Estive dia vinte e nove de novembro na urgência do Hospital Areolino de Abreu (HAA), pois iria viajar e estava praticamente sem medicação. Meu retorno no psiquiatra coincidia com data em que ainda estaria viajando. O médico esqueceu de carimbar com o crm, a receita do estabilizador do humor. Levei alguns comprimidos emprestados. Hoje, 13 de dezembro estive lá. Sempre sou bem tratada, tenho "identidade híbrida" sou profissional e usuária. Mas sempre saio chocada do "manicômio", é como pesquisador, não sai imune do campo, a subjetividade é sempre abalada.
De cara li no mural da recepção, um cartaz sobre um curso de defesa e ataque, somente para funcionários do HAA, com apoio da direção geral, grátis. O instrutor é um funcionário do laboratório, é uma modalidade de arte marcial, o cartaz não informa qual. Questionei com alguns funcionários do nível médio, qual seria a necessidade de tal curso. Homens e mulheres, de atendentes, agentes de portaria a técnicos de enfermagem estão fazendo. Um novato, agente de portaria, vindo do último concurso público, enfatizou com toda veêmencia que todos do hospital deveriam está no curso. Argumentava que os pacientes "podem" agredir. Então, entenda-se, é preciso aprender bater. Revidar a agressão.
Pensem, que a ouvidoria do hospital está cheia de denúncias, imagino que não apuradas a contento, de agressão física aos pacientes por parte de funcionários. Há casos que foram parar no ministério público. Triste... se havia vários funcionários em situação ilegal e o concurso público veio para organizar essa situação. Essas pessoas estão chegando sem treinamento na área da saúde mental, é lastimável que o curso grátis que encontrem seja um de defesa e ataque. Paranóia. Só oferecemos algum risco em crise aguda. Agora, gente normal é sempre perigosa em seus preconceitos.
De cara li no mural da recepção, um cartaz sobre um curso de defesa e ataque, somente para funcionários do HAA, com apoio da direção geral, grátis. O instrutor é um funcionário do laboratório, é uma modalidade de arte marcial, o cartaz não informa qual. Questionei com alguns funcionários do nível médio, qual seria a necessidade de tal curso. Homens e mulheres, de atendentes, agentes de portaria a técnicos de enfermagem estão fazendo. Um novato, agente de portaria, vindo do último concurso público, enfatizou com toda veêmencia que todos do hospital deveriam está no curso. Argumentava que os pacientes "podem" agredir. Então, entenda-se, é preciso aprender bater. Revidar a agressão.
Pensem, que a ouvidoria do hospital está cheia de denúncias, imagino que não apuradas a contento, de agressão física aos pacientes por parte de funcionários. Há casos que foram parar no ministério público. Triste... se havia vários funcionários em situação ilegal e o concurso público veio para organizar essa situação. Essas pessoas estão chegando sem treinamento na área da saúde mental, é lastimável que o curso grátis que encontrem seja um de defesa e ataque. Paranóia. Só oferecemos algum risco em crise aguda. Agora, gente normal é sempre perigosa em seus preconceitos.
3 comentários:
que coisa lamentável, Madileuza. Mande essa postagem para o blog d Rogelio Cassado
http://rogeliocasado.blogspot.com/
que ele ajuda a divulgar esse absurdo, já que o blog dele é sobre saúde mental.
Edmar
que absurdo, Madileusa!
Edmar
Não seria má idéia tal curso, mas deveria ser direcionada a pessoas com problemas a preservar sua integridade física. Alguns pacientes são agressivos e reagem de forma violenta. Pensamos em "humaniazação", mas num surto não somos humanos, não compreendemos humanidade, todos viram ameaça apesar de sua boa intenção. O pouco periodo que passei internado vi que é comum esse contato físico, e ocorrem entre pacientes tambem. Mas não vi nenhum enfermeiro agredir, mas é comum ter que amarrar o paciente pois ficam num estado incontrolavel. É polemico, o "louco" tem sido romantizado e tratado como alguem que "não pode fazer mal". O profissional deveria ter um curso de defesa, mas que preservasse a integridade do paciente, mesmo porque é para ele não cometer bobeira durante uma crise.
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