quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

NINHADAS ANGUSTIANTES

Ontem, 12, não conseguia postar no blog. Postei no facebock
1. Por que as medicações psicotrópicas não podem compor a lista da Farmácia Popular? Crises mentais são tão crônicas e com eminência de morte como diabetes e hipertensão. Gostaria de não pagar também por medicação de uso contínuo, meu ansiolítico de marca custa 35,00 (20 comprimidos) e o genérico 10,00. Pensem, parece que o povo come. Difícil encontrar. O estabilizador custa de 40,00 a 45,00. Não são dispensados pelo SUS. Como sou bipolar não tenho direito a excepcionalidade, somente se fosse esquizofrênica. Sem falar das Farmácias do Trabalhador, rede privada que vende genéricos e similares a preços mais baratos que as marcas. Eles não vendem medicação psicotrópica. A doença mental excluída.

2. Repórter me acorda daquele sono das quatro horas. Zanga! Quer falar com usuários, mas não sabe o que quer. Pergunta sobre o que fazemos: Ela jamais entenderia nesse jornalismo da mordaça, de pouca análise social e informações truncadas.
- amiga liga de manhã a procura de uma orientação quanto aos especialistas em psiquiatria infantil em Teresina. Se psiquiatria infantil existe, não sei. Indico-lhe neuropediatra (acredito que eles encaminharam-na ao especialista).
- a noite, outra amiga liga e nos emocionamos juntas: me relata que foi a Defensoria Pública da União atrás de um advogado, não consegue trabalho, tem curso superior, as pessoas julgam-na pela aparência de quem usa medicação"controlada" e a dispensam, sem dá-lhes nenhuma chance de mostrar funcionalidade. E o INSS já lhe negou por duas vezes o pedido de BPC.
Isto que fazemos, sofremos juntos, dividimos angústia de pouca acessibilidade ao usuário de saúde mental a medicação, trabalho,moradia, educação e a dureza do preconceito e discriminação.

 3. Encontro a Agente Comunitária de Saúde (ACS) do território que se encontra a casa de dona Francisca e dona Maria. Dona Maria, acaba de chegar de uma internação no HAA. Dona Maria, mora há mais de 15 anos num quartinho com grades e janelas sem forra (os normais acham que janelas para loucos tem ser apenas um buraco pra entrar ar, claridade ou escuridão), tem uma cama de cimento e um buraquinho pra passar comida.
Dona Francisca e dona Maria são irmãs, ambas idosas.Zangam-se uma com a outra e geralmente brigam muito, dona Francisca também descompensa. O CAPS da região e a atenção básica acompanham há muito tempo, mas ambos se mostram incapazes de pensar uma solução de melhor qualidade de vida para ambas. Cadê aquele negócio do NASF? Cadê qualquer tipo de mobilização do tipo Projeto Terapêutico Singular para esta usuária?

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