19/08/2014
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OMS: depressão será a doença mais comum do mundo em 2030
Ela tem início no adulto jovem ou idoso e grupos específicos como mulher na menopausa e homossexuais
Autor: Claryanna Alves
Depressão é a doença psiquiátrica mais comum que
existe. Antigamente era denominada de tristeza, melancolia ou outras
denominações. Hoje sabemos que a depressão tem um caráter endógeno, ou
seja, de origem interna por alterações de neurotransmissores. Mas ela
também tem um caráter ambiental reativo, onde o ambiente pode
proporcionar o desencadear de um quadro depressivo, por exemplo, uma
perda financeira grave, fim de um relacionamento ou uma doença
incapacitante.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020 -
2030, a depressão será a doença mais comum do mundo. Atualmente ela
afeta mais de 121 milhões de pessoas.
Os pacientes diagnosticados com depressão têm dois sintomas
principais: um é o humor propriamente deprimido por quinze dias na maior
parte do tempo (uma tristeza incapacitante) e anedonia, que é uma
dificuldade de ter iniciativa, de ter vontade de fazer novas coisas,
“dificuldade de fazer novos projetos, mesmo que esse projeto seja, por
exemplo, sair da cama”, explica o psiquiatra Leonardo Luz.
Dr. Leonardo Luz, psiquiatra Foto: Gabriel Tôrres
Quanto à faixa etária mais atingida, geralmente a depressão tem um
início no adulto jovem ou nos idosos, havendo grupos específicos como
mulher na menopausa e homossexuais. A psiquiatra Carmita Abdo, durante o
Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, apresentou dados que,
no Brasil, os mais propensos a sofrer de depressão são: 24% das
lésbicas e 30%, no caso dos gays, contra 13,5% de heterossexuais.
Segundo o Dr. Leonardo Luz, “essa população específica (homossexuais),
apresenta duas vezes mais índices do que a população geral, devido ao
preconceito como agravante”.
Ações Compensatórias
No início desse ano, a Universidade d e Oxford, na Inglaterra,
apresentou o resultado preliminar de uma pesquisa realizada com um grupo
de 523 comediantes de stand-up do Reino Unido, dos Estados Unidos e da
Austrália, no qual chegaram a conclusão de que eles apresentaram traços
de personalidade que podem significar uma pré-disposição a algum tipo de
doença mental, como esquizofrenia ou depressão.
Essa questão foi levantada recentemente após a morte do ator e
comediante Robin Williams por suspeita de suicídio. Assim como, a morte
do comediante brasileiro Fausto Fanti, ambos sofriam de depressão e
foram encontrados mortos em suas residências. Isso levou a especialistas
a associarem o humor como ato compensatório e formas de lidar com o
“inferno interior” de cada um.
Ator Robin Williams Foto: Divulgação/Internet
Outras formas compensatórias de lidar com é a bebida, que no início
do álcool, é um fator euforizante, onde a pessoa fica mais solta.
“Porém, de fato, o álcool é depressor do sistema nervoso central. A
doença é agravada pelo álcool. Há ainda compulsões como fator de
conseguir um prazer mais rápido, como por compras, por jogos e,
principalmente, por comida. Depressão causa, em casos mais graves, uma
extrema perda de peso e em outros casos, o ganho de peso” esclarece o
psiquiatra.
Tecnologias
Para alguém que está deprimido, retraído socialmente, a rede social
muitas vezes pode ser vista como uma rede de suporte para interagir com
outras pessoas. Por outro lado, ficar somente nas relações virtuais em
prol das relações presenciais, pode não ser uma atitude saudável. Mesmo
com apenas cerca de vinte anos de popularização da internet no Brasil,
não ainda não é sabido muito bem como esse fenômeno está influenciando
na prática a relação com essa doença. Mas “sabemos que as pessoas estão
dormindo com qualidade pior e estão gerenciando pior o seu tempo por
conta das tecnologias e isso, consequentemente, poderia sim, ser um
fator predisponente a depressão”, expõe o Dr. Leonardo Luz.
Foto: Divulgação/InternetTratamento
O tratamento da depressão é medicamentoso e psicoterápico. O
tratamento, geralmente, dura em média, entre seis meses e um ano, mas
depende muito do tipo da depressão e da gravidade dessa depressão.
Hoje sabemos que há medicações bem modernas que rapidamente abrandam
os sintomas. De acordo com o Psiquiatra Leonardo Luz, “cada pessoa tem
suas substâncias, às vezes no começo do tratamento, é um pouquinho chato
de ajustar qual o medicamento e qual a dose que a pessoa se adequa, mas
uma vez isso ajustado, o tratamento é bem proveitoso”.
O medicamento utilizado reage devolvendo os níveis adequados de
serotonina, que faz a transmissão de dados entre neurônios, para as
sinapses neuronais e também moldando os os seus receptores no cérebro,
fazendo com que os circuitos voltem a funcionar adequadamente. “Imagine
que é como se fosse usar tomada para a passagem de energia e em um
plugue se encaixe perfeitamente. Então, na depressão não há nem energia e
nem o plugue de encaixar, os medicamentos estabelecem essa ligação”,
explica Dr. Leonardo.
Extraído de:
Como podem predizer que daqui a seis ou desesseis anos este bicho, a depressão, feito uma hidra de sete cabeças que mata-se e no seu lugar nascem mais duas habitará o íntimo de todas as pessoas? A melancolia, loucura no passado, a depressão a loucura cult da atualidade. A anormalidade universal. Parece enredo de filme de tragédias mundiais, da terra devastada, fim do mundo. Gente, o o vírus ebola já matou milhares de pessoas negras africanas e pobres, mas existe um medicação experimental que salvou a vida de dois médicos brancos americanos! Se houver interesse real, a indústria de medicação encontrará um novo PROZAC (fluoxetina) mais eficaz. Ou nosso estilo de vida moderna terá que mudar radicalmente, de volta a tranquilidade, menos trabalho e mais ócio. Menos violência urbana, menos consumismo...
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