segunda-feira, 14 de maio de 2012

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR NA INFÃNCIA E ADOLESCÊNCIA

O que muitos pais podem achar que é apenas uma fase da adolescência, na verdade, pode indicar sinais de um transtorno. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos sugere que os primeiros sinais de bipolaridade aparecem na adolescência e não a partir dos 20 anos, como se pensava. O estudo foi divulgado na publicação Archives of General Psychiatry. 

Os principais sintomas de transtorno bipolar são episódios de mania e depressão que se alternam entre si. Para mensurar a taxa de incidência desses sintomas nos jovens, os pesquisadores fizeram perguntas sobre humor e comportamento a mais de 10.000 adolescentes, com idades entre 13 e 18 anos.
 
A equipe de pesquisa descobriu que 2,5% desses jovens tiveram episódios de mania e depressão nos últimos 12 meses. Além disso, 1,3% das crianças apresentaram apenas mania e 5,7%, apenas depressão. Todos os participantes que apresentaram sintomas preencheram os critérios para o diagnóstico da doença, de acordo com um manual de psiquiatria. 
 
Os transtornos de humor eram mais comuns conforme os jovens ficavam mais velhos. De acordo com a pesquisa, 1,4% das crianças com 13 e 14 anos preencheram os critérios para mania, enquanto quase o dobro dos adolescentes de 17 e 18 apresentou o transtorno. Para os autores, as taxas de transtornos de humor encontradas entre os adolescentes estão próximas ao que é visto em adultos, confirmando a tese de que os sintomas aparecem na juventude. Os especialistas acreditam que isso pode ajudar em diagnóstico e tratamento mais eficazes. 
 
Diferenças entre crianças e adultos
Na maioria dos adultos, as manifestações clínicas são clássicas o humor oscila de um extremo ao outro, da alegria incontrolável e raciocínio veloz à depressão e apatia. No caso das crianças, não é comum ocorrer essa gangorra emocional. “A doença se apresenta por meio de uma conjunção de sintomas menos específicos, como impulsividade, irritabilidade, dispersão, agitação e acessos de raiva”, diz Evelyn Vinocur. 
Diagnóstico - Por causa dos sintomas pouco específicos, é recorrente que a criança bipolar seja diagnosticada com outros males, como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). “É muito pesado para os pais levantarem a hipótese do transtorno, o que contribui para um desconhecimento dos sintomas e um atraso muito grande no diagnóstico e tratamento”, explica a psicoterapeuta Evelyn. Por isso, o Transtorno Bipolar do Humor na Infância e Adolescência é uma condição que precisa ser muito divulgada.
Com um único CAPS i no Estado temos um sério problema com os diagnósticos de crianças e adolescentes, nós que trabalhamos em escolas,  percebemos que certa criança é "diferente", tem comportamentos bizarros, muitos são agressivos demais, insociáveis ao mesmo tempo que tem uma inteligência ímpar ou tem dificuldades cognitivas. Os pais orientados ao recorrerem a um serviço médico psiquiátrico, no caso apenas o CAPS i, que se identifica como serviço prioritário para casos agudos e severos, estas crianças inclassificáveis como tais, tem sempre o diagnóstico de retardo mental nas suas variações. Acredito que seja mais um "diagnóstico social", F.71 dará um carteirinha de passe livre com direito a acompanhante à mãe pobre ou a avó precocemente envelhecida. E infelizmente ficamos sem a prevenção de crises do TAB, até que um estressor externo a desencadei levando este usuário a disfunções graves provocadas pela doença.

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