Ontem a tarde fui visitar Beatriz no HAA. Como digo, se passares cem anos sem andar naquele hospital, quando voltares terá a impressão que o tempo não passou. Não há tempo no manicômio, todas as pessoas, pacientes e os cuidadores estarão na mesma atitude, como estátuas que se movem. Embora sem o tempo passar, tudo parece irremediavelmente velho, sem conserto e desconcertante. E agora tem uma plaquinhas coladas na mangueira onde fica o pátio para visitas. Tirando um sarro da cara dos visitantes. "Hospital Areolino de Abreu: quem conhece, ama." Gente, não entendo a racionalidade dos normais que têm tão "brilhantes" idéias. No pátio o de sempre: os aprendizes de enfermagem tocando o forró mais desarmonioso para as emoções possível. Pacientes sem visitas pedindo o lanche dos outros e brigando pelas velhas baganas de cigarro. Ontem tinha um regue, depois vi uma paciente guardando o cd que era dela.
Quase agravo minha "crise recorrente". Vou ao pavilhão, levo guaraná e salgadinhos comprados numa panificadora próxima. Eu e Bia choramos. Ela com saudades do filho. Magoada, humilhada, impotente, assustada. Muitas mulheres, de todas as cores e idade. Bia não teve sorte, a enfermaria de crise não havia vagas, chegando contida, desceu direto para o pavilhão Madre Maria de Jesus. Termina o horário de visita, todas são trancafiadas no pavilhão. Sempre me assusto com aquelas grades, um dia eu estive do lado de lá. Amanhã irei novamente, comprei esmaltes, batom, e sombra. Espelho, tesoura e lápis de olho, acho que não entra. Recomendei que ela ajudasse as agudas e fizesse amizade com as crônicas. Se esforçasse para não chorar, perder noção de tempo (lembro que o médico sempre me perguntava que dia da semana era, se o paciente não sabe é considerado "desorientado", não apto para alta), e fosse simpática com os cuidadores. Importantes leis de sobrevivência naquele "cemitério de vivos."
Quase agravo minha "crise recorrente". Vou ao pavilhão, levo guaraná e salgadinhos comprados numa panificadora próxima. Eu e Bia choramos. Ela com saudades do filho. Magoada, humilhada, impotente, assustada. Muitas mulheres, de todas as cores e idade. Bia não teve sorte, a enfermaria de crise não havia vagas, chegando contida, desceu direto para o pavilhão Madre Maria de Jesus. Termina o horário de visita, todas são trancafiadas no pavilhão. Sempre me assusto com aquelas grades, um dia eu estive do lado de lá. Amanhã irei novamente, comprei esmaltes, batom, e sombra. Espelho, tesoura e lápis de olho, acho que não entra. Recomendei que ela ajudasse as agudas e fizesse amizade com as crônicas. Se esforçasse para não chorar, perder noção de tempo (lembro que o médico sempre me perguntava que dia da semana era, se o paciente não sabe é considerado "desorientado", não apto para alta), e fosse simpática com os cuidadores. Importantes leis de sobrevivência naquele "cemitério de vivos."
Um comentário:
irei fazer uma visita a um parente q está internado lado, depois de ter tido uma crise.
vim procurar informações de como é lá.
uma pena saber disso.
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