Não gosto de ver o blog assim: pesadão, com tantas postagens que só falam de dificuldades no campo da saúde mental. Tem coisas boas acontecendo, poucas talvez, cotidianas, tão humanas que não dão Ibope, noticias frias usando a lógica jornalística.
Estou numa "internação domiciliar", recuperando-me de uma cirurgia de fissuras e hemorróidas. Pronto falei! Dr. Edson, meu psiquiatra preocupou-se com possível ciclagem após a cirurgia que todo mundo lhe diz que é simples e na verdade é uma aporrinhação. Está "operada" não é para gente psicótica, somos agitados. Então parece que as coisas pioram com nosso nervosismo. O psiquiatra que fiz questão de ver antes da cirurgia, só para me acalmar, aumentou a dosagem do ansiolítico que há tempos tentava, sem que eu aceitasse, antibióticos, anti-inflamatórios, pomadas para dor, dieta a base de fibra, pastosa. Aí... a familia e os amigos tem sido maravilhosos. Eu não sei ser cuidada, mas tenho aprendido... e gostado.
A Beatriz estabilizada novamente. Tentando aprender viver com limitações: abstinência de vida noturna. Luta por BPC. Voltou a frequentar o CAPS. Só não aguenta passar o dia todo.
Amiga recém-diagnosticada conversa comigo no MSN... diz que não sabe o que está acontecendo: insônias, adesão a medicação, prática integrativa, até a sexualidade esta´ mexida. Vou falando com cuidado sobre ser mutante, ter super poderes. Ela sorrir. Precisa aprender usar os seus novos poderes. E depois entrar para os ex- man. Pensamos no uniforme.
Oficios enviados pela educação inclusiva da SEMEC para SEMTCAS e Gerência de Saúde Mental /SESAPI - CAPS i com uma lista de alunos que vivem ou convivem com transtornos mentais. Lutamos pela intersetorialidade das politicas como diz o relatório da IV Conferência de Saúde Mental Intersetorial, para o atendimento integral destas crianças.
Fiquei profundamente sensiblizada com o caso de uma menina de 11 anos que a mãe rasgou todos seus livros. Consegui novos e fiz uma visita domiciliar, a mãe me recebeu extremamente delirante, numa crise aguda, sozinha com duas crianças, uma de três anos e a aluna de grandes olhos assutados, amadurecidos. Conta-me que a mãe de 32 anos já se internou no HAA e recusa-se a usar medicação. A pobreza para não dizer miséria absoluta da casa de taipa de um cômodo apenas, sem cadeiras. Situações como esta fazem-me encarar com coragem, sem medos de retaliações de quem quer que seja, me fazem ser a louca antipática e impaciente das salas de espera de quem pode trazer alguma cidadania a estas pessoas. Educação, saúde mental e assistência social podem integrar ações que beneficiem a infância de B. e de tantas outras crianças.
Torçamos por resultados positivos.
SINTE: Levamos oficio para os programas de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Reforçamos uma parceria já existente. Quaisquer um dos CAPS que tiverem interesse em acompanhar um usuário estabilizado, apto ao trabalho, pode está se dirigindo ao SINE com a assistente social Maria da Paz Bandeira. Fiquei bastante feliz. Precisamos está quebrando este estigma da incapacidade. Trabalho em regime especial, protegido, com horário flexível pode ser o próximo passo depois que consigamos colocar os primeiro usuários em postos de emprego.
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