sábado, 31 de dezembro de 2011

VIVER OU SOBREVIVER COM TRANSTORNO MENTAL?

Ela tem dezenove anos, com a magreza característica da idade. Longos cabelos, olhos sonsos de menina namoradeira ( mais uma qualidade, que defeito) e tristonhos ao mesmo tempo. Criada por pai idoso, junto a outros irmãos. A mãe os deixou há muito tempo.
Tem uma entonação de voz grosseira das moças educadas em interior, frequenta o ensino noturno supletivo. No pico da crise mental, no inicio do mês de dezembro,  não acreditei que consegueria. Medicação da urgência do HAA, a familia não sabia como agir. Há duas semanas eu e uma tia a levamos em meu psiquiatra que trocou o antipsicótico. O velho haloperidol por respiridona. Perdeu o caminhado encriquilhado, a logorréia, voltou a ser a moça calada e contida em seus risinhos e sonhos enamorados do mundo, da vida que continua após uma crise psicótica.
Parece mais amadurecida, falamos do cuidado com suas emoções, ela concorda, parecendo compreender que o bichinho da maçã ( aquele dos Cassetas) estará sempre lá, dentro dela, querendo sacanear, ao menor descuido.
Fico feliz clandestinamente.

Nenhum comentário:

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.