terça-feira, 23 de dezembro de 2008

AJUDA MÚTUA E SUPORTE EM SAÚDE MENTAL

Preciso urgente de contatos com a rede de movimentos de usuários de Santa Catarina, Florianópolis, Associação de Usuários, de familiares, técnicos, CAPS. Preciso dar apoio a alguém muito especial que mora lá. Vamos acionar a rede de solidariedade.
Agradeço
(faça uma boa ação de natal)

domingo, 21 de dezembro de 2008

IV Conferência Nacional de Saúde Mental para 2009

MANIFESTO

IV Conferência Nacional de Saúde Mental JÁ!!!!!

A última Conferência Nacional de Saúde deliberou pela realização, em 2009, da IV Conferência Nacional de Saúde Mental. Cabe ao plenário do Conselho Nacional de Saúde encaminhar o início do processo da mesma.

É momento de mobilização!!! Queremos a realização desta Conferência por muitas razões:

A Conferência representa um momento democrático, no qual é possível a participação de diversos atores sociais, no processo de avaliação e deliberação acerca das diretrizes das políticas de saúde mental. Neste processo destaca-se importância da participação do usuário que aumentou significativamente com o consequente aumento de serviços. Estas pessoas precisam debater, propor mudanças e/ ou legitimar estes dispositivos como eficientes e necessários para o fortalecimento da Reforma Psiquiátrica.

Uma série de deliberações foi tirada na III Conferência, deliberações essas relativas ao processo de implementação da Reforma do Modelo de Atenção em Saúde Mental, à execução de políticas de saúde mental, à participação dos órgãos de controle social e tantas outras. É momento de avaliar a implementação durante esses anos, de ações políticas, nos diversos âmbitos de gestão, orientadas pelas diretrizes democraticamente aprovadas pela sociedade brasileira;

A última Conferência Nacional de Saúde Mental ocorreu em 2001, alguns meses após a aprovação da Lei 10216/01. Teremos em 2009 oito anos de vigência desta. Sabemos que a rede de atenção em saúde mental é hoje muito distinta daquela que tínhamos em 2001. Temos um número significativamente maior de serviços substitutivos, porém há uma escassez de CAPS III, um dispositivo fundamental de cuidado para o atendimento à crise. Temos diversas experiências acumuladas nos serviços e ainda um número significativo de leitos psiquiátricos a serem desativados. Convivemos com críticas relativas a esse novo modelo. Queremos um processo reconhecidamente participativo, efetivo e democrático para avaliarmos essa rede e para apontarmos futuras direções, que garantam avanços no processo iniciado. Queremos a IV Conferência Nacional de Saúde Mental!!!

Assine o manifesto:


http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_081017_002.html

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

LÚCIA DE FÁTIMA MENEZES: no cimento inóspito do manicômio, planta-se flores em jarros

A rosa lilás lembra seu jaleco de um lilás mais clarinho. Lúcia de Fátima é comprometida assistente social plantonista do Hospital Areolino de Abreu e do Hospital- Dia Dr. Wilson Freitas. Dirigiu o hospital do Mocambinho, deixando inovações por lá, lutou desde 2004 pela implementação de um serviço de referência em álcool e drogas em hospital geral. Seu projeto foi aprovado pelo ministério da saúde somente agora. Espera-se que a atual direção leve a cabo sua execução, somando a rede de atenção a saúde mental. De extrema necessidade naquela área, reclama o tempo todo, Olívia Quaresma, enfermeira do programa Estratégias da Família (PSF) angustiada com a dificuldade de intervenção no território.
Lúcia de Fátima mais uma vez imprime sua marca de compromisso e mudanças: participei terça-feira, 16 de dezembro de uma vivência de Terapia Comunitária, junto a Narciso Chagas da Secretaria de Saúde, encarregado da implementação desta nos serviços de atenção básica dos municípios piauienses. Bem a estilo de "cuidando do cuidador", funcionários participaram, se auto - cuidaram e compartilharam idéias, sentimentos, problemas. Pretende-se implantar a Terapia Comunitária junto às famílias dos usuários. Um bom gestor comprometido com o bem-estar do usuário, com a autonomia e consciência que a sua frente sempre tem um cidadão de direitos faz sempre a diferença.

NÃO A CRONICIDADE DA VIDA!!!


REINVENÇÃO

A vida só é possível reinventada.
Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas. . .
Ah! Tudo bolhas que vêm de fundas piscinas de ilusionismo... – mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.
Vem a lua, vem, retira as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcança...
Só - no tempo equilibrada, desprendo-me do balanço que além do tempo me leva.
Só - na trevas fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.
..................................................
Cecília Meireles

Paulo Amarante e a esquerda Regina Castiglioni Guidoni, assistente social, estudante de psicologia e supermãe no sentido libertário. Águia jogando o filhinho do ninho, para que ele aprenda voar. Parabéns! Fique calma. Respire. Nós passarinhos psicóticos somos capazes.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

CASOS CRÔNICOS: Por que se tornaram crônicos? Ou a cronicidade é apenas uma forma de olhar.

Meu leitor (obrigada!) Carlos Saraiva nos pergunta se nos casos crônicos, ou a pessoa não aceita tratamento, e a família em desgaste prende-o dentro de um manicômio, abandona-o. Eis o recente censo da cidade de São Paulo com milhares de pessoas se tornando moradoras dos hospitais psiquiátricos, apesar dos oito anos de implantação da reforma psiquiátrica, é de se imaginar que por lá predominem aqueles que defendem a psiquiatria manicomial. Professora Lúcia Rosa, autora de Transtorno Mental e Cuidado na Família, fala muitos em suas aulas, que a família não abandona, ela acredita que quem estudou está lá, ela confia de alguma maneira na função terapêutica do hospital. Espera que de algum modo seu ente querido retorne para casa recuperado. O censo de São Paulo aponta que muitos pacientes moram no hospital por pauperização, muitos sem diagnósticos psiquiátricos. Para que pessoas treinadas em artes marciais dentro de uma instituição "totalitária", que apaga identidades. Lembro de uma paciente que me dizia que lá dentro até o sol era diferente. Para separar brigas entre agudos, aí lembro, do livro Estranho no Ninho. Os crônicos já sabem as regras. Passei três anos como estagiária no plantão de urgência do HAA, o caos aparente do surto, tem uma ordem cotidiana. As pessoas estão presas, muitas judicialmente pagando suas penas ali. Só se pensa nos normais, em vez de curso de defesa e ataque poderia-se está criando quartos de encontros íntimos para os casais psicóticos que ali moram ou passam muito tempo internados, junto com orientação de sexo seguro ( uso de preservativos, etc), essas pessoas poderiam ficar mais calmas. Isto é um absurdo?
Absurdo é a cronicidade do olhar. Sempre que volto ao hospital, os olhares são bem interessantes, duas graduações, aprovações em dois concursos públicos, publicação de textos científicos e literários, depois de surtos psicóticos agudos, é difícil acreditar. Mais é possível.Defendo a loucura enquanto condição de existência, depois que li sobre reabilitação psicossocial. Só não acho interessante cultuar a crise. Se você tem problemas emocionais e toma álcool com carbolítium porque é bipolar, é complicado. Melhor cuidar das questões emocionais com psicoterapia. Então, os sintomas ficarão mais fáceis de entrar em remissão.Toma-se o álcool, e se continuar não dando certo, melhor aprender viver com essa limitação. Deixar de ser parente da Família Adans; olhar o mar maravilhoso e sentir infeliz por isso ou porque fez um sol gostoso. Não sei se te respondi amigo, mas é possível aceitar a loucura responsável do outro. Esse tipo de loucura existe.

HUMANIZA - SUS (Hospital Areolino de Abreu: Quem conhece ama)

O SURTO PSICÓTICO NÃO É ROMÂNTICO

A antipsiquiatria inglesa e americana que produziu Kingsley Hall e o Mito da Doença Mental de Szasz foram acusadas de romantizar a loucura. Mas plantaram sementes de uma nova forma de ver a loucura e suas outras formas de possibilidades além da doença. Nos tiraram dos "leprosários" da exclusão, pelo menos no plano das idéias que fabricaram sussessivas reformas na maneira de tratar o louco. Ficar completamente indignada com um curso de defesa e ataque em artes marciais para funcionários de um hospital psiquiátrico é porque já passei por lá e sei da violência e descaso como são tratados os loucos pobres, principalmente. Delirante, mas lembro vagamente de um homem negro tocava-me os seios e eu o confundia com meu pai. Não posso afirmar 16 anos depois se era um funcionário ou outro paciente. Sai dos dois manicômios da cidade com os pulsos roxos das cordinhas de amescla ou jeans que confeccionam as tiras de contenção. Passei dezoito dias apenas de crise aguda. Agredia pessoas, ficava nua. Louca clássica. Os sintomas depois das medicações se tornam moderados, leves e finalmente entram em remissão. Como plantonista de Serviço Social uma paciente me deu um tapa no rosto. Lúcida, tempos depois me encontrou na rua e me pediu desculpas.
Ora, novamente o que se tem que questionar é a função terapêutica do hospital psiquiátrico, passe um dia preso num pavilhão com grades e veja se você se manterá calmo, ocioso, só vendo paredes brancas e uma televisão velha. Observe o tempo que cada profissional passa dentro do hospital e os que mais tempo permanecem não percebem as evasões persistentes, várias vezes do mesmo paciente, como minha pesquisa mostrou. É a principal ocorrência no cotidiano do plantão do Serviço Social na urgência e emergência do HAA.
O curso que alguns deveriam está fazendo, já me informaram que já houve uma formação desta, seria da contenção humanizada. Vá hoje na emergência deste hospital que você verá pacientes chegarem amarrados com cordas ou algemados pelos parentes, com os braços para trás. Na minha época se continha na forma crucificada. Muito doloroso.
O hospital continua a produzir dupla cronicidade de um modo de ver a pessoa que vive com transtorno mental, o ser periculoso e incapaz. Crônico e violento, não se tenta nenhuma medicação nova. Desde 2001 mantenho estreita relação com o hospital, posso afirmar que alguns pacientes ainda jovens estão amadurecendo por lá. Se formos observar seus prontuários ( F.20), duvido que a medicação tenha sido mudada com continuidade de tentativas interessadas pelo médico no sentido de melhoras para essas pessoas. Psicoterapia de qualidade, nem pensar, psicólogo cognitivo por lá não conheço nem um. Se tem é invisível, porque fuço, viu!
Por experiência de "louca violenta" afirmo que com seis dias de medicação manicomial não se bate nem em uma flor... para suavizar o relato.

sábado, 13 de dezembro de 2008

HUMANIZAÇÃO DO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO?

A PERICULOSIDADE DOS NORMAIS
Estive dia vinte e nove de novembro na urgência do Hospital Areolino de Abreu (HAA), pois iria viajar e estava praticamente sem medicação. Meu retorno no psiquiatra coincidia com data em que ainda estaria viajando. O médico esqueceu de carimbar com o crm, a receita do estabilizador do humor. Levei alguns comprimidos emprestados. Hoje, 13 de dezembro estive lá. Sempre sou bem tratada, tenho "identidade híbrida" sou profissional e usuária. Mas sempre saio chocada do "manicômio", é como pesquisador, não sai imune do campo, a subjetividade é sempre abalada.
De cara li no mural da recepção, um cartaz sobre um curso de defesa e ataque, somente para funcionários do HAA, com apoio da direção geral, grátis. O instrutor é um funcionário do laboratório, é uma modalidade de arte marcial, o cartaz não informa qual. Questionei com alguns funcionários do nível médio, qual seria a necessidade de tal curso. Homens e mulheres, de atendentes, agentes de portaria a técnicos de enfermagem estão fazendo. Um novato, agente de portaria, vindo do último concurso público, enfatizou com toda veêmencia que todos do hospital deveriam está no curso. Argumentava que os pacientes "podem" agredir. Então, entenda-se, é preciso aprender bater. Revidar a agressão.

Pensem, que a ouvidoria do hospital está cheia de denúncias, imagino que não apuradas a contento, de agressão física aos pacientes por parte de funcionários. Há casos que foram parar no ministério público. Triste... se havia vários funcionários em situação ilegal e o concurso público veio para organizar essa situação. Essas pessoas estão chegando sem treinamento na área da saúde mental, é lastimável que o curso grátis que encontrem seja um de defesa e ataque. Paranóia. Só oferecemos algum risco em crise aguda. Agora, gente normal é sempre perigosa em seus preconceitos.

HUMOR: Transtorno do amor bipolar


APRENDENDO COM OUTROS MOVIMENTOS: Os surdos fazem e contam muitas piadas sobre sua própria condição. É muito cômico.
Resolvo contar uma piadinha:

Amor de louco no I Congresso Brasileiro de Saúde Mental em Florianópolis:
__ Querida, quero te apresentar minha namorada bipolar. A única mulher da minha vida, a quem dedico todo meu amor e fidelidade. Não faço amor com mais ninguém!
__ Amado, eu sou sua namorada bipolar. Esqueceu? Vim do interior do Maranhão. Quatro conexões; Maranhão, Brasília, São Paulo e finalmente Florianópolis. Manezinho, sou a Maria. Trouxe presentes...
__ Nossa! Tem certeza? Sabe, tenho que ficar com ela, tá trêmula, sintomática...
__ Sem problemas. Já fiz amizade com uma terapeuta ocupacional, uma psicóloga e uma psiquiatra. Tenho 500 mg de estabilizador do humor no hotel e 1 mg de ansiolítico, qualquer coisa pego uma receita de antipsicótico, com tanto psiquiatra por aqui. Vou escolher uma oficina de cuidando do cuidador: terapia comunitária, danças circulares ou outra. Posso descompensar tranquila.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ARTICULAÇÃO EM REDES SOCIAIS E SAÚDE MENTAL



O título elegante da postagem construiu-se a partir de algumas vivências recentes e pertubadoras para mim. Uma rede social de ajuda mútua e suporte em saúde mental precisa de uma sólida articulação com instituições públicas e privadas, pessoas, comunidades, convênios com políticas públicas, etc.
Na viagem ao I Congresso Brasileiro de Saúde Mental tive como parceiro de poltrona um coronel da polícia militar de Teresina, palestrante espirita e gestor em sua área, de um trabalho com dependência química. Afinidades de idéias nos levaram a pensar um projeto em conjunto quando retornássemos a Teresina. Tenho irmãos militares, um com especialização em segurança pública, sempre me falou da dificuldade da abordagem de doentes mentais na rua. O louco não pode ser preso, diz ele. Se não há acompanhante, familiar, alguém que se responsabilize, esta pessoa não pode internar-se pelo SUS em hospital psiquiátrico público. O Serviço Social do HAA ante o "desespero" da polícia que precisa manter a ordem e o bem público protegido da nudez ou pedras
de alguém em surto, sempre recebe este suposto paciente. Depois faz verdadeiro trabalho de detetive até encontrar a família ou responsável. Quando não encontra, esta pessoa se torna um morador do hospital. Hoje, não sei como estão os novos encaminhamentos para as residências terapêuticas.
Hoje pela manhã, estava no bairro Dirceu Arco-verde, zona sudeste de Teresina, num ponto de ônibus quando de repente surge uma mulher somente de calcinha (azul), sandálias bonitas, óculos escuros, cabelos bem cuidados, colar, brincos e uma extrema euforia, dançava. Segurava com bastante cuidado numa das mãos um molho de chaves. Deveria ter uns trinta e seis ou pouco mais anos de idade. Corpo bonito. Três jovens policiais correram para abordá-la, e eu para não deixar que eles a machucassem. Homens fotografavam com celulares e até câmeras digitais. Fato que eu bradava contra. Apareceu uma camiseta. Vesti-a. Nos disse nome completo, endereço e que as chaves era da casa. A viatura da polícia foi verificar o endereço acompanhada de um senhor que afirmava que a conhecia. Liguei para o Serviço Social do Hospital Areolino de Abreu, falei com uma colega. Ficando mais tranquila porque um dos policiais já havia trabalhado em um CAPS do Maranhão, percebi que tinha um certo traqueijo na abordagem. Não pude ficar mais, precisava trabalhar.
Chegando a escola que trabalho, uma das crianças muito sorridente me conta sobre mais uma doida nua que ele viu perto de casa, impressionado por ter visto tão bem órgãos genitais femininos. Disse-lhe com calma, como se não tivesse impressionada com nada daquilo, que também tinha visto uma, que era a loucura: as moças tomariam um remedinho, que faria que sentissem vontade de andar novamente vestidas. D. de oito anos, achou muito interessante esse remédio que controla a vontade.
Não temos um CAPS III, uma outra emergência psiquiátrica além do hospital psiquiátrico. Nem imagino como ela seria no sentido da escuta e acolhimento. Conversei com a moça nua e delirante, parecia alternar lucidez com delírio. Medicação, cuidado na família e alguma psicoterapia, melhor que internação integral. É a primeira vez que faço uma intervenção na rua, porque sei que o destino é o manicômio. E acredito, desafiando aqueles que defendem o manicômio que muitas vezes a rua trata melhor que o hospital psiquiátrico.

PIADINHA (PERMITIDA) DE LOUCO

Meu namorado doido saiu com outra pensando que era eu!

domingo, 7 de dezembro de 2008

I CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE MENTAL


Parabéns pela coragem aos destemidos e politizados catarinenses que sustentaram sua posição, apesar das condições adversas e sofridas pelas quais passa a região e mantiveram o evento programado para 3,4 e 5 de dezembro. Grandes nomes da academia ligadas a saúde mental no país e estrangeiros nos falaram, nos extasiaram, provocaram idéias, somaram a discussão da reforma psiquiatra brasileira, apontando seus rumos, seus acertos e suas deficiências, que precisam de correção para que os horrores do manicômios não mais se repitam.
Por lá, íntegros e iluminados de sabedoria: Eduardo Mourão Vasconcelos, Paulo Amarante, Antônio Lancetti, Benilton Bezerra, Erotildes Maria Leal e muitos outros "intelectuais orgânicos" não menos importantes no processo de construção de uma clínica ideal para a reforma, uma cidadania efetiva para as pessoas que vivem com transtorno mental.

LIMA BARRETO ESTAVA CERTO

[ ...] Na intimidade do diálogo com o mundo em que teimava em viver. Mas no conjunto da vida e obra é um implicante, replicante que "inticava" com todo mundo. E a síntese: "Ah! A literatura ou me mata ou me dá o que peço dela". Acertou nas duas pontas: matou o mulato e lhe deu tudo que ele queria dela. Acho simples assim. O reconhecimento em vida seria o fim do Lima que todos admiramos. E um detalhe: o reconhecimento por Monteiro Lobato em vida foi porque o paulistano não tinha de conviver com Lima Barreto. Um dia lhe vendo bêbado e implicante não teve coragem de se apresentar. Lobato fez de conta que não conhecia Lima. Ele já estava lendo Lima Barreto no futuro...
Não discordo aqui da escrita de si como uma literatura de urgência, como constrói com maestria a Luciana Hidalgo. Mas me atrevo a acrescentar Lima Barreto no rol dos escritores do futuro, porque não se comportavam (com todos os sentidos) na sua época. E, assim, colocaria Lima na companhia de Sousândrade, Gregório de Matos, Quorpo Santo e Torquato Neto, só pra começar e sem comparar os talentos, que cada um tem o seu cada qual.


Edmar Oliveira, o piauinauta me dar um toque. Quem quiser ler na íntegra seu artigo sobre Lima Barreto o linnk de sua coluna na CASA LIMA BARRETO, está aí ao lado. Recomendo.

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.