sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O QUE É UMA URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA?

Relembrando os fatos:
Quem acompanha o blog deve lembrar que na primeira semana de agosto meu psiquiatra adoeceu e somente no consultório fui avisada, ele não havia atendido na última semana de julho por conta das férias. Então recorri a urgência do HAA, porque não existe outra na cidade ,pública ou privada que se encontre um psiquiatra de plantão.
O plantonista não me atendeu no consultório, foi grosseiro e que só me daria uma medicação de urgência (diazepan injetàvel), mesmo eu me identificando com ex - estagiária daquele serviço. Precisei recorrer a um clínico geral em um pronto-socorro particular e paguei oitenta reais pela consulta, conseguindo minhas receitas da medicação de manutenção. Por sinal, só atenção do médico me fez melhorar.

Dia 09 de setembro, depois de ouvir várias pessoas, pacientes, funcionários do HAA falarem do curriculum de grosserias desse psiquiatra (psiquiatra que atua em CAPS também), resolvi denunciá-lo ao ministério público, não antes de falar com a diretora do HAA e registrar o caso na ouvidoria deles. Reproduzo fragmentos do oficio resposta a Cláudia Seabra, do Ministério Público da direção técnica-assistencial do hospital na pessoa da psiquiatra Darcy Passos da Silva:
"O correto seria a paciente não ter deixado faltar sua medicação por dez dias. Ter providenciado sua consulta com o profissional que a acompanha antes desse término. Porém, ocorrendo algum impedimento para a realização desse procedimento (afastamento do profissional por doença, férias ou curso de capacitação), é necessário que o paciente procure um serviço ambulatorial de psiquiatria, onde será aberto um prontuário e realizada uma consulta médica na qual o paciente relata toda sua história psiquiátrica. Sendo possível então para o médico que realiza essa consulta, mesmo não sendo o seu médico assistente, prescreve o tratamento adequado, pois pode compreender toda a evolução da patologia até o quadro atual. Procedimento impossível de ser realizado em pronto-socorro psiquiátrico devido a dinâmica do atendimento, já descrito acima.
No caso da Sª Edileuza solicitou-se ao médico plantonista Dr. Erivan Eulálio que informe com mais urbanidade aos pacientes que buscam atendimento no setor de urgência/emergência do HAA, os procedimentos que são realizados e os que não podem se realizados nesse setor."
O ofício é datado de 18 de setembro, desde então fui procurar uma consulta no ambulatório do Hospital do Dirceu I. Sem encaminhamento, a ACS da minha área há anos não entra na minha casa. Tenho um parente que trabalha lá, após umas três semanas consigo falar com a psiquiatra, mostrei um atestado e as caixinhas da medicação. Ela me falou que como era a primeira consulta, repetiria a medicação, três caixas de cada medicação de 30 c0mprimidos cada, tomando um por dia: três meses, fiquei feliz. Só que não havia na farmácia do hospital. Bom também é levar já o encaminhamento para a próxima consulta. Hoje fui ao ambulatório do
do HAA e perguntei se conseguisse marcar uma consulta hoje, para que dia seria? Para meu médico, somente para o dia 25 de fevereiro. Setenta e dois dias ou daqui há mais de dois meses. Então fui conversar com doutora Darcy, que tenho em conta de profissional comprometida e negociável, para que a urgência do HAA seja repensada, que não sirva só para internar ou dar medicação de urgência com recomendação para ambulatório, que funciona somente a base da indicação medicamentosa. Sua fala como, como a das enfermeiras da atenção básica é culpabilizar o número insuficiente de CAPS ou de como os que existem não funcionam a contento. E nesse fogo cruzado, sobra bala perdida para nós usuários. E o médico "cavalo batizado" como dizem os mais simples? "Uma bandinha do comprimido é minha, outra é sua doutor", me disse a Rosa, usuária participante da Ãncora, naquele jeitão de gente esperta, negociante de artezanato ou qualquer outra coisa que lhe caia a mão.

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