quarta-feira, 9 de maio de 2012

REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO PIAUI: Este governo conseguirá implantar? Pergunta torturante.

Técnicos (salvadores da pátria?) do MS vêm a Teresina fazer uma oficina para a implantação da RAPS, rede de atenção psicossocial. O que é rede de saúde mental com vocação psicossocial? Nascida do movimento da luta antimanicomial nos finais dos anos 70, culminando com uma política pública que é a Reforma Psiquiátrica a partir da lei 10.216 de 2001. Quem não sabe disso são os gestores que assumem os serviços, as gerências, coordenações por cargos políticos, infelizmente, como diz numa análise de conjuntura feita por ocasião da IV Conferência Nacional de Saúde Mental/Intersetorial Eduardo Mourão Vasconcelos, esta é uma nova característica dos técnicos nos serviços, não conhecem a história do processo psicossocial, não são militantes da luta antimanicomial, nem percebem que reproduzem a lógica do hospicio, exemplo evidente é a composição deste grupo condutor estadual (???), sem a presença de uma entidade de usuários do Estado, também jamais ouviram falar de empoderamento do usuário, fortalecimento das entidades, protagonismos dos novos loucos. Fazer? Manter a indignação de quem continua na ponta.


Durante dois dias, técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) estiveram reunidos para discutir a implementação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), para atender pacientes com transtorno mental no Piauí. O encontro aconteceu na Gerência de Atenção à Saúde Mental e contou com a presença de técnicos do Ministério da Saúde (MS). A programação iniciou nessa segunda-feira (7), e prossegue até esta terça-feira (8).
Participam também do encontro, técnicos da Sesapi, representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e da Fundação Municipal de Saúde (FMS).
A gerente de Saúde Mental, Leda Trindade, ressaltou que a implantação da Rede de Atenção Psicossocial passa, também, pela sensibilização dos gestores municipais, que precisam tratar a questão do transtorno mental como prioridade. “Deveremos, em breve, levar as atribuições dessa Rede para cada Regional do Estado com a intenção de unirmos forças e poder disseminar as informações desse importante projeto do Governo Federal, que somará com nossas atividades voltadas à saúde mental”, analisa.
Durante o encontro, foram apresentadas pelos técnicos do Ministério da Saúde as atribuições do Grupo Condutor Estadual, as experiências de sucesso já instaladas no Brasil, a forma de trabalho e as estratégias que devem ser seguidas pelo Piauí para a formação dos membros do referido Grupo.
Leda espera que a partir dessa oficina haja um engajamento maior de todos os envolvidos com a proposta de consolidar ações e estratégias eficientes, para atender com prioridade e dignidade as pessoas que apresentam algum tipo de distúrbio mental. “Queremos que os gestores municipais possam receber essa ideia de braços abertos, pois para que houvesse as melhorias que implantamos nos últimos meses, a união entre municípios e o Estado foi crucial”, destacou.
A assessora técnica do Ministério da Saúde, Cristina Hoffman, antecipou que entre as propostas levadas ao encontro, destaca-se: a parceria entre município e Estado e a implantação da Rede como um todo. “Não basta apontar os responsáveis por um serviço, é preciso que todos estejam focados em mostrar resultados e, para isso, o governo Estadual deve realizar fóruns com as cidades, no sentido de se articularem na busca de melhores serviços, voltados, especificamente, para atender pacientes com transtorno mental, além da qualidade dos serviços dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)”, disse.


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