terça-feira, 17 de março de 2009

DEPENDÊNCIA QUÍMICA E SAÚDE MENTAL EM TERESINA

Toda uma luta anterior a da atenção psicossocial preconizada pela reforma psiquiátrica, aqui no Piauí constituia-se na instituíção de leitos psiquiátricos em hospitais gerais. Somente a partir de 2005 com o fechamento do P.A. (Pavilhão dos Alcólicos) no Hospital Areolino de Abreu, já em respeito a lei 10.216 e a portaria 336, se inaugura o primeiro CAPS ad da cidade, no bairro Monte Castelo. Mantém-se os leitos para estes pacientes no Sanatório Meduna. Informações me chegam que principalmente jovens mulheres preenchem as enfermarias, estas culturalmente não procuram o CAPS ad, não se expõe tanto quanto os homens.
O hospital do Mocambinho, objeto hoje de audiência pública na câmera de vereadores, por conta dos temores da população que este se torne um CAPS ad, que esta perda os serviços de ambulatório e urgência. Esta é uma discussão que se perde na "ignorância", do não saber da história da instituíção, da política de saúde mental no Piauí e nacional. Desde 2005, a então diretora do hospital do Mocambinho, assistente social Lúcia de Fátima Pereira Meneses, plantonista do hospital Areolino de Abreu, estudiosa, profunda conhecedora dos problemas que afetam o usuário dos serviços psiquiátricos em Teresina, trabalha em conjunto com a comunidade do bairro, auxiliando no surgimento do primeiro Conselho Local de Saúde autônomo do Estado nesse mesmo ano. Na sua criatividade elabora projetos, já fazendo a prática, em parcerias com a Casa de Assistência Indigena, orgão ligada a FUNAI, cria uma enfermaria ambientada a cultura indigena. E o projeto Serviço Hospitalar de Referência em alcool e outras drogas (SHR-ad), com 10 leitos cadastrados, no qual o dependente tem tratamento clínico por uso abusivo ou abstinência, com processo de internação em curta duração variando de 01 a 15 dias, dependendo do agravo clínico _ que esperava aprovação desde outubro de 2007 pelo Ministério da Saúde, recentemente aprovado, propagado pela imprensa, temido pela população e confundido e não entendido por má vontade de alguns gestores de nossa saúde pública.
Segundo Lúcia de Fátima, em seu artigo no livro Saúde Mental e Assistência Social, o projeto surgiu da necessidade de dar respostas as demandas dos conselheiros, de como encaminhar pessoas da comunidade, ociosas, de baixo poder aquisitivo que se encontram por estes motivos ligados a dependência química, por inexistência de outros serviços que atendessem a este público, são estes dados que constam na justificativa da iniciativa.
O problema naquela comunidade continua grave, segundo relatos da enfermeira do Programa Estratégia da Família naquela área, Olívia Quaresma, a incidência de transtornos mentais ocasionados ou não pela dependência química é grande e o programa não tem como atender esta especificidade sem a articulação com um precioso serviço deste, se for implantado com seriedade e busca de resultados sastifatórios. Que a comunidade ganhe duas vezes mais e fortaleça o controle social.
.EXPERIÊNCIA DE ASSISTENTE SOCIAL E GESTORA EM INSTITUÍÇÃO PÚBLICA DE SAÚDE: CONSTRUÇÕES E CONQUISTAS in Rosa, Lúcia dos Santos Rosa. Saúde Mental e assistência social: tecendo a rede de experiências no Piauí./ Lúcia Rosa, Lucas Guimarães, Edna Melo. Teresina: EDUFPI, 2008. 205 p.
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