Corri nua na rua, perdi qualquer noção de realidade. Não quero nunca mais isso. Tenho pavor só de pensar em crises agudas, então aprendi a aceitar a doença mental, minhas limitações e com muita dificuldade aderi mesmo às medicações. Mamas cresceram, vivo cheia de gases e não posso usar anti-inflamatórios que há interação medicamentosa com as 500 mg de divalproato de sódio e me enlouquecem. E tarja preta (ansiolítco) , cinco dias sem eles descompenso totalmente. Não luto  mais contra, mas a favor de medicações com maior poder de resolutividade e menos efeitos colaterais. Já tentei várias e vou ficando com a que deixa minha cabeça funcionando melhor, apesar do corpo ( partes dele, padecerem).
Acho temeroso essa coisa da rejeição a medicação, já perdi amigos por suicídio em crise, e conheço tantas outras que tentaram, além de se tornarem pessoas disfuncionais, com cara e comportamentos bizarros, etc. Paciente esclarecido que vai buscar sua saúde mental por várias maneiras, uma delas vencendo o autopreconceito é a melhor estratégia para qualidade de vida vivendo com transtornos mentais.
Beijo

MEDICAÇÃO 2

Os efeitos colaterais das drogas psiquiátricas causam sintomas iguais aos de doenças mentais grave inclusive similares até mesmo a esquizofrenia. Esconde-se que drogas psiquiátricas podem causar doenças psíquicas. Há danos cerebrais. Há destruição da dentição, problemas de obesidade, diabetes, anorexia, debilitação, e outros. Os danos da psiquiatria criminosa são hediondos. A sociedade é manip...ulada para ver a doença em tratamento através dos males que são causados pelas drogas tarja preta com que a psiquiatria criminosa vende a imagem de doença mental das suas vítimas.
Esconde-se que efeitos colaterais de drogas psiquiátricas são usados para consumar diagnósticos de doenças mentais e a imagem social estigmatizada das vítimas da psiquiatria criminosa. Prisão química. As drogas psiquiátricas produzem confusão, transtornos e distúrbios mentais, desordens psicomotoras e neurológicas, e surtos psicóticos. Doença mental química. O poder da psiquiatria criminosa é intocável neste país, ninguém age em defesa das vítimas de monstros tão poderosos, e que são acompanhados por vultosos e onipotentes interesses em toda a área de saúde."
Li isso em um site e concordo plenamente com esse artigo,eu mesma fui vítima de uma psiquiatra da clínica Saint Roman,aqui do Rio de Janeiro. Tive uma discussão muito grande com meu marido, fiquei muito exaltada e pela primeira vez na vida fui internada. Essa psiquiatra depois de uma consulta rápida,diagnosticou surto psicótico,me internou rapidamente,me dopou com Zyprexa e em uma semana eu já não comia mais,não bebia nada,não dormia,não tomava banho,tive SNM e minha vida foi quase destruída.Sai da clínica pois meu plano de saúde deixou de ser aceito.Fui para outra clínica onde diagnosticaram transtorno bipolar,então começaram a me desintoxicar.A síndrome neuroléptica maligna é terrível para o ser humano,eu pesei menos de 40 kilos, não conseguia fazer absolutamente nada sozinha, antes de tomar esse maldito ZYPREXA isso nunca tinha acontecido comigo.Eu não tenho e nunca tive transtorno mental algum.

A psiquiatria criminosa brinca com a vida das pessoas!!!
 
 
Shirley Torres
email de amiga do Ninho, antimanicomial. 

MEDICAÇÃO

São Paulo – Os avanços na área psiquiátrica brasileira estão colocando um fim nos sistemas manicomiais e a cada dia reintegram mais pessoas com transtornos mentais a sociedade. Porém, os pacientes continuam tomando muitos medicamentos, principalmente os das classes menos favorecidas. As informações são da pesquisa do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FMC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em conjunto com com os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Estado de São Paulo.
  • A professora Rosana Teresa Onocko-Campos coordenou a pesquisa realizada nas cidades de Campinas, interior de São Paulo, e identificou que a maioria dos pacientes toma muitos remédios, tanto na rede de atenção primária como nos Centros de Atenção Psicossocial. Segundo a autora, o tratamento em saúde mental está reduzido ao uso de psicotrópicos, medicamentos que agem no sistema nervoso provocando alterações de comportamento e humor.
    A pesquisa aponta que o uso crescente destes medicamentos está associada a fatores econômicos. Os pacientes que mais tomam remédios são os mais pobres e com baixa escolaridade. De acordo com dados do estudo, em Campinas no primeiro semestre de 2010, mais de 65.778 pessoas receberam prescrições de psicofármacos - antidepressivos, tranquilizantes e estabilizadores de humor -, o número equivale a 6,5% dos habitantes da cidade.
    Além do número crescente de prescrições de antidepressivos, a auto-medicação é outro fenômeno que vem atingindo a população. Segundo a pesquisadora Rosana Onocko-Campos, as pessoas utilizam medicamentos para tentar resolver problemas que fazem parte da vida e não para combater doenças.
    Outro problema apresentado pela pesquisa é a centralização da prescrição de medicamentos. Como apenas os médicos têm conhecimento sobre os componentes presentes nas medicações e suas contraindicações, quando os pacientes precisam tirar suas dúvidas os demais trabalhadores da saúde não sabem informar, o que demostra uma contradição no sistema de saúde brasileiro.
    A pesquisadora da Unicamp ressalta em seu estudo que os pacientes devem se responsabilizar mais por seu tratamento. De acordo com ela, apenas os usuários de medicamentos podem saber se estão melhorando ou não, uma vez que a melhora nesse caso se resume à experiência de estar menos depressivo ou psicótico.
    A professora Rosana Onacko-Campos coordenou também uma pesquisa realizada em 25 dos 26 Caps III paulistas. As unidades estudadas são referência em saúde mental e visam a substituir os hospitais psiquiátricos com tratamentos diferenciados que evitam a internação psiquiátrica integral e reintegram o paciente à comunidade. Cada Caps possui em média 400 pacientes cadastrados, sendo que a frequência deles depende do tratamento planejado pela equipe multiprofissional.
    Segundo Rosana Onacko-Campos, o objetivo dessa pesquisa foi mostrar que a reforma psiquiátrica no Brasil avançou o suficiente para acabar com receios sobre a importância dos Caps. Os estudos mostraram que a reintegração dos pacientes à comunidade com a ajuda de familiares trouxe avanços nos quadros de transtornos mentais e que os Caps são mais viáveis do que os antigos manicômios.
    Após realizar as pesquisas, a professora Rosana Onocko-Campos e seus colegas decidiram elaborar um guia para ajudar os pacientes a auto-gerenciar as suas medicações. Esse guia é baseado em um outro já existente na Universidade de Montreal. Segundo a pesquisadora da Unicamp, o guia foi adaptado à realidade brasileira e deve ser estar disponível na internet até o final deste ano Quem precisa de remédio?

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.