Hoje a tarde (28) todas fomos princesas. Caroline, Bia e eu. Recebemos ordens da rainha Elizabeth da Inglaterra. Caroline organiza um chá de casa nova e a rainha a orienta. Quando sair da internação integral em apartamento no MEDUNA, que não tem mais enfermarias para SUS. As alamedas e os pátios antes lotados de gente que caminhava sempre sem ter para onde ir, estão agora vazias. Estranha tranquilidade. Ainda não acredito que um dragão tenha tombado, depois de agonizar por tanto tempo.
Caroline acredita, oscilando lucidez e delírio que está num castelo (para quem não conhece, o hospital parece mesmo um castelo medieval, com uma estátua de Dom Quixote à entrada), é uma princesa, a tal princesa do sapo, deve ser aquela que beijou o sapo asqueiroso que se transformou em príncipe. Não conheço outra. Sou uma princesa africana, minha "surrada" sandália dourada se transformou em última moda na côrte, aprovada por prícipe Willians da Inglaterra. Tento convencê-la que sou da plebe. O que ela prontamente argumenta que se assim o fosse jamais ali teria entrado. Entre um cigarro, alguma lucidez, lembrança dos pais que não a visitam. Afirma que é filha adotiva. Sonha que na sua alta, voltará a trabalhar e ter novamente sua casa, se inscreverá num destes programas federais de moradia. Sonhamos juntas que um psicótico possa um dia ter prioridade na conquista da moradia. Residência assistida, por uma familia sócioafetiva (expressão que aprendi com Alcir Marcus, dos Direitos Humanos) planejo rapidamente mais um projeto. Socióloga, ela me dá uma lista de ordens ditadas por rainha Elizabeth, consta muitas coisas na sua lista de aquisições para a casa nova, coisas da Ásia, toda Europa e África, argumenta que precisamos valorizar todas as culturas.
Barack Obama aparece no quiosque de palha carcomido por cupins, também o vejo e pergunto se Micchele se parece comigo. Ela diz que não acha.
Treze dias de internação e ainda deliróide. Não há terapeuta ocupacional. Não consigo saber sobre a psicologia.Tem assistente social. Bela amiga e princesa.. seremos felizes para sempre. Fora do castelo!
Caroline acredita, oscilando lucidez e delírio que está num castelo (para quem não conhece, o hospital parece mesmo um castelo medieval, com uma estátua de Dom Quixote à entrada), é uma princesa, a tal princesa do sapo, deve ser aquela que beijou o sapo asqueiroso que se transformou em príncipe. Não conheço outra. Sou uma princesa africana, minha "surrada" sandália dourada se transformou em última moda na côrte, aprovada por prícipe Willians da Inglaterra. Tento convencê-la que sou da plebe. O que ela prontamente argumenta que se assim o fosse jamais ali teria entrado. Entre um cigarro, alguma lucidez, lembrança dos pais que não a visitam. Afirma que é filha adotiva. Sonha que na sua alta, voltará a trabalhar e ter novamente sua casa, se inscreverá num destes programas federais de moradia. Sonhamos juntas que um psicótico possa um dia ter prioridade na conquista da moradia. Residência assistida, por uma familia sócioafetiva (expressão que aprendi com Alcir Marcus, dos Direitos Humanos) planejo rapidamente mais um projeto. Socióloga, ela me dá uma lista de ordens ditadas por rainha Elizabeth, consta muitas coisas na sua lista de aquisições para a casa nova, coisas da Ásia, toda Europa e África, argumenta que precisamos valorizar todas as culturas.
Barack Obama aparece no quiosque de palha carcomido por cupins, também o vejo e pergunto se Micchele se parece comigo. Ela diz que não acha.
Treze dias de internação e ainda deliróide. Não há terapeuta ocupacional. Não consigo saber sobre a psicologia.Tem assistente social. Bela amiga e princesa.. seremos felizes para sempre. Fora do castelo!
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