domingo, 25 de julho de 2010

ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE SERVIÇO SOCIAL:DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Terminou ontem, dia 24, o XXXII Encontro Nacional dos Estudantes de Serviço Social no Colégio Agrícola, na terça-feira fomos convidados para uma criativa plenária, em torno do que se classificou como eixo, Eixo das Opressões, várias temáticas dos movimentos sociais foram trabalhadas em concorridas rodas de conversa, mediadas por representantes especícos, ficamos claro na roda da Loucura, junto a Marta Evelin e professora Lúcia Rosa.
Bastou a primeira pessoa se colocar como pessoa que vive com transtorno mental, para que vários estudantes, bem jovens, assumissem o transtorno, ideação suicida. Futuros profissionais de identidade híbrida. E muita gente falava em drogas e crack.
Especialmente sobre as tecnologias de cuidado em dependência química, o Ninho tem experiências ruins ou não tem intervenção nesta área. Nossa experiência com alguns casos foram extremamente "dolorosas". Dizemos que o Ninho é mulher parindo. A urgência ( o parto) da crise mental leva três semanas em média. Medicação atípica, se for o caso, junto com psicoterapia, terapia integrativa e complementar, cuidado amoroso mesmo, rede social acionada numa perspectiva integral para sanar o fator estressor que provocou os sintomas e percebemos os resultados: estabização dos sintomas, reaprendizagem de vida, pessoas que viverão a partir de então com maior autonomia diante de uma crise mental, etc. Mas na abordagem da dependência química não há uma medicação para tirar ou mudar o arbitrío, a vontade, não há remédio para dar coragem. Fomos cuidar, porque quem atende é serviço médico, de um usuário que tinha tatuado na barriga: "Foda-se."Já havia passado por todas as comunidades terapêuticas de Teresina e CAPS. Não deu certo. Acabei muito zangada, com algum prejuízo material para o Ninho e fiquei doente. Temos um único CAPS ad que não dar conta desta população. Os leitos psiquiátricos em hospital geral estão sendo usados para fins de desintoxicação.
Somos um grupo composto por poucas pessoas, usuários fragilizados e familiares cansados. Mas constantemente a dependência química nos bate a porta, então corremos atrás das redes. Hoje estive num grupo de AA da comunidade, já conhecida por lá por causa de outros casos. Observo que os senhores - a presença feminina é geralmente mínima - estão todos na faxetária dos quarenta ou mais, gente que chega à irmandade depois de vinte ou trinta anos de alcolismo. Quanto às outras drogas, estamos numa parceria para redução de danos, temática defendida literalmente, com unhas e dentes por Deusa Alcântara, socióloga, parceira de muitas lutas.
O Ninho pretende-se espaço democrático, um palmares contra preconceitos, estigmas e discriminações.

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