quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

COISAS DE GENTE NORMAL LOUCO NÃO ENTENDE!

Sexta-feira passada começou a visita de intercâmbio de estudantes e técnicos italianos aos serviços de  saúde mental e alguns serviços de assistência social. O que eu sei e sei quase nada é que este convênio teria sido firmado pela SASC de Geovana Gaioso ainda em 2003. Piauienses que foram para Itália trabalhadores de saúde mental não sei de nenhum, usuário nem se fala. Mas todos ligados a saúde mental fomos,  lembrados para ciceronar ilustres jovens. Tenho aproveitado todos estes espaços públicos para militar em defesa dos direitos de pessoas vivendo com transtorno mental como eu. Fico um tanto cansada de ouvir falas de pessoas normais. Como eles não nos ouvem também, dá tudo certo. Não conversei com os italianos, mas gostaria de saber como está a lei 180 ( Lei que aboliu os hospitais psiquiátricos por na Itália) por lá.


Hoje, 03 de fevereiro, aconteceu uma reunião da Comissão Municipal de Saúde Mental, sancionada em 2001, artigo 10 da lei 2.987, da época do Firmino Filho, legislação que é um apanhado do proposto por Flora Isabel e Anselmo, vereadores na época. Não lembro da participação de usuários no processo, mas a lei saiu em maio, logo após a 10.216 de fevereiro. No TAC vencido em 15 de janeiro de 2011, determinou a designação de seus membros, não tenho o texto da lei, não sei a composição exata. Os usuários estão representados por Rosa, militante da Âncora, senhora estabilizada e comportassíma diante da exposição dos técnicos sobre as maravilhas e desgraças dos serviços dos CAPS. As maravilhas são aqueles slides com várias festas de datas comemorativas parecidas com as do HAA, forró e comida. Em uníssomo, a fala dos técnicos sobre as desgraças da dificuldade de um carro próprio para cada CAPS, dificulta a busca ativa, a visita e o atendimento domiciliar contínuo para o usuário que necessita. Amariles Borba, muito boa de dengue, mas de saúde mental deixa a desejar: repreendia suas comandadas profissionais de CAPS, dizendo que não sabia de nada. Achava que estava tudo bem. Sai e liga para o chefe dos transportes ou um motorista e dar-lhe uma descompostura. É assim que a gestão municipal tenta resolver questões estruturais da atenção psicossocial na cidade de Teresina. Por isso o Ninho luta por uma gerência multidisciplinar para rede de saúde mental local. Perguntem-me se havia alguém representando a gerência de saúde mental do Estado (SESAPI)? Ninguém. Eu fui convidada enquanto usuária, sem direito a fala oficial já que a representação não nos pertence.

MEDO: Vi aquele psiquiatra perigoso para nossa saúde lá! Nossa amiguinha B., passou mal, entortou a boca e andava cambaleante. Não se alimentou no dia seguinte, disfuncional,vomitou muito, depois da ingestão dos cinco comprimidos e meio segundo prescrição médica. A mãe brigava com ela, porque "estava boa" e foi procurar "doença". Ficamos todos horrorizados. Três dias após, "desintoxicou-se", ainda assustadas, mas hoje a tarde voltamos a nossa rotina. Louquinhas e barulhentas estivemos na clínica das freirinhas das terapias naturistas e depois fomos ao centro espirita tomar aqueles passes "calmantes" com aquelas senhoras amorosas. E ainda conferimos todos os horários de marcação de consulta para psiquiatra nos serviços de saúde do município no Dirceu Arcoverde, estamos lutando pela flexibilidade de horário na marcação desta consulta mensal ou trimestral.Descobrimos que os horários são diferentes nos diversos serviços. 

Nenhum comentário:

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.