Para nós psicóticos é um perigo esta época de expectativas "forçadas', mais do que geralmente fazemos precisamos está atentos a automonitoração. Não ganhar a megasena acumulada da virada, não conhecer nem o cavalo branco do príncipe encantado, não conseguir falar com aquele (a) ex porque o telefone não atende, brigar de novo com a família em pleno natal podem ser coisas prováveis de acontecer. A medicação continua existindo, uns sites legais e sua capacidade de reverter situações desagradáveis a seu favor. É só mais um final de ano, não se cobre nada. Fique até infeliz, se realmente houver acontecimentos ruins mesmo, importante é não se deixar envolver pelo "espirito melancólico" desta época, segure a onda, não fique doente. É minha opinião, mas cada um é cada um. 2010 DEZ para todos.
sábado, 26 de dezembro de 2009
FALSA DEPRESSÃO DE FINAL DE ANO
Para nós psicóticos é um perigo esta época de expectativas "forçadas', mais do que geralmente fazemos precisamos está atentos a automonitoração. Não ganhar a megasena acumulada da virada, não conhecer nem o cavalo branco do príncipe encantado, não conseguir falar com aquele (a) ex porque o telefone não atende, brigar de novo com a família em pleno natal podem ser coisas prováveis de acontecer. A medicação continua existindo, uns sites legais e sua capacidade de reverter situações desagradáveis a seu favor. É só mais um final de ano, não se cobre nada. Fique até infeliz, se realmente houver acontecimentos ruins mesmo, importante é não se deixar envolver pelo "espirito melancólico" desta época, segure a onda, não fique doente. É minha opinião, mas cada um é cada um. 2010 DEZ para todos.
domingo, 20 de dezembro de 2009
SOLIDARIEDADE NA CRISE
Olha para mim fixo. Os olhos apenas ansiosos, não tem ainda aquela dilatação característica das crise agudas. Tomamos sorvete juntas, fez o convite e pagou a conta. Se mantêm independente e não chora. Mas é visível o desespero e sofrimento com as insônias, os pensamentos descordenados. Ela e sua família já percorreram vários serviços tradicionais, substitutivos e integrativos de Teresina. Bravos.
Liga para mim no outro dia, várias vezes, pensa que vai morrer, reclama que o médico em mais uma consulta de urgência manteve o antipsicótico e não receitou o ansiolítico. Me pede um. Me pegou, nunca vivi uma situação assim. Digo que ela tem sorte de ter a chance de fazer uma medicação sem ansiolítico que causa dependência, problemas com a memória. Que resista, insista mais alguns dias com a medicação e dei todas minhas receitas de vida zen. Busca de serenidade, de atitudes que acalmem a mente, não podemos esperar que o alívio de certos sintomas venham, apenas de algum remédio. Não me parece convencida. Desliga falando em se internar no HAA. Não tem vagas, felizmente.
E depois ela me deixou uma ótima impressão que sobreviverá como uma heroina de guerra.
RESUMO DA NOVELA: Melhor que um ansiolítico
Roberto tenta matar Gustavo e Alcino
Verônica explica para Roberto seu plano contra Gustavo e Alcino. Um homem liga para Alcino, fala que está com Débora e exige que ele vá encontrá-lo. Em seguida, o homem liga para Gustavo e combina um encontro com ele no mesmo lugar que marcou com Alcino. Fiasco vê Sólon e Gilvânia namorando no Esplêndido da Glória e avisa Taís, que encontra os dois juntos. Verônica e Débora voltam para casa. Gustavo e Alcino chegam ao local e Roberto coloca fogo no lugar.
Saber o que aconteceria no capítulo da segunda-feira era minha única preocupação ao dormir. Sorri tranquila e adormeci. Não é bobagem como parece. Depois de algumas semanas sintomática, mesmo usando medicação e fazendo algumas integrativas, o estresse cotidiano deixou-me bem disfuncional, não consegui mais participar da caminhada orientada, "cismei" com uma colega, que só pensar em vê-la me dar muita raiva. Pode? Preconceito com gente normal, "tá boa?". Abandonei o inglês, não por preguiça, realmente não consegui mais, má concentração para leitura, raciocínio cognitivo extremamente comprometido. Mas o verdadeiro fator estressor no momento é minha luta para voltar ao trabalho. O defensor público desapareceu. Reuni "meus restos de saúde" e fui a luta sozinha. Infelizmente, mesmo sendo uma servidora concursada, precisei falar com várias amigas da época de universidade que hoje ocupam cargo de destaque no governo e amanhã (segunda), passarei por mais constrangimentos, mas me prometeram minha volta ao trabalho, numa condição especial que escolhi. Torçamos.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
NOVOS AMIGOS DO NINHO
Precisamos apenas encontrar nossa identidade dentro da diversidade de posições no mundo. Somos pessoas, não somos "a doença". Um abraço muito carinhoso para quem conheceu o Ninho hoje, infelizmente não é fácil uma crise, mas passa.
O QUE É UMA URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA?
O plantonista não me atendeu no consultório, foi grosseiro e que só me daria uma medicação de urgência (diazepan injetàvel), mesmo eu me identificando com ex - estagiária daquele serviço. Precisei recorrer a um clínico geral em um pronto-socorro particular e paguei oitenta reais pela consulta, conseguindo minhas receitas da medicação de manutenção. Por sinal, só atenção do médico me fez melhorar.
Dia 09 de setembro, depois de ouvir várias pessoas, pacientes, funcionários do HAA falarem do curriculum de grosserias desse psiquiatra (psiquiatra que atua em CAPS também), resolvi denunciá-lo ao ministério público, não antes de falar com a diretora do HAA e registrar o caso na ouvidoria deles. Reproduzo fragmentos do oficio resposta a Cláudia Seabra, do Ministério Público da direção técnica-assistencial do hospital na pessoa da psiquiatra Darcy Passos da Silva:
"O correto seria a paciente não ter deixado faltar sua medicação por dez dias. Ter providenciado sua consulta com o profissional que a acompanha antes desse término. Porém, ocorrendo algum impedimento para a realização desse procedimento (afastamento do profissional por doença, férias ou curso de capacitação), é necessário que o paciente procure um serviço ambulatorial de psiquiatria, onde será aberto um prontuário e realizada uma consulta médica na qual o paciente relata toda sua história psiquiátrica. Sendo possível então para o médico que realiza essa consulta, mesmo não sendo o seu médico assistente, prescreve o tratamento adequado, pois pode compreender toda a evolução da patologia até o quadro atual. Procedimento impossível de ser realizado em pronto-socorro psiquiátrico devido a dinâmica do atendimento, já descrito acima.
No caso da Sª Edileuza solicitou-se ao médico plantonista Dr. Erivan Eulálio que informe com mais urbanidade aos pacientes que buscam atendimento no setor de urgência/emergência do HAA, os procedimentos que são realizados e os que não podem se realizados nesse setor."
O ofício é datado de 18 de setembro, desde então fui procurar uma consulta no ambulatório do Hospital do Dirceu I. Sem encaminhamento, a ACS da minha área há anos não entra na minha casa. Tenho um parente que trabalha lá, após umas três semanas consigo falar com a psiquiatra, mostrei um atestado e as caixinhas da medicação. Ela me falou que como era a primeira consulta, repetiria a medicação, três caixas de cada medicação de 30 c0mprimidos cada, tomando um por dia: três meses, fiquei feliz. Só que não havia na farmácia do hospital. Bom também é levar já o encaminhamento para a próxima consulta. Hoje fui ao ambulatório do
do HAA e perguntei se conseguisse marcar uma consulta hoje, para que dia seria? Para meu médico, somente para o dia 25 de fevereiro. Setenta e dois dias ou daqui há mais de dois meses. Então fui conversar com doutora Darcy, que tenho em conta de profissional comprometida e negociável, para que a urgência do HAA seja repensada, que não sirva só para internar ou dar medicação de urgência com recomendação para ambulatório, que funciona somente a base da indicação medicamentosa. Sua fala como, como a das enfermeiras da atenção básica é culpabilizar o número insuficiente de CAPS ou de como os que existem não funcionam a contento. E nesse fogo cruzado, sobra bala perdida para nós usuários. E o médico "cavalo batizado" como dizem os mais simples? "Uma bandinha do comprimido é minha, outra é sua doutor", me disse a Rosa, usuária participante da Ãncora, naquele jeitão de gente esperta, negociante de artezanato ou qualquer outra coisa que lhe caia a mão.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
FELICIDADE ANTIMANICOMIAL!!!
A Eliete é moradora de uma residência terapêutica, ex moradora do Hospital Areolino de Abreu. Nos abraçamos, fiquei emocionada. Lá vou eu conhecer "sua casa". Linda, confortável, melhor que a minha, fica na rua 13 de maio, bairro vermelha. A residência é coordenada pela Fátima Alves, assistente social vocacionada e comprometida. Parabéns Fátima e melhoras para a saúde.
Nesta residência moram seis pessoas, três mulheres e três homens, alguns me reconhecem, encontro lá Zé Rosa, me emociono outra vez. O Zé Rosa em 2001, antes de se falar em reforma de verdade por aqui, ele tinha um quarto no HAA e sempre entrava no Serviço Social pedindo alguns trocados para completar o dinheiro para comprar pilhas de um rádio. Muito organizado, asseado. Perguntava a ele se não tinha vontade de morar numa casa, cuidar de umas plantas, possuir gaiolas com passarinhos. Acho que ele me achava "louca", quando me respondia com um olhar daqueles que damos quando acreditamos que uma coisa é absurdamente impossível. Pois é. Lá está o Zé morando numa casa, bem integrado, continua organizado e os companheiros me disseram guardando dinheiro.
A Eliete preocupada com a possível chegada de mais uma moradora, acalmo o grupo e peço solidariedade, é mais uma que vai sair do hospital, deitar numa cama com lençol e usar um perfume só seu, passar um creme na pele e poder passear na praça com uma cachorrinha. Coisas que eles já podem fazer e é melhor que ser prisioneiro dentro do hospital psiquiátrico.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
NADA DE NOVO NO FRONT
ESTRATÉGIA DE SOBREVIVÊNCIA EM CRISE:
- Troquei o msn pela Malhação com o lindo filho do Fábio Junior, que me lembra o seriado Ciranda, cirandinha (é a nova!) e a novela das seis com Marcos Palmeiras e a Camila Pitanga ,os vilões bonitões e uma turma da vila muito engraçada. Parece aqueles enredos da Janete Clair. E a temática social é a surdez de um menino que toca piano. Nossa, tenho filho surdo e tal. Delícia de "atividade prazeirosa" estou resgatando, há tempos não via novelas.
- Hoje comecei uma nova integrativa, radiestesia, com uma linda moça maranhense, estudante de Terapias Naturistas. Preciso de energias para as lutas ou não morrer de indignação.
- Amanhã vou as compras de natal, tenho várias confraternizações a 12,00 a contribuição. Estou de atestado médico e não farei os últimos exames de inglês. Talvez perda o módulo. Pago ano que vem, sem frustração.
Pois é... vida boa!
De: | LOUCA PELA VIDA lima (madileuzazem@hotmail.com) |
Enviada: | sábado, 12 de dezembro de 2009 0:15:56 |
Para: | grupo.matizes@yahoo.com.br |
agora só irei a um evento convidada oficialmente como socióloga e assistente social que sou, que pesquisei, publiquei sobre saúde mental, conheço a política e diariamente acompanho usuários da periferia ou de bom poder aquisitivo. Desde 1997 tento conquistar a adesão dos mais diferentes grupos para a causa: movimento espirita kardecista, movimento Biodança, de mulheres, universidade, agora estou investindo nos terapeutas naturistas. Não é possível que só eu perceba essa necessidade, enquanto as estatísticas da OMS dizem que em 20030 ou antes, a depressão será mais comum que as doenças coronárias e o cancro, no Brasil 12% da população já faz uso dos serviços psiquiátricos. Teresina é uma das capitais brasileiras que mais ocorrem suicídios. Cansei. Fiz minha parte, repudiei, denunciei, berrei. Alguns normais são inegociáveis. Mesmo louco pós -graduado não tem voz. Estes atrapalham muito a vida dos loucos.
Abraços, valeu mesmo!
Edileuza
De: | Grupo Matizes (grupo.matizes@yahoo.com.br) |
Enviada: | sexta-feira, 11 de dezembro de 2009 18:34:02 |
Para: | LOUCA PELA VIDA lima (madileuzazem@hotmail.com) |
Muito pertinente as considerações que vc faz acerca da Saúde Mental em nosso Estado. A oficina que você propõe pode ser um passo para superação de uma visão equivocada e preconceituosa das pessoas com Transtorno mental. Conte conosco nesta caminhada para uma sociedade inclusiva e que respeita as DIFERENÇAS (Sexuais, culturais, sociais, regionais, etnicas, raciais, de classe, de deficiência física ou mental, de gênero).
abraços: Herbert Medeiros, Carmen, Marinalva, Cleuton e Mazé (Grupo Matizes)
Garanta a oficina: Educação Permanente em Saúde Mental para a saúde básica. Com o movimento Âncora na pessoa de Marta Evelin trabalhando a temática da clínica ampliada e eu Edileuza Lima da Rede Amigo no Ninho com a Cidadania da Pessoa com transtorno mental pós lei 10.216/01. Terminaremos a oficina construindo um instrumento de notificação no território dos transtornos mentais, nosso. Onde qualquer equipe de Estratégia da Familia saberá aplicar. Nos garanta esse espaço, nos inclua, precisamos muito nesse momento crucial de solidificação da reforma psiquiátrica. Não seja mais um entrave. A reforma tem inimigos demais nesse Estado.
Abraço, contando com sua sensibilidade e compreensão.
Edileuza
De: | Marta Evelin de Carvalho Bona (loucavida.pi@ig.com.br) |
Enviada: | sexta-feira, 11 de dezembro de 2009 14:53:47 |
Para: | maria edileuza da conceiçao lima lima (madileuzazem@hotmail.com) |
Subject: Re: FW: MOÇÃO DE REPÚDIO CONTRA O SEMINÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
From: narcizochagas@gmail.com
To: amigononinho@hotmail.com
MOÇÃO DE REPÚDIO AO SEMINÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
A Educação Permanente em saúde da SESAPI e a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde-ANEPS no ínicio do ano de 2008 promoveram o curso A Educação Popular e a capacitação de movimentos sociais em defesa do SUS, curso em vários módulos aos sábados na UFPI. Surgiu daí o blog: http://emdefesadosus.blogspot.com
A fala do movimento de usuários ( pessoas que fazem uso dos serviços psiquiátricos) em saúde mental causou estranheza. Sim, nós existimos e fazemos muita coisa com nossas muitas limitações. Nossa moção de repúdio é não termos sido contemplados com uma oficina específica, extremamente necessária nesse momento que com muita luta a gerência de saúde mental (SESAPI) e FMS promovem cursos de formação em saúde mental para atenção básica. O agente de saúde (ACS)comunitário não entra no terreiro porque tem medo, pelo mesmo motivo na casa da pessoa que vive com transtorno mental e ainda corremos o risco de sermos "denunciados" em uma crise aguda e o acs mobilizar o SAMU e nos internar no Hospital Areolino de Abreu/Meduna porque a referência ainda é essa. As equipes do Programa Estratégia da Familia culpam os CAPS e CRAS de não prestarem ajuda, não darem a contrareferência. Não há um instrumento formal de notificação no território de pessoas acometidas de transtorno mental e enfermeiros que acham que bipolaridade e esquizofrenia são doenças mentais menos graves ou que o cuidado com a hanseníase é mais importante que o cuidado com a pessoa acometida de um sofrimento psíquico.Sugiro uma oficina: Educação permanente em saúde mental para a atenção básica.
Muito triste, acredito que o estigma em relação a saúde mental não se modifique porque nestes espaços privilegiados de discussão em saúde sejamos discriminados dessa forma.
Amigo no Ninho - Defendendo o SUS humanizado para todos, até os loucos.
Edileuza
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Lei institui sanções contra discriminação a pessoas com transtornos mentais em Alagoas
"A lei vem fortalecer a Reforma Psiquiátrica no Brasil (Lei 10.216/01)", afirma gerente do Núcleo de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde
Alagoas em Tempo Real - AL - ÚLTIMAS NOTÍCIAS - 04/12/2009
O governador Teotonio Vilela Filho sancionou a Lei nº 7.128, que estabelece aplicação de sanções a pessoas físicas e jurídicas que, por qualquer meio ou forma, praticarem atos de discriminação em relação às pessoas acometidas de transtorno mental. A Lei foi publicada nesta terça-feira (3), no Diário Oficial do Estado.
De acordo com a publicação, são considerados atos de discriminação o impedimento do ingresso ou permanência de pessoas em órgãos, entidades, estabelecimentos ou quaisquer outros locais públicos ou privados; fazer referência ou comentários depreciativos sobre a condição de portador de transtorno mental ou recorrer a qualquer outra forma de manifestação que possa causar-lhe constrangimentos ou embaraço ou aos seus familiares; e também recusar, impedir ou retardar o atendimento, de qualquer natureza, à pessoa acometida de transtorno mental.
“A lei vem fortalecer a Reforma Psiquiátrica no Brasil (Lei 10.216/01), especialmente em Alagoas e também o processo de inclusão, ressocialização e humanização na sociedade”, ressaltou Berto Gonçalo, gerente do Núcleo de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
A infração ao estabelecido na lei sujeitará o infrator às seguintes sanções: no caso de pessoas físicas, a multa será no valor de R$ 1 mil; para pessoas jurídicas de direito privado poderá ocorrer: advertência, multa de R$ 5 mil, suspensão do alvará de funcionamento por trinta dias e cassação do alvará na hipótese de reincidência.
O artigo 4º da Lei informa que a infração ao disposto na norma, quando cometida por agentes, empregados ou dirigentes de órgãos e entidades do Estado de Alagoas, implica na aplicação das sanções disciplinares prevista na legislação a que estejam submetidos.
Os valores arrecadados com as multas serão destinados ao Fundo Estadual de Saúde, devendo ser aplicados, preferencialmente, em políticas de atenção à saúde mental.
Do blog muito interessante de Vanessa Marsden, psiquiatra. Psiquiatria e Toxicodependência
http://psiquiatriaetoxicodependencia.blogspot.com/
Coloquei aqui porque há muito falo sobre os direitos de pessoas que vivem com transtornos mentais aqui no Piauí e são constantemente agredidas, a palavra é essa. Precisam esconder a todo custo que têm uma doença mental para escapar da discriminação de pessoas que se dizem normais. Hoje tenho um encontro com meu defensor público ( todos deveriam recorrer a promotoria pública, afinal nossos impostos servem para pagar seus bons salários e encher cuecas e meias de político corrupto), há três meses, desde nove de setembro, estou na justiça para voltar a trabalhar. Algumas normais escreveram que eu deveria deixar a sala de aula por ser bipolar, o secretário de Educação, Antônio José Medeiros, meu ex professor ,assinou embaixo e pronto. Sofri várias humilhações públicas na escola e nas gerências de educação.
A delegacia das minorias não resolveu, a lei que protege os PPDs, pessoas com deficiências não nos cita. Estou pedindo um trabalho protegido de função de nível superior, não aceito ao contrário, tenho duas graduações e especialização. O defensor é Igor Sampaio, da coordenação dos Direitos Humanos. Vamos ver se louco pode reinvindicar esses direitos humanos.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
EM DEFESA DA INTERDISCIPLINARIDADE
Email da Cristina Isabel, assistente social em Recife
retirado de comunições em grupos do yahoo.
domingo, 6 de dezembro de 2009
LEMBRANÇAS BOAS!!!
GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO EM SAÚDE MENTAL
Marcelo Kimati colocou duas questões sobre o assunto: Por que é importante promover autonomia na utilização de medicação? Que dispositivos um serviço pode utilizar para desenvolver programas de autonomia ?
O que ele não falou ( não lembro) é que o Guia de Acompanhamento para Profissionais: pontos de referência para uma gestão autônoma da medicação em saúde mental, foi originado no seio dos movimentos de defesa dos direitos em saúde mental, serviços alternativos e usuários do Quebec/ Canadá, imagino que seja algo semelhante ao movimento da luta antimanicomial com seus diversos atores no caso brasileiro, movimento de usuários, trabalhadores e academia. Kimati não ressaltou a devida importância desse fato.
Nossos usuários do serviço psiquiátrico da rede SUS que imaginamos no senso comum, pobres e mais precariamente desinformados tanto quanto o usuário do consultório particular/conveniado na sua maioria não sabem o que usam (antipsicótico, estabilizador do humor, ansiolítico, etc) e qual seu diagnóstico, não reconhecem a substância genérica da sua medicação ou seus possíveis efeitos colaterais, mesmo que os sintam. Os profissionais (não só o psiquiatra) não têm a cultura da mera, esclarecida e necessária informação sobre a atuação da medicação no organismo da pessoa, de como uma substãncia como o ácido valpróico (depakote/depakene) pode causar toxidade no fígado, hepatite, pancreatite e que para prevenir ou controlar essas possibilidade é recomendável fazer exames de sangue inicial para contagem dos glóbulos sanguineos. Que serviço perde tempo com isso? Para quem interessa essa informação? É uma informação manipulável positivamente por um usuário modestamente esclarecido?
Já ouvi de uma professora com mestrado em educação, que rivotril é um "remedinho mágico", ela é voluntária em um atendimento onde há também um clínico geral que prescreve a dosagem inicial de clonazepan de 2,5. Observei que todas as pessoas esclarecidas desse recurso de saúde na comunidade acreditam que rivotril é um remedinho fraco, para pessoas não doentes mentais, no máximo estressadas.
No ambulatório do hospital do Dirceu I as pessoas saem da consulta com a psiquiatra e não sabem nem preencher os dados pessoais da receita, que a médica não preenche e nem o servidor da farmácia quer preencher e passa "carão" nas pessoas. Semana passada estive por lá, sentadinha preenchendo receitas de medicações inexistentes na fármacia do hospital, só havia haloperidol, numa dosagem que não era a da maioria dos consultados daquela manhã. Um dos questionamento de kimati aos profissionais: Que propostas de intervenção de promoção de autonomia da gestão de medicamentos nossos serviços são capazes de promover? Eu acrescento, diante da realidade de nossos usuários? Há uma familiar no nosso grupo de apoio, senhora informada, que tritura a medicação e coloca na comida do filho esquizofrênico. Descobri nesse curso que há uma medicação de depósito. Injetável, que o usuário pode fazer uso, ficando a medicação fazendo efeito por determinado tempo. Algo parecido com os anticoncepcionais injetáveis. Informei a mãe. Daí que ela converse com um psiquiatra em determinado serviço e ele o faça será uma batalha. Nas nossas oficinas de sensibilização as mais variadas práticas que os usuários e familiares fazem em relação ao tema, chamamos de "manejo popular da medicação". Existe um conhecimento popular de se usar, suspender, diminuir a dosagem "quebrando as bandinhas" dos comprimidos, etc. Os serviços de saúde em geral, agem como templos, seus conhecimentos são sagrados e inacessíveis aos leigos. Quem usa medicação psicofármaca por muito tempo e sente seus efeitos positivos e negativos em formas colaterais vai aprendendo a manejar, independente do serviço médico. Só precisamos da receita azul destes remédios "descontrolados".
LOUCOS POR SAÚDE: VIVENCIANDO A SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA,
MANHÃ
ABERTURA: APRESENTAÇÃO DO GRUPO DE USUÁRIOS DO CAPS LESTE – TERESINA
MESA REDONDA: 08:30 – 10:00
08:30 BREVE HISTÓRICO SOBRE A POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL (Emanoel-Professor de Psicologia UESPI)
09:00 SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: CONSOLIDANDO A REDE (Representante da gerência de SM da SESAPI)
09:30 – 10:00 DEBATE
10:00 – 10:15 LANCHE
MESA REDONDA: 10:15 – 12:00
10:15 – 10:45 RELATO DE EXPERIÊNCIA: O OLHAR DA EF SOBRE A SAÚDE MENTAL NA AB (ACS - Ozias e Enfermeira Regilda – Planalto Uruguai)
10:45 – 11:15 A POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIO DE TERESINA –
Amparo Oliveira – Coordenadora de Saúde Mental da FMS
DISCUSSÃO 11:15 – 12:00
INTERVALO (ALMOÇO)
TARDE
ABERTURA:
14:30 – 15:00 RELATO DE EXPERIÊNCIA: REPRESENTANTE DO AREOLINO DE ABREU
15:00 – 15:30 (DES)MEDICALIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL
Francisco Passos – diretor da MDER
15:30 – 16:00 – REPRESENTANTE DO MOVIMENTO ÂNCORA
16:00 – 17:00 DISCUSSÃO
FECHAMENTO E AVALIAÇÃO
REALIZAÇÃO:
Obrigada pelo email da Juciléia, psicóloga
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
OFICINA DE CONTROLE SOCIAL
Não posso comparecer, estou sintomática. Tenho terapia naturista pela manhã. Agradeço desde já a presença de Amigos do Ninho por lá. Estes espaços de discussão são importantes para o combate permanente ao estigma, preconceito e desconhecimentos sobre saúde mental em outros espaços da saúde. Somos poucos "intelectuais orgânicos" assumidos e defensores da causa antimanicomial e luta pela implantação e qualidade dos serviços substitutivos.