sexta-feira, 22 de agosto de 2014

VELOZES, SEM TEMPO E DEPRIMIDOS

19/08/2014 - 11:19

OMS: depressão será a doença mais comum do mundo em 2030

Ela tem início no adulto jovem ou idoso e grupos específicos como mulher na menopausa e homossexuais
Autor: Claryanna Alves
Depressão é a doença psiquiátrica mais comum que existe. Antigamente era denominada de tristeza, melancolia ou outras denominações. Hoje sabemos que a depressão tem um caráter endógeno, ou seja, de origem interna por alterações de neurotransmissores. Mas ela também tem um caráter ambiental reativo, onde o ambiente pode proporcionar o desencadear de um quadro depressivo, por exemplo, uma perda financeira grave, fim de um relacionamento ou uma doença incapacitante.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020 - 2030, a depressão será a doença mais comum do mundo. Atualmente ela afeta mais de 121 milhões de pessoas.
Os pacientes diagnosticados com depressão têm dois sintomas principais: um é o humor propriamente deprimido por quinze dias na maior parte do tempo (uma tristeza incapacitante) e anedonia, que é uma dificuldade de ter iniciativa, de ter vontade de fazer novas coisas, “dificuldade de fazer novos projetos, mesmo que esse projeto seja, por exemplo, sair da cama”, explica o psiquiatra Leonardo Luz.
Dr. Leonardo Luz, psiquiatra  Foto: Gabriel Tôrres
Quanto à faixa etária mais atingida, geralmente a depressão tem um início no adulto jovem ou nos idosos, havendo grupos específicos como mulher na menopausa e homossexuais. A psiquiatra Carmita Abdo, durante o Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, apresentou dados que, no Brasil, os mais propensos a sofrer de depressão são: 24% das lésbicas e 30%, no caso dos gays, contra 13,5% de heterossexuais. Segundo o Dr. Leonardo Luz, “essa população específica (homossexuais), apresenta duas vezes mais índices do que a população geral, devido ao preconceito como agravante”.

Ações Compensatórias
No início desse ano, a Universidade d e Oxford, na Inglaterra, apresentou o resultado preliminar de uma pesquisa realizada com um grupo de 523 comediantes de stand-up do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Austrália, no qual chegaram a conclusão de que eles apresentaram traços de personalidade que podem significar uma pré-disposição a algum tipo de doença mental, como esquizofrenia ou depressão.
Essa questão foi levantada recentemente após a morte do ator e comediante Robin Williams por suspeita de suicídio. Assim como, a morte do comediante brasileiro Fausto Fanti, ambos sofriam de depressão e foram encontrados mortos em suas residências. Isso levou a especialistas a associarem o humor como ato compensatório e formas de lidar com o “inferno interior” de cada um.
Ator Robin Williams  Foto: Divulgação/Internet
Outras formas compensatórias de lidar com é a bebida, que no início do álcool, é um fator euforizante, onde a pessoa fica mais solta. “Porém, de fato, o álcool é depressor do sistema nervoso central. A doença é agravada pelo álcool. Há ainda compulsões como fator de conseguir um prazer mais rápido, como por compras, por jogos e, principalmente, por comida. Depressão causa, em casos mais graves, uma extrema perda de peso e em outros casos, o ganho de peso” esclarece o psiquiatra.

Tecnologias
Para alguém que está deprimido, retraído socialmente, a rede social muitas vezes pode ser vista como uma rede de suporte para interagir com outras pessoas. Por outro lado, ficar somente nas relações virtuais em prol das relações presenciais, pode não ser uma atitude saudável. Mesmo com apenas cerca de vinte anos de popularização da internet no Brasil, não ainda não é sabido muito bem como esse fenômeno está influenciando na prática a relação com essa doença. Mas “sabemos que as pessoas estão dormindo com qualidade pior e estão gerenciando pior o seu tempo por conta das tecnologias e isso, consequentemente, poderia sim, ser um fator predisponente a depressão”, expõe o Dr. Leonardo Luz.
Foto: Divulgação/Internet

Tratamento
O tratamento da depressão é medicamentoso e psicoterápico. O tratamento, geralmente, dura em média, entre seis meses e um ano, mas depende muito do tipo da depressão e da gravidade dessa depressão.
Hoje sabemos que há medicações bem modernas que rapidamente abrandam os sintomas. De acordo com o Psiquiatra Leonardo Luz, “cada pessoa tem suas substâncias, às vezes no começo do tratamento, é um pouquinho chato de ajustar qual o medicamento e qual a dose que a pessoa se adequa, mas uma vez isso ajustado, o tratamento é bem proveitoso”.
O medicamento utilizado reage devolvendo os níveis adequados de serotonina, que faz a transmissão de dados entre neurônios, para as sinapses neuronais e também moldando os os seus receptores no cérebro, fazendo com que os circuitos voltem a funcionar adequadamente. “Imagine que é como se fosse usar tomada para a passagem de energia e em um plugue se encaixe perfeitamente. Então, na depressão não há nem energia e nem o plugue de encaixar, os medicamentos estabelecem essa ligação”, explica Dr. Leonardo. 
 Extraído de:

Como podem predizer que daqui a seis ou desesseis anos este bicho, a depressão,  feito uma hidra de sete cabeças que mata-se e no seu lugar nascem mais duas habitará o íntimo de todas as pessoas? A melancolia, loucura no passado, a depressão a loucura cult da atualidade. A anormalidade universal. Parece enredo de filme de tragédias mundiais, da terra devastada, fim do mundo. Gente, o o vírus ebola já matou milhares de pessoas negras africanas e pobres, mas existe um medicação experimental que salvou a vida de dois médicos brancos americanos! Se houver interesse real, a indústria de medicação encontrará um novo PROZAC (fluoxetina) mais eficaz. Ou nosso estilo de vida moderna terá que mudar radicalmente, de volta a tranquilidade, menos trabalho e mais ócio. Menos violência urbana, menos consumismo...

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