Postagem no faceboock:
"Pior coisa do mundo é gente bipolar, metaforicamente falando, uma hora está no pólo positivo, aí vc é a melhor pessoa do mundo, em outra, está no pólo negativo, aí você é a pior pessoa do mundo, gente, vamos resolver nossos problemas, assumir nossos defeitos e fragilidades, cuidar de si mesmo, fazer o que é possível. Atribuir a infelicidade, incompetência e inconsequências aos outros, é no mínimo leviano e passar recibo de mediocridade crônica!"
Na escola:
Crianças do sétimo ano (antiga sexta série), avisam a um professor que um coleguinha "está bipolar", ficando alegre e zangado ao mesmo tempo. Converso com o menino alto para os seus doze anos, parece-me um rapazinho decidido. Tomou uma atitude sem consultar os pais e estava enfrentando as consequências da repreensão destes e a culpa. Diz nem perceber que andava zangado. Bipolar?
Professora, familiar de pessoa com transtorno mental. Fala-me de comportamentos bizarros de um certo aluno, ela diz que leu O. G. Rego, O rio subterrâneo, que o autor descreve o comportamento de um personagem esquizofrênico, ela teria então reconhecido os sintomas no comportamento do menino.
No gogle há várias definições que simplificam, dão a idéia que a bipolaridade é uma doença mental das mais fáceis de cuidar, que as internações são raras para estes casos. Pessoas do senso comum como as dos casos acima fazem o "diagnóstico" mais rápido que um psiquiatra. Uma assistente social amiga, experiente técnica na área, numa discussão sobre reabilitação de usuários dos CAPS através do arte, trabalho protegido, redarguiu que minha funcionalidade, que eu conseguia está bem, era pelo fato de ser uma F30 ( CID 10 - transtorno bipolar ), os serviços, principalmente o HAA está cheio de F20 (esquizofrenia), na concepção dela muito mais difícil. Considero mito, qualquer transtorno mental não tratado adequadamente é incapacitante. Infelizmente, prevalece nos serviços esta mentalidade e todos aqueles que não rompem com este círculo, buscando informações, alternativas diferentes, ainda são medicados em excesso com o coquetel psi de medicamentos tradicionais: clopomazina de 1952, haloperidol de 1957, diazepan ou congêneres mais um outro para combater a impregnação dos primeiros. Medicações mais atuais, também, apesar do poder de resolutividade da remissão dos sintomas ser maior, ainda nos maltratam muito com efeitos colaterais extremamente desagradáveis.
Talvez esta popularização dos diagnósticos seja benéfica para o usuário e sua família. Loucos não "correm" mais na rua hoje em dia. Quer dizer, pode está havendo um reconhecimento precoce dos sintomas antes da agudização da crise. É só deixarmos o preconceito de lado... e pensarmos em prevenção de infarto ou outra patologia grave qualquer.
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