A idéia de "comunidade surda" com suas certezas, defesas e ideologias. A idéia de identidades surdas extraídas das teorias do multiculturalismo. A persistência e efetividade de se fazer valer as leis de inclusão desde a acessibilidade ao trabalho a popularização da Língua Brasileira de Sinais.
Fantástico a palestra e oficina Cidadão Surdo, realizada por um professor surdo, com mestrado, Marcos Vinícius Freitas Pinheiro, um exemplo que a comunidade surda acordou cedo para educação da criança surda e acompanhamento de seu desenvolvimento até a fase adulta, prevendo uma qualidade de vida produtiva e em todos os sentidos a esse indivíduo.
Ficamos sonhando que esse futuro de acessibilidade chegue a criança com transtorno mental, os CAPS infantis ou qualquer outro espaço que a racionalidade burocrática da saúde mental do Brasil criar, perda o aspecto de hospital e dê mais formação escolar, artística, matemática, poética. Essas crianças ficam tombando numa escola que quer se fazer inclusiva, com dificuldades e sem nenhum tipo de informação para trabalhar com o louco. Que só será percebido no primeiro grande surto e entregue às medicações psicotrópicas, internações, etc. E o potencial dele, ficou pelo meio do caminho. Até a universidade e principalmente ela, não sabe o que fazer com o aluno que surta, não há tratamento diferenciado. Ele tranca o período no surto. Uma crise aguda, com medicações, psicoterapias, geralmente não passa de semanas, sintomas mais moderado e leves com razoável apoio, este aluno se sobressairia. O diabo é o estigma, a cultura normal que não admite.
Mas fica o exemplo dos surdos, suas identidades, sua cultura surda. Seus encontros de grandes conversas usando somente mãos e expressão. Surdo quer trabalho, acredita, vai atrás de órgão que encaminha, lei que obriga a empresa contratar por percentagens. Louco, acredita no normal que não acredita nele, põe a corda no pescoço e endossa os números de suicídio. Falta a construção e disseminação de uma identidade para a pessoa que vive com transtorno mental.