quinta-feira, 25 de julho de 2013

LEITO PSIQUIÁTRICO EM HOSPITAL GERAL? QUANDO O PACIENTE MORRE POR NEGLIGÊNCIA?


Marques Emiliano de Farias Salustiano , conhecido como Marquinho, 35 anos, foi encontrado morto na tarde desta quarta-feira, 24 de julho, próximo ao Morro do Papagaio. Ele estava desaparecido desde a manhã de domingo (21), quando fugiu do Hospital Regional de Corrente.
 
De acordo com familiares, Marquinho passou mal na noite de sábado (20) e deu entrada no hospital por volta das 2h da manhã. “Há tempos ele vinha sofrendo de alucinações, e vivia dizendo que estava sendo perseguido. Na noite de sábado ele estava muito agitado, com a pressão alta e dores de cabeça”, relatou uma de suas irmãs. Ainda segundo ela, no hospital foi dado remédio para controlar a pressão, sendo que ele ficou internado.
 
Na manhã de domingo, por volta das 8h, a irmã de Marquinho foi visitá-lo no hospital, quando o porteiro disse que ele não estava mais lá. “Eu achei estranho, mas pensei que ele tivesse recebido alta e tivesse ido para a casa de parentes que moram na Santa Marta. Em nenhum momento ninguém avisou que ele tinha na verdade era fugido! Se tivéssemos consciência disto, teríamos ali mesmo começado a procurá-lo e ele não estaria morto!”, conta a irmã aos prantos.
 
 
Foi ao anoitecer que a família deu-se conta de que Marquinho havia desaparecido, quando iniciaram então uma busca pela cidade que durou até a tarde de ontem, tanto pelas ruas, quanto pelo mato. A mãe, em pânico, saiu sozinha nesta quarta-feira e foi até a região da barragem, próximo à Agespisa, e numa busca frenética, movida pela intuição, foi que chegou até o corpo do filho, por volta das 15h.
 
Na madrugada de domingo para segunda, Marquinhos chegou a ser visto por um morador da região rural  próxima ao Morro do Papagaio. “Ele veio até a minha casa por volta das 3 da manhã, pedindo água. Eu disse pra ele ir pro rio. Ele ainda voltou mais duas vezes e depois não vi mais. De manhã cheguei a seguir as pegadas dele, mas não fui até o fim”, relatou o homem.
 
De acordo com os policiais militares que foram até o local, o corpo não apresentava nenhum tipo de lesão causada por violência, contendo apenas um corte bastante profundo no pé, certamente porque estava descalço. Ainda de acordo com a polícia, provavelmente Marquinhos veio a óbito por desnutrição e desidratação, tendo falecido há poucas horas. 
Indignados, os policiais relataram que o médico legista foi procurado mas não foi encontrado. “Ele deveria estar de plantão, mas no hospital se limitaram a dizer que ele não estava no momento e que mais tarde ele estaria. Ninguém tentou encontrá-lo, ninguém telefonou, e a resposta dada pela enfermeira estava pronta. Num caso como este, o médico é indispensável!”, afirmou o Sargento Uelington Garcia, que comandou a operação.
 
A família está revoltada com a atitude do hospital. “Soubemos que ele estava extremamente agitado de madrugada e se recusou a tomar o remédio, e o enfermeiro não o forçou a tomar. Ele estava tendo uma crise e se tivesse tomado o remédio não teria fugido. Perguntei pro médico como um paciente pode sair sem alta e o médico apenas disse que não tinha responsabilidade sobre ele. Uma pessoa que procura um hospital com crise, como meu filho estava, não está bem e não pode decidir o que pode e o que não pode, é assim que eu entendo!”, relatou a mãe do falecido, dona Luciléia de Farias Salustiano.
 
Outro ponto levantado pela família foi o fato de que o hospital não informou que Marquinhos havia fugido. De acordo com a irmã, “disseram no hospital  apenas que ele não estava mais lá, como se o fato de ele ter fugido não tivesse relevância”.
 
Com informações do portal corrente
 
 
 
 Ele ocupava um leito psiquiátrico? Por que não trouxeram para o hospital Areolino de Abreu? Cadê as pactuações da RAPS com estes secretários de saúde Piauí afora? Quem é o gestor responsável pela morte deste rapaz, se ele estava numa crise mental? Não ficou muito claro na reportagem. Se estava, além da medicação, deveria ter sofrido uma contenção humanizada, até a mínima estabilização da agitação da crise aguda... o Ministério Público Estadual será acionado para averiguação, via direitos humanos? Nada. Quem fará barulho suficiente por este nosso Amarildo?

Nenhum comentário:

PSIQUIATRIA SEM HOSPÍCIO

POR UMA CLÍNICA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: COM SUBJETIVIDADE, MEDICAÇÃO COM MENOS EFEITOS COLATERAIS E MAIOR PODER DE RESOLUTIVIDADE ASSOCIADA A PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.