quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PRÁTICA INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR EM SAÚDE MENTAL: TERAPIA COMUNITÁRIA

Saúde mental: Cubatão aposta nas rodas terapêuticas
Postado por Departamento de Imprensa   
Ter, 17 de Janeiro de 2012 09:25
Pacientes relatam os efeitos positivos da Terapia Comunitária  

Euforia na formação do círculo. O momento da terapia comunitária é há muito tempo aguardado. A líder do grupo inicia o trabalho. Começa por uma espécie de quebra-gelo. É o recurso para que se sintam à vontade. Aniversariantes são parabenizados, amenidades são compartilhadas e o ambiente de identificação e de aceitação se cria. No começo, os participantes falam mais pela razão. Relatam experiências, mas ainda presos ao cuidado de não dar vazão aos sentimentos. O fluir da terapia, no entanto, estabelece a confiança e faz com que abram o coração. Extravasar e compartilhar experiências intensificam os laços. É o caminho para que recebam o conforto e toquem a vida em frente, cientes de que não estão sozinhos.
Segundo a coordenadora municipal da Saúde Mental, Mara Regina Annunciação, a terapia comunitária traz resultados impressionantes. É um reforço ao conceito da “desmedicamentalização”. O bate-papo, em muitos casos, elimina a dependência de remédios, contra insônia por exemplo. Os chamados sofrimentos mentais leves, como a depressão momentânea decorrente de uma perda, de uma expectativa frustrada, são tratados assim. Entre os fatores positivos, além da redução de custos com medicamentos há a diminuição nas filas de atendimento dos equipamentos da Saúde Mental de Cubatão.

Há um ano não era assim. No antigo ambulatório “Isabel Louzada de Campos” da Rua XV de Novembro, na Vila Nova, a sala de recepção estava sempre cheia. Quem passasse pelo local pela manhã via a movimentação até do lado de fora. Agora, está diferente. Os cerca de 4 mil prontuários começaram a ser estudados e os pacientes catalogados. O município foi dividido em quatro regiões (Cotas, Centro, Vila Esperança e região, Jardim Casqueiro/Ilha Caraguatá/Vila dos Pescadores/Vale Verde). Os usuários do serviço passaram a ser atendidos na estrutura de saúde existente mais próxima de suas casas, obedecendo ao conceito da territorialidade estabelecido pelo SUS. Com isso, passam a ter acesso mais fácil ao serviço e economizam nos gastos com condução. Além da terapia comunitária, a  equipe está mais presente na rotina dos pacientes.

Rodas de esperança – A psicóloga Marlei Ferreira Andrade atua como terapeuta comunitária no Conjunto Habitacional São Judas Tadeu, no Jardim Casqueiro. São reuniões quinzenais. Duram cerca de duas horas. Em algumas sessões, são mais de 30 pessoas na roda. Na que acompanhamos, Seo Manoel foi o primeiro a abrir o coração. Desabafou acerca da impotência diante da doença mental da filha. O depoimento sensibilizou os demais. Deles, Seo Manoel recebeu encorajamento. Mas, o efeito de sua fala foi também encorajador. E outros aproveitaram para soltar seus “engasgos”. Falam, ouvem, olham, tocam, se abraçam, sentem a dor e a alegria do outro. Ao final, são estimulados a expressar com uma palavra solta como vêem mais essa terapia em grupo. O que verbalizam é emblemático. “Solidariedade”, “esperança”, “alívio”, “liberdade”, “cumplicidade”, “amizade” formam o repertório mais comum acerca desses momentos únicos de refrigério. No entanto, para alguns uma palavra apenas parece muito pouco. “Estou encontrando amor aqui”, diz um. “A dor no peito já foi embora”, fala outro. É o melhor indicativo de que o trabalho precisa mesmo continuar e se expandir.


 
Tenho formação em Terapia Comunitária e no Amigo no Ninho, nas rodas de cuidado é uma dinâmica extremamente positiva em casos de prevenção de recaídas, manutenção da estabilização de sintomas, autogestão em situações estressoras externa que possam desencadear os sintomas de crise mental. Em crise mesmo leve, observamos a dificuldade de respostas de melhora. Na nossa experiência é sempre interessante associá-la a outras práticas integrativas àquelas pessoas mais fragilizadas por situações somáticas: acupuntura, bionergias (Reick e Jhorei), fitoenergias como banho de ervas e uso de florais. Lembrando sempre que as práticas integrativas são complementares ao tratamento medicamentoso no caso de pessoas que vivem com transtornos mentais.

 

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