Matizes convida:

Festa "Dê bandeira: viva seu amor sem medo"

Onde? Bar Cantinho do Biela

Quando? 13 de novembro de 2010, a partir das 21h

Com quem? pessoas de todos os matizes, despidas de preconceito

Para que?  provocar o debate sobre as uniões entre pessoas do mesmo sexo;  estimular pessoas homoafetivas a "sairem do armário" viverem seus amores sem medo e sem culpa.

Como será? Regada a alegria, respeito e descontração. Haverá show de Cláudia Simone e Banda, com a participação de Sílvia Marrom, interpretando um repertório que fala do amor entre iguais. Haverá ainda uma solenidade de assinatura de contratos de união estável. São esperados vários casais homoafetivos, que estarão acompanhadas de seus amigos e de familiares.

Mais informações? 8816-8121 (Carmem) e 8805-3373/9991-3782 (Marinalva)

Email do Grupo Matizes

Um grande abraço para Marinalda e Herbeth, obrigada pelo grupo Matizes ser um Amigo do Ninho.

HOSPITAL AREOLINO DE ABREU: OÁSIS E BÁLSAMO, ARRIMO E ACONCHEGO NOSSO!!

Elogiando o HAA podem pensar que estou pelegando ou no mínimo em crise aguda. Não. Ontem ( 30) estive na sua emergência para conseguir receita de respiridona manipulada para usuários que já estão sem a medicação. Foi rápido o atendimento, não precisei pedir favor para o Serviço Social. Diorgi Mesquita, da secretaria de saúde prometeu-me no dia anterior que pagaria as manipulações, mediante apresentação de notas fiscais. Se alguém estiver na fila de espera, e quiser fazer o mesmo processo, entre em contato conosco.

FRANCISCA REGINA

Surda, usuária da Residência Terapêutica de União se encontra internada integralmente. Ex moradora do HAA, não aprendeu como os outros ouvintes que alguns hábitos do hospital, que não são punidos não podem ser repetidos na comunidade. Os cuidadores reclamam do seu não entendimento de certas regras sociais. Fiz há  algum tempo sugestões a coordenadora da RT, Raquel, psicóloga, que por uma feliz coincidência também é coordenadora do Centro de Apoio ao Surdo (CAS) de Teresina, que tentasse uma psicoeducação levando a usuária a conviver com surdos adultos, o aprendizado da língua de sinais, etc. Mas parece que o caminho, mais fácil é trazer para o HAA.

Quase que eu ficava normal ( como fala Marta Evelin) de indignação: conversei com Lúcia de Fátima, assistente social de plantão, que teve a idéia de levá-la do pavilhão para o hospital dia e o Ninho, fazendo rede com a comunidade surda, providenciará um intérprete para ajudar os profissionais. Nosso obrigada a Dr. Ralph, um profissional antimanicomial se faz pelas atitudes. Nos ouviu, entendeu nossos argumentos e aceitou a contribuíção "ampliada" de um grupo de apoio.

A LUTA PELA RESPIRIDONA CONTINUA...

Hoje estive no Ministério Público e depois na Farmácia de Dispensação de Medicamentos Excepcionais, há mais de mês a respiridona de 2mg está em falta. Além dos pedidos de Teresina, há pedidos de alguns municipios como Floriano 210 comprimidos e Piripiri 390 comprimidos. Elogio aqui toda a rede de saúde mental deste município, são comprometidos. Dr. Samuel Rego (não conheço pessoalmente), mas sua  fama; a preocupação com medicações atualizadas, através de alguns amigos do Ninho, seus pacientes. Então, a funcionalidade e qualidade de vida de muitos usuários está comprometida, apesar dos esforços de equipes como as de Piripiri.

Sempre sou gentilmente atendida pelos servidores, principalmente por Júlia. Hoje falei com Wanieire Veloso a gerente operacional da fármacia. Moça muito dinâmica, explicou-me que por falta de empenho, alguma coisa a ver com pagamento, por parte da secretaria de fazenda do Estado esta medicação não foi comprada ainda. Fez vária ligações em minha frente, numa delas passou a mim e falei com Diogi Mesquita, filho e assessor do secretário de saúde. Extremamente gentil, me explicou sobre as falhas do sistema que seriam corrigidas o mais rapidamente possível e que o próprio governador estava empenhado nestas questões de falta de medicações, e prometeu que talvez na quarta feira, dia 3 de novembro, o usuário já tenha acesso a respiridona.

Esperemos. 

EMPODERAMENTO DE USUÁRIO JÁ!!!!!!!

Cansada de ouvir queixas de vários usuários esclarecidos, alguns com nível superior, trabalhador da saúde ou estudante, de Teresina e outras partes do Brasil, escrevi o texto abaixo para post no blog Paciente Psiquiátrico do companheiro carioca Ezequiel A. C. Se vivemos alguma coisa parecida com uma briga como no enredo dos mutantes versos humanos. Louco e normais. Não temos a cura ainda, mas podemos desenvolver uma consciência política, de direitos que nos dêem sobrevida civil suficinte para sofrermos menos.

Em Teresina desde 1997 estou nessa luta de sensibilização de vários grupos sociais para a saúde mental. E sei de vários carreristas acadêmicos que tem suas pesquisas, seus títulos encima de nossos sofrimentos e depois respeitados, concursados, dando suas inúmeras aulas, dirigindo serviços psiquiátricos, etc, mal pisam em eventos que seus "objetos de estudo", o usuário, a família do usuário,tem "permissão" de falar, não vão, mas espalham os boatos que usuário reclamou dos "deuses", os psiquiatras. Deixam o usuário ser ameaçado de processo: o louco que reclamou de serviço psicossocial ruim, será que é inimputável? Dra Cláudia Seabra nos acuda.Qual a posição do Ministério Público? E o controle social? Aceitam loucos nos conselhos estadual e municipal de saúde? Sabemos as respostas. Mobilização, ação, mais que denuncismo e medo.

O poder na relações da clínica psicossocial, ainda é de modelo antigo. O técnico, o trabalhador tem sempre razão, porque ele tem a "razão" o louco não. Ainda não se respeita o que eu chamo de subjetividade da pessoa com transtorno mental. Somos diferentes, porque somos tratados assim. Alienados, alienígena, de outro mundo, do mundo das ilusões. A doença biológica crônica vai além, tira nossa humanidade. Os cuidadores na maioria nos consideram incapazes de pensar, de trabalhar, não querem que falemos porque estamos sempre errados, tudo que vem de nós é fruto de loucura, de descredenciamento.

Já sofro menos com isso. Estudo, tento andar na frente dos normais na informação., tento negociar com eles no  máximo, senão brigo mesmo. O poder não é, nem será nos dado, nós loucos, como assim a maioria que não é diagnosticada nos querem, precisamos numa correlação de forças, tomarmos este poder, acreditar que há espaços que faríamos melhor. Se uma administradora, uma professora de educação física, uma nutricionista, uma pedagoga e até gente de n ível médio pode coordenar CAPS, nesse democratismo, um usuário esclarecido também pode. Aposto alto numa nova geração de loucos com identidade híbrida, louco e profissional da área.

Vamos para cima, a causa é mais nossa que de profissional que precisa de nós, da nossa permanência em crise, para receber seu salário para alimentar sua familia. Precisamos de movimentos de defesa dos direitos de pessoas com transtornos mentais com leitura atualizada do momento. Estamos fora do hospital e agora? Queremos os espaços dos normais.

UNIÕES HOMOAFETIVAS

Pessoas de todos os matizes,

No dia 13/11/2010, realizaremos mais uma vez a Festa "DÊ BANDEIRA: VIVA SEU AMOR SEM MEDO!", que contará também com uma solenidade pública para registro de união estável de casais homoafetivos. (ver explicações abaixo) 

O objetivo dessa atividade é suscitar o debate sobre os direitos civis de nós LGBT, além de dar visibilidade às relações afetivo-sexuais de pessoas do mesmo sexo, pois acreditamos que essa é uma forma de quebrar o preconceito que a sociedade ainda tem sobre esse tema.

Você é noss@ convidad@ para esse importante momento de luta contra o preconceito! Viva o amor entre as pessoas!

Saudações matizianas,

Marinalva Santana - 9991-3782/8805-3373

P.S - Se vc  conhece algum casal homoafetivo casal que viva união estável e deseja registrar, publicamente, essa união, favor repassar esse e-mail ou ligar para Marinalva

MEDICAÇÃO: UM DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA PESSOA COM TRANSTONO MENTAL

A medicação pode até nos matar com seus efeitos colaterais. Meu estabilizador do humor pode causar problemas no fígado, pancreatite, urticárias, sinusite, rinite, etc, etc. Mas há outras piores. Só que sem elas a cabeça pode não funcionar e junto com ela todo o resto do corpo, mesmo correndo todos os riscos é melhor a sensação de saúde.

Chegou a medicação dos renais crônicos e não chegou a respiridona. Liguei novamente hoje. Sem previsão.

23 DE MAIO: FECHAMENTO DO MEDUNA

"acho q todos nos podemos precisar um dia de um tratamento especial eu ja precisei e hoje faz 5 anos q nao uso mas drogas graças a esse tratamento tomara q o meduna nao feche as portas te por q o almento de drogados tem almentado muito e preciso q unico e melhor centro de apoio do brasil em relaçao a defienciencia mental e ajuda outras continue de pé. um abraço! "

Este é um comentário de Roger Sousa, do dia 25 de outubro, ontem, em relação a um post antigo sobre  o Meduna, ainda de 2008, uma pequena nota que reproduzi de Zózimo, do livro 100 FATOS DO PIAUÍ NO SÉCULO 20. Informando ao companheiro: o sanatório Meduna fechou dia 23 de maio de 2010. Encerrou suas atividades credenciadas pelo SUS, isto após quase dois anos dos donos anunciarem falência. O Ministério Público acompanhou todo o processo, que foi conduzido com responsabilidade junto  a Gerência de Saúde Mental do Estado e Ministério da Saúde. Seus ex pacientes dependentes químicos estão hoje integrados na rede de saúde mental do municipio, CAPS ad, leitos no hospital geral destinados a estes, no hospital do Mocambinho. Em confecção e para breve a atuação, o consultório de rua, projeto recentemente aprovado no Ministèrio da Saúde e também para os próximos meses, acontece inauguração de um CAPS III ad, modalidade que faz acolhimento noturno, funcionará no espaço do hospital dia, ligado ao complexo do Hospital Areolino de Abreu, que também prestou relevantes serviços a saúde mental de tantos usuários, dependentes químicos e psicóticos.

A Reforma Psiquiátrica é um proceso histórico. Processos históricos são irreversíveis. Nascem de lutas sociais, da emerg|ência da indignação humana diante da injustiça, da humanidade lutando contra a degradação humana. O Sanatório Meduna em 1954 foi revolucionário porque desacorrentou os loucos. Mas com o tempo a substituição pela prisão das grades, muros, contenções, medicações, estigma se transformou em mais um cemitério de vivos. Agora esles estão na rua, continuam  nas drogas e bares esperando a redução de danos, estão nos CAPS, estão fazendo informática, casados ou fazendo prostituição, enfim estão invisíveis entre nós, na comunidade. Estão como eu e você, ex pacientes do Meduna, eu ajudei a fechá-lo e você ainda está "limpo". Bom. Finalmente,não precisamos dele.

Formação Profissional

O Sistema Único de Saúde é o que mais emprega profissionais de Saúde, no ranking está medicos, enfermeiros, odontólogos e em quarto lugar assistentes sociais. Sabe o que me preocupa, é que apesar do SUS ser o maior empregador desses profissionais, a universidade não os prepara para o SUS, o que fragiliza o Sistema. Uma formação mercadológica, sem apreender os principios e diretrizes do SUS, mas bons técnicos. Ai, eis que surge uma falácia, a Politica Nacional de Humanização, fala sério galera, quem humaniza quem? Um pouquinho de atenção e escuta é um tratamento "humanizado". Ficam se criando "estratégias" que a propria lei orgânica da saúde já garante. Os CAPS estão cheios de estágiarios, que vão uma vez por semana, menos os de Serviço Social, Lúcia Rosa faz a gente vivenciar mesmo o estágio, mas mesmo esses fazem coisas terriveis. Se referindo a saúde mental o buraco é ainda maior, essa galera chega carregada da cultura manicomial, com tutela, tratamento no diminutivo, ... É engraçado, quando um amigo de curso encontra com a gente no serviço, essa semana duas estagiarias me viram na sala de espera pra atendimento psiquiatrico, é incrivel como elas perderam a compostura, nem falaram comigo. Mas deixa estar, a loucura não tá tão longe assim não, tá no nosso cotidiano e nem precisa de lupa pra se enxergar.

A historia da representatividade e outros leros

A descentralização das politicas publicas trouxe alguns mecanismos novos e positivos, mas pessoas viciadas e aproveitadoras tem o poder de transformar o que há de mais legal e afirmativo em conservador e ditatorial. Me refiro aos conselheiros de saude do Municipio e do Estado que manipularam a votação da IV Conferencia Estadual de Saude Mental para irem passear em Brasilia, isso no segmento de "usuários". Isso foi ridiculo. Esses conselheiros representam quem? O que? Nos CAPS faltam medicamentos, alimentação, vale-transporte e etica profissional. Mas lembremos amigos, que controle social não se faz só nos espaços de Foruns e Conferências não, se faz lá, lá mesmo nas instituições, mas tudo o que falamos surge com ar de "denuncia", porque fere o ego profissional, porque quando quero um atendimento melhor, um medico que me respeite, é por que sou "inimigo da saude mental". Eu não brindo nessa festa de brincar de fazer reforma psiquiatrica e cantar no coro dos contentes. Acredito sim na reforma psiquiatrica, mas não da forma como tá acontecendo.

- Mas Ailton se tu falar mal, eles não vão te atender direito, deixa de ser chato (uma usuária).

- Tu só sabe é falar mal dos CAPS, assim tu atrapalha nosso serviço (profissional)

Resisti, mas agora desisto. Cansado e doente desisto. Não participo mais de espaço de discussão. Cansei de ser boi de piranha, dessa relação em que paciente bom é aquele calado. Mas ainda vou presenciar, só presenciar mesmo, porque meu psiquiatra Drº Cristovão não tá atendendo no Ambulatorio do Areolino de Abreu, vou lá no CAPS esperar alguns minutos pra falar com ele porque meu vinculo terapeutico é com o meu psiquiatra e não com o CAPS.

"Diz-se violento um rio que tudo arrasta, mas não se diz violentas as margens que o comprimem" (Bertold Brecht)

ONDE ESTÃO OS DIREITOS DOS USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL?

Esse foi o titulo de uma mesa redonda da qual eu participaria no encontro entre usuários e familiares pela passagem do dia 10 de outubro, dia mundial da saúde mental, promovido pela Âncora, sintomática não consegui participar. Sei a resposta da pergunta. Os direitos das pessoas que vivem com transtornos mentais estão onde estas pessoas assumem tal fato e cobram prioridade de atendimento por isso, respeito pela sua diferença.Tratamento diferente e melhor. Não enfrentei fila na última eleição, levei atestado médico. Não enfrento fila de bancos e não escondo mais de professores que há dias que não conseguirei assistir uma aula completa ou fazer alguma tarefa de classe solicitada.

Hoje li em jornal local que o CAPS Norte levou alguns usuários para um passeio no encontro dos rios, atividade organizada por uma estagiária de Serviço Socail, cujo projeto de intervenção chama-se "Incluindo através da Garantia dos Direitos Socias". Se o passeio fosse ao um shopping, espaços que muita gente não conhece, gostaria que todos podessem comprar, consumir. Os tais direitos sociais são direitos a moradia, saúde, educação, alimentação, lazer, trabalho e ainda para o exercício pleno da cidadania há os direitos civis, dentre estes, direitos a locomoção, negado ainda a muita gente presa em hospitais psiquiátricos que não curam e cárceres domésticos e finalmente os direitos politicos , direitos que acho extremamente necessários que os usuários desenvolvam juntamente com os sociais, que são os direitos de participação, de livre expressão, poder de participação em organismos de representações diretas ou indiretas, como movimentos sociais, sindicatos, partidos, governo, parlamento, assembléias, etc. Direito e poder, uma correlação direta: usuário empoderado, é conquista, não é "presente" de pessoas normais, familiar, técnicos ou gestores de saúde.

Temos de deixar de sermos loucos por uma "bagana de cigarro". Pedintes no horário de visitas,  porque não recebemos estas visitas. Estamos fora do hospital, em espaços de competição ou solidariedade. Somos cidadãos de direito.

ONDE ESTÁ A MEDICAÇÃO?

Falta respiridona, medicação atípica na farmácia de dispensação de medicação excepcional do Estado, falta respiridona na rede de saúde mental de Teresina, alguns CAPS do interior do estado tem em suas farmácias. Por que o município de Teresina,  não pode comprá-la também e outras medicações para depressivos e bipolares? Já que só há dispensação excepcional para esquizofrenia. Ailton, ainda estudante, pede aos amigos o antipressivo dele, porque é a medicação que ele acha melhor. Eu compro meu estabilizador do humor e ansiolítico, em prestações no cartão. Os renais crônicos e sua associação bastante respeitada estamparam manchete antes de ontem no mesmo jornal sobre a falta de medicação para eles. Sem respiridona há quase um mês, liguei hoje para fármácia, uma funcionária me informou que não nem previsão de chegada. Se um renal crônico pode morrer, um esquizofrênico também, recaídas, vozes, suicídio, agressividade. Ficaria imensamente feliz de ver profissionais e estagiários na luta por este direito fundamental de um usuário de saúde mental: medicação de qualidade. O direito de exercer a autogestão da medicação, ou seja a medicação que o usuário, pelo uso e experiência, acha que é o melhor que se ajusta a seu organismo, o qual ele menos sofre com efeitos colaterais e considera boa resolutividade para seus sintomas.

Experiente assistente social amiga, sugere que os usuários individualmente entrem com processos no Ministério Público para aquisição da respiridona ou outra medicação atípica.

                                                                                                                                                                                                                                      

ALÔ! É DO CAPS? É A EDILEUZA...

Recuperando-me de algumas semanas sintomática, ainda fragilizada, essa frase tem se tornado comum. Ligo para os CAPS em busca de parcerias, atendimendo para usuários que me procuram, populares que fazem denúncias sobre possíveis cárceres privados, usuários sem nenhum atendimento em alguma área da cidade. Identifico o serviço do "território" e ligo. Há causas que adotamos que não podemos mais desistir delas. 

Venho a público agradecer aos profissionais que me atendem com presteza, principalmente minhas colegas do Serviço Social.

CAROLINE CRUZ

Sem vínculos familiares que sustentem sua estabilidade. Há mais de ano  segue delirante. Agradeço o CAPS Norte na pessoa da assistente social Mônica, que está tentando uma abordagem. Carol diz que só lhe faço mal. Está bem zangada comigo.

CAPS SUDESTE

Agradeço a psicóloga Vanessa, depois de alguns desacordos, acertamos nossa amizade. Ambas estamos do lado do usuário. Particulamente estou do lado do usuário e pronta para colaborar com profissionais comprometidos e sem nenum medo, denunciar aqueles que só atrapalham a vida de pessoas em desvantagens sociais, como a pessoa que vive com transtorno mental. A assistente social Didata e outros profissionais da equipe sempre marcam as consultas para a anamnese, eu é que nem sempre consigo convencer o usuário da necessidade e importância de passar pelo CAPS. Meu muito obrigada a todos.

Nosso grupo não tem feito visitas domiciliares, somente reuniões sistemáticas, as rodas do amor terapêutico e demais atividades de defesa dos direitos dos usuários. Geralmente participo de todas as atividades, e ultimamente para manter minha saúde tenho reduzido significativamente essa participação. Ouço muitas queixas de usuários dos serviços que requerem uma ação mais política, só que infelizmente, não temos tantos normais parceiros que tomem a frente desses enfrentamentos. Precisamos admitir nossas limitações impostas pelas patologias com as quais vivemos... mas estamos vivos e atentos e prontos para recorrer aos órgãos de defesa dos Direitos Humanos e Ministério Público. A luta dá um desãnimo, a exposição excessiva, as cobranças maiores que as ajudas, muitos companheiros anunciam estarem militando em outras áreas, disfarçados de normais. Resistimos pensando em outras estratégias: se intelectuais orgãnicos loucos não estiverem no front, quem nos defenderá? Fiquemos com o que resta na caixinha de Pandora: a esperança!

 

O feriado de uma dupla de dois loucos

No sábado me convidei pra passar o feriado com Edileuza, ela aceitou. Cheguei na terça-feira cedo, depois de uma hora esperando o ônibus e outra hora no Rodoviária Circular I. Mas foi divertido, tomamos café, conheci Mirra e depois que tomei meu ansiolitico, fomos ao supermercado. Rindo de tudo e todos, fizemos compras e almoçamos. Foi mais que o dia do Estado do Piaui, foi o dia do Estado de Arte e Loucura.

Um recado:

Não temos proteção do Estado, da Familia e das Instituições. Se nós loucos não fizermos essa rede de proteção primária entre nós, ninguém mais competente que nós mesmos.

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA EM CRISE

Depressão inimiga de festa

Nesta crise fiz depressão com ideação suicida. Desânimo persistente, morbidez, tristeza horrorosa. Dosagem de medicação aumentada, antidepressivos,integrativas e... festa. Esse bicho parece mais difícil de domar. Mas fui para cima (mesmo me arrastando) e graças a Deus tenho uma boa rede social. Amigos cuidadores não me faltaram. Dia 12 além de acompanhar uma procissão. Gosto de ouvir o canto e vê o povo seguindo, lá vou eu feito cachorro manso, curioso, que acha que é gente. Isso muito sintomática. Então houve uma festa danada na comunidade. Uns fazendo política, outros rezando e outros na festa, a criançada. Foi bom. Depois piorei. Então entre tantas visitas, aceitei o convite para um show de James Brito no jantar de encerramento dos festejos de Aparecida, a padroeira do bairro. Convidei uma amiga louca, nossos filhos e foi outra diversão. Como diz Ailton, a alma vai, mas volta para o corpo. Obrigada por "monitorar meu humor" hoje, ligando várias vezes. Valeu, filhotinho!!!

Acabo de chegar da festa do professor, tradicional, com uma banda horrorosa que toca tudo e não toca nada. Não ganhei nem um brinde sorteado. Levei amiga de 54 anos, viúva, supermãe, que não sai de casa, encontrei outras amigas normais, uma delas fez a maior confusão por uns arranjos com flores. Cada comportamento de pessoas normais que não compreendo. Mas valeu a diversão, rever alguns amigos e as damas da mesa bem longe do som, saíram as quatro com flores em hikebanas. Isso é conviver com a normalidade.

ACESSIBILIDADE IV

13/10/2010 COMPARECER AS 14:00 hs PARA O PROCESSO SELETIVO

CRH - CENTRO DE RECURSOS HUMANOS

Seleciona para empresa BOMPREÇO Portadores de Necessidades Especiais. Interessados Comparecer ao CRH com currículo, 1 foto 3x4 e documentos (RG,CPF, CARTEIRA DE TRABALHO, PIS CERTIFICADO DE RESERVISTA). Até o dia 13.10.2010 Especificar no currículo o tipo de Deficiência.

BENEFÍCIOS OFERECIDOS

-Salário a partir de R$ 580,00

-Assistência médica ( extensiva aos dependentes legais)

-Assistência odontológica

-Refeitório no local

-Seguro de vida

-Vale transporte

-Participação nos resultados

Fardamento

Este é um email do amigo e parceiro de lutas Robert Benicio, intrutor de LIBRAS e intérprete, com a informação prévia que o BOMPREÇO só emprega surdos nestas seleções. Não é a primeira deste ano. Limitada pelos sintomas não tive como passar lá e saber mais detalhes. Tem muita gente jovem estabilizada, precisando trabalhar. Empoderamento de usuários de fato, é a tomada destes espaços e outros em que se favorecem as diferenças nas pessoas. Alguém precisa começar e acreditar.

PROJETO NINHO:CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL JUVENIL

Convidamos a todos para participarem de mais uma de nossas oficinas:Roda de conversa: JUVENTUDE, ALCOOL E OUTRAS DROGAS: maluco beleza e redução de danos.
Dia: 20-10-10
Horário: 15:00h
Local: Sala de vídeo II - CCHL-UFPI
Ministrantes : Victor Marchel (Estudante de Psicologia da Faculdade Santo Agostinho e militante da Âncora/Associação de Defesa em Saúde Mental)
                   Ricardo Cruz (Estudante de Psicologia da Santo Agostinho, Terapeuta Comunitário, ex presidente da Fundação da Paz).
  Aproveitamos a oportunidade para lembrar que hoje a noite temos mais um encontro para realização da oficina terapêutica - sala 5, Espaço Universitário Integrado - 18:00 horas.
  Agradecemos a compreensão, 
  Lila Luz

CUIDADORES DO CAMINHO: A OUTRA PARTE DO MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA EM CRISE

Agradeço a Lucivânia, Terapeuta Naturista, pela energia de "cura", seu reick e suas milagrosas micro agulhas da acupuntura auricular e aos passistas do Fraternidade Espirita André Luiz, no Dirceu I da tarde de hoje, anônimos não para mim, Dona Raimunda e Lucineide. Mais uma vez "desesperada" a terapia integrativa complementar estabiliza meu ânimo numa serenidade de quem nunca viveu uma crise mental. São momentos de paz interior esperanças novas, vitalidade e paciência preciosa para uma psicótica.

A Gildásio, motorista da SESAPI que nos levou a mim e outra colega de trabalho a distante Bom Jesus, ouvindo Tim Maia e Raul Seixas. Acompanhei mais um caso de cárcere privado. Seu Gildásio foi um  de um companheirismo e profissionalismo exemplar. Registrou boas fotos minha e da minha nova amiga, dentro e fora de suas grades, caminhando comigo de mãos dadas.

A minha  "Alfred" mordoma da minha bat casa. Cuidadora briguenta, mas minhas pernas, braços e cabeça. Minha memória é triste. Edvirgem vai prestando atenção onde guardo tudo e encontrando, porque geralmente esqueço. Se guardo alguma coisa, está perdido.

LOUCO TAMBÉM VOTA DIA 03 DE OUTUBRO

Dia 03 de outubro muito usuário, prefiro esta expressão a paciente, com os sintomas estabilizados, ou seja com saúde mental, orientado como se diz no hospital, irá votar. Se alguém viu, ou ouviu, eu não vi, nem li propostas dos candidatos majoritários sobre a política de saúde mental no pais. Só um deles prometendo várias clínicas de tratamento para dependentes químicos e ambulatórios para casos de transtornos graves.

A loucura de hoje não é a do século 19, nem de meados do século 20, mas uma loucura "tratável", laboral, funcional. Prognósticos da OMS que daqui há vinte anos depressão será a doença prevalente, mais do que as doenças do coração ou câncer. Penso que se no nosso país conseguimos consolidar com qualidade a reforma psiquiátrica com bases no tratamento comunitário, poderemos reverter esse quadro, senão poderemos está na luta para que estes milhões de novos loucos,  (a depressão é o novo nome da loucura, como já se chamou melancolia) garantindo políticas públicas de inclusão, acessibilidade ao emprego, moradia, educação inclusiva e muito mais para que estas pessoas vivam com o transtorno com mais funcionalidade e qualidade de vida.

Não tive tempo de recorrer no TRE  direito a local de votação especial. Cegos, cadeirantes, etc o fizeram, também temos direitos. Sou extremamente agitada e impaciente, não aguento a ansiedade em filas. Levarei um atestado médico recente. Recomendo aos colegas que estão saindo de crises agudas o mesmo, ou estão barrando uma crise, estão numa crise leve. Se não ligam para o voto (compreensível neste país), justifiquem depois, acho que o atestado médico psiquiátrico resolve. Mas não tenho certeza, se alguém tiver maiores informações se manifeste. Saúde a todos, principalmente saúde mental para os candidatos!