Continuo com horríveis dores de estômago. Abandonei a medicação indicada por meu médico, estava sentindo uma pressão no coração, associei sua ingestão a uma interação medicamentosa com meus veneninhos úteis.Hoje marquei um médico gástrico, pode ser algo além dos efeitos colaterais do divalproato, não é? Comprei um carro e estou sem dinheiro para a acupuntura e outras práticas ingrativas, ainda caras. Mas é férias... eu e minha menina de onze anos compramos lindas cores de esmaltes junto àqueles assessórios de manicure e pedicure. Diversão terapêutica, se meu bichinho da indignação não estivesse o tempo todo me provocando a escrever um texto sobre a saúde mental pública em Parnaíba. Fora da gerência não tenho informações precisas, mas notícias recentes veiculadas num blog de um jornalista daquela cidade nos desperta alguns questionamentos sobre a ação da atenção psicossocial ali implantada: CAPS ad e CAPS II. Não sei se uma CAT (Casa de Acolhimento Transitório) aprovada para implantação lá, instalou-se realmente. Alguém poderia responder-nos por email ou comentário.
Toda cidade tem seus loucos de rua. As pessoas não se chocam, a loucura não é uma doença contagiosa. Os usuários de crack são mais temidos porque seus comportamentos são associados a delinquencia, furtos e outras violências. Mas louco que não mexe com ninguém, de certa maneira a rua adota. Observamos nos comentários dos casos expostos nos posts do blog importantes informações para a busca ativa dos serviços, os internautas (infelizmente anônimos, este senhor Carlson não publica comentários de quem se identifica, é uma pena nestes casos).
A senhora nua parece ser uma idosa, há toda uma legislação que protege o idoso, há o serviço social , a representação do Ministério Público do município, a articulação com saúde básica e a familia, que deixei por último, porque ás vezes precisamos acionar todos estes dispositivos e outros para alcançá-la. O que o CAPS tem com isso? Salvo engano, alguém me corrija se estiver errada. O CAPS II Parnaíba foi uma adaptação de um hospital dia local? A clínica psicossocial devagar, se encontrar um grupo de profissionais da Reforma Pisquiátrica, que conheça seus princípios e aceite o desafio de fazê-los acontecer, fará a diferença. Uma das principais funções do CAPS é articular a rede de atendimento no processo de atendimento médico-psiquiátrico e promover a reinserção social na familia, comunidade, no trabalho, etc. Um CAPS tem que ser diferente dos antigos hospitais-dias que constituiam e constituem-se em um espaço que o usuário frequenta até se plugar novamente na realidade. O CAPS precisa trabalhar com técnicos de referência. O psicólogo ou a enfermeira podem em vez de ir ao CAPS num dia em seu turno, passar a manhã na praça com esta senhora, tentar abordagem, convencê-la a usar uma roupa. Fazer a rede com conhecidos, transeuntes e levá-la ao serviço, ou não, mas não abandoná-la até a conquista que geralmente se dá aos profissionais que realmente se empenham.
Esse rapaz estava pendurado em uma mangueira por muito tempo. Os internautas informam que era normal e usou drogas desde cedo, associam a loucura a dependência química. Busca ativa para o CAPS II ou CAPS ad, dependência química com comorbidades psiquiátricas?
Temos mais noticias de suicídio de um idoso. Como em todo Piauí, com ídices significativos de ocorrências Parnaíba também não tem um plano de saúde mental de prevenção, assistência a ideação suicida, específico e nem em conjunto com a saúde básica.
Há dez dias apenas do ano novo, de felicitações vazias e agradecimentos a Deus e mais pedidos de bênçãos nas várias festas dos serviços e particulares, por favor, não viremos as costas com indiferença a problemática do usuário de saúde mental, é possível a reabilitação psicossocial. Olha eu aqui, pintando a unha com cor mel metálico, é elegante, mas gostaria mesmo de usar um azul turqueza. Mas só se fosse uma pessoa normal, louca como sou, seria sintomático.
Acompanhem as histórias nos links:
Blog do Pessoa - dia 05
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