quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

FELICIDADE CLANDESTINA

Ou a FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO

Depois de sofrer algumas semanas na adaptação a uma nova medicação que parece corroer meu estômago pela manhã, como um "lagarto verde", simpatiso mais com esta comparação que com um "aliên". Depois de muita luta controlo o lagarto, apesar que ando "viciada em dormir", com lentidão de raciocínio e alguns lapsos de memória, mas percebo apesar dos efeitos colaterais um certo bem-estar mais geral, menos ruminação mental, mais paciência para resolução de problemas. Mas não foi nada fácil chegar a este estado ainda oscilante.
  Conquistas da vida pessoal andam colaborando. Fugindo de enfrentamentos na linha de frente, mas na luta armada até os dentes na retaguarda. Não há como recuar. Fugir da luta não é do meu caráter. Convoco a equipe invisível e vamos onde for preciso, mesmo que demore , denunciamos sem medo e nos humilhamos quando é necessário para conseguir ajuda para um usuário.

FALTA MEDICAÇÃO NOS AMBULATÓRIOS DO MUNICIPIO
- Há três meses falta medicação nos ambulatórios municipais. Falei isso para a moça do discurso da amorosidade no Encontro de CAPS, falei com a responsável por ações de saúde mental no municipio. O problema persiste, as usuárias que me informam são todas senhoras de mais de 60 anos, pessoas comuns na comunidade, sem perfil para CAPS, aposentadas ou ainda trabalhando, operárias assaliariadas, comprando no cartão de crédito cabarmazepina de 42,00 e amitriptilina de 41,00. São 83,00 para uma pessoa que ganha somente salário.
Acho um descaso dos trabalhadores da atenção básica, se informarem sobre as unidades que ainda dispõe da medicação ( liguei ontem para coordenadora de saúde mental da FMS e esta me garante que o hospital do Dirceu II tem estas medicações) e informarem o usuário. A própria gerência estadual poderia se importar e cobrar judicialmente do município ou emprestar aos ambulatórios do município. Outra patologias que matam tem resolução mais rápido nesta questão, mas o sofrimento psíquico crônico os gestores não se incomodam, senão coagidos pelo Ministério Público. É de indignar!!!

Amiga liga me informando que está com um parente em crise aguda. A familia procura uma clínica ou hospital particular com urgência e emergência em psiquiatria. Não tem. Eles não querem levar ao HAA. Não há outro local, para ricos ou pobres só existe uma emergência, a do HAA. Recomendo o serviço, digo que há equipes de plantão extremamente cuidadosas em evitar primeiras internações integrais.
Os leitos em hospitais gerais firmados no TAC de 2010 ficaram no papel, parece, não tenho absoluta certeza que quem atende é o hospital da Primavera e que tem se especializado em desintoxição na dependência química. Satélite e Promorar, já liguei para o primeiro e  perguntei pessoalmente no segundo. As atendentes  não sabiam da existência deles. Os leitos do Mocambinho sempre foram destinados a ADs.

Mais triste é o caso do número de crianças precisando de atendimento em saúde mental. Não indico mais o CAPS i. Os pais que podem levam num consultório particular.

Colega ligado a saúde mental me ligou hoje querendo o contato com a gerência de saúde mental... quem souber morre.



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POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.