Os serviços psiquiátricos da Reforma, as ruas, principalmente os manicômios continuam lotados... novamente aparece alguém ou alguns para levantar "o mito da doença mental". Isso é perigoso para nós loucos clássicos, corremos na rua e tiramos a roupa, temos mania de grandeza, ansiedade e depressão, sintomas terríveis. NÓS precisamos de medicação para não corrermos mais, não nos matarmos e sermos funcionais, semi-inválidos, mas produtivos. Os diagnósticos para quem acha demais, é só resumir em loucura fatiada...
Tem todo um movimento contra a medicalização da vida, da escola principalmente, se em parte há algo de saudável em repensar relações, interpretações, mediações sob uma ótica não hipocondríaca de explicação de realidades por outro lado, quando se fala em crianças em idade escolar numa escola inclusiva temos crianças deficientes físicas, cadeirantes, surdas, baixa visão ou cegas e direitos que garantem sua matrícula e permanência na escola... por que não podemos aceitar a existência de crianças com transtornos mentais? Vá a um hospital psiquiátrico antigo e até em alguns CAPS dezenas de pacientes que tiveram sintomas desde criança, classificados hoje dentro dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), diversas síndromes, autismos, transtornos invasivos da infância, quer dizer psicoses, loucura. Se uma concepção da ciência biológica diz, classifica hoje estas patologias, imagina-se que para cada diagnóstico exista possibilidades de tratamento, por que negar uma existência adulta com transtorno mental, mas com mais qualidade de vida a partir do diagnóstico e reabilitação precoce?
O artigo abaixo da jornalista Eliane Brum, "resenhando" a obra O Livro Negro da Psicopatologia Contemporânea (já citado por aqui) me deixa preocupada, deixemos os diagnósticos? Deixemos os cuidados com a saúde mental de crianças? Cuidados já negligentes por parte do Estado.
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