Ontem (12) paticipei com minha filha surda da IV Caminhada da Acessibilidade organizada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência - CONEDE/PI, seguindo uma programação que se encerra dia 28 com um Fórum Estadual pela inclusão da pessoa com deficiência. Ao chegar na concentração (não acompanhei a caminhada por conta de cansaço físico) na praça Rio Branco, dei de cara com uma louca sem blusa, com os seios a mostra, caminhava alheia a qualquer olhar. Minha filha ficou muito imprensionada. É difícil explicar algumas coisas para ela. Se andasse sozinha teria acompanhado a moça e feito uma intervenção. Vou colocar uma camiseta a partir de agora sempre na minha bolsa.
Alguns discursos de políticos, atrações artísticas, lanche na praça, levei meu cofrinho do Ninho e resolvi fazer um protesto "enlouquecido", sacudi muito e barulhentamente a latinha: "ACESSIBILIDADE PARA OS LOUCOS". Pasmem !Aquelas pessoas, cadeirantes, deficientes físicos, familiares, trabalhadores pareciam nunca terem ouvido falar que nós existimos. Pior é que é verdade, além da lei 10.216/001 que redireciona as formas de tratamento, considerada a lei da Reforma Psiquiátrica e várias portarias que tratam todas das formas de tratamento mais comunitário, em nove anos apenas de aplicação ainda não baniu totalmente os tratamentos fechados e desumanos existentes Brasil afora. E aos desospitalizados ou aqueles que pertencem ao um novo tipo de usuário, que diagnosticado não é mais diretamente exposto aos benzadiazepinicos que causam dependência, usam medicação mais atuais e com mais resolutividade deixando-os mais tempo sem sintomas. Sofrendo apenas da doença social do preconceito e estigma, não há leis que protejam estes loucos que não rasgam mais dinheiro, ao contrário sabe muito bem a importância dele. São na maior parte do tempo laborais, mas com limitações da doença, paradoxalmente.Não conseguem como em outras deficiências ,física por exemplo ou mental os benefícios da previdência. Porque deficiência mental é diferente de transtorno mental, segundo o decreto 3.298/1999, reformulado em 2004 pelo decreto 5.296, que nem sequer faz quaisquer referência a transtorno mental. Esse decreto entre outras coisas, garante cotas para deficientes em concursos. Não somos considerados deficientes, mas também não somos considerados normais para uma sociedade que ainda necessita e muito de passeatas para conquistar a aceitação de milhares de cidadãos e cidadãs de direito, respeitando suas diferenças.
Alguns discursos de políticos, atrações artísticas, lanche na praça, levei meu cofrinho do Ninho e resolvi fazer um protesto "enlouquecido", sacudi muito e barulhentamente a latinha: "ACESSIBILIDADE PARA OS LOUCOS". Pasmem !Aquelas pessoas, cadeirantes, deficientes físicos, familiares, trabalhadores pareciam nunca terem ouvido falar que nós existimos. Pior é que é verdade, além da lei 10.216/001 que redireciona as formas de tratamento, considerada a lei da Reforma Psiquiátrica e várias portarias que tratam todas das formas de tratamento mais comunitário, em nove anos apenas de aplicação ainda não baniu totalmente os tratamentos fechados e desumanos existentes Brasil afora. E aos desospitalizados ou aqueles que pertencem ao um novo tipo de usuário, que diagnosticado não é mais diretamente exposto aos benzadiazepinicos que causam dependência, usam medicação mais atuais e com mais resolutividade deixando-os mais tempo sem sintomas. Sofrendo apenas da doença social do preconceito e estigma, não há leis que protejam estes loucos que não rasgam mais dinheiro, ao contrário sabe muito bem a importância dele. São na maior parte do tempo laborais, mas com limitações da doença, paradoxalmente.Não conseguem como em outras deficiências ,física por exemplo ou mental os benefícios da previdência. Porque deficiência mental é diferente de transtorno mental, segundo o decreto 3.298/1999, reformulado em 2004 pelo decreto 5.296, que nem sequer faz quaisquer referência a transtorno mental. Esse decreto entre outras coisas, garante cotas para deficientes em concursos. Não somos considerados deficientes, mas também não somos considerados normais para uma sociedade que ainda necessita e muito de passeatas para conquistar a aceitação de milhares de cidadãos e cidadãs de direito, respeitando suas diferenças.
2 comentários:
Que bom que existe pessoas como você, que caminham mesmo sem poder 'caminhar'...
A propósito, você vai estar na conferencia de saude mental em Brasilia?
Espero ansiosa por uma resposta positiva!
=*
Não, não irei a conferência em Brasília. Não sai delegada da conferência estadual, que colaborei em sua confecção mas adoeci durante o processo, abandonando o final do trajeto. Espero e tenho confiança em verdadeiros usuários militantes antimanicomiais nos representem e garantam propostas viáveis, condizentes com nossas reais necessidades. Obrigada pela paticipação. És sempre bem -vinda!
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