sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ONDE ESTÃO OS DIREITOS DOS USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL?

Esse foi o titulo de uma mesa redonda da qual eu participaria no encontro entre usuários e familiares pela passagem do dia 10 de outubro, dia mundial da saúde mental, promovido pela Âncora, sintomática não consegui participar. Sei a resposta da pergunta. Os direitos das pessoas que vivem com transtornos mentais estão onde estas pessoas assumem tal fato e cobram prioridade de atendimento por isso, respeito pela sua diferença.Tratamento diferente e melhor. Não enfrentei fila na última eleição, levei atestado médico. Não enfrento fila de bancos e não escondo mais de professores que há dias que não conseguirei assistir uma aula completa ou fazer alguma tarefa de classe solicitada.
Hoje li em jornal local que o CAPS Norte levou alguns usuários para um passeio no encontro dos rios, atividade organizada por uma estagiária de Serviço Socail, cujo projeto de intervenção chama-se "Incluindo através da Garantia dos Direitos Socias". Se o passeio fosse ao um shopping, espaços que muita gente não conhece, gostaria que todos podessem comprar, consumir. Os tais direitos sociais são direitos a moradia, saúde, educação, alimentação, lazer, trabalho e ainda para o exercício pleno da cidadania há os direitos civis, dentre estes, direitos a locomoção, negado ainda a muita gente presa em hospitais psiquiátricos que não curam e cárceres domésticos e finalmente os direitos politicos , direitos que acho extremamente necessários que os usuários desenvolvam juntamente com os sociais, que são os direitos de participação, de livre expressão, poder de participação em organismos de representações diretas ou indiretas, como movimentos sociais, sindicatos, partidos, governo, parlamento, assembléias, etc. Direito e poder, uma correlação direta: usuário empoderado, é conquista, não é "presente" de pessoas normais, familiar, técnicos ou gestores de saúde.
Temos de deixar de sermos loucos por uma "bagana de cigarro". Pedintes no horário de visitas,  porque não recebemos estas visitas. Estamos fora do hospital, em espaços de competição ou solidariedade. Somos cidadãos de direito.

ONDE ESTÁ A MEDICAÇÃO?
Falta respiridona, medicação atípica na farmácia de dispensação de medicação excepcional do Estado, falta respiridona na rede de saúde mental de Teresina, alguns CAPS do interior do estado tem em suas farmácias. Por que o município de Teresina,  não pode comprá-la também e outras medicações para depressivos e bipolares? Já que só há dispensação excepcional para esquizofrenia. Ailton, ainda estudante, pede aos amigos o antipressivo dele, porque é a medicação que ele acha melhor. Eu compro meu estabilizador do humor e ansiolítico, em prestações no cartão. Os renais crônicos e sua associação bastante respeitada estamparam manchete antes de ontem no mesmo jornal sobre a falta de medicação para eles. Sem respiridona há quase um mês, liguei hoje para fármácia, uma funcionária me informou que não nem previsão de chegada. Se um renal crônico pode morrer, um esquizofrênico também, recaídas, vozes, suicídio, agressividade. Ficaria imensamente feliz de ver profissionais e estagiários na luta por este direito fundamental de um usuário de saúde mental: medicação de qualidade. O direito de exercer a autogestão da medicação, ou seja a medicação que o usuário, pelo uso e experiência, acha que é o melhor que se ajusta a seu organismo, o qual ele menos sofre com efeitos colaterais e considera boa resolutividade para seus sintomas.
Experiente assistente social amiga, sugere que os usuários individualmente entrem com processos no Ministério Público para aquisição da respiridona ou outra medicação atípica.


                                                                                                                                                                                                                                      

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