Minha equipe invisível me dá a deixa e resolvo ir até o Conselho Estadual de Saúde. Quem encontro quase ao meio dia de ontem, 09 de fevereiro? A secretária Lilian Martins. Deus é mãe mesmo! Lembro rápido da época de movimento estudantil: a intervenção deve ser uma fala rápida, mas compreensível, impactante e capaz de sensibilizar.Muitas entidades de luta, tradicionais na área da saúde, mulheres, travestis, negros, soro positivo ( a reunião era especifica para se falar sobre o PAM, Plano de ação e metas/ DST/AIDS - 2011), conselheiros. Falei o que já havia escrito, acrescentando as últimas situações graves da falta de um coordenador na área: novamente está acontecendo uma superlotação no HAA. É preciso saber os motivos, fazer a rede substitutiva fazer sua parte. Esqueci de algo importante a falta sistemática de medicação na farmárcia de dispensação de excepcionais. Enfatizei a necessidade da escolha de alguém ocupar o mais rápido o cargo e que seja partidário da reforma, mesmo com as deficiências da rede ainda a defendemos ao modelo hospitalar/manicomial.
Dessa vez passei pelos "aspones".
FALTA DE MEDICAÇÃO E DESESPERO
Hoje fui ao psiquiatra. Rever medicação. Preciso ir ao psiquiatra, morro de amores pelo meu. Quando fico agoniada dá vontade de ir correndo para o consultório, só vê-lo, já me estabiliza. É meu técnico de referência.
Sempre encontro pessoas sofridas pelos mais diversos motivos, além do transtorno e tal. Um senhor chegou muitissimo angustiado porque estava faltando a quetiapina, 25,0 (seroquel) na fármácia de excepcionais. Queria por força convencer o médico aumentar a dosagem para 100 mg, a que havia na disponível, convenci-o que poderia ser ruim para sua saúde. Não era para ele, era para esposa, disse que ele mesmo dividiria os "quartinhos" do comprimido fazendo a dosagem. Faz sentido. Mas não é justo. Ele afirma e provou com o cartãozinho da fármacia que a última vez que recebeu foi para um mês, dia 12 de dezembro. Seis de janeiro, a volta, até hoje nada. Está comprando. É caro, não tem mais dinheiro. A esposa ainda usa paroxetina e carbamazepina. Se há a politica de dispensação destes medicamentos, que se cumpra.
Tanto dinheiro é desviado nesta estrutura política que nós sabemos nos últimos anos, nacionalmente falando. Vamos diminuir o salário de 26.000,00 dos deputados federais ou deveria ter um imposto em cima dessa grana destinada a saúde e educação.
Ligamos para a coordenadora da farmácia, Lili, que disse que esta medicação chega num carregamento nesse sábado e terça-feira o familiar já poderia passar lá. Torçamos.
IAPEP
Soube hoje que o IAPEP impôs um teto de atendimento para os psiquiatras que ainda atendem por este plano. Gente, são poucos médicos. Os mais requisitados chegam a atender até mais de duzentos pacientes mês. O teto é de cem consultas, que começa a contar a partir do dia 26. Hoje já fiquei devendo, não tinha mais IAPEP. Amanhã pego uma requisição do IPMT, se não tiver mais, porque lá também é concorrido. Só pagando 200,00 particular. Deus!!! Precisamos fazer um movimento de usuário que atenda esse usuário que não está no serviço SUS e pena também. Vivo falando isso. Eu talvez volte para o ambulatório do HAA. O médico precisa receber.
UMA COISA BOA, POR FAVOR!!!
Como não somos imprensa marrom (só). M.R. um inquieto menino de dez anos que acompanhamos, depois de uns seis meses demonstra os primeiros resultados do conjunto de intervenção em rede: sócio-educação da familia, psicoterapia do "postinho", medicação. Vi-o ontem sentadinho uma meia hora, conversava comigo atento, questionador, parece que abriu-se uma porta de percepção da realidade para ele. Depois da sessão com a psicóloga, cansa da conversa de adultos e vai desbravar a rua até a esquina mais próxima. A avó tenta associar a "doença", eu não: ânsia da vida. Que todos somos portadores.
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