Ela é jovem, menos de trinta, alta, um porte altivo, afetado pela aparência "robótica" de quem está cheia de medicação. Me liga, vou vê-la. Somos recém-conhecidas, deixo-me levar pela intuição, pelas lembranças das minhas próprias crises agudas, para tentar entendê-la e falar o necessário, que de maneira prática a ajude, a saber o que está acontecendo com ela. Tem curso superior, inteligente, rápida no raciocínio, mas imagino bem tumultuado seu julgamento de realidade. Pergunta várias vezes como fiquei boa. Não minto. Digo-lhe que no momento que conversamos estou numa crise moderada. Que apenas aprendi estratégias pessoais de convivência com o transtorno, não falo em controle, mas de aceitação de limites impostos pelos sintomas e muita persistência de busca de tratamentos, psicoterapias, terapias que me ajude a minorá-los, que façam com que fiquem em remissão por algum tempo.
Olha para mim fixo. Os olhos apenas ansiosos, não tem ainda aquela dilatação característica das crise agudas. Tomamos sorvete juntas, fez o convite e pagou a conta. Se mantêm independente e não chora. Mas é visível o desespero e sofrimento com as insônias, os pensamentos descordenados. Ela e sua família já percorreram vários serviços tradicionais, substitutivos e integrativos de Teresina. Bravos.
Liga para mim no outro dia, várias vezes, pensa que vai morrer, reclama que o médico em mais uma consulta de urgência manteve o antipsicótico e não receitou o ansiolítico. Me pede um. Me pegou, nunca vivi uma situação assim. Digo que ela tem sorte de ter a chance de fazer uma medicação sem ansiolítico que causa dependência, problemas com a memória. Que resista, insista mais alguns dias com a medicação e dei todas minhas receitas de vida zen. Busca de serenidade, de atitudes que acalmem a mente, não podemos esperar que o alívio de certos sintomas venham, apenas de algum remédio. Não me parece convencida. Desliga falando em se internar no HAA. Não tem vagas, felizmente.
E depois ela me deixou uma ótima impressão que sobreviverá como uma heroina de guerra.
Olha para mim fixo. Os olhos apenas ansiosos, não tem ainda aquela dilatação característica das crise agudas. Tomamos sorvete juntas, fez o convite e pagou a conta. Se mantêm independente e não chora. Mas é visível o desespero e sofrimento com as insônias, os pensamentos descordenados. Ela e sua família já percorreram vários serviços tradicionais, substitutivos e integrativos de Teresina. Bravos.
Liga para mim no outro dia, várias vezes, pensa que vai morrer, reclama que o médico em mais uma consulta de urgência manteve o antipsicótico e não receitou o ansiolítico. Me pede um. Me pegou, nunca vivi uma situação assim. Digo que ela tem sorte de ter a chance de fazer uma medicação sem ansiolítico que causa dependência, problemas com a memória. Que resista, insista mais alguns dias com a medicação e dei todas minhas receitas de vida zen. Busca de serenidade, de atitudes que acalmem a mente, não podemos esperar que o alívio de certos sintomas venham, apenas de algum remédio. Não me parece convencida. Desliga falando em se internar no HAA. Não tem vagas, felizmente.
E depois ela me deixou uma ótima impressão que sobreviverá como uma heroina de guerra.
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